segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Receita de ano novo

Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

Novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Ano Novo

domingo, 30 de dezembro de 2012

Nosso Prefeito

Marcinho Miranda

Rosineide Evangelista e família.

Certamente uma das maiores virtudes humanas é a perseverança. Foi o que não faltou nos últimos anos ao Marcinho Miranda, prefeito eleito da nossa querida cidade de Xapuri.

Acredito que quando não se consegue o ideal, se faz apenas o possível e quem desiste do ideal não se aprimora, não evolui. Ele sempre existe e é alcançável, basta perseverar, lutar e sonhar. O nobre prefeito perseverou, sonhou, desafiou a realidade e se tornou depositários de parte da esperança dos xapurienses.

Agora, leva a esperança de todo cidadão que fez a opção por ousar, por tirar os pés do chão e colocá-lo como condutor desse voo.

A sua administração será porta-voz da realidade dura, áspera, mas acima de tudo fraterna da comunidade de Xapuri. O senhor terá procuração para falar em nome das lágrimas derramadas pela falta de emprego e o sorriso maroto da esperança dessa comunidade. A sua gestão será a defensora do orgulho xapuriense adormecida e da vontade da nossa gente de viver em uma comunidade digna e importante.

Na terra, onde tudo começou, cada pedaço de solo é sagrado e possui a alma vitoriosa, desbravadora e idealista de nossos antepassados. Pergunto: Onde foi que escondemos essa herança inigualável? Quando foi que perdemos nosso espírito empreendedor e perseverante? Como foi que esquecemos do orgulho de sermos Xapuriense. Essas perguntas têm respostas divergentes, filosóficas, demoradas e nós, prefeito, temos pressa. São xapurienses que tem pressa de recuperar o tempo perdido pelas administrações anteriores.

Assim, a sua tarefa maior não será a de responder tais perguntas, mas trabalhar para que o ano de 2013 seja considerado o ano onde os xapurienses começaram a reencontrar com otimismo o orgulho de morar nesta cidade. A princesinha do Acre não pode e não vai mais se acostumar, a partir de sua administração, com títulos pejorativos e humilhantes que os impuseram. É chegada a hora. O senhor foi eleito, bem como os vereadores, para provar que os grandes problemas estão acompanhados de grandes soluções. O pessimismo e lamentações pertencem ao passado. A criatividade é a arma mortífera de nossas limitações. Tenho certeza que o senhor terá a vontade popular e acima de tudo a força de um ideal para uma sociedade mais justa e equilibrada, uma cidade forte e um povo com dignidade e orgulho. O eleitor deu os instrumentos e espera o retorno da confiança depositada.

Sabemos que terá desafios difíceis pela frente. Perceberá logo as dificuldades financeiras pelas quais os mais frágeis dos entes federados padecem, e que a velocidade e autonomia própria da governança de uma empresa frequentemente não estão presentes no dia a dia da administração pública. Uma equipe competente e experiente para auxiliá-lo precisará, à exemplo de todos as demais cidades do País, construir parcerias públicas e privadas e ter forte suporte dos governos estadual e federal.

Para o sucesso de sua administração conclamo o apoio dos parlamentares, da sociedade de nossa terra, lideranças sindicais, secretários, auxiliares, servidores públicos em geral, comércio, imprensa, enfim todos os que amam Xapuri. Vamos auxiliar o prefeito nessa cruzada.

Sou filha de Xapuri e herdeira de grandes ideias. Escrevi esse texto pela memória honrada de meu pai, Francisco Evangelista de Abreu, que em maio de 2011 partiu para reino de Deus e sempre comentou conosco a preferência de sua pessoa para administrar esta terra que ele tanto amou. Suas ideias compartilham com as dele. Você o conheceu e sabe o quanto ele te admirava. Lá no céu ele está muito feliz com essa vitória em sua vida.

Finalmente, espero, nos próximos quatro anos, poder parabenizar e agradecer a você, Marcinho, pelo seu trabalho e dignidade com que administrou Xapuri.

Nossa congratulações sinceras pela sua vitória.

Rosineide Evangelista da Costa, a Rosinha, vive em Brasília e é produtora da Radiobrás.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Marcinho Miranda na Rádio Educadora

Recebi, na última quinta-feira (27), no estúdio da Rádio Educadora 6 de Agosto, o prefeito Marcinho Miranda para uma entrevista no programa Espaço do Povo. A conversa, que durou quase uma hora e meia teve a participação do radialista Nader Sarkis, que na imagem abaixo aparenta estar se esticando para parecer mais alto.

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Para quem não ouviu a última entrevista do prefeito eleito antes da posse, que ocorre na próxima terça-feira (1º), a partir das 19 horas no ginásio poliesportivo Álvaro da Silva Mota, eis outra oportunidade em vídeo feito pela assessoria de Marcinho com um telefone celular e publicado no You Tube pelo futuro chefe de gabinete, Joscíres Ângelo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Equipe de governo

O prefeito eleito Marcinho Miranda divulgou na manhã desta sexta-feira (28) os nomes escolhidos para compor o primeiro escalão de sua equipe de trabalho. O 2º e 3º escalões serão anunciados posteriormente, seguindo um cronograma a ser estabelecido por cada secretaria. A seguir os nomes e os perfis dos novos secretários municipais.  

Chefe de Gabinete

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Prof.º Joscíres de Oliveira Ângelo - 34 anos

Formação: Licenciatura em Matemática pela UFAC, com Especialização em Gestão de Politicas Públicas pela UFOP e MBA em Gestão Financeira, Controladoria, Auditoria e Tributação pela FGV/Manaus. Professor nas áreas das Ciências exatas há mais de uma década, com experiência na área de gestão pública como Chefe de Gabinete, Secretário de Finanças, Planejamento, Secretário de Educação, entre outras.

SEMAP- Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pecuária

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César José Gomes Zaine – 49 anos

Formação: Técnico em Contabilidade, Administrador pela Escola Federal Elefante Branco-DF, Recursos Humanos pela UNOPAR. Vereador por dois mandatos, vice-prefeito no período de 1993 a 1996, empresário do ramo agropecuário há 28 anos e produtor rural.

SEMCULT - Secretaria Municipal de Cultura e Eventos*

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Prof.ª. Elisângela Horácio Menezes - 40 anos

Natural do Paraná, formada em enfermagem pela UFAC (2006) e Pedagogia pela UNOPAR (2007), experiência de mais de duas décadas na educação, tendo exercido cargos como Secretária Municipal de Educação, Assistência Social e Coordenação de PDE, entre outros.

SEMED - Secretaria Municipal de Educação


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Prof.º Juarez Ribeiro Maciel Filho - 55 anos

Natural de Xapuri-Acre. Formação: História pela UFAC, Concludente em Direito pela Uninorte.
Diretor do Campus da UFAC/Rondon/Xapuri-Acre/período 78-84, ex-Prefeito de Xapuri 89-93, professor aposentado.

SEMUSA - Secretaria Municipal de Saúde

 

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Dr. Warley Gonçalves Guerra - 39 anos

Natural de Rio Branco-Acre, formado em Medicina pela Universidade Privada Latino Americana, com especialização em Geriatria pela Faculdade de Ciências Médicas de MG. Experiência profissional como médico no Hospital do Idoso, Hospital da Bahia e Hospital de Salvador. Conhecedor da realidade Xapuriense.

FMCD- Fundação Municipal de Cultura e Desporto*

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José Gonçalves de Oliveira (Zeca da Emater) - 55 anos

Natural de Brasiléia, técnico em Desenvolvimento Agropecuário pela escola Colégio Agrícola, Astor de Matos Carvalho-SP. Funcionário público Estadual há 30 anos na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (antiga Emater).

SEMINFRA- Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Rural

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Renes Gomes Moreira - 50 anos

Natural de Xapuri. Formação: Nível Médio. Funcionário com experiência em empresas da área de construção civil.

SEMATUR- Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo

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Idalino Pedrosa Bezerra Junior - 28 anos

Natural de Xapuri. Formação: Ciências Biológicas pela UNINORTE. Professor da Área de Ciências da Natureza

SEMCTABES- Secretaria Municipal dede Cidadania, Trabalho e Bem Estar Social

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Dione Andrade Miranda (1ª Dama) – 33 anos

Natural de São Paulo. Formação: Pedagogia pela UNB/UAB. Professora Municipal.

