sábado, 19 de setembro de 2009

Assalto atrapalhado em lotérica de Xapuri

Lamberto Ribeiro Filho, o Pida, proprietário da casa lotérica Globo da Sorte, em Xapuri, tinha a certeza de que mais cedo ou mais tarde seria assaltado. Em janeiro passado, a Polícia Militar chegou a fazer plantão nas imediações das agências do Banco da Amazônia, dos Correios e da própria lotérica - que se localizam no mesmo quarteirão a apenas alguns metros de distância uma da outra - temendo a ocorrência de um assalto que não aconteceu em Xapuri mas em Plácido de Castro, na agência dos Correios. Naquela oportunidade, o dono da lotérica fora avisado de que uma ação de bandidos estaria sendo planejada para aqueles dias.

Desta vez, não houve aviso e o assalto realmente se consumou. No entanto, o que mais chamou atenção não foi a ação do assalto, coisa rara em Xapuri, mas sim a sequência de trapalhadas cometidas pelos assaltantes - cinco no total - que acabaram todos presos poucas horas depois do roubo no centro da cidade. Lamberto Ribeiro, o proprietário, conta que eram por volta das 2:20 da tarde da última quinta-feira (17) quando dois homens entraram na lotérica. Um deles pediu uma "raspadinha" para em seguida mostrar um revólver e anunciar o assalto. Recolheram o dinheiro da gaveta, que foi colocado em um envelope e saíram do local.

As trapalhadas começaram antes da fuga. Primeiro, não chegaram a perguntar pela localização do cofre, se contentando com míseros R$ 2.400,00 encontrados na gaveta, o que não renderia R$ 500,00 para cada um dos facínoras. Em seguida, na fuga, não conseguiram trancar o dono da lotérica no prédio, que sem ter sido amarrado, acionou a polícia em poucos segundos após a retirada dos atrapalhados bandidos. Perseguidos pela Estrada da Borracha, os assaltantes, que utilizavam um táxi Fiat Uno no roubo, entraram em um ramal sem saída, o que facilitou o trabalho dos agentes civis que faziam a perseguição.

Inicialmente, três dos suspeitos foram presos, entre eles José Nilton Oliveira Nascimento, que possui apenas uma das pernas e que, sendo xapuriense, seria, de acordo com a polícia, o responsável pelas informações sobre a rotina ca casa lotérica. Os demais presos são: Aloildo Nerys da Silva, o taxista, residente no bairro Cidade Nova, em Rio Branco, responsável por trazer os assaltantes a Xapuri e dar fuga aos mesmos; Renato Cruz de Almeida; Jameson Alves Nogueira e Fábio André de Araújo, os dois últimos presos posteriormente, quando já estavam atravessando a fronteira com a Bolívia.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Furto de energia e apagão



A queda no consumo das UC's (Unidades Consumidoras) residenciais e comerciais registrada nos últimos meses levou a Eletroacre a contratar uma empresa para realizar trabalho de combate ao furto de energia elétrica em Xapuri e demais municípios da regional. A informação é do gerente regional da Eletroacre, Valmir Correia Vidal, que afirma ser os famosos "gatos" a principal razão das perdas que a empresa sofre todo mês. Três equipes farão o trabalho de fiscalização. Furto de energia é crime e pode dar em cadeia para quem for flagrado na prática.

Nada a ver uma coisa com a outra, mas bom seria também se a empresa que vende a luz se preocupasse em melhorar a qualidade do caro serviço que fornece. Nesta terça-feira, por exemplo, Xapuri e região ficaram sem energia elétrica por seguidas 7 horas e 30 minutos. Os prejuízos, principalmente no comércio não foram pequenos. Panificadoras e açougues foram os mais atingidos pelo apagão que durou toda a tarde e entrou pela noite. Um mero disjuntor, segundo a empresa, foi o responsável pelo problema.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Augusto Castelo Branco de Figueiredo

Mensagem de Jorgewan Hadad, neto de Augusto Castelo Branco de Figueiredo, o cearense homenageado pelo ex-prefeito Wanderley Viana no portal de Xapuri, obra que nasceu fadada à polêmica:

"Caro Raimari e amigos do blog,

Estou encaminhando uma breve HISTORIA do meu avô, Augusto, que foi homenageado no portal de Xapuri. Acho que deveriam, se for o caso, adequar o portal, mas jamais destruí-lo.

