quarta-feira, 30 de abril de 2008

Elenira: eleições e 20 anos sem Chico

Recém chegada da viagem em que conheceu os músicos do Maná, Elenira Mendes fala sobre eleições e das homenagens dos 20 anos da morte do líder seringueiro Chico Mendes


Elenira Mendes no encontro com a banda Maná, na Colômbia. Na foto, com Fher Olvera (vocalista) e Alex (baterista).

Recebi a visita da presidente do Instituto Chico Mendes e pré-candidata do PV à prefeitura de Xapuri, Elenira Mendes, na tarde desta terça-feira, na Rádio Educadora 6 de Agosto, onde conversamos por cerca de 10 minutos (fora do ar), sobre alguns assuntos, como as eleições municipais deste ano, o trabalho desenvolvido pelo instituto que ela preside e os preparativos para as homenagens do vigésimo ano da morte de seu pai, assassinado em 1988. De lá, Elenira seguiu para o seringal Cachoeira, acompanhando uma equipe da Rádio BBC de Londres que está no Acre trabalhando na produção de um documentário sobre a vida do líder sindical, seringueiro e herói brasileiro Chico Mendes.

Sobre o trabalho da emissora inglesa, que veio ao Acre a convite do Instituto Chico Mendes, Elenira explicou que o objetivo da BBC é fazer uma reportagem desmitificando a figura de Chico Mendes, mostrando o seringueiro como ele realmente foi, na sua simplicidade e concretude. “um homem normal, com defeitos e virtudes. Um herói, sim, mas feito de carne e osso com os mesmos valores, temores e angústias comuns a todos os homens”.

Elenira diz que o conceito de herói que acompanha Chico Mendes é, muitas vezes, exposto de uma forma hiperbólica pela mídia, o que afasta a imagem do seringueiro daquilo que ele realmente foi e representou para as pessoas que com ele conviveram e compartilharam de suas lutas e idéias. Por isso, o foco das entrevistas é direcionado paras as pessoas que realmente fizeram parte do dia-a-dia do seringueiro, como seu irmão Zuza Mendes e seu primo Raimundo de Barros, entre outros.

Recém chegada da cidade de Porto Seguro, na Bahia, onde participou de um congresso da igreja da qual participa, depois de ter ido à Colômbia encontrar os mexicanos da banda Maná, Elenira se mostrou surpresa com algumas informações veiculadas por alguns setores da imprensa acreana, afirmando que ela desistira da intenção de disputar a prefeitura de Xapuri nas próximas eleições. Ela nega as informações, garante que é mais pré-candidata do que nunca e que o seu partido, o PV, está afinando as discussões com o PP e o PC do B, para oficializar a uma posição definitiva até a primeira quinzena de maio.

Sobre a informação de que Jorge Viana teria lhe pedido para desistir da candidatura, Elenira disse que não chegou sequer a conversar com o ex-governador. Ela afirma que Jorge Viana teve uma conversa com sua mãe, Ilzamar Mendes, a quem deu sua opinião sobre a possível candidatura. “O Jorge acha que eu não devo entrar nessa política pequena que é praticada em Xapuri. Acha que contribuo mais defendendo o nome e os ideais de meu pai, através do trabalho que faço no Instituto Chico Mendes”, diz.

Elenira faz questão de deixar claro, que apesar do respeito que possui por Jorge Viana, a opinião dele sobre suas intenções políticas não terá influência sobre a sua decisão em ser candidata ou não.

“A definição de meu nome para disputar as eleições em Xapuri será resultado das discussões que estão acontecendo dentro do meu partido e com os nossos aliados. Se continuarmos entendendo que nosso nome é bom para Xapuri e que somos bem aceitos pela população, disputaremos, sim, as eleições”, afirma ela.

Perguntada sobre o que a move para o objetivo de ser prefeita, Elenira diz que é impulsionada pela vontade e pela certeza de que pode fazer muito pela cidade em que seu pai viveu e morreu. “É muito triste a situação da cidade e chega a ser constrangedor convidarmos alguém para conhecer a terra em que Chico Mendes viveu e as pessoas se depararem com as ruas esburacadas e uma realidade diferente da idéia que se tem lá fora sobre Xapuri”.

Outro ponto que Elenira faz questão de esclarecer é o de que se, por ventura, não for candidata, não existe a menor possibilidade de que venha a apoiar o pré-candidato do PT, Ubiracy Vasconcelos. Como eu já havia antecipado em outro post, as lideranças verdes - algumas dissidentes do PT - não enxergam mais a possibilidade de diálogo entre as duas siglas. A posição dos petistas não é diferente. Consideram que alguns novos membros do PV apenas usam o partido como trampolim para atingir antigos objetivos.

Afora a política, a presidente do ICM está envolvida com os preparativos para as homenagens aos 20 anos da morte de Chico Mendes. Nos dias 11 e 12 de abril, Elenira se encontrou com os músicos da banda mexicana Maná, em Bogotá, na Colômbia. A banda, que compôs uma música em homenagem a Chico (Cuando los Angeles Lloran, de autoria do vocalista Fher Olvera), recebeu Elenira como convidada especial no show que realizou na capital colombiana e pretende vir ao Acre participar dos eventos.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Acre é o mais novo estado a integrar o Pronasci

O Acre é o mais novo estado a integrar o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Em audiência com o ministro da Justiça, Tarso Genro, nesta terça-feira (29), o governador Binho Marques recebeu a notícia de que o estado receberá recursos para implementar ações do Programa.

Segundo o governador Binho Marques, 90% dos projetos já estão prontos e o estado deve entregar a tempo os projetos ao comitê gestor do Pronasci. Dia 5 de maio vence o prazo para pleitear verbas do Programa – R$ 1,35 bilhão para este ano.

O ministro Tarso comentou as iniciativas do Acre em relação às ações que têm sido feitas na região, que articula políticas públicas para prevenir o crime. “Vamos fazer um trabalho integrado e modificar a situação atual da segurança pública no país”.

Acre é um estado de fronteira e, portanto uma área vulnerável sendo rota de passagem para o narcotráfico. É o terceiro em numero de população carcerária. “Não temos como resolver isso apenas construindo penitenciárias”, afirmou Binho Marques. “Queremos chegar em 2010 como o melhor estado da Amazônia a se viver, e a parceria com o MJ será imprescindível para isso”.

Pronasci

Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Pronasci marca uma iniciativa inédita no combate à criminalidade no país.

O projeto articula as políticas de segurança com atividades sociais; prioriza ações preventivas e busca atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de controle e repressão.

As regiões metropolitanas que serão atendidas com prioridade pelo Pronasci possuem os mais altos índices de criminalidade, de acordo com dados dos ministérios da Justiça e da Saúde, incluindo homicídios entre jovens de 15 a 29 anos – público alvo do Programa.

Na ordem, as regiões metropolitanas mais violentas são: Vitória (ES), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP), Curitiba (PR), DF (região do Entorno), Porto Alegre (RS), Belém (PA) e Fortaleza (CE).

Para combater esta situação, o Pronasci irá inserir não apenas os jovens em programas sociais, mas as famílias também. Como é o caso do projeto Mulheres da Paz, em que lideranças femininas servirão como pilares de sustentação nas comunidades, para orientar os filhos e outras crianças e adolescentes sobre os riscos das más companhias, muitas delas integrantes do crime organizado.

Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério da Justiça

Mais 8 meses de cabide

Câmara aprova projeto que garante contratos irregulares até o final do mandato de Vanderley Viana

A Câmara de Vereadores de Xapuri aprovou, na sessão desta terça-feira, uma matéria que bem simboliza o atual momento que o município atravessa, do ponto de vista do nível de administração pública que possui. Trata-se do Projeto de lei de nº 03/2008, diga-se de passagem, inconstitucional, de autoria do poder executivo municipal, que pede autorização ao legislativo para fazer “contratação temporária de excepcional interesse público de profissionais para a rede municipal de educação, saúde, infra-estrutura, assistência social e administração pública”.

Na verdade, a prefeitura não pretende contratar ninguém, mas sim validar a situação de cerca de 117 servidores provisórios postos para trabalhar de forma irregular e que estavam sendo pagos de maneira igualmente ilegítima. Muito menos existe qualquer condição que atenda aos critérios de excepcional interesse público que tornariam legítimo o pedido de autorização para as contratações, que ocorreram antes que a solicitação fosse feita, como proíbe a lei. Na administração pública, diferentemente da matemática, a ordem dos fatores altera, sim, o produto. E o resultados são problemas certos com o Tribunal de Contas do Estado.

Mesmo não havendo consonância de opinião entre os nove vereadores sobre o assunto, o projeto foi aprovado por unanimidade, o que se explica pelo excesso de zelo que há, de maneira especial em um ano de eleições, em não se votar contra matérias que possam trazer conseqüências eleitorais negativas. Não fosse aprovado o projeto de lei, os servidores seriam todos dispensados de suas funções, pois na situação em que se encontram esses funcionários, o município não possui amparo legal para continuar pagando seus vencimentos. Não se trata de achar que os servidores são desnecessários ao município, alguns, inclusive, são imprescindíveis para o bom atendimento à população, o que não justifica o procedimento incorreto para contratá-los.

É de admirar que os vereadores não tenham demonstrado preocupação com a forma com que a prefeitura contratou essa gente e de que maneira vinha realizando esses pagamentos. Foi necessária a manifestação do Tribunal do Trabalho da 14ª Região, segundo fontes da própria câmara, para que a mensagem fosse - de forma apressada, como denuncia o texto tosco – encaminhada à câmara para aprovação. Talvez a justificativa dos vereadores para a aprovação da matéria seja a mais comum para esses casos: é melhor aprovar um projeto inconstitucional, que ver demitidos mais de uma centena de trabalhadores.

Isto significa que mais uma vez a câmara entra em ação para remendar as barbeiragens – sejam deliberadas ou fruto da incompetência administrativa - cometidas pela equipe do prefeito Vanderley Viana, vezeira em agir em desacordo com o que estabelece a lei. Os vereadores, por sua vez, atendem novamente ao chamado do clientelismo e se abstêm do direito e do dever de agir da maneira correta, mesmo que disso decorra o prejuízo de quem quer que seja. O resultado disso tudo é a desconfiança que paira sobre a chamada “casa do povo".

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Notas

Notas do colunista Evandro Cordeiro, no site Notícias da Hora:

* O governador Jorge Viana pediu e a filha de Chico Mendes, Elenira, não disputará mais a prefeitura de Xapuri.

* Ela e seu partido, o PV, devem apoiar a candidatura do PT, puxada pelo professor Ubiracy.

* A rigor, a candidatura do PT está próxima de ganhar um aliado forte no município de Xapuri, o PMDB.

* Essa semana o deputado Chagas Romão deve ir ao município para finalizar as conversas que se iniciaram há 20 dias.

* Na terra de Chico Mendes a Frente Popular só sairá rachada em decorrência da pré-candidatura de Manoel Moraes, do PSB.

* Em consultas mais recentes e reais, Moraes aparece muito bem.

Notas minhas:

* Jorge Viana não é mais governador do Acre, eu acho.

* Elenira desmente a informação de que tenha conversado com o ex-governador sobre sua possível candidatura à prefeitura de Xapuri. Confirmou, no entanto, que JV conversou com sua mãe, Ilzamar.

* Se Elenira não confirmar a candidatura e resolver apoiar o PT, as principais lideranças do PV não a seguirão. Não toleram as lideranças petistas e a recíproca é verdadeira.

* O PMDB de Xapuri é o partido mais volúvel da praça. Flerta com A, acena para B e troca afagos com C. Resta saber onde amarrará o burro.

* A disputa entre PT e PSB pela prefeitura de Xapuri parece ser coisa resolvida. Nenhum dos dois abre mão da "cabeça de chapa". Sabem, no entanto, que se saem juntos sepultam os sonhos de reeleição de Vanderley Viana.

* A população do município desconhece, até o momento, qualquer resultado sério de alguma pesquisa recente e real. Até agora, somente especulações e bravatas de uma meia dúzia.

O Bicho


Foto do lixão de Sena Madureira extraída do site Ac24horas.com

Manuel Bandeira
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

Na mesa ou no tanque?

Por Adalberto Wodianer Marcondes, da Envolverde

A produção de biocombustíveis a partir do milho pode ameaçar a segurança alimentar na América Latina e no mundo

No início do inverno de 2006 produtores rurais e economistas dos Estados Unidos iniciaram uma discussão para saber qual seria o impacto na economia global com a destinação de milho para a produção de etanol, biocombustível para substituir ou ser misturado aos derivados de petróleo para abastecer veículos. Os produtores rurais rapidamente perceberam que, com o aumento dos preços do petróleo, e o crescimento da demanda por milho, os preços iriam subir, o que torna plantar milho um bom negócio. E quando uma commoditie sobe no mercado americano a tendência é que o efeito se espalhe por outras commodities agrícolas, como o trigo, o arroz e demais produtos que cumprem papel essencial na segurança alimentar.

O alerta sobre os impactos negativos da destinação do milho para a produção de combustível foi feito, então, por Lester R. Brown, especialista em agricultura e presidente do Instituto de Políticas da Terra, de Washington. Ele acredita que não é possível abastecer a cadeia do milho, que inclui o fornecimento de matéria prima para a produção de alimentos industrializados e rações animais, e ainda assim produzir etanol para mover motores de automóveis. Ainda em 2006, Joachim Von Braun, diretor do Instituto de Pesquisas em Políticas Alimentícias dos Estados Unidos, fez o alerta de que mesmo uma pequena mudança nas políticas agrícolas poderia ter efeitos nefastos na produção de alimentos, porque “vai criar a disputa entre automóveis e pessoas com fome”, disse ao New York Times. Outro fator de alta é o crescimento dos mercados de consumo na Índia, China e Brasil, entre outros países em desenvolvimento, onde mais gente passou a ter acesso à comida diariamente.

No Brasil a produção de álcool para veículos é feita a partir da cana de açúcar, uma tecnologia que vem sendo dominada desde os anos 70. Nas cidades brasileiras a discussão sobre a utilização de biocombustível já é feita nos postos, onde cada motorista que tem um carro flex faz a conta para ver qual o melhor custo benefício entre o álcool e a gasolina. E os que já assumiram algum compromisso ambiental abastecem sempre com biocombustível para reduzir seu impacto no meio ambiente global. A reunião da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), que aconteceu em Brasília de 14 a 18 de abril, fez um alerta de que a produção de biocombustíveis a partir de cultivos agrícolas importantes para a alimentação pode ser um risco para a segurança alimentar das populações mais pobres do mundo.

Falar na utilização de milho para a produção de biocombustíveis na América Latina é considerado uma verdadeira heresia. A maior parte das culturas das Américas utilizava o milho como alimento antes do descobrimento e, ainda hoje, é a base da alimentação principalmente no México, na América Central e nos países andinos. O primeiro sinal da crise de aumento nos preços de commoditties agrícolas na região veio da Argentina, onde a alta dos preços internacionais fez com que os produtores destinassem a maior parte da produção para os mercados internacionais, deixando o mercado interno desabastecido. A partir daí o debate sobre a disputa mesa x motores ganhou corpo em todo o mundo.