Obs. A Secretaria de Cultura e Eventos, que de fato não existe na atual administração, e a Fundação de Cultura e Desportos estão com asterisco em razão das mudanças que serão colocados em prática a partir do ano que vem. A primeira, teve criação efetivada pela Lei Municipal nº 739, de 6 de novembro de 2012, que dispõe também sobre a criação do Sistema Municipal de Cultura de Xapuri e do Conselho Municipal de Cultura, bem como do Fundo Municipal de Cultura, estabelecendo inclusive diretrizes para a Política Municipal de Cultura de Xapuri. A presente lei já foi aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito Bira Vasconcelos, restando à próxima administração regulamentar a estrutura administrativa interna da recém criada pasta.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Prefeito sorriso

Marcinho Miranda

A primeira sensação que tive ao entrevistar o prefeito eleito de Xapuri, Marcinho Miranda (PSDB), na manhã desta quinta-feira (27), em meu programa de rádio, foi a de estar diante de um menino prestes a ganhar seu primeiro brinquedo. A força de expressão refere-se, obviamente, ao entusiasmo e ao brilho nos olhos que o jovem de 37 anos, nascido no estado de Rondônia, não se esforça para conter a 4 dias da tão esperada posse, que ocorrerá em 1º de janeiro.

Na sua caminhada para chegar à prefeitura de Xapuri, Marcinho Miranda já foi chamado de “garoto sorriso” e a imagem que ilustra a postagem mostra bem a razão. E foi com a sua principal marca e com bastante bom humor que o novo prefeito falou sobre vários assuntos, desde o processo de transição à festa da posse, que será realizada no ginásio Álvaro da Silva Mota, às 19 horas, com a passagem da faixa, ato simbólico que não ocorre há 16 anos.

Entre os principais pontos abordados na entrevista, Marcinho falou sobre a maneira tranquila como se desenrolou o último processo eleitoral. Para ele, a população de Xapuri demonstrou um grande amadurecimento político, os candidatos e partidos em sua maioria se comportaram dignamente e a Justiça Eleitoral coordenou de maneira irretocável todo o processo que resultou, em suas palavras, numa grande e bela festa da democracia.

A respeito da transição, Marcinho Miranda afirmou que houve demora para o início do processo, principalmente em decorrência da realização do 2º turno eleitoral em Rio Branco, mas que a partir de então as equipes designadas para esse trabalho passaram a atuar. Segundo o futuro prefeito, a situação em que receberá a prefeitura é razoavelmente boa, mas aguarda que algumas pendências junto ao SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – sejam sanadas até a transmissão do cargo pelo prefeito atual.

Sobre as expectativas, o prefeito eleito afirmou que são enormes. Tanto a dele próprio e de sua equipe de governo como aquela que vem do anseio da população por melhorias imediatas. “Estamos cientes da grandeza de nossa responsabilidade e prontos para correspondermos às expectativas da nossa população. Sabemos também das dificuldades, mas estamos otimistas para fazer a melhor administração da história de Xapuri”, afirmou.

Questionado sobre os grandes desafios que vislumbra, citou a saúde, a educação e a assistência social como os eixos de sua administração. Mas demonstrou uma grande preocupação com o setor rural, principalmente no que diz respeito à trafegabilidade dos ramais. Para atender com precisão a essas demandas, disse que será fundamental a parceria com o governo do Estado. “Já conversei três vezes com o governador Tião Viana e nossas expectativas são as melhores”, avaliou.

A equipe de governo de Marcinho Miranda já está pronta e deverá ser anunciada oficialmente nesta sexta-feira (28). Incialmente, serão nomeados apenas os cargos de 1º e 2º escalões, ficando o 3º escalão para um momento posterior. De acordo com o prefeito eleito, o novo time terá metas estabelecidas para os primeiros 90 dias de administração e que mudanças poderão acontecer logo no inicio do mandato caso os objetivos iniciais não sejam atingidos.

Antes de encerrar a conversa, Marcinho negou que hajam brigas e desentendimentos em sua equipe, como, segundo ele, se comenta pela cidade. “Nem durante a campanha estivemos tão unidos e focados na responsabilidade que temos pela frente. Essas conversas são puro burburinho”, afirmou. Com relação ao vice-prefeito eleito, Ailton Menezes, disse que jamais viu tanta sintonia. “Quando penso uma coisa, ele já imagina do que se trata”, completou.

Pelo que se percebe, Marcinho realmente tem motivos para sorrir. Vou, inclusive, tomar a liberdade de mudar sua alcunha para “prefeito sorriso”. Torcendo, com a mais profunda sinceridade, para o sucesso de sua gestão, para que Xapuri avance sempre e para que daqui a 4 anos o mesmo sorriso franco e aberto continue estampado em seu rosto. E ainda que os cabelos brancos não tomem conta de sua cabeça como aconteceu com Bira Vasconcelos.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Aprender e Ensinar

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Os professores Idelson Marques, da escola Divina Providência, e Eurides Freire, da escola Anthero Soares Bezerra, ambas de Xapuri, são Finalistas do 3º Concurso Nacional Aprender e Ensinar, promovido pela Revista Fórum e a Fundação Banco do Brasil. A dupla de educadores representará o Acre em Brasília, podendo ir à Tunísia participar do Fórum Mundial

Os finalistas do concurso deverão enviar à organização um projeto mais detalhado da iniciativa desenvolvida nas suas respectivas escolas até 31 de janeiro de 2013. Além de ganhar um tablet, eles vão participar de um seminário sobre tecnologias sociais na educação na capital federal entre 22 e 23 de fevereiro com todas as despesas pagas pelo certame. Após o encontro, serão divulgados os seis vencedores que vão participar do Fórum Social Mundial na Tunísia, em março de 2013.

Em geral, são iniciativas desenvolvidas com interação com a comunidade, que buscam uma transformação social, entre outras características próximas ao conceito de tecnologia social. Diante disso, a comissão selecionou iniciativas semifinalistas, que embora não vão ser premiadas farão parte da Rede de Professores Aprender e Ensinar e vão ganhar 1 ano de assinatura gratuita da Revista Fórum.

REGIÃO NORTE

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Finalistas

Eurides Freire Araújo – Xapuri (AC)
Idelson Marques de Holanda – Xapuri (AC)

Semifinalistas

Marcelo Teles de Matos da Silva
Marnilda Gomes Moreira
Moisés de Lima Ferreira

Mais informações aqui.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Eu sou assim

Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim.
Meu mundo é hoje não existe amanhã pra mim
Eu sou assim, assim morrerei um dia.
Não levarei arrependimentos nem o peso da hipocrisia.
Tenho pena daqueles que se agacham até o chão
Enganando a si mesmo por dinheiro ou posição
Nunca tomei parte desse enorme batalhão,
Pois sei que além de flores, nada mais vai no caixão.
Eu sou assim, quem quiser gostar de mim eu sou assim.

Paulinho da Viola.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Decretos de Natal

Frei Betto

Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes, faremos-nos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos. Papai Noel será malhado como Judas e, lacradas as chaminés, abriremos corações e portas à chegada salvífica do menino Jesus.

Por trazer a muitos mais constrangimentos que alegrias, fica decretado que o Natal não mais nos travestirá no que não somos: neste verão escaldante, arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves, trocaremos nozes e castanhas por frutas tropicais, renas e trenós por carroças repletas de alimentos não-perecíveis e, se algum Papai Noel sobrar por aí, que apareça de bermuda e chinelas.

Fica decretado que cartas de crianças, só as endereçadas ao menino Jesus, como a do Lucas, que escreveu convencido de que Caim e Abel não teriam brigado se dormissem em quartos separados; propôs ao Criador ninguém mais nascer nem morrer e todos nós vivermos para sempre; e, ao ver o presépio, prometeu enviar seu agasalho ao filho desnudo de Maria e José.

Fica decretado que as crianças, em vez de brinquedos e bolas, pedirão bênçãos e graças, abrindo seus corações para destinar aos pobres todo o supérfluo que entulha armários e gavetas. A sobra de um é a necessidade de outro, e quem reparte bens partilha Deus.

Fica decretado que, pelo menos um dia, desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o telefone, e, recolhidos à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita Aquele que, distinto de nós, funda a nossa verdadeira identidade. Entregues à meditação, fecharemos os olhos para ver melhor.

Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento de oração, lerão um texto bíblico, agradecendo ao Pai de Amor o dom da vida, as alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a razão. Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas jamais quantas curvas, cachoeiras e pedras haverá de encontrar em seu percurso.

Fica decretado que arrancaremos a espada das mãos de Herodes e nenhuma criança será mais condenada ao trabalho precoce, violentada, surrada ou humilhada. Todas terão direito à ternura e à alegria, à saúde e à escola, ao pão e à paz, ao sonho e à beleza.

Fica decretado que, nos locais de trabalho, as festas de fim de ano terão o dobro de seu custo convertido em cestas básicas a famílias carentes. E será considerado grave pecado abrir uma bebida de valor superior ao salário mensal do empregado que a serve.

Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhum fiel considerará a sua mais perfeita que a do outro, nem fará rastejar a sua língua, qual serpente venenosa, nas trilhas da injúria e da perfídia. O Menino do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar o pai-nosso se o pão também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada.

Fica decretado que toda dieta se reverterá em benefício do prato vazio de quem tem fome, e que ninguém dará ao outro um presente embrulhado em bajulação ou escusas intenções. O tempo gasto em fazer laços seja muito inferior ao dedicado a dar abraços.