Augusto Castelo Branco de Figueiredo nasceu em Fortaleza no dia 01 de Janeiro de 1911, mas foi criado em Xapuri, onde seus pais, João Ramalho de Figueiredo e Adelaide Castelo Branco de Figueiredo, fixaram residência.

Augusto teve 12 irmãos, sendo 06 nascidos em Xapuri. O Sr. João Ramalho participou da Revolução Acreana e contribuiu com diversas melhorias para a cidade. Em 1936, retornou a Fortaleza com a família e não mais voltou ao Acre.

Augusto não os acompanhou, permaneceu morando em Xapuri e trabalhando em embarcação, o único meio de transporte, por muitos anos, na rota: Xapuri X Brasiléia e Xapuri X Rio Branco. Em Fevereiro de 1942, casou-se com Maria Adélia Xavier de Lima e tiveram 05 filhos: Adelaide, Wanda, Carlos Augusto, João e Vera Lúcia.

Em 1952, Augusto Castelo Branco de Figueiredo foi nomeado funcionário da Coletoria Federal de Xapuri, permanecendo até sua morte em 09 de Julho de 1962, ocorrida em Belém do Pará.

Essas poucas palavras permitem vislumbrar a curta vida de 51 anos, mas cheia de nobreza, do cearense, porém acreano e xapuriense de coração, Augusto Castelo Branco de Figueiredo.

Muito obrigado".

Comentário do blog: Bonita a história do cearense Augusto, assim como a de tantos outros nordestinos que para cá vieram e tiveram tão importante papel no desenvolvimento e na formação da nossa sociedade atual. Não merecia - e nem merece  - a família ver seu nome estampado em uma obra envolvida em tanta irregularidade e falta de critérios legais em sua execução como foi essa do malfadado portal de Xapuri. 

Portal da polêmica



O polêmico portal construído pelo ex-prefeito Wanderley Viana continua dando o que falar. O representantante do Ministério Público na cidade, Mariano Jeorge de Souza Melo, pediu informações ao prefeito Ubiracy Vasconcelos sobre o futuro do "pórtico", que teve suas estruturas abaladas pelo choque de uma carreta que transportava equipamentos da desativada usina da empresa Guascor do Brasil em Xapuri.

Familiares de Augusto Castelo Branco de Figueiredo, que empresta nome ao portal são, naturalmente, contra a demolição recomendada pelo engenheiro Tadeu Ferreira Castelo, que fez vistoria no local após o acidente. O engenheiro considerou em seu laudo que, pela extensão dos danos, que a recuperação da obra ficará muito cara para o município, recomendando a total demolição da estrutura, objetivando o "binômio segurança-economia".

Adelaide Eluan, filha primogenita do homenageado, que mora em Belém a 42 anos, esposa de Elízio Jorge Eluan, levanta suspeitas sobre o acidente com o portal. "Terá sido proposital para forçar ou justificar a demolição?! Em política tudo pode". A pergunta, com afirmativo, só poderá ser respondida pelo prefeito Bira Vasconcelos e pelo motorista da tal carreta que abalroou o portal.

A verdade é que, conforme comunicação feita pelo prefeito ao Promotor de Justiça Mariano Jeorge, uma nova vistoria no portal foi solicitada, desta vez ao CREA - Conselho Regional de Engenharia do Acre -, para confirmar ou não o resultado da primeira. Caso o CREA confirme a inviabilidade da recuperação da polêmica obra do ex-prefeito Wanderley Viana, o portal deverá mesmo ir ao chão.

Incra dará contrapartida em casas de farinha

Recursos foram conseguidos por Tião Viana junto à direção nacional do órgão

O senador Tião Viana conseguiu aprovar junto à direção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) recursos da ordem de R$ 1,2 milhão, que serão usados como contrapartida para a continuidade da construção das 102 casas de farinhas previstas para serem instaladas no estado até o início do próximo ano.

Obtidos junto ao presidente do Incra, Rolf Rockbart, os recursos da contrapartida vão agilizar sobremaneira a construção das casas de farinha idealizadas pelo senador Tião Viana para gerar muita renda e muitos empregos no meio rural do estado. As prefeituras, com muitos compromissos, ficarão dispensadas de oferecer contrapartida para a construção das casas de farinhas dos produtores.