Ao mesmo tempo em que a alta dos alimentos oferece riscos à segurança alimentar, abre-se oportunidades para agricultores familiares em toda a América Latina. De acordo com estimativas do governo brasileiro, há no País 4,2 milhões de unidades familiares agrícolas, com dois milhões de famílias em situação de pobreza. A alta dos preços representa oportunidades para a agricultura familiar, que recebeu R$ 5 bilhões em créditos em 2007 e deverá continuar a receber apoio do Pronaf – Programa Nacional de Agricultura Familiar. Este apoio já está se refletindo na safra 2007/2008 de milho, que está se beneficiando de um crescimento do consumo do milho na produção de rações para frangos, suínos e bovinos.

Enquanto o consumo do milho no Brasil está estimado em 44 milhões de toneladas em 2008, o que representa um crescimento de 10% em relação ao período anterior, os indicadores de produção apontam uma safra recorde de 53,3 milhões de toneladas. Mesmo assim a exportação brasileira deverá cair cerca de 10% em relação a 2006/2007. O setor também enfrenta outros questionamentos, como por exemplo, a introdução ou não de sementes transgênicas na produção brasileira. O País ainda mantém a maior parte de sua produção com sementes não modificadas, apesar de a CTNBio – órgão técnico de biossegurança – ter liberado a venda de duas variedades de sementes transgênicas no Brasil. E esta dúvida tem um componente de preço em relação ao mercado externo. Se por um lado a Europa valoriza a produção não transgênica, por outro o milho brasileiro situa-se em um patamar de preço um pouco superior ao de concorrentes que já se renderam à transgenia.

BOX - A opção pela mesa

O Brasil já fez sua opção pelo milho na mesa e não no tanque dos automóveis. Desde antes de Colombo os índios da região tinham no milho seu prato principal. A planta mais utilizada para a produção de biocombustíveis é a cana-de-açúcar, e, agora, buscam-se oleaginosas que possam garantir a expansão da produção de biodiesel.

A culinária brasileira é recheada de milho em todas as regiões. O cuscuz paulista, a minera ou, até mesmo, o cuscuz doce, os pães, a pipoca e os bolos de fubá, além de outros pratos que povoam as mesas brasileiras são delícias que nenhum brasileiro desconhece. O milho é parte importante da cultura popular brasileira e existem, inclusive, receitas de pratos típicos na internet, onde a gula tem espaço privilegiado. O site Paragon Brasil (http://www.paragonbrasil.com.br/), especializado em cultura popular, mantém uma página com receitas que vão desde a tradicional pamonha, até um inusitado bombom de pipoca.

Da sofisticação de um creme de milho, ao bom milho verde comido na palha, não há como pensar, por aqui, em destinar um alimento rico, barato e completo para a produção de combustíveis. Seja para consumo humano, ou para a produção de rações, o milho brasileiro garante a estabilidade e a segurança na oferta de alimentos para o mercado interno e para a exportação.

(Agência Envolverde)

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

domingo, 27 de abril de 2008

Canal do Ginásio Coberto


A população de Xapuri sonha que em um dia a área por onde passa o curso d'água podre que corta boa parte da zona urbana do município se transforme num parque, com ciclovia e pista para a prática de caminhadas, como aconteceu com o Canal da Maternidade, em Rio Branco. Do ponto de vista ambiental, de urbanização e melhoria da qualidade de vida, não pode haver projeto mais importante que esse.
O córrego em questão representa desde sempre uma grande dor de cabeça para moradores e governantes municipais. Em toda a sua extensão é destino de toda a natureza de imundícies, lixo e esgotos domésticos, além de ser habitat de insetos e cobras venenosas. No período chuvoso provoca inundações em quintais, facilitando a ocorrência dos mais básicos problemas de saúde.
O curso natural, que foi sufocado pela povoação humana desordenada, começa nos fundos das residências localizadas na rua Pio Nazário, recebe alimentação de um posto de lavagem de automóveis, passa ao lado do ginásio de esportes Álvaro da Silva Mota até desaguar no Rio Acre, após atravessar a rua 24 de Janeiro, entre os bairros Pantanal e Constantino Melo Sarkis.
Apesar de demandar um grande investimento, a exemplo da desejada ponte sobre o Rio Acre, a idéia não pode deixar de fazer parte dos planos daqueles que pretendem assumir a grande responsabilidade de pelo menos começar a promover as grandes transformações que os habitantes da terra de Chico Mendes tanto precisam e desejam.

sábado, 26 de abril de 2008

Imagem do dia


Rua Rodovaldo Nogueira



Esta é a rua Rodovaldo Nogueira após ter recebido pavimentação com o chamado "asfalto frio". A obra foi inaugurada no mês de janeiro passado e foi alvo de várias críticas pela maneira como se deu a condução dos serviços, desde a licitação até a execução.

Faz alguns dias que o prefeito Vanderley Viana reclama que seus méritos não são reconhecidos por este blog. Não é verdade. Anoto pontos para o prefeito sempre que utiliza os recursos públicos de maneira correta, apesar de não estar fazendo mais que mera obrigação.

No caso desta rua, porém, houve extrema falta de transparência quanto ao processo de licitação. A obra, que tinha um prazo de 35 dias para a sua conclusão, acabou levando mais de 50 para ficar pronta. O grande problema, portanto, não foi o atraso da obra, mas a forma obscura como foi conduzida.

Relembre a polêmica em torno das obras desta rua clicando no link Rua Rodovaldo Nogueira.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Se a moda pega...

André Luís Nery Do G1, em São Paulo

Prefeito de Carpina (PE) tenta acertar radialista com facão

O prefeito de Carpina (PE), Manuel Severino da Silva (PSDB), conhecido como Botafogo, precisou ser contido após tentar acertar o radialista Denis Araújo com um facão, nesta sexta-feira (25), durante uma manifestação de integrantes do Movimento dos Sem-Teto, segundo a polícia. A advogada do prefeito, porém, nega que ele tenha tentado atingir o radialista.


Com facão na mão, prefeito de Carpina (PE), Manuel Severino da Silva (centro), é contido por pessoas durante manifestação de integrantes do Movimento dos Sem-Teto. Foto: Guga Matos/JC Imagem/AE

"Eu estava ao vivo com o líder comunitário chamado Léo quando as pessoas começaram a gritar: 'corre Denis, corre Denis, corre Denis'. Quando olhei para trás, o prefeito já tinha descido do carro e vinha correndo em minha direção com o facão de cortar cana em punho", disse Araújo ao G1.

Segundo o radialista, ele só não foi atingido porque conseguiu correr mais rápido do que o prefeito. "Quando ele cansou, cerca de 200 metros depois, conseguiram segurá-lo e foi quando um companheiro o fotografou com o facão em punho", destacou.

Araújo disse acreditar que a ação do prefeito tenha sido motivada por críticas que fez à administração municipal na emissora de rádio. O radialista esteve na Delegacia de Polícia de Carpina e registrou um boletim de ocorrência.

A polícia informou que o prefeito não foi preso porque ele saiu do local e não foi mais localizado, apesar da realização de diligências. A advogada do prefeito, Lúcia Brandão, disse ao G1 que seu cliente não tentou, em nenhum momento, ferir o radialista.

"Quando o prefeito chegou, ele foi recebido a pedradas. Primeiro, teve uma agressão contra um guarda. Depois, contra o prefeito. O prefeito ficou numa situação tão difícil que a única coisa que ele tinha a fazer era pegar uma faca. Ele pegou para se defender", disse Lúcia.