Fica decretado que as mesas de Natal estarão cobertas de afeto e, dispostos a renascer com o Menino, trataremos de sepultar iras e invejas, amarguras e ambições desmedidas, para que o nosso coração seja acolhedor como a manjedoura de Belém.

Fica decretado que, como os Reis Magos, todos daremos um voto de confiança à estrela, para que ela conduza este país a dias melhores. Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família sem terra, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança.

Frei Betto é escritor, autor de "Entre todos os homens" (Ática), entre outros livros.

Jingle bells

Há quem diga que o prefeito em fim de mandato Bira Vasconcelos pretende se candidatar a deputado estadual nas próximas eleições, a despeito do revés sofrido na tentativa de reeleição. Ele nega veementemente qualquer intenção, mas como na política a vida é um eterno faz de conta, cheia de duendes malvados e velhinhos (nem sempre) bonzinhos a distribuir presentes, não aposto um panetone na sua sinceridade. Jingle bells.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Deu no Correio Brasiliense:

Documentos oficiais revelam que Chico Mendes era monitorado pelo SNI

Crédito: Miranda Smith/commons.wikimedia.org. Chico Mendes, em Xapuri no Acre, em julho de 1988.

Nos sete meses que antecederam o assassinato do sindicalista Chico Mendes, há exatos 24 anos, o governo monitorou a tensa situação na região de Xapuri, no Acre, onde ocorreu a execução. O Serviço Nacional de Informações (SNI) classificava o líder seringueiro como um dos responsáveis pelos conflitos agrários na região. Um dos documentos pesquisados pelo Correio, por exemplo, narra os problemas ocorridos na Fazenda Cachoeira, na fronteira com a Bolívia, cujo proprietário era Darli Alves da Silva, mandante da execução do sindicalista.

Relatórios do SNI que fazem parte do acervo do Arquivo Nacional revelam que, mesmo depois de morto, Francisco Alves Mendes Filho — nome completo de Chico Mendes — representava uma preocupação para as autoridades. O problema era a repercussão internacional do assassinato, ocorrido em 22 de dezembro de 1988. O sindicalista, à época, era mais conhecido fora do Brasil do que em seu próprio país. Um exemplo disso foi um relato do SNI de 21 junho de 1988 — seis meses antes do crime —, revelando que o líder seringueiro tinha a simpatia da igreja da Inglaterra, que inclusive mandou alguns de seus integrantes visitá-lo em Xapuri, onde ele morreu.

Bar do Beleza

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Uma das raras opções da cidade para quem aprecia uma boa e gelada cervejinha acompanhada de música não “universitária”. Acima, a dupla Antônio Carlos e Nevisson Tavares, conhecidos também como Love Teacher e Vampiro Doidão. Tá dada a dica.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

10 anos

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Parece que foi ontem que você chegou e transformou radicalmente minha vida. Pegar você no colo antes mesmo de sua mãe foi a maior emoção que já senti em minha existência. Talvez por isso sejamos tão ligados e tão cúmplices. Feliz aniversário, filhão. Que esta data marcante se repita por inúmeras vezes com a mesma alegria e que você continue a proporcionar tanta felicidade à sua família que te adora e te homenageia nesse dia. Saúde e sucesso! Ah… que bom que o mundo não acabou não é mesmo?

Sugestivo

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Grato aos amigos sinceros amigos e familiares que me fizeram uma tremenda surpresa no Bar do Beleza, na tarde dessa quinta-feira (20), véspera do fim do mundo, e que cortaram comigo esse simples mas sugestivo bolo de aniversário. Nada sobrou, nem do bolo nem das latas. E o que é melhor: o mundo não acabou. Sigamos, então.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Inexoravelmente

Faz hoje 41 anos que o dia 20 de dezembro é uma data especial na vida deste eterno aprendiz de radialista e arremedo de blogueiro.

Nessa caminhada tenho aprendido que nada se constrói de concreto sem que se aplique amor, dedicação e até mesmo uma pitada (apenas uma) de inconsequência na receita dos projetos idealizados. Isso porque já ouvi dizer muitas vezes que fora da medida até o amor faz mal. Tudo tem que seguir o equilíbrio do universo arquitetado por Deus, o grande responsável por tudo o que somos e conquistamos de bom.

Aproveito a data especial para agradecer a todos que desde janeiro de 2007 prestigiam essa modesta e inconveniente página escrita de forma simples mas com o firme propósito de mostrar os fatos e as ideias relacionados ao universo xapuriense e de combater àqueles que se empenham em atrasar o desenvolvimento da nossa terra.

Com o blog conquistei antipatia, recebi ameaças e-mails ofensivos, fui alvo de calúnias e continuo a colecionar processos em juizados especiais cíveis. Inimizades, não as considero; rancores, não os guardo.

Em contrapartida, angariei também o carinho e o reconhecimento de muita gente pelos mais diversos lugares. Fiz muitas amizades no Acre, no Brasil e no mundo através desta ferramenta fantástica chamada blog.

Aos leitores, tanto os que realmente prestigiam o blog e têm aqui uma fonte de informações sobre Xapuri quanto aqueles que não gostam e criticam ao conteúdo e ao autor mas que não passam um só dia sem acessar a página, desejo um bom restante de ano, um Feliz Natal e um 2013 cheio de paz, saúde física e mental, amor e muita sinceridade no coração.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Cootac ganha Prêmio Chico Mendes de Florestania

O reconhecimento veio pela realização do Projeto socioambiental na Bacia Hidrográfica do Riozinho do Rôla.

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Iryá Rodrigues

A Cooperativa de Trabalho do Acre (COOTAC) será uma das agraciadas com o Prêmio Chico Mendes de Florestania, promovido pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour. O reconhecimento é pela realização do Projeto “Construção Participativa e Sustentabilidade Hídrica”. A solenidade de entrega da premiação será realizada neste sábado, 15, no Palácio Rio Branco.

A premiação tem por objetivo reconhecer e estimular as atividades, programas, ações e iniciativas que trazem como objetivo consolidar o conceito de Florestania. A COOTAC foi selecionada na Categoria Estadual.

O Projeto

Realizado desde 2011, na bacia hidrográfica do Riozinho do Rôla, o Projeto recebe um patrocínio Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental. Ao todo estão sendo trabalhadas 10 comunidades rurais, denominadas por Áreas Piloto com o propósito de revitalizar nascentes e recuperar áreas da bacia, como matas ciliares, pastos e quintais das escolas que estejam em fase de degradação.

Esse processo conta com a participação ativa das populações rurais que residem no interior da Bacia, por meio da mobilização social. Cerca de 430 famílias estão sendo atendidas diretamente, o que corresponde a 2.160 pessoas. Ao todo serão plantadas 26.800 mudas em áreas de nascente, quintais de escolas rurais e áreas de pasto degradadas.

O projeto tem apoio de instituições parceiras como o Governo do Estado, Prefeitura Municipal de Rio Branco, Xapuri e Brasiléia, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Associação de Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes (AMOPREX).

A COOTAC

A Cooperativa de Trabalho do Acre (Cootac), criada em dezembro de 2001, é composta por técnicos especializados e aptos ao desenvolvimento de diversas atividades voltadas para o desenvolvimento rural sustentável, com ênfase em três linhas estruturantes: Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), consultoria e assessoria voltadas para o meio ambiente, nas áreas de produção agroextrativista, agropecuária, comercialização e desenvolvimento regional.

A cooperativa tem trabalhos executados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), governo do Estado do Acre, através de seus diversos programas, Secretaria de Agricultura e Floresta de Rio Branco (Safra), Secretaria de Meio Ambiente de Rio Branco (Semeia) e Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Iryá Rodrigues é Assessora de comunicação do Projeto Construção Participativa e Sustentabilidade Hídrica; Mais informações no site: www.nascentedoriozinho.org.br.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

H-WELEM

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O último dos grandes grupos musicais de Xapuri. O nome da banda foi formado a partir da combinação das letras iniciais dos nomes dos filhos do quarteto: Lennon e Michele, filhos de Magão; Haroldo e Elias, filhos de Nader; Willian, filho de Ciro; e Eden Klinsmann, que leva o nome do pai, Eden Mota.

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O H-WELEM fez muito sucesso em vários municípios acreanos durante a década de 1990. A banda marcou época e deixou saudades de um tempo bom da noite xapuriense, quando ainda havia por aqui uma agenda social. As imagens são do arquivo pessoal do músico Antônio Magão e foram postadas por ele em sua página no Facebook.

Rotina

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Mais uma leva de indivíduos acusados de envolvimento com o tráfico de drogas vai parar atrás das grades. Amilclei Alves da Silva (33) é um dos caíram na “emboscada” montada pela Polícia Civil de Xapuri na Estrada da Borracha, na manhã da última quarta-feira (12). Leia os detalhes na reportagem do jornal online O Alto Acre.

Seguro DPVAT

Normas para parcelamento passam a valer em 2013.

