quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Economia Florestal

Moradores da Resex Chico Mendes defendem o manejo

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Morador da colocação Já Começa, no seringal Dois Irmãos, Sebastião Nascimento de Aquino, 33, é presidente da Associação dos Moradores e Produtores da Resex-CM em Xapuri (AMOPREX) há 3 anos. No último sábado (28), Tião Aquino, como é conhecido no associativismo, ganhou de maneira quase unânime mais um mandato frente a uma das tradicionais entidades que nasceram das lutas de Chico Mendes.

A AMOPREX representa, diante do ICMBio, através de Contrato de Concessão de Uso, cerca de 800 famílias moradoras da área da reserva que está dentro dos limites do município de Xapuri, mas conta com apenas 128 associados. Na eleição do sábado passado, 85 desses sócios votaram e apenas 1 anulou o sufrágio. Os outros 84 ratificaram a chapa denominada “Acreditando na Economia Florestal”, liderada por Tião Aquino, que elegeu como um dos próximos desafios promover o aumento da participação dos moradores da Resex na Associação.

“Esse é um dos nossos muitos desafios, fazer com que os produtores da Reserva Extrativista se aproximem e passem a contribuir de maneira mais efetiva com as muitas conquistas que ainda estão por chegar. Representamos um grande número de famílias e um dos próximos passos que temos pela frente é repassar a cada uma delas os termos de concessão de uso”, afirma.

Constituída por quase 1 milhão de hectares de florestas, a Resex Chico Mendes pertence a 7 municípios, sendo eles: Rio Branco, Capixaba, Xapuri, Epitaciolândia, Brasiléia, Assis Brasil e Sena Madureira. São 5 as associações concessionárias que fazem a gestão da Unidade junto ao ICMBio. A AMOPREX detém cerca de 40% da área total da Unidade e defende projetos como o Plano de Manejo Florestal Comunitário e o Florestas Plantadas.

Acesse aqui o Plano de Manejo da AMOPREX

Com relação ao Plano de Manejo Florestal Comunitário, a AMOPREX acaba de receber do ICMBio a primeira licença concedida pelo governo brasileiro para a exploração madeireira em uma unidade de conservação. A luta de 8 anos, que contou com o fomento do governo do Acre, vai beneficiar inicialmente 62 famílias de extrativistas. Para o projeto Florestas Plantadas, que consorcia seringa com frutíferas, 75 famílias estão cadastradas no programa também apoiado pelo governo.

“As comunidades extrativistas da Resex acreditam que o manejo é uma excelente alternativa para a melhoria da renda e garantia de que a madeira será explorada de maneira racional. Por isso, nossa intenção é ampliar o número de famílias beneficiadas, que hoje são 62, para mais de 100 no próximo ano. O programa Florestas Plantadas é outro caminho pelo qual melhoraremos a renda e a qualidade de vida do produtor”, defende Tião Aquino.

Sobre as críticas que recaem sobre o manejo florestal como sistema de exploração madeireira sustentável, Tião afirma que nenhuma delas vem acompanhada de uma solução ou de uma alternativa que se apresente mais eficaz. Ele relembra a realidade de décadas atrás para fundamentar seus argumentos em favor da exploração da madeira por parte das comunidades extrativistas da Resex, a partir de agora legítimas detentoras desse direito.

“As críticas que muitos fazem contra o manejo possuem cunho político e não trazem sugestões de qual seria a maneira mais correta de se extrair a madeira de forma sustentável. O mundo precisa de madeira e ela vai continuar sendo explorada, seja da maneira que acontecia há 30 anos, sem nenhum controle, ou como se faz atualmente, com base no manejo sustentável”, diz.

Complexo Industrial Florestal

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A AMOPREX está em vias de firmar o primeiro contrato de comercialização de madeira manejada, através da Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitários (COOPERFLORESTA), com a empresa Hevea, nova responsável pela Fábrica de Pisos de Madeira, que passará a se chamar Complexo Industrial Florestal e estabelecerá uma cadeia entre vários setores da economia florestal.

O novo empreendimento, do qual o governo do Estado possui 25% das ações, começará a funcionar a partir do dia 15 de agosto, gerando, inicialmente, cerca de 50 empregos diretos, com a previsão de atingir a marca dos 150 postos de trabalho até o final de 2012. A Hevea também será responsável por abastecer com madeira proveniente dos planos de manejo os marceneiros que passarão a desenvolver suas atividades no Polo Industrial de Xapuri.

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