"O prefeito não ia matar o jornalista, pois ele nem anda armado. Muito pelo contrário, o cenário tinha sido preparado pela oposição. Ele não foi agredir o Denis, que estava aqui insuflando o povo contra o prefeito", destacou a advogada.

Calma, professora, calma!

A famigerada “TV Xapuri” mudou de estratégia sem, no entanto, mudar a prática infeliz de promover ataques baratos contra minha pessoa. Desta vez, botaram na frente de uma câmara de imagem desfocada a professora da rede municipal de ensino Ângela Dantas para dizer algumas asneiras a meu respeito. Não a culpo por entrar nesse jogo baixo. É apenas uma pobre vítima de quem defende, não por interesses escusos ou segundas intenções, mas por um notório sentimento mal correspondido que nutre em seu coração.

Ângela é filha dos saudosos Amadeu e Auristela Dantas, pessoas ilustres desta cidade, com uma extensa folha corrida de bons serviços prestados à comunidade e, acima de tudo, de um comportamento irretocável quanto aos respeito aos seus conterrâneos e às normas de bom convívio em sociedade. A filha deveria seguir aos pais, honrando o bom exemplo deixado como herança, se dando ao respeito que sempre fez por merecer dos seus iguais e procurando evitar uma contenda que não lhe pertence e nem compreende.

O termo capacho, que os defensores do prefeito insistem em me atribuir, assim como a professora Ângela, significa, nos bons dicionários da língua materna, um indivíduo servil; pelego, que considero não ser. Mas significa também uma espécie de tapete de fibras grossas e ásperas, de borracha dura, ou de arame ou lâminas metálicas, colocado às portas, para limpeza das solas dos sapatos. Definição que bem se adequa à condição a que algumas pessoas se submetem em Xapuri. Por um amor enrustido ou em troca de vantagens pessoais ou mesmo por alguns tostões furados.

Questão de justiça

Governo acelera análise de processos de pensão especial para as pessoas atingidas pela hanseníase

O processo de avaliação dos requerimentos de pensão especial para as pessoas atingidas pela hanseníase será acelerado a partir de agora. O Governo Federal publicou na última quarta-feira (23) a alteração do decreto que regulamenta a lei que institui o benefício para as pessoas atingidas pela doença e que foram afastadas do convívio social e familiar, vítimas da obrigatoriedade do confinamento pelo Estado até 1986.

A alteração estabelece o aumento no número de relatores que analisam os processos e concedem a pensão às pessoas que se enquadram nas regras da lei. Esses relatores são procedentes da Previdência Social, dos Ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e do Planejamento, Orçamento e Gestão.

A comissão passa agora a ter 12 componentes. Além disso, os quatro ministérios vão ceder oito servidores para trabalhar em tempo integral na Comissão Interministerial de Avaliação, coordenada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR), na formação dos processos para serem analisados pelos relatores.

“Essa mudança significa acelerar a análise dos requerimentos, que hoje chegam a 8 mil”, ressalta o ministro da SEDH, Paulo Vannuchi. A pensão é vitalícia, no valor de R$ 750 por mês e é retroativa a maio de 2007. "O decreto do presidente Lula concedendo a pensão especial representa o reconhecimento dos direitos das pessoas que foram confinadas, que sofreram com o preconceito”, ressalta Vannuchi.

A história

Desde a década de 20 até 31 de dezembro de 1986, as pessoas com diagnóstico de hanseníase, na época denominada lepra, eram obrigadas pelo Estado a se isolarem ou se internarem em hospitais-colônia, para evitar o contato com outras pessoas. Assim, elas eram afastadas de suas famílias e todo o seu círculo social, onde dificilmente conseguiriam se re-inserir.

O isolamento era feito independentemente da idade da pessoa, mesmo crianças eram levadas para as colônias, independentemente de autorização própria ou do responsável. Após o período de confinamento obrigatório, algumas dessas pessoas tentaram se re-inserir na sociedade, porém o preconceito impediu essa integração e, por fim, muitas precisaram voltar para as antigas colônias que se transformaram em vilas residenciais.

Informações da Assessoria de Comunicação Social - Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Erro em emenda tira recursos da saúde

Erro em projeto do senador Tião Viana tira, em vez de aumentar, recursos dos cofres da saúde. A emenda 29 visava injetar no orçamento da Saúde, até 2011, cerca de R$ 23 bilhões. Da forma como foi redigido, o projeto não acrescenta um mísero níquel nas arcas da Saúde. Ao contrário. Retira do orçamento gerido pelo ministro José Gomes Temporão mais de R$ 5 bilhões já no ano de 2008. Equívoco que passou batido pelos senadores na hora em que a proposta foi votada. A explicação sobre a confusão está blog do jornalista Josias de Souza.

Leia no blog do jornalista Altino Machado a repercussão sobre outro projeto do senador Tião Viana. Em 60 dias, os acreanos terão que adiantar os relógios em uma hora.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Cervejada, pode?



Em Rio Branco, por ordem da Justiça Eleitoral, a Polícia Federal azedou a feijoada o PMN do deputado Sérgio Petecão, no final de semana passado. E olha que o evento era comemorativo ao aniversário de 18 anos de criação do partido no Acre, segundo seus dirigentes.



Em Xapuri, a cervejada do PPS passou despercebida pela mesma justiça que se empenha no elogiável trabalho de combater a compra de votos. A farta distribuição de bebidas aconteceu no ato do partido que anunciou o nome da professora Aucelina Oliveira, no mês de fevereiro, como pré-candidata a vice-prefeita na futura chapa de reeleição do atual prefeito.



Para inchar a festa, que pelo jeito só contaria com meia dúzia de pinguços e alguns membros da equipe de governo, foram convidados dois segmentos bem opostos da comunidade: o bloco carnavalesco Os virgens, composto na sua totalidade por jovens e adolescentes, e o Grupo da Melhor Idade, mantido pela Secretaria de Bem Estar Social. Mesmo com a presença de crianças no ambiente, a cerveja rolou solta durante uma tarde inteira.

As fotos da "Festa do PPS" estão no blog Xapuri na Foto.