Foi publicada nesta sexta-feira, 14 de dezembro, a resolução do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 266, que estipula as condições para o parcelamento do Seguro DPVAT, que cobre danos pessoais a vítimas de acidentes de trânsito. O parcelamento já havia sido anunciado em outubro pelo decreto presidencial nº 7.833 e aguardava regulamentação detalhada. Conforme acordo entre a Seguradora Líder DPVAT, administradora do seguro DPVAT no Brasil, e os Departamentos de Trânsito (DETRAN’s), o parcelamento será possível em todos os Estados já a partir de janeiro de 2013. As datas de vencimento variam por Estado, seguindo os calendários locais e a numeração final da placa do veículo.

Segundo a norma, os proprietários poderão dividir o pagamento em três parcelas iguais, mensais e consecutivas, desde que o valor mínimo seja de R$ 70,00 por parcela. O objetivo é alcançar os veículos em que o custo do seguro é mais alto, como motocicletas, vans e ônibus. A medida deve atingir cerca de 20 milhões de veículos destas categorias, com exceção aos veículos com primeiro licenciamento em 2013 (0 km), que somente poderão efetuar a quitação do seguro em parcela única. O parcelamento também não vale para os vencimentos anteriores, ou seja, os seguros atrasados devem ser pagos à vista. A opção de dividir o valor será facultativa, porém os proprietários de veículos que decidirem pelo parcelamento e não cumprirem com o prazo estabelecido pelo calendário de vencimentos, perderão o direito e deverão pagar o valor devido em uma única parcela, na data de vencimento da parcela seguinte.

No Brasil, todo cidadão que sofre um acidente de trânsito, seja pedestre, motorista ou passageiro, tem direito ao Seguro DPVAT nos casos de morte (R$ 13.500), invalidez permanente (até R$ 13.500) e reembolso de despesas médicas e hospitalares (até R$ 2.700). A atual responsável pela administração do Seguro DPVAT é a Seguradora Líder DPVAT, que tem o objetivo de assegurar à população, em todo o território nacional, o acesso aos benefícios do Seguro DPVAT. O processo para recebimento do seguro pelas vítimas de trânsito dispensa o auxílio de intermediários. Basta apresentar os documentos em um ponto de atendimento oficial no prazo de três anos a contar da data da ocorrência do acidente. O pagamento da indenização é feito em conta corrente ou poupança da vítima ou de seus beneficiários, em até 30 dias após a apresentação da documentação necessária. Os endereços, telefones e mais informações sobre o Seguro DPVAT estão disponíveis pelo site www.dpvatsegurodotransito.com.br e 0800 022 12 04.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Xapuri não quer mais do mesmo

E-mail enviado por um leitor que por preferir se manter no anonimato terá seu nome preservado, mesmo que seu comentário seja muito pertinente e bem-vindo:

Caro Raimari,

Gosto de me manter informado do que acontece em Xapuri, por isso acompanho seu blog há muito tempo.

Acho louvável sua coragem para expor suas ideias, mesmo em situações críticas, que tem te colocado a mercê de questionamentos judiciais. Fiz um comentário em seu blog mas não tenho nenhum interesse em transformá-lo em discussão, até porque prefiro me manter no anonimato.

Apesar de andar pouco em Xapuri e, de como você, apoiar o PT, não vi motivos que justificasse a reeleição do atual prefeito, mas isso não mostra que o povo precisava de mudanças e sim de mais ação, de alguém que tivesse uma postura menos técnica e mais política.

Infelizmente, com o baixo nível de consciência política que temos, nisso também estou me incluindo, os nossos representantes acabam tendo a nossa cara, pois somos nós quem os elegemos.

No caso do câmara, se for feita uma análise fria e distante como a que faço, vai “virar e mexer” e tudo continuar como está, porque nesse quadro político que está posto, tudo acaba funcionando por questões de conveniência. Por outro lado, não dá pra defender mudanças na câmara se você defendia a reeleição.

Meu comentário:

Caro leitor,

Meu desejo é que todos os comentários sejam transformados em discussão saudável e democrática. Sem isso, escrever um blog não faz o menor sentido. Mas, vamos lá.

Sendo o mais sincero e imparcial possível, vejo na conjuntura política de Xapuri pontos positivos e negativos tanto em Bira Vasconcelos como prefeito quanto em Marcinho Miranda como jovem político cuja determinação era chegar à prefeitura, como chegou. Minha opção por Bira começava pela questão partidária (sou petista, sim) e terminava pela convicção de que ele era o melhor nome entre todos os que se apresentaram.

Para mim, a vitória de Marcinho foi uma manifestação clara do desejo de mudança por parte da população. E lhe digo que mesmo aqueles que defenderam o nome de Bira para a reeleição, incluindo eu mesmo, o fizeram esperando mudanças na sua maneira de administrar.

Vejo contradição quando você diz que “o povo não precisa de mudanças e sim de mais ação”. Ora, isso, em si, já é uma necessidade de mudança. “Mais ação”, você disse, denotando que a ação de Bira, mais técnica, foi insuficiente e não agradou. O povo quis e mudou para o mais político, o Marcinho. Se ele agradará, serão outros quinhentos.

Discordo de você também quando diz que os políticos têm a nossa cara porque somos nós quem os elegemos. Para mim isso soa conformista e moralmente auto-ofensivo. O mesmo conformismo fica evidente no último parágrafo quando você diz: “No caso do câmara, se for feita uma análise fria e distante como a que faço, vai “virar e mexer” e tudo continuará como está, porque nesse quadro político que está posto, tudo acaba funcionando por questões de conveniência”.

Defender um ou outro candidato à prefeitura faz parte do jogo democrático e não traz qualquer prejuízo à cidadã intenção de defender mudanças numa câmara de vereadores politicamente arcaica, ignara de suas verdadeiras funções e que há décadas se presta apenas ao proselitismo político e a empurrar com a barriga os problemas do município que estão sob sua prerrogativa fiscalizadora. E desse “mesmo”, Xapuri não quer e não precisa mais.

No mais, meu caro, fico feliz e grato por ser leitor do blog e pretendo continuar contando com suas visitas e comentários.

Grande abraço.

Mais do mesmo?

Ouço sussurros de que o Partido dos Trabalhadores de Xapuri, que terá a maior bancada na câmara na próxima legislatura, costura, nos bastidores, a permanência (ou seria eternização?) do vereador reeleito Ronaldo Cosmo Ferraz  na presidência da casa. Ferraz seria o único nome aceito pelo PT para entregar ao PMDB o comando da Casa.

Se nesse mato realmente houver coelho, o que justificaria a decisão do PT de abrir mão de disputar comando do legislativo em favor daqueles que em tese são aliados do prefeito eleito Marcinho Miranda? É evidente que razões para isso devem haver muitas, mas se torna igualmente óbvio que qualquer que seja a motivação ela não será digna de elogios e louvores.

Particularmente, considero essa hipótese vergonhosa, indecente e totalmente avessa aos interesses da população que nas últimas eleições deixou claro como água da melhor fonte que deseja mudanças não apenas na prefeitura, mas também na câmara de vereadores que, afinal de contas, compõe o combalido e capenga poder público municipal.

De pessoal nada tenho contra o vereador Ronaldo Ferraz, mas está na cara que sua longevidade frente à mesa diretora da câmara não se justifica senão pela necessidade de se atender a interesses que estão longe de pertencer a quem realmente deveria ser o centro das decisões. O povo não quer o mais do mesmo que se tem visto ano após ano: uma câmara que não preza pela transparência e que não goza do prestígio popular como instituição.

O PT, que elegeu quatro vereadores em um universo de 9 cadeiras e que formará o bloco de oposição, deveria, em minha inútil e abelhuda opinião, se propor à inovação e ao resgate da câmara de Xapuri como uma instituição séria e respeitada. Caso contrário, continuaremos com a mesma sensação de descaso, comodismo e vista grossa para muita coisa reprovável que ocorre em toda e qualquer administração. É o que penso.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

“Será que vale a pena?”

Maxsuel Maia

Caro Raimari,

Vida de blogueiro realmente não é das mais fáceis. Inspirado em você, criei o meu “Maxsuel Xapuri”, com o intuito de democratizar ainda mais as discussões pertinentes à nossa querida cidade. Como se diz por aí, comecei com “todo o gás”, critiquei os que mereciam ser criticados, elogiei os que mereciam ser elogiados, sempre no meu mundo de achismos, sem nunca ofender a honra ou a imagem de alguém.

Acontece que, infelizmente, Xapuri ainda abriga muita gente sem o mínimo discernimento para absorver críticas ou pensamentos discordantes dos seus. Pseudos-poderosos que vivem e sempre viveram a mamar nas tetas da mini máquina municipal e que fazem beicinho ou acionam a justiça contra os que ousam pensar, discutir, analisar ou questionar suas atabalhoadas ações.