No último sábado, o senador inaugurou a 31ª fábrica de farinha, desta vez na colônia da Dona Cecília, no Projeto Caquetá, em Porto Acre, com a participação do governo do estado, da prefeitura do município e da Fundação Banco do Brasil, que vem financiando o projeto de 102 casas de farinha a um custo de R$ 2,4 milhões.

Cada uma das casas de farinha terá capacidade para produzir até 400 quilos por dia, gerando 40 empregos, somando o plantio com a produção de farinha. Isso significa que as 102 casas de farinha previstas para o início do próximo ano vão gerar mais de quatro mil empregos em todo o estado.

“Quando a gente completar as 102, no início do próximo ano, vamos entrar, imediatamente, com um pedido para fazer um número bem maior. Agora, que já temos a experiência, que já sabemos como fazer, podemos sonhar em fazer até mil casas dessas em todo o estado”, disse o senador Tião Viana (PT-AC).

Os recursos são doados pela Fundação Banco do Brasil (FBB) e as edificações, além dos recursos, contam com a parceria do governo do estado, das prefeituras municipais, das comunidades e de assessoria técnica de instituições como a Embrapa e o Sebrae.

“É um projeto feito a muitas mãos, que conta com a solidariedade do Banco do Brasil. É em nome dessa solidariedade que recorremos à direção do Incra para que libere os recursos para servirem de contrapartida para que novas casas sejam feitas com maior celeridade”, assinalou o senador.

Romerito Aquino – Assessoria de Imprensa do senador Tião Viana – (61) – 3303-2367.

domingo, 6 de setembro de 2009

"Todo mundo vende"

Receita e Polícia Federal visitaram neste final de semana alguns dos donos de festas noturnas de Xapuri habituados a vender cerveja contrabandeada de Cobija. A ação aconteceu no sábado pela manhã e chamou a atenção das pessoas que circulavam pelo centro da cidade naquele momento. Um dos locais onde houve apreensão de cerveja foi o "Bar do Roldão", que fica localizado entre duas casas de festas do mesmo proprietário, o policial militar Roldão Lucas da Cruz.

Segundo o próprio militar, foram apreendidas 150 "caixas" de cerveja boliviana em seu estabelecimento. Segundo ele, a comercialização de bebida oriunda da capital do departamento de Pando é comum em Xapuri. "Todo mundo vende". E desdenha da lei: "Isso não dá nada, nem processo dá". Será? É o que constatarei logo mais com a Delegacia da Receita Federal de Epitaciolândia, onde buscarei mais informações sobre a apreensão.

Campeonato Brasileiro de Escalada em Árvores

O estado do Acre realizará em outubro o II Campeonato Brasileiro de Escalada em Árvores, em parceria com a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, segundo a Agência de Notícias do Acre. O campeonato será nos dias 17 e 18 de outubro e podem participar arboristas, coletores de sementes, epífitas e bromélias e orquídeas, praticantes de rapel, pesquisadores da flora e fauna do dossel e pessoas que trabalham com a escalada como técnica de acesso a árvores de grande porte.

Os participantes devem levar seus equipamentos de segurança: capacete, óculos de proteção, corda de segurança, mosquetões de no mínimo duas seguranças, sistema autoblocante e cinto específico de arborista.

No dia 17 será feita a etapa de seleção e os participantes farão escaladas em três modalidades: Footlock, técnica de escalada que utiliza corda e travamento de pés para a ascensão; o Resgate em Altura, que mostra a habilidade do competidor em resgatar um trabalhador de árvore ferido, utilizando todas as técnicas de segurança; e o Deslocamento em Copa, onde é feita a locomoção e caminhada pelos galhos das árvores.

A etapa final terá os concorrentes que cumprirem as normas corretas de escalada, sem danos à árvore, no menor tempo.

Os finalistas irão executar apenas o deslocamento na copa de árvore, seguindo os mesmos critérios de avaliação.

Os inscritos visitarão a Reserva Extrativista Chico Mendes, em Xapuri, e ficarão hospedados na Pousada Ecológica do Seringal Cachoeira, onde terão a oportunidade de escalar imensas árvores amazônicas como a Samaúma e Castanheira, entre outras espécie que chegam a medir até 50 metros de altura.