Vista aérea de Xapuri: falta uma ponte


Na parte de cima, a área central da cidade, envolta pelo Rio Acre; no canto superior direito, está a foz do Rio Xapuri. Na parte de baixo, o bairro Sibéria, separado do restante da cidade pelo primeiro rio (Acre). A construção de uma ponte ligando as duas partes é uma das principais reivindicações da população local na atualidade. A comunidade da quente Sibéria acreana se ressente do isolamento imposto pelo rio e das dificuldades para quem é obrigado a fazer o trajeto diário entre o bairro e o centro da cidade, principalmente os estudantes.
O assunto tem sido motivo de polêmica entre grupos políticos, mas nenhuma discussão concreta se estabelece sobre a justificativa ou viabilidade de uma obra deste porte. Durante a inauguração da Fábrica Natex de Preservativos Masculinos - que seria uma possível justificativa para a construção da ponte, pelo fato da maior parte dos postos de recolhimento do látex estarem do outro lado do rio - moradores do bairro se manifestaram a favor da ponte com faixas e cartazes na chegada da comitiva do governador Binho Marques ao aeroporto de Xapuri.
O movimento, liderado pelo líder comunitário João Jorge Cosmo da Silva aborreceu algumas lideranças petistas no município que consideram que o presidente da associação de moradores do bairro se aproveita do tema para se promover politicamente. João Jorge garante que ao participar de um encontro na zona rural de Xapuri, no ano passado, o senador Tião Viana teria se comprometido em colocar o assunto na pauta de discussões com o governo estadual. O senador nunca se pronunciou publicamente sobre esse fato.
Em Xapuri, a maior parte das pessoas consultadas sobre o assunto da ponte, independentemente do local da cidade onde residam, são favoráveis à sua construção sem, no entanto, saber explicar no que a mesma traria vantagens para o desenvolvimento do município. Se traria apenas facilidades para a travessia de pessoas e da escassa produção rural ou se realmente se constitui numa necessidade vital. Atualmente, o governo do estado trabalha na conclusão de uma rampa para o embarque e desembarque de veículos entre as duas margens do rio, cuja travessia é feita através de uma balsa.
A grande verdade é que a ponte é mesmo uma realização necessária e a sua construção é uma questão de tempo para se tornar imperiosa. Resta saber o que esse tempo representa em termos reais, concretos. Se dias ou meses (o que é impossível); se anos ou décadas. É um tema que tem que ficar bem distante das pendengas políticas paroquianas e ascender a um nível de discussões sério e racional, desprovido de opiniões absurdas e idéias mirabolantes como a que veiculou o apresentador do tal Jornal Xapuri (ele de novo), Josimar Tavares, assessor de comunicação do prefeito Vanderley Viana.
De acordo com o que afirmou o negativamente imaginativo apresentador em seu programa televisivo, a passarela para pedestres construída em Rio Branco pelo ex-governador Jorge Viana foi resultado do desvio de recursos do projeto que já havia sido aprovado para a construção da ponte de Xapuri. Pode parecer brincadeira de minha parte, mas a informação foi transmitida aos xapurienses tal qual descrevo aqui. Impossível saber se absurdos como esses são fruto de mera ignorância ou de pura má-fé, não descartando a ocorrência das duas alternativas.
Opiniões esdrúxulas, informações mal veiculadas e manifestações sem sentido só dificultam que este assunto tão importante para Xapuri ganhe a dimensão séria que realmente merece. Para se tornar uma proposta coerente e visível aos olhos do governo a idéia deve primeiro ser discutida exaustivamente no âmbito local, entre os diversos setores da sociedade, para se transformar em uma demanda geral e unânime, e não de apenas um segmento ou grupo político. É consenso, no entanto, que no atual momento Xapuri não vive um momento político favorável a uma discussão desse nível.
Talvez com a efetivação de algumas mudanças a curto prazo, do ponto de vista do atual nível de gestão municipal que Xapuri possui, os debates acerca do desenvolvimento do município passem a caminhar de forma mais promissora. A atual ausência de diálogo e bom senso na condução da política municipal ditam a regra de atraso e estagnação social e econômica a que estamos submetidos na atualidade. Os tempos, no entanto, já estiveram mais difíceis e mais distantes de uma solução eficaz.

Desmatamento na Amazônia cai 80% em relação a fevereiro

Por Luana Lourenço, da Agência Brasil

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou na última terça-feira (22) os números sobre novos desmatamentos na Amazônia registrados em março. A área desmatada no período foi de 145,7 quilômetros quadrados, de acordo com o Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter). E aponta uma redução de 80% em relação a fevereiro, quando o Deter contabilizou 725 quilômetros quadrados de novas áreas desmatadas.

Segundo o Deter, houve queda no número de novas áreas desmatadas em quase todos os estados da Amazônia Legal, exceto o Maranhão, onde a área registrada pelo Inpe aumentou de 2,1 quilômetros quadrados em fevereiro para 12,2 quilômetros quadrados no último mês.

Em alguns estados o sistema não encontrou registro de desmates em março – caso do Acre, Amapá, Amazonas e Rondônia. Com 112,4 quilômetros quadrados de novas áreas devastadas, Mato Grosso responde por 77% dos desmatamentos registrados pelo Deter no período, apesar da redução de 82,4% em relação a fevereiro.

Na avaliação do coordenador da campanha Amazônia, do Greenpeace, Paulo Adário, os novos números do Inpe “são uma boa notícia” para a floresta. Adário creditou a redução do desmate à grande incidência de chuvas na região durante o mês de março e às medidas de combate à degradação da floresta, entre elas a restrição de crédito para propriedades irregulares e a Operação Arco de Fogo, iniciada em fevereiro.

“É um resultado positivo. Sinal de que a Operação Arco de Fogo está começando a assustar os fazendeiros”, afirmou.

Até o início de abril, a Operação Arco de Fogo havia aplicado R$ 31,3 milhões em multas e apreendido 25,8 mil metros cúbicos de madeira em toras e serrada nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia – bases da ação integrada da Polícia Federal, Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Força Nacional de Segurança.

“Espero que [a redução] persista, porque é fundamental que o desmatamento caia radicalmente no primeiro semestre para que os números de 2007/2008 fiquem abaixo dos do período anterior”, acrescentou Adário.

O Deter fornece dados sobre a cobertura vegetal da região para alertar as autoridades, a fim de agilizar a fiscalização. A consolidação dos dados é feita por outra metodologia, o Programa de Cálculo de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), que define as taxas de desmatamento e é divulgado no segundo semestre de cada ano.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A justiça é o melhor caminho

A Convenção Americana de Direitos Humanos, de 1969, diz que toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber e difundir informações e idéias de qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer meio de sua escolha.

A convenção internacional diz ainda que o exercício do direito à liberdade de pensamento e de expressão não pode estar sujeito à censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para assegurar, entre outros, o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas.

A Constituição brasileira de 1988 ratifica e alarga esses princípios essenciais, quando estabelece como invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. São as regras fundamentais para a existência do Estado de democrático de direito, onde vigore o “império da lei”.

Faço as referências acima para introduzir o assunto a que se destinam estas linhas. Mostrar um exemplo comum de como, em pleno século XXI, na era das inovações tecnológicas e da renovação das idéias, ainda convivemos com pessoas ditas instruídas, mas que, de forma atrasada e preconceituosa, resistem a compreender o fato de que vivemos sob a égide das leis humanas e que acima delas estão somente as Divinas.

Em Xapuri, nos últimos 3 anos e 4 meses exatos, os princípios constitucionais mais básicos, bem como as regras de conduta social, baseadas nos chamados “bons costumes”, vêm sendo pisoteados de maneira contumaz por aquele que deveria ser um dos principais responsáveis pelo zelo e observação das leis: o prefeito Vanderley Viana de Lima.

Em seu segundo mandato, Vanderley Viana acumula processos e ações na justiça por agressões físicas e morais, infâmias e calúnias, contra adversários políticos, jornalistas, funcionários públicos e cidadãos comuns. O prefeito utiliza, de forma arbitrária, um canal de televisão para semana após semana promover, ao vivo e, agora, a cores, verdadeiros espetáculos de baixarias e descontrole emocional.

Os alvos de seus ataques de fúria são qualquer pessoa que se atreva a contestar suas idéias mirabolantes e criticar sua maneira estapafúrdia de governar. Qualquer manifestação de pensamento contrária às suas convenções ultrapassadas é senha para explosões de ódio, seguidas de toda a natureza de achincalhamentos, ataques à honra e à vida privada.

A agressividade e o desrespeito não se restringem aos desafetos. Seus aliados também costumam ser alvo do temperamento instável, repressivo e imprevisível do prefeito. A conseqüência disso tem sido o grande número de exonerações e troca de ocupantes das secretarias municipais nos últimos anos. Poucas almas conseguem tolerar a disposição de espírito da autoridade.

Comigo, as desavenças remontam os anos 90. Começaram quando, como correspondente da Rádio Difusora Acreana, tive que cobrir as informações sobre a prisão do então ex-prefeito por envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Ao retornar a Xapuri, depois de uma temporada no presídio estadual, Vanderley passou a me dirigir ofensas nas ruas, que resultaram em uma tentativa de agressão física, no bar Palhoça, à qual fui obrigado a reagir na mesma medida. Pior para ele, naquela ocasião.