Lembro-me bem que outro a ser importunado por essa gente vazia e despreparada para a vida pública foi nosso amigo Éden Mota, que talvez por desgosto ou decepção deixou de atualizar o blog que mantinha. O meu “Maxsuel Xapuri” também não vem sendo atualizado com a frequência de outrora. Após algumas postagens tidas como “polêmicas”, me vi no meio de uma série de e-mails agressivos, telefonemas nervosos, descontentamento de amigos e até familiares, algo que acendeu a mesma pergunta que você deve se fazer sempre: Será que vale a pena?

O “Xapuri Urgente” se foi, o “Maxsuel Xapuri” anda meio capenga, mas encarecidamente, caro amigo, não nos deixe órfãos de atualizações sobre o universo xapuriense. Sua fina escrita, seu senso crítico e sua coragem no trato com os canalhas são primordiais para a sobrevivência de algo que anda em falta nos “altos cargos” xapurienses: Vida inteligente.

Olimpíadas de Língua Portuguesa

Um aluno e uma professora de Rio Branco (AC) estão entre os vencedores nacionais da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.

O estudante de Rio Branco (AC) Paulo Renan de Souza Figueiredo e sua professora Maria Iracilda Gomes Cavalcante Bonifácio estão entre os 20 vencedores nacionais da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, cuja final foi realizada em Brasília. O estudante concorreu com outros três milhões de alunos da rede pública participantes desta terceira edição da Olimpíada, que alcançou 5.092 municípios brasileiros. 

A Olimpíada é desenvolvida pelo Ministério da Educação (MEC) e pela Fundação Itaú Social, sob a coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). O programa tem como objetivo formar professores para estimular a leitura e desenvolver competências de escrita nas escolas públicas brasileiras

Participaram alunos de 5º, 6º, 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. Os alunos de 5º e 6º anos no gênero Poema, os de 7º e 8º anos desenvolvem textos do gênero Memórias Literárias, 9º ano do ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio trabalham o gênero Crônica. Os alunos do 2º e 3º anos do Ensino Médio produzem Artigos de Opinião. Ao longo do ano, houve cinco etapas de triagem: escolar, municipal, estadual, regional e, finalmente, a nacional.

Durante o ano, os professores das escolas participantes passaram por um processo intenso de formação. Para tanto, as escolas públicas de todo o país receberam a Coleção da Olimpíada, material de apoio no ensino da escrita de diferentes gêneros textuais, utilizado com os alunos no horário regular de aulas. A Olimpíada tem como tema O Lugar Onde Vivo, que proporciona aos estudantes uma reflexão sobre sua própria realidade.

Premiação: Aos 20 alunos e professores vencedores da etapa nacional recebem medalhas de ouro e notebooks. As escolas nas quais estudam os 20 selecionados serão contempladas com laboratórios de informática, compostos por dez microcomputadores e uma impressora, projetor e telão, além de livros para a biblioteca.

Rio Branco/Acre
Título: O HAITI É AQUI
Aluno: PAULO RENAN DE SOUZA FIGUEIREDO
Professor: MARIA IRACILDA GOMES CAVALCANTE BONIFÁCIO
Escola: ESC. PROF. JOSE RODRIGUES LEITE

Informações: Assessoria de Imprensa da Fundação Itaú Social.

Livros sobre o fim do mundo

2012 se tornou o ano que o mundo acaba. Teorias afirmam que no dia 21 de dezembro um raro alinhamento do Sol com o centro da Via-Láctea dará início a uma série de eventos desastrosos. São esperados terremotos, pragas, dilúvios e distúrbios eletromagnéticos.

De carona no assunto, a editora Novo Século tem em seu catálogo títulos ficcionais que exploram o fim do mundo. Repletos de suspense aventura, e com finais surpreendentes, os livros prometem cativar o leitor a cada capítulo.

Conheça alguns dos títulos:

2012 – O SEGREDO DO MONTE NEGEV

Sinopse: Um segredo milenar. Uma profecia revelada. O que estaria escondido num dos lugares mais inóspitos da Terra, o Deserto de Negev, em Israel? O que um missionário, mergulhado em um mar de remorsos e arrependimentos, estaria disposto a fazer para desvendar tal mistério? Será mesmo que Cristo retornaria ao nosso Planeta, como inúmeros profetas predisseram, justamente no momento mais crítico da humanidade, o apocalipse? Apenas uma coincidência ou de fato existe uma ligação entre esta misteriosa revelação e as profecias que apontam para o fim dos tempos, em 21 de dezembro de 2012?

Sobre o autor: Ricardo Valverde é professor, escritor e atualmente vive em São Paulo, cidade onde nasceu em 11 de junho de 1976. Estreia no mundo do romance com a obra de ficção 2012 – O menino que previu o apocalipse, seu quinto livro e o segundo editado pela Novo Século. Em 2004, participou do selo Novos Talentos da Literatura Brasileira com a obra Oceânico – Um mergulho na essência do Zen.

Ficha Técnica:

Editora Novo Século

ISBN: 978-85-7679-634-3

Páginas: 208

Formato: 23 x 16 cm

Por: R$ 29,90

2012 – O MENINO QUE PREVIU O APOCALIPSE

Sinopse: Ao longo dos tempos, inúmeros profetas, cientistas, filósofos e religiosos vêm tentando avisar às gerações futuras, por meio de códigos e mensagens ocultas, de que o fim de nossa era pode estar mais próximo do que imaginamos. E todas as evidências apontam para o dia 21 de dezembro de 2012 como a data do apocalipse. Por quê? O que acontecerá nesta data? Por que tantas pessoas acreditam que este dia não nascerá como os demais? Um menino vivendo em nossa época pode ter as respostas para todas essas perguntas. Quem na verdade é esse menino? De quem ele herdara tal maldição? O que estaria reservado para o dia de seu décimo sétimo aniversário, em 21 de dezembro de 2012?

Sobre o autor: Ricardo Valverde é professor, escritor e atualmente vive em São Paulo, cidade onde nasceu em 11 de junho de 1976. Estreia no mundo do romance com a obra de ficção 2012 – O menino que previu o apocalipse, seu quinto livro e o segundo editado pela Novo Século. Em 2004, participou do selo Novos Talentos da Literatura Brasileira com a obra Oceânico – Um mergulho na essência do Zen.

Ficha Técnica:

Editora Novo Século

ISBN: 978-85-7679-420-2

Páginas: 248

Formato: 23 x 16 cm

Por: R$ 29,90

O ÚLTIMO DIA ANTES DO FIM DO MUNDO – ANTOLOGIA DE CONTOS

Sinopse: Vinte visões sobre o último dia antes do fim do mundo. Uma antologia emocionante e surpreendente, que vai fazer você refletir sobre os piores medos, angústias e valores do ser humano. Contos surpreendentes da primeira à última linha que vão abalar suas estruturas, e talvez mudar seus conceitos sobre este suposto cataclismo.

Sobre os autores: Um grupo de talentosos autores brasileiros que, considerando-se sonhadores, desejam levar a literatura do nosso país para o máximo número de leitores antes de vinte um de dezembro. Para saber mais sobre suas biogra­fias e obras, acesse:http://asesdaliteratura.wix.com/home#!nave/c21bh.

Ficha Técnica:

Editora: Novo Século

Organização: Lycia Barros

Páginas: 320

Mais informações: Lilian Comunica – Assessoria de Imprensa

(11) 2275-6787 (11) 2276-7346

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O Peruaba

Rubinho

Lá por 1974, desembarcaram em Xapuri, alguns jogadores que haviam sido dispensados dos clubes da Capital.

Daniel, um crioulo meia-armador habilidoso, vindo do Andirá, eu ainda não conhecia. Do Internacional, também chegou Samba, um zagueiro rápido e vigoroso.

Antônio “Negão” Tadeu, jogara juntamente comigo em Rio Branco, algumas partidas pelo time do Rodoviária, presidido pelo professor Rivaldo, filho de Tenente Rui, ambos já falecidos.

Duplanir, também oriundo do Andirá e casado com Mayda Farhat, já morava em Xapuri

Porém, destes, a figura mais impressionante e folclórica, sem dúvidas, foi o Peruaba. A este, sim, já o conhecia dos antigos alojamentos do José de Melo. Além dele, ali ainda moravam: Vale, Fernandinho, Eli, Chicão, Roberval e outros de quem não mais me recordo. Era a chamada “barca” no jargão dos “boleiros”. Traduzindo: o termo “barca”, referia-se a “barca furada”, mesmo.

Peruaba, ponta direita arisco e veloz, chegou, estreou e gastou todo o seu futebol numa única partida. Nunca mais apresentou o mesmo rendimento, apesar de toda tarde ser um dos poucos a cuidar da parte física.

Destacava-se mesmo era em contar histórias e em pensar rápido. Por mais que seu interlocutor fosse esperto, o Peruaba com seu sotaque de malandro, sempre dava um jeito de enganá-lo.

Eu nunca soube e jamais perguntei sua naturalidade; não havia necessidade disto. Era um cidadão do mundo e em qualquer lugar que chegasse, ele se daria bem.