Fonte: O Globo.

sábado, 5 de setembro de 2009

Dia da Amazônia


Com uma riqueza natural sem proporção, a Amazônia preserva uma história de milhões de anos. Ainda assim, detalhes sobre quem viveu nessa área, o que comiam e o que faziam os ancestrais do atual povo amazônico até chegarmos aos dias atuais não são fatos totalmente conhecidos. Neste sábado, 5 de setembro, está sendo comemorado o dia da Amazônia, a maior floresta do mundo, que abrange os estados Acre, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, Amazonas, Tocantins, Maranhão e parte do Mato Grosso. Parte dela se estende em terras da Venezuela, Guianas, Suriname, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador. No total, a área da floresta corresponde a dois quintos da América do Sul.
O Amazonas, maior estado do país em termos territoriais, ainda guarda segredos nunca antes estudados. Em Eirunepé, no sul do estado, por exemplo, fósseis de animais gigantes, que viveram há milhares de anos na região, viraram enfeites exóticos em casas de ribeirinhos e de comunitários. Possivelmente, a falta de pesquisas e de orientações sobre o que essas peças representam, deixaram muitos desses objetos sem a devida importância histórica.
Entre os megafósseis encontrados no Amazonas, estão os do Toxodon - um gigante herbívoro, similar ao atual hipopótamo-, e os do crocodilo Purussaurus - que segundo cientistas, podia chegar a 18 metros de comprimento. A responsável pelo laboratório de Paleontologia da Universidade Federal do Amazonas, Rosemery Silveira, explicou que é considerado fóssil todo e qualquer vestígio de ser vivo preservado em rocha, ou seja, petrificado, e com idade superior a 11 mil anos.
- Ainda falta entender melhor como esses grupos de vertebrados evoluíram na América do Sul e por isso as pesquisas no campo da paleontologia são fundamentais - destacou.
Outras pesquisas revelam que a maior riqueza de fósseis no Amazonas está na área do Rio Juruá. Essas águas seguem justamente até o estado vizinho do Acre, onde já foram identificados mais de 200 geoglifos - sítios arqueológicos construídos há pelo menos 2 mil anos.
Em julho passado, os pesquisadores Alceu Ranzi e Denise Schaan anunciaram a identificação de vinte novos geoglifos no Vale do Acre, elevando para 250 o número de estrutura catalogadas em Senador Guiomard, Rio Branco, Xapuri, Plácido de Castro, Acrelândia e Epitaciolândia.
Um geoglifo é uma marca na terra que, por suas dimensões, só é percebida se vista do alto. O desenho impresso no solo mede de 100 a 300 metros de diâmetro. Essas estruturas de terra se apresentam em formato de círculos, retângulos e outros.
Os geoglifos já fazem parte de uma lista do Instituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - o Iphan - que recomenda à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o tombamento dessas estruturas. Assim como as pirâmides do Egito e as ruínas de Machu Picchu, no Peru, os geoglifos do Acre poderão se tornar patrimônio cultural da humanidade. Para a arqueóloga do Museu da Amazônia Helena Lima, as curiosidades aqui citadas são apenas alguns exemplos de que a Amazônia concentra muitas informações que precisam ser melhor divulgadas.
- Precisamos descobrir, estudar e pesquisar muitas coisas, mas o mais importante é divulgar esse conhecimento. Tudo isso precisa chegar nas escolas e nas comunidades para que se possa de fato aprender as lições que essa história tem para nos ensinar - resumiu.
Parte da história da ocupação da Amazônia também passa pela África, como comprova pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pernambuco. O estudo descobriu que uma das colônias africanas mais ricas, criada pelos portugueses - a vila de Mazagão, no Marrocos - foi transferida para a Amazônia. Isso aconteceu por ordem do rei de Portugal, no século 18, para pôr fim às constantes invasões e saques que a vila de Mazagão sofria de outros povos interessados na riqueza desses marroquinos.
A escolha pela Amazônia foi uma estratégia e aliou a necessidade de impedir os conflitos constantes com o desejo da Coroa portuguesa de garantir a posse e o domínio da Amazônia brasileira. Depois de um tempo de pesquisa, a localização de restos da primitiva igreja e vestígios de outras unidades funcionais comprovaram a existência da Vila de Mazagão Velho exatamente onde hoje está o estado do Amapá.
Estudar a história da Amazônia poderá contribuir, por exemplo, para entender melhor como se processaram as mudanças climáticas na região, a contar do período pré-histórico até os dias atuais. Além disso, o país pode descobrir se a floresta sempre foi detentora da vasta riqueza biológica tão cobiçada atualmente.
Fonte: Agência Brasil.