Terminamos por parar de frente ao delegado de polícia Fuad Assem Ayache, onde assinamos um termo em que o ex-prefeito se obrigava a pôr fim nas perseguições a mim impostas. A trégua durou alguns anos até a população desta cidade entender por bem que o dito-cujo havia mudado de comportamento, se regenerado e que se tornara merecedor de uma nova oportunidade.

As altercações recomeçaram a partir da reeleição de Vanderley Viana, em 2004. No dia 2 de janeiro de 2005, logo após sua posse, acompanhado por comparsas, invadiu o prédio da Rede Aldeia de Rádio e Televisão em Xapuri, na tentativa de retomar à força os equipamentos da Rádio Educadora 6 de Agosto, cedidos ao governo do estado, pelo prefeito antecessor, por um prazo de 5 anos.

Depois de ser preso pela invasão, naquele ano, o prefeito passou a responder inquérito na Justiça Federal por crime contra a liberdade do trabalho. A partir de então passei a ser alvo constante de seus ataques como resposta às minhas críticas e comentários acerca de sua administração, sem tomar nenhuma medida contra as agressões.

Na última semana, no entanto, o prefeito extrapolou todos os limites da paciência humana. Além de insultar-me com veemência, insinuou que eu extorquira aposentados, quando trabalhei em uma empresa privada há alguns anos, e que tenho por hábito agredir fisicamente minha família. Quanta leviandade.

No próximo dia 7 de maio teremos, eu e ele, um novo encontro. Desta vez de frente para um juiz leigo. Busco, no Juizado Especial Cível da Comarca de Xapuri, recompor o único bem valioso que considero possuir nesta vida e que defendo a qualquer preço: meu patrimônio moral, que tem sido atacado de forma vil, covarde e injustificada.

Amazônia em pauta

Uma das mais importantes exposições já realizadas no mundo sobre a região, a Amazônia Brasil, acontece em Nova York de 22 de Abril a 13 de Julho. A exposição, em sua oitava edição, é organizada pelo Projeto Saúde e Alegria-PSA, e pelo Grupo de Trabalho Amazônico-GTA, que representa mais de 600 entidades da Amazônia brasileira.

A direção é do médico Eugênio Scannavino Netto, coordenador do PSA, e execução da Fare Arte. A direção de arte da exposição principal, que ocorre no Píer 17, é de Gringo Cardia e grande acervo de fotos de Araquém Alcântara e Luiz Cláudio Marigo.Conta com a parceria de diversas instituições de pesquisa, entre elas o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA e Museu Paraense Emílio Goeldi, além da colaboração das principais ONGs ligadas à Amazônia. Leia mais no site envolverde.

Amazônia sustentável

Atualmente cerca de 12,5 milhões de pessoas vivem na Amazônia brasileira. Pouca gente se dá conta disso no Sul/Sudeste, como também poucos sabem que existem grupos organizados que buscam a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável na região, baseado na exploração de recursos minerais e biológicos sem devastar a maior floresta tropical ainda em pé na Terra.

Para mostrar um pouco desta realidade, as empresas e organizações da sociedade civil reunidas no Fórum Amazônia Sustentável lançaram, no último dia 18, o movimento em São Paulo. A idéia é apresentar ao Brasil um espaço de diálogo que busca um novo modelo de desenvolvimento para a região, que detém 53% do território nacional e é responsável por cerca de 10% do PIB do País. Mais de 200 pessoas compareceram ao Centro de Exposições São Luiz, onde acontecia a III Feira Brasil Certificado para a apresentação do Fórum Amazônia Sustentável.

◙ Alguns estudiosos vêem com desconfiança a preocupação de grandes representantes do capital com as questões ambientais. No ano passado, sobre o lançamento do Fórum Amazônia Sustentável em Belém (PA), o Mestre em Planejamento do Desenvolvimento Regional e colaborador do Fórum Carajás, do Ecodebate e do Ibase, Rogério Almeida, escreveu: "Nada mais estratégico para a "boa imagem" das empresas que criar um espaço de "debate" sobre sustentabilidade da região. Ainda mais quando cada dia mais o debate sobre o tema ganha as mais diversas agendas". No mesmo artigo ele cita o professor de semiótica Edílson Cazeloto em artigo intitulado: Entre ecorrevolucionários e ecorreformistas o papel da mídia, publicado na edição 36, setembro/2007 da revista Democracia Viva/IBASE:

"Enquanto a maior parte da humanidade vê no aquecimento global a iminência de uma tragédia ímpar, os bens aventurados do capital, já sentem no ar o cheiro de oportunidades para o lucro. Para essa parcela, a sustentabilidade tornou-se uma forma de agregar valor às marcas de seus produtos e ao capital de suas empresas. É o chamado capitalismo verde, que vem ganhando a adesão de empresas (na maioria, corporações globais) como um novo Eldorado".

terça-feira, 22 de abril de 2008

TV Xapuri

"Deixem o homem trabalhar"



A prefeitura de Xapuri faz investimentos e realiza obras para melhorar a qualidade das transmissões da TV Xapuri, canal 7 (repetidora do SBT). Um novo transmissor foi comprado para que as imagens, antes em preto e branco, cheguem em cores nas casas dos telespectadores, segundo os responsáveis pela "emissora".

O apresentador do Jornal Xapuri, Josimar Tavares, diz que com trabalho é que se respondem às críticas recebidas. "Com certeza a gente num samos (sic) pessoas tão profissional (sic), mas a gente tem feito o que pode pra levar as informação (sic) até sua casa", diz ele durante uma transmissão ao vivo do programa.



A repórter Sandra Ferreira mostra, em um dos programas, como funciona o Complexo de Comunicação de Xapuri, os novos equipamentos e as melhorias obtidas recentemente. "Quando nós chegamos aqui só tinha um manitor (sic), hoje como você pode observar nós temos três. Mudou muito o nosso estudo (sic) da TV Xapuri", explica.

Sandra Ferreira manda ainda um recado para os críticos: "As pessoas criticam demais e não deixam as pessoas que querem trabalhar, trabalhar. Então vamos deixar o prefeito trabalhar, quem não deixa ele trabalhar que pelo menos não atrapalhe", diz a aspirante a Fátima Bernardes.

O recado da repórter Sandra Ferreira é para mim e a TV Xapuri é a mesma que o prefeito usa para me xingar de canalha, patife e imbecil, entre outros predicativos nada elogiosos. Não se sabe, ao certo, o grau de legalidade do uso do espaço da retransmissora local do SBT, que tem sua programação interrompida diariamente para que o Jornal Xapuri seja levado ao ar. De jornalismo o programa não tem absolutamente nada. Não informa, somente promove o prefeito (se é que com a péssima qualidade de todo o conjunto da emissora - técnico e humano - se possa promover algo ou alguém) e tem como único objetivo, escondido por trás da fachada jornalística, servir de canal para que Vanderley Viana insulte e desmoralize toda a sorte de adversários ou inimigos que julga possuir.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Aos canalhocratas de plantão

Prometi a mim mesmo dar uma trégua aos temas que se relacionam com o nome de Vanderley Viana e sua claque, para só fazer isso quando extremamente necessário, sabendo que, por se tratar da maior autoridade civil do município, fatalmente sua pessoa estará sempre ligada aos assuntos em pauta no dia-a-dia da cidade. Me ocupo de Vanderley unicamente por dever de ofício, jamais por ter alguma atração pelos desvarios oriundos de sua personalidade anti-social, garanto.