Peruaba conquistou a todos em Xapuri, inclusive a uma das filhas de D. Lucinda. Ele não conseguira uma namorada, mas em seu coração havia uma titular. Ele não a apresentava ou a ela se referia como namorada, nem esposa e nem amante.

- Esta é a minha “titula”, “mermão”.

Em Rinaldo Matos, para a época, fora de forma devido ao excesso de guloseimas da lanchonete dos pais, tascou um apelido:

- Parece um “Peixe-boi”, mermão!

Como todo malandro esperto, a profissão de Peruaba era a de pintor. Era capaz de pintar uma casa inteira sem que se visse sobre ele uma única gota de tinta.

E ao saber que seu Alberto Mota não conseguira alguém disposto a realizar a pintura do sobrado pertencente a Dr. Adalcides Galo, onde hoje é a Pousada dos Xapurys, topou o desafio.

- Seu Alberto, consiga uma vara comprida, que em pinto a casa. Pode deixar, mermão.

Cortou-se uma comprida canarana, em cuja ponta Peruaba acoplou o rolo de pintura.

Não foi nem mesmo almoçar. À tarde, quando seu Alberto Mota voltou, o Peruaba já terminava a primeira demão.

- Seu Alberto. Agora vou pro treino. Sabe como é: no final de semana tem jogo contra o Santiago, seu Janes ainda não fez pagamento e minha “titula” precisa fazer a feira. Como já fiz metade do serviço, quero saber se o senhor pode adiantar algum. Amanhã, chegarei cedo e rapidamente darei a segunda demão.

Seu Alberto, ainda impressionado com a rapidez com que o serviço caminhara, apenas esboçou uma tímida reação.

- Peruaba, posso mesmo contar com você, amanhã? Perguntou antes de entregar praticamente o valor integral dos serviços.

- Deixe com o Peru, mermão!

Nunca mais voltou prá terminar o serviço.

Rubens Santana de Menezes é professor aposentado e ex-goleiro dos bons. Atualmente coordena o grupo Filhos e Amigos de Xapuri e conta boas histórias da terrinha no Facebook.

Acre fecha agenda de seminários regionais

Convite Seminário Coep AC

Na próxima quarta-feira (12) o COEP/Acre realiza o último seminário deste ano, de uma série de encontros realizados, desde outubro, por 11 dos 14 COEP estaduais e municipais da rede nacional.  O objetivo é aprofundar o debate sobre as principais questões que afetam as populações vulneráveis no Brasil depois da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, e cumprir uma agenda estratégica de mobilização proposta pelo COEP Nacional.

Com organização da secretária-executiva do COEP/AC, Cleísa Cartaxo, o evento em Rio Branco (AC) terá como tema o "Desenvolvimento Sustentável em tempos de Mudanças Climáticas: Acre Pós Rio+20". Contará com a participação da secretária-executiva do COEP Nacional, Gleyse Peiter, que irá abrir o evento falando sobre o papel da cidadania ativa na construção do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza. Também falarão na abertura o chefe-geral da Embrapa Acre e presidente do Conselho Deliberativo do COEP/AC, Judson Valentim; e o diretor de operação da Eletrobras Distribuição Acre, Celso Matteus.

Serão palestrantes do painel "Saneamento Ambiental" o secretário de Desenvolvimento e Gestão Urbana da Prefeitura de Rio Branco, José Otávio Parreira; e a diretora de Saneamento do DEPASA, Dannya Coutinho. E no painel "Economia Sustentável", irão falar o diretor-presidente da Fundação de Tecnologia do Acre, Luiz Augusto Azevedo; e o diretor-executivo da Floresta Desenvolvimento de Projetos LTDA, Marckus Brose (confira a programação).

O seminário do Acre acontece no auditório da Eletrobras Distribuição Acre, situado na Rua Valério Magalhães nº 226, bairro Bosque, Rio Branco.

Seminários COEP pelo Brasil - O processo de mobilização dos COEP estaduais e municipais teve início em agosto deste ano, quando o COEP Nacional realizou, no Rio de Janeiro, o seminário nacional "Brasil Pós Rio+20: o Papel da Cidadania Ativa na Construção do Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza". A atividade recebeu representantes da rede COEP em âmbito nacional, estadual e municipal.

Em seguida, iniciou-se a agenda de eventos nos COEP estaduais e municipais, para que o seminário nacional pudesse ser replicado localmente, por meio da abordagem de um, entre dois temas propostos: "Rio+20 e Eventos Climáticos Extremos e populações Vulneráveis: Estamos Preparados?"; ou "Rio+20 e Desenvolvimento Sustentável e Erradicação da Pobreza".

O primeiro seminário regional aconteceu no dia 23 de outubro, realizado pelos COEP Contagem e Minas Gerais. Em novembro, realizam seus seminários os COEP estaduais de Pernambuco (13), Paraíba (20), Goiás (23), Rio Grande do Sul (26), Ceará (27), Mato Grosso do Sul (28). No COEP Roraima, o seminário aconteceu em 4 de dezembro e em Limoeiro, no dia 5.

Materiais diversos sobre os eventos regionais estão disponíveis na página do COEP Nacional. Para acessar, clique aqui.

Fonte: Assessoria de Comunicação - COEP Nacional.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Semana Chico Mendes 2012

Prezado Raimari Cardoso,

Dá uma força na divulgação da Semana Chico Mendes. Estamos sempre insistindo em levar os debates para Xapuri por entender que foi aí que tudo começou e seria tão bom a população participar. (Ângela Mendes).

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É só clicar nas imagens para ampliá-las.

Diplomação

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Marcinho Miranda e Ailton Menezes foram diplomados na semana passada pela Justiça Eleitoral. Na foto publicada pelo prefeito eleito em sua página no Facebook, os novos mandatários posam ao lado da promotora de justiça Diana Soraia Tabalipa Pimentel e do juiz eleitoral Luiz Gustavo Alcaide Pinto. A posse, no próximo dia 1º de janeiro, é esperada com grande ansiedade e a cerimônia deverá ser muito concorrida.

Barata, não!

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Clique aqui para ver mais Duke Chargista.

José Roques

Caro amigo Raimari,

Sim, já o considero amigo por mais que a gente não se conheça pessoalmente, e isso é por vários motivos e um deles é que através de seu blog eu fico sabendo das notícias e novidades da "terrinha". Por isso, gostaria de expressar o meu sentimento e dizer que sou contrário ao fechamento do seu blog, pois hoje ele já não é mais um simples blog e sim um meio da gente estar por dentro das novidades de Xapuri.

Gostaria de dizer que você não precisa fechar seu blog e sim as pessoas abrirem a cabeça e verem que o que você faz é apenas levar ao conhecer de todos o que de verdade acontece em nossa Xapuri. Portanto não se deixe abater pelas mazelas de poucos e sim se fortalecer pelos seus muitos seguidores que através de seu blog ficam sabendo um pouquinho mais da nossa terrinha.

José Roques, leitor assíduo de seu blog em Brasiléia (filho de Xapuri).

domingo, 9 de dezembro de 2012

O craque de Xapuri que vi jogar

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Sérgio Roberto Gomes de Souza

O meu primo Julinho Figueiredo sempre foi para mim uma espécie de ídolo. Cracaço de futebol, suas jogadas de efeito permearam o imaginários de muitos meninos e adultos de Xapuri nos anos 80, quando fez parte do inesquecível time do América Futebol Clube. Nas peladas em campinho de terra batida, vários aspirantes a “Julinho” corriam atrás da bola imitando jeitos e trejeitos do craque. A coisa ganhou ares de adoração quando foi jogar em Rio Branco e, principalmente, quando passou a fazer parte de equipes recheadas de estrelas na época, caso do poderoso Rio Branco Futebol Clube e o nababesco Independência Futebol Clube.

Pouco tempo após brilhar no “José de Melo”, Julinho terminou sendo transferido para o Equador, passou a atuar como profissional. A fase durou pouco, e serviu para que percebêssemos que nosso herói também tinha sua “kriptonita”, um ponto fraco, ou forte. Sua principal fragilidade sempre foi sua principal virtude, gostar perdidamente dos seus e de sua terra. Julinho foi embora fisicamente de Xapuri, mas não teve jeito, levou com ele suas vivências, experiências e sentimentos, na verdade, nunca se mudou da cidade onde nasceu.

Tive o prazer e privilégio de conviver com meu primo durante um ano em Brasília, tínhamos decidido, finalmente, levar estudo a sério. Nesse período, testemunhei um fato que demonstrou o desapego e a humildade do Julinho. Levado por um conhecido para realizar um teste no Sobradinho Futebol Clube, time de Brasília que disputava a primeira divisão do campeonato brasileiro e preparava-se para uma excursão pela Europa, o craque fez o que mais sabia e gostava, treinou entre os profissionais como se estivesse no campinho de terra batida do Colégio Divina Providência em um pachorrento final de tarde em Xapuri: esbanjou talento, deu dribles desconcertantes e, enfim, veio o veredicto: APROVADO!