Ocorre que acabo de ser informado que mais uma vez fui alvo dos insultos rotineiros da turba liderada pelo dito cujo, que se apossa de um canal de televisão em Xapuri para afrontar e ridicularizar os desafetos políticos dos que ocupam a prefeitura. As ofensas são, geralmente, acompanhadas de um tom de ameaça, como que num recado velado a quem teima em denunciar a situação em que a cidade se encontra e o comportamento dos que têm a obrigação de dar explicações à população dos seus atos como gestores públicos.

Desafio quem possa provar que pratico algum tipo de perseguição contra quem quer que seja, prefeito, secretário ou outra espécie de ser que habite esse latifúndio obscuro e improdutivo chamado prefeitura de Xapuri. Utilizo dois veículos de comunicação, (este blog e o programa Espaço do Povo, da Rádio Educadora 6 de Agosto) ambos destinados a informar e esclarecer o povo desta cidade dos acontecimentos de interesse público, sempre garantindo espaço às manifestações contraditórias, como não poderia ser diferente.

No programa radiofônico mais noticio que comento ou opino. Não me utilizo de uma concessão pública de radiodifusão para mandar recados político-ideológicos de iniciativa minha ou de meus superiores. Neste blog, quando emito opiniões o faço com base em fatos concretos da realidade triste e do abandono administrativo a que a cidade está relegada. Critico, mas não agrido. Ironizo, mas não desmoralizo nem achincalho a vida das pessoas citadas nos fatos que noticio ou comento.

Mas como o achincalhe é a arma mais comum de quem não possui argumentos contra os fatos, muito menos explicações ou respostas aos questionamentos que comumente recebe, o prefeito Vanderley Viana, em pessoa, ao contrário do que faço, utiliza um meio de comunicação, de forma irregular, para atacar de forma covarde e virulenta os seus adversários. As agressões já renderam uma série de ações judiciais seguidas de derrotas contra o prefeito, sem, no entanto, gerarem uma medida mais eficaz, por parte da justiça ou do próprio Ministério Público para coibir os abusos da autoridade.

Entre as ofensas, fui chamado pelo prefeito de canalha. Vindo de quem veio, tomo como elogios os insultos, recusando-me, no entanto, a devolvê-los no mesmo nível. Um dos principais dicionários de Língua Portuguesa adotados no Brasil, o Aurélio, define desta forma o verbete em epígrafe utilizado para me agravar: pessoa vil, infame, reles; velhaco. Deixo por conta do leitor decidir a quem os adjetivos melhor cabem, se a mim ou ao prefeito Vanderley Viana. Para isso, consultem nossas biografias.

O prefeito diz ainda que sou uma pessoa mal-humorada que não tem amigos na cidade. E eu digo que amigos, os tenho mais do que mereço e menos do que preciso. Tento diariamente, à base da franqueza e da lealdade com meus semelhantes, amealhar mais bons amigos do que os que tenho até este momento da vida. É certo que franqueza nem sempre é um bom instrumento para se conquistar multidões de amigos, mas, certamente, os que obtemos através deste expediente são os mais certos nas horas incertas.

Lamento a concepção que nosso prefeito possui do termo amizade. Não conhece o sabor da verdadeira amizade porque amigos não possui, posso afirmar. Prova disso é que aqueles que o cercam, geralmente o louvam e idolatram movidos pela força das segundas intenções. São os chamados amigos do poder. Pessoas que não conseguem viver sem um elo à coisa pública. Se o peito abundante lhes falta à boca, logo abandonam o líder e o maldizem nos quatro cantos da cidade. Diz o velho ditado que os ratos abandonam o navio logo que este comece a afundar. Com Vanderley não será diferente.

Quanto ao meu trabalho, garanto que prosseguirei no ofício de informar e denunciar tudo o que achar que devo, dentro da legalidade, e sem me importar com o que acha ou diz quem se sentir incomodado. Segundo o filósofo Aristóteles, a função da política, na sua mais pura e verdadeira acepção, é investigar e descobrir quais são as formas de governo e as instituições capazes de assegurar a felicidade coletiva. Na nossa prática atual nada mais é que a defesa de interesses próprios, que quase sempre são ligados ao objetivo de parasitar a sociedade, através do nepotismo e da roubalheira.

É preciso dar um basta aos parasitas inexoráveis a que se refere Rui Barbosa no texto Política e politicalha, que, não à toa, postei logo abaixo. É preciso que, urgentemente, façamos um raciocínio sobre que tipo de política e de políticos precisamos e queremos para administrar nossa cidade. Se de pessoas minimamente idôneas e emocionalmente equilibradas, de quem se possa pelo menos cobrar as atitudes mais adiante, sem medo de agressões físicas ou verbais; ou de indivíduos obtusos e de moralidade comprovadamente estragada, que tratam o povo da forma como foram criados. Esses últimos, sim, os comandantes da canalhocracia instalada em Xapuri.

Frieza e desfaçatez

No país em que garotas menores de idade são encarceradas junto com homens, como aconteceu em uma delegacia do Pará, e onde por pequenos furtos passa-se mais de 4 meses trancafiado em uma cela imunda (veja), o cínico casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá ainda está em liberdade, apesar das evidências periciais mostradas pela polícia de que mataram, com requintes de crueldade, a garota Isabella, filha de Alexandre e enteada de Anna Carolina, no dia 29 de março passado.

- Em entrevista exclusiva para o Fantástico, neste domingo (20), eles não comentaram detalhes dos laudos - que não foram divulgados oficialmente, mas que a TV Globo teve acesso, diz o site G1, da Globo.com.

Na realidade a Globo apenas ofereceu palco para o casal atuar. Em nenhum momento foram confrontados com as informações dos laudos que a TV diz ter tido acesso. A polícia garante que Isabella já chegou ferida ao prédio e que Anna Carolina esganou e Alexandre matou, ao remessar pela janela, a filha que presumira estar morta.

A revista Veja desta semana também mostra detalhes dos laudos da polícia e divulga fatos novos como o safanão e a ameaça que Alexandre fez contra a garota após uma má-criação de Isabella durante uma festa no prédio dos pais de Anna Carolina, horas antes do assassinato. "Você vai ver quando chegar em casa", teria dito o pai à garota, segundo testemunhas.

Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá devem voltar para a prisão ainda nesta semana. Restam apenas duas etapas para que a polícia conclua o inquérito sobre o assassinato de Isabella: a reconstituição do crime, que a polícia paulista prometeu fazer nos próximos dias, e os depoimentos de Antonio e Cristiane Nardoni, avô paterno e tia da menina Isabella

domingo, 20 de abril de 2008

Política e politicalha

Rui Barbosa

A política afina o espírito humano, educa os povos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento.

Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, que entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traduz ainda todo o desprezo do objeto significado. Não há dúvida de que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará o batismo adequado? Politiquice? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa.

Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis.

A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou um conjunto de funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.

Trechos escolhidos de Rui Barbosa.
Edições de Ouro: Rio de Janeiro, 1964.

sábado, 19 de abril de 2008

Caras novas na Difusora

Apesar da saída do competente Washington Aquino da direção da Rádio Difusora Acreana, a emissora continua a ser o mais importante e poderoso veículo de comunicação de massa do Acre. Com uma equipe maior na direção de jornalismo e com uma produção mais refinada, a "Voz das Selvas" ganhou organização e qualidade nos produtos que leva ao ar.



Acima, a dupla de comedores de caxinguba, Ilson Nacimento e Leônidas Badaró, que comandam o novo momento do jornalismo da emissora. Abaixo, a radialista Lígia Apel, que chega para dar o toque refinado na produção, e o jornalista Júnior César, novo apresentador do programa Gente em Debate.