Tudo combinado, bastava se apresentar para os treinos rotineiros e preparar-se para viajar rumo ao “Velho Continente”. Mas, para minha surpresa, ao chegar à casa do seu irmão Edmilson Figueiredo para saber notícias, deparei-me com o Julinho sentado no sofá assistindo desenho animado do pica-pau. Havia desistido. As justificativas que me deu para o ato confesso já não lembro, mas hoje o compreendo, o craque havia sido exposto a “kriptonita”, viu a possibilidade de distanciar-se dos seus e de sua terra, isso o enfraqueceu e ele tomou a decisão de voltar. A atitude foi um gesto nobre, digno dos que tem coração puro e, talvez por isso, sejam agraciados com tanto talento.

O Julinho hoje mora em Xapuri; antes, ressalte-se, cursou Educação Física em São Paulo e disputou um campeonato estadual de futsal, tendo sido cortejado por equipes no final para permanecer. Acho que o moço já sabia que iria constituir uma bela família na cidade onde nasceu e ter a vida tranquila que nos permite envelhecer com dignidade, acho que ele já sabia que este seria seu principal gol de placa.

Fiz questão de escrever um pouco sobre o meu primo, que permanece como meu ídolo no futebol, para corrigir o que considero injusto. Nesses tempos em que tentamos organizar uma exposição sobre futebol na cidade, pouco se falou daquele que, no esporte inventado pelos ingleses, foi quem mais trouxe glórias para Xapuri, por isso, gostaria de colocar o nosso eterno camisa “9” do América Futebol Clube, no lugar mais alto do panteão, afinal, é onde ele merece estar.

Sérgio Roberto Gomes de Souza é professor da UFAC.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Fato

Postado por Cleiber e Géssica no Facebook:

“Sou um morador de Rio Branco e, agora também, um frequentador de Xapuri, pois minha esposa é uma filha desta terra.

Desde setembro achei peculiar em Xapuri as pessoas andando praticamente no meio da rua o que me incomodava um pouco, confesso eu. Achava que isso era um hábito, uma característica cultural. Engano meu. Andar nas ruas, competindo com os carros, é uma necessidade, uma condição forçada às pessoas.

Em Rio Branco eu tenho o hábito de fazer minhas caminhadas nos parques, nas calçadas e nos centros comerciais, pois existem essas estruturas apropriadas ao pedestre.

Recentemente, quando eu fui fazer essas atividades aqui em Xapuri, notei aquilo que é óbvio para um pedestre daqui, mas que não é tão obvio assim para um condutor de veículos, que é o meu caso, que Xapuri é extremamente carente de calçadas, e também de redes de esgotos.

Nessas condições precárias, os carros que transitam na cidade, praticamente “passam por cima” dos pedestres, o que também não os culpo por isso, e o que me preocupa mais, é ver as crianças, e bem pequenas até, andando ou brincando pelas ruas, ou se deslocando para a escola em meio a esses carros.

Já tive notícias que os acidentes, os atropelamentos, são comuns, e eu, como cidadão, estou aqui externando esse pequeno manifesto às demais pessoas, aos amigos e, espero eu, às autoridades políticas, para que tomem uma iniciativa incisiva, para solucionar esse problema da falta de calçadas e de saneamento básico, serviços estes que são essenciais à sociedade, em especial, à sociedade xapuriense”.

 

Sérgio Souza

Prezado,

Não esqueça que um blog é uma poderosa ferramenta de comunicação, talvez a que possibilite o mínimo de democratização de acesso à concepções que diferenciam-se do que estabelece o "status quo". Os que ousam alimentar essa ferramenta com construções que ferem arcaicas regras e normas, constituídas para beneficiar poucos, são vitima dos que se regalam com práticas que objetivam apenas o próprio bem estar e não são encorpadas por nenhum espírito solidário e coletivo. De qualquer forma, usando um jargão popular, "cada um sabe onde o sapato aperta" e não serei eu a dizer o que deves fazer. No mais, apenas dar os parabéns por nos proporcionar o acesso a tão importante ferramenta, alimentada por um sujeito ético, talentoso no que faz e, acima de tudo, democrático, abraço.

Arathana Monteiro

“Quando as pessoas seguem um blog é por que acreditam no blogueiro que está por trás daqueles textos. Independente do conteúdo, as pessoas querem saber o que esse blogueiro escreve ou acha de determinado assunto. Os blogueiros hoje são fortes formadores de opinião. O problema é que tem pessoas que não sabem diferenciar as coisas e levam tudo para o lado pessoal, e esquecem que a população tem o direito de saber o que se passa e o que é de interesse de todos! Acredito que a forma mais rápida hoje em dia de publicação de noticia são os blogs, facebook, Twitter, só quem não gosta é quem tem o que esconder!”

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Plano Estadual de Cultura

André Gonzaga (Assessoria FEM)

A comunidade de Xapuri recebeu a caravana da Fundação Elias Mansour (FEM) na Escola Estadual Anthero Souza Bezerra, na última quinta-feira, 6, para dialogar sobre o Plano Estadual de Cultura (PEC). A metodologia adotada para a construção deste importante documento dará autonomia aos artistas, produtores, gestores, consumidores e fazedores de cultura de todo o Estado.

Acreditando que a participação da sociedade é importante para fortalecer o processo, a diretora de Humanização da Gestão Pública, Elineide Meireles, que esta a frente das oficinas de sensibilização no Alto Acre, agradeceu a presença dos estudantes, agentes de cultura e do vereador eleito Francisco Barbosa.

“É preciso envolver o legislativo para que o PEC possa virar lei e assegurar o desejo de todos os cidadãos”, disse. Representando a sociedade civil, o professor de capoeira Josivan de Souza pontuou a importância de se discutir os rumos da cultura, ressaltando o impacto que o assunto desperta nos seus alunos. “É um grande incentivo para os jovens, todo dia a gente faz cultura por aqui”, enfatizou.

Além da construção do PEC, a presidente da FEM comentou sobre a possibilidade de reestruturação do Conselho Estadual de Cultura e ainda citou o programa Cultura e Comunidade. O edital estará aberto para inscrição de projetos até o dia 20 de dezembro, com investimento de R$ 1 milhão, que serão custeados com recursos do Fundo Estadual de Cultura (FunCultura), por meio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PreCult), na modalidade de incentivo direto.

“É uma oportunidade para que a comunidade comece a acreditar na cultura e entenda que é preciso se organizar para garantir os seus direitos. Só será possível implementar o sistema do PEC com a organização da sociedade civil e a legitimação na Assembleia Legislativa. Estamos passando por um marco histórico”, comenta Francis Mary. Além de Xapuri, a caravana da FEM também esteve nos municípios de Feijó e Acrelândia, onde deve permanecer até sábado, 8.

Ritmo de férias e aviso prévio

O blog está em ritmo de fim de ano há algum tempo, não tenho sequer ligado o meu computador nas últimas semanas. Tenho sido perguntado se isso é um prenúncio do fim do Xapuri Agora. Tenho dito que não, mas acho que minto. Prometo algumas atualizações interessantes para este fim de semana, mas não garanto que continuarei a escrever a partir do ano que vem.

E a razão para esse desestímulo não é a sequência de ações imbecis que venho sofrendo na justiça por conta do conteúdo da página. Essas demandas geralmente não dão em nada, a não ser perda de tempo; mas me desgasta a sórdida intenção de alguns de cercear o direito de expressão, de intimidar quem emite opinião, quem coloca o dedo na ferida.

E esse comportamento não é exclusivo de alguns poucos desinformados da legislação do País e seus rábulas neófitos. Há um sistema que funciona de tal forma a sempre criar obstáculos e ameaças para quem critica e opina. O blogueiro no Acre, então, é uma minoria alvo de profunda discriminação e preconceito social. É, antes de tudo, um fofoqueiro.

Até breve.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Educação

A escola estadual de ensino fundamental Anthero Soares Bezerra está concorrendo ao prêmio Professores do Brasil 6ª edição.

Entre 2.609 projetos apresentados por escolas do Brasil inteiro a escola xapuriense está entre as 40 selecionadas. Leia mais no blog Xapuri em Destaque.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

No ar

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Nader Sarkis divulga uma “mensagem” em seu programa Bom Dia Cidade, na Rádio Educadora 6 de Agosto de Xapuri. Apesar dos avanços da atualidade e da televisão já estar presente em muitas localidades da zona rural, o rádio ainda mantém a preferência no coração do público interiorano.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Radiola Rouxinol

José Carlos dos Reis Meirelles

Era o toca disco mais cobiçado nos seringais. Branco e cinza com auto-falante separado por fio, embutido na tampa. Alimentado por oito pilhas “radiovaque”, comia uma ou duas caixas delas por noite, dependendo se a festa fosse até o raiar do dia. Quando o dono da “Roxinó” chegava com pilha boa da festa é que tinha havido briga, de faca ou tiro, dependendo da ocasião e precisão.

Mas a do Chico Celestino, naquela madrugada, tinha ficado na colocação da Lua. O toca disco com um rasgo no prato de se ver os fios do mecanismo, o braço e agulha quebrados e o alto-falante com três furadas de peixeira doze polegadas, largado às pressas em cima da tábua do pote da água de beber que sempre é tirado do canto pra dar lugar à radiola, que mesa em sala de festa num tem. Só tem banco ao redor da sala, no fim da paxiúba batida, nos três cantos da sala que dão pro terreiro. Dois ou três rolos de paco-paco com dois ripões de paxiubão em cima. Quem não dança e senta, fica com o queixo escorado no joelho.

Chico Celestino era das matas do alto rio Iaco. Filho de pai cearense e mãe índia, porte médio, bigode de paca e cabelo preto-azulado de índio. Criado desde cedo no cabo da faca de seringa, se formou seringueiro nas colocações de fim de linha, boas de leite e fartas de caça. Bom caçador, marupiara, arrumou logo mulher e um bocado de meninos.

Naquele final de ano, depois da pesagem da borracha, o Chico foi o tuxaua do seringal. 1580 quilos de borracha! Primeiro lugar. E ganhou do Canízio Brasil, patrão do seringal Petrópolis, como de costume, uma “Roxinó”, estalando de nova, na caixa, como prêmio.

Fez logo um débito danado em pilha e disco de forró! Maior que o valor do prêmio que acabara de ganhar, mas ele não sabia disso. Se soubesse perderia a graça e não haveria festas no centro, movidas a som do melhor, de disco “sem furo, que num fica gaguejando musga”.

A vida do Chico mudou! Nos fins de semana que eram dedicados a rastejar um veado, anta ou bando de porcos, pro rancho da semana que vem, lá ia o Chico, varadouro a fora, estopa novinha e lavada às costas com a Roxinó dentro e os discos. Tudo num saco encauchado, pra não molhar de suor ou chuva. Na mão direita a calibre 16, ponto branco, americana. Cano comprido, juntadeira de chumbo que só. Afamada no seringal por não usar palanqueta, nem pra anta e de não dar dois tiros em caça nenhuma. Tiradeira de macaco preto em olho de pau crescido em lombo de terra. No cinturão de couro de veado, apertando a velha bermuda, que as “carça e a bruza ia dobrada drento da estopa, que ninguém é besta de suá ropa de festa”, curtido com casca de mogno; a boroca de seringa, impermeável com 10 cartuchos de metal dentro, carregados no capricho, “meieiro de porva alefante, socado com bucha de murmurú e tapado com cera de urucu”.

Todo sábado era uma festa. Com uma, duas, seis ou oito horas de viagem. Mas o Chico sempre ia. Não havia como recusar um convite de mensageiro da família que ia dar a festa, chegado na quinta, de dormida, pra de noite, depois da janta, se desincumbir da embaixada de responsabilidade que era portador.

Num fevereiro, sábado de carnaval tinha um festão na colocação do Buraco. Matança de capado, almoço, janta e festança a noite toda. O Chico foi. Três horas de viagem, caminho bom, apesar da lama criada pelo pisotear das tropas de burro, levando mercadoria e trazendo borracha. Logo na saída do caminho no varadouro:

- Txicuammm! A cantiga daquele passarinho do peito amarelo, que não é bem-te-vi, é agourento! O lado índio do Chico voltaria pra casa, se pudesse, pois índio não é nem besta de não dar ouvidos a agouro de pajé. Mas o lado seringueiro foi teimoso e arrastou a banda índia no rumo da festa. Isso sem falar que a 16 malhou um cartucho num porco choco de manso na beira do caminho e o dedão do pé esquerdo recebeu um espinho de taboca que varou o sapato de seringa e entrou, o tanto que um espinho entra, debaixo da unha, na subida de uma terra, justo quando enterrava o dedão nela pra não escorregar.

Chegou no Buraco pelas cinco da tarde, manquitolando um pouco, porque espinho de taboca é reimoso que só. O campo do Buraco tinha uns 150 metros até o aceiro da mata. Era lugar de descanso de tropa e tinha dois ou três hectares de capim nativo. Entre a boca do caminho e a casa, uma moita de banana roxa, feito quinta-feira no meio da semana, nascida sem consentimento a uns 20 metros da casa, tapava a visão de quem ia ou vinha. Antes de se desviar, o Chico deixou escondida a 20 e a boroca de cartucho.

A função do capado já tava no apuro do torresmo. Os boas de praxe, um copo de água do pote e uma talagada de cachaça, com tira gosto de torresmo quentinho é tudo que o viajante pode querer.

Um banho no igarapé de água fria, mudada a roupa, o Chico ta pronto pra janta, servida por turnos, pois já tem muita gente chegada, de todo centro e margem do seringal. Até Severino e Antônio, da família dos Praxedes da colocação Três de Paus. Gente valente, acabadeira de festa a custa de ponta de faca. E já corria o boato que eles tinham vindo pra acabar com a festa! Mas como na mata ninguém corre antes de ver o bicho, fica o dito pelo não dito, grita o bode, berra o cabrito.

Salão limpo a custa de vassoura de cipó titica, que é só quem tira caroço de farinha de fresta de paxiúba batida, radiola assentada na tábua do pote coberta por um pano alvinho de saco de açúcar, de barra costurada à mão, Chico, todo pigôito, a postos começa a festa. Seringal de muita dama, que a macharada era abatida por mordida de cobra, queda de pé de burro de 15 dentes, de seringueira maltratada e outras armadilhas, que Deus permite e o diabo arma na mata. Quem escapa, de uma hora pra outra morre na peixeira ou no chumbo, nestas festas de fim de semana. Ainda mais nessa, de feriado grande.

Os irmãos Praxedes, cada qual com uma dama dançam, já meio tocados da cachaça ao som de Luis Gonzaga:

- Luuuiz, respeita Januáaariu, respeite os oito baixu du teu paaai.

Acabou a parte e Severino falou alto, pra todo mundo escutar:

- Chico Celestino, coloca de novo essa parte.

Chico, com cuidado coloca a agulha do braço da radiola naquela linhazinha preta que separa a penúltima da última faixa do LP 33 rotações do Gonzagão. A música enche a sala e o pessoal dança. E de novo ao final da parte, Severino, falando cada vez mais alto, pede bis. É atendido. E de novo, ao final pede bis, aos gritos!

-Severino, já ta bom, vou mudar de disco!

Pra que! Severino empurra a dama que se estabaca no piso de paxiúba, ao lado de seu irmão Antônio, que nestas alturas não dança mais, a mão das costas da dama segura uma peixeira doze polegadas, e sem vê nem praquê, fura o disco e o prato da Roxinó do Chico. O irmão lasca o auto-falante do mesmo modo.

- A radiola já foi, agora é tu Chico!

A cachaça dos irmãos deu uma ajuda ao Chico, que ligeiro como só gato salta no terreiro, por cima dos bancos da beira da sala e vai direto à moita de banana roxa. Num instante a 20, com cartucho na broca, está na posição de tiro.

Os irmãos Praxedes, confiados, acharam de descer pela escada de três degraus, escorada no assoalho. Cada qual com uma peixeira maior, desfolhada, na mão. Quando Severino botou o pé direito no terreiro, Antonio tava no segundo degrau.

Chico fez ponto da cabeça de Severino, meio de banda e arrochou o dedo. Tiro seco, de cartucho bem carregado. Metade dos 25 caroços de chumbo 3T arrancaram uma banda da cara de Severino, que caiu morto. A outra metade dos caroços entraram no peito de Antonio e saíram nas costas, que caiu morto em cima do irmão. A valença é que nenhum caroço varado encontrou ninguém. A sala já estava vazia e a parede de paxiúba que dividia a sala da cozinha segurou os caroços, cansados de varar gente.

Chico foi ter mão em casa e noutro dia no barracão do seringal, aonde estas notícias chegam mais rápido que um raio. Foi levado até Sena Madureira, mas bom seringueiro, de morte justificada, não fica preso. Voltou ao seringal Petrópolis.

Na última vez que o vi, há muitos anos, ouvi dele esta história, que já sabia, por boca de outros, na noite que dormi em sua colocação, varando do Seringal Petrópolis para a Vila Assis Brasil, que neste tempo era vila. Perguntei a ele, antes de dormir, se ele ainda ia a festas.

- Nunca mais fui a nenhuma! Até o rádio vendi. De instrumento cantadô só possuo a muié. Assim mermo só na lavagem de ropa no garapé. Cantano baxo e sem repiti parte.

José Carlos dos Reis Meirelles é sertanista e coordenador da Frente de Proteção Etno-Ambiental do Rio Envira, na fronteira Brasil-Peru. O texto foi originalmente publicado no blog do Altino, no dia 2 de fevereiro de 2008.