Em tempo: "comedor de caxinguba" significa apenas ser filho dessa maravilhosa terra chamada Xapuri, como são o bom Ilson Nascimento e o bravo Badaró, nada mais que isso, bem entendido.

Página 20 sem Poronga

O jornal Página 20 deste sábado não traz a coluna Poronga, assinada pelo jornalista Leonildo Rosas. No seu blog, Léo Rosas explica a razão. A direção do jornal recheou a coluna, sem a sua autorização, com uma nota de solidariedade do senador Tião Viana (veja)aos desembargadores Arquilau de Castro Melo e Adair Longuini, vítimas, segundo a nota, de agressões por parte de um jornalista da capital.

Claramente aborrecido com o episódio, Leonildo afirma no blog que teria mais um “arranca-rabo” com a direção do jornal. Em seguida diz que conversou com o senador Tião Viana, vice-presidente do senado, sobre o assunto.

“Foi uma boa e franca conversa. Serviu para acabar com alguns ruídos de comunicação. Questionei posições dele, mas também fui questionado. Ele expressou algumas opiniões suas. Eu expressei as minhas. Temos em comum o fato de, cada uma à sua maneira e seu poder de fogo, lutar por um Acre melhor, mais fraterno e com oportunidades para todos. Mas, infelizmente, vivemos num meio onde a sinceridade é coisa rara. O senador foi sincero comigo. Eu fui sincero com ele”, escreveu.

No último post, escrito na sexta-feira, Leonildo anunciou um final de semana de reflexões e de torcida pelo Botafogo, no domingo, contra o meu Fluminense (espero que neste ítem ele não seja feliz), conjeturando a descoberta de novos caminhos na semana que se aproxima.

“Sábado é Dia do Índio e os filhos da taba estão cada vez menos prestigiados na aldeia Acre. Domingo é dia de torcer pelo Botafogo, no Maracanã, e pelo Náuas, no Arena da Floresta. Segunda-feira é Dia de Tiradentes. Tem muita gente com a corda no pescoço. Há muitas cabeças rolando neste Estado que um dia lutamos para ser recheado de democracia plena. Terça-feira foi o dia que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil. Será quando a semana começará. Quem sabe, a gente comece a descobrir novos caminhos...”

Clique no link para ler o blog do jornalista Leonildo Rosas.

Manoel Moraes é absolvido de acusação de compra de votos

O Juiz Eleitoral da Segunda Zona de Xapuri, Anastácio Lima de Menezes Filho, decidiu por arquivar o processo em que o empresário Manoel Moraes de Sales, vulgo Manoel do IBAMA, figurava como acusado de suposta prática de crime eleitoral nas eleições de 2006, quando disputava uma vaga na Assembléia Legislativa do Acre. Candidato pelo PSB, Manoel Moraes foi detido nas vésperas da eleição quando chegava de Rio Branco para Xapuri. No seu carro foi encontrada a quantia de R$ 950,00 que seria destinada à compra de votos, segundo a denúncia.

Horas antes do episódio que envolveu Manoel Moraes, seu cunhado Pedro Leite Silva e o presidente do PSB de Xapuri, Wágner Soares de Menezes, coordenadores da campanha do empresário, haviam sido presos por policiais e funcionários da justiça eleitoral, acusados de estar comprando votos na área central da cidade. Pedro Leite, conhecido pela alcunha de Tarauacá, e Wágner Menezes tinham dinheiro em espécie e material de propaganda de Manoel no carro em que andavam. A denúncia contra os dois foi rejeitada pelo Juiz Eleitoral da 6ª Zona, Leandro Leri Gross.

No caso de Manoel Moraes, o juiz Anastácio Lima de Menezes Filho afirmou não haver provas que configurem a prática do crime de compra de votos pelo ex-candidato. “Compulsando os autos, denoto a inexistência de provas capazes de estabelecer juízo de convicção necessário, com vistas à configuração de conduta ilícita do artigo 299 do Código Eleitoral, ou em conexão à outra espécie delitiva, que supostamente teria sido perpetrada pelo ex-candidato Manoel Moraes de Sales, quando das eleições 2006”, diz o magistrado em sua decisão.

O episódio causou uma grande repercussão na cidade, naquele momento decisivo da eleição, que, segundo correligionários do político, custou-lhe a cadeira para o cargo eletivo que disputava. Moraes obteve uma boa votação, mas perdeu a vaga para o seu colega de partido, deputado Walter Prado, por uma quantidade pequena de votos. A decisão do juiz Anastácio foi proferida no último dia 7 de abril e Manoel Moraes, que na semana passada oficializou sua pré-candidatura à prefeitura de Xapuri, já foi intimado para ser restituído dos valores e bens apreendidos pela justiça.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Uma briga a menos

Prédio do Museu do Xapury deverá ser doado ao Estado

Pelo menos um dos motivos de discórdia entre o prefeito Vanderley Viana e o Governo do Estado caminha para um epílogo. O antigo prédio da prefeitura, que foi completamente restaurado durante o governo Jorge Viana para abrigar o Museu do Xapury, deve, enfim, ser definitavamente doado pelo município ao Estado do Acre.

Projeto de lei tratando da doação do patrimônio que está sob responsabilidade do Estado por força de um termo de cessão de uso, com validade de 5 anos, celebrado em 2004 pelas duas esferas, foi encaminhado à câmara de vereadores nesta semana que finda. A matéria pode, inclusive, já ser aprovada na próxima sessão, que acontece na terça-feira.

Inaugurado em 3 de agosto de 2004, na antiga prefeitura da cidade, o museu se transformou em razão de protestos por parte do prefeito Vanderley Viana que por diversas vezes ameaçou invadir e tomar a força o prédio, como chegou a fazer no caso da Rádio Educadora 6 de Agosto, que teve os seus equipamentos também cedidos ao governo. A invasão rendeu um processo na justiça federal ao prefeito. As cessões foram feitas pelo antecessor de Vanderley, o ex-prefeito Júlio Barbosa.

O acervo do Museu do Xapury possui peças que apresentam características do cotidiano de pessoas que viveram no auge do ciclo da borracha e outras com temas relativos à luta dos trabalhadores rurais e ao povoamento da cidade, desde a Revolução Acreana, passando pelo 2º ciclo da borracha até a morte do líder seringueiro Chico Mendes, cuja estátua de bronze é uma das atrações mais procuradas pelos turistas e visitantes do lugar.

Em contrapartida à doação do prédio, o governo vai destinar ao município uma máquina coletora de lixo, no valor de R$ 75 mil, segundo informou ao blog o vereador José Maria Miranda (PT). O acordo mostra que Xapuri e o próprio Vanderley muito teriam ganhado se o entendimento entre a prefeitura e o governo fosse praticado desde o princípio e não somente agora, no apagar das luzes deste mandato marcado por muitas confusões e pouquíssimas realizações.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Combate à dengue pára em Xapuri

Agentes de endemias não têm pilhas para as lanternas e faltam até mesmo os coletores de larvas do mosquito Aedes aegypti.

A Secretaria Municipal de Saúde de Xapuri realizou nesta semana uma ação educativa de combate à dengue, nos bairros periféricos da cidade, que durou dois dias seguidos. Na ocasião, a secretária Simone Oliveira afirmou que o município não registra nenhuma ocorrência da doença desde o ano 2006 e que os casos aqui notificados neste período foram importados de outros municípios. "Pessoas contraíram a dengue em outros lugares e retornaram para Xapuri doentes", explicou ela.

Espero que essa situação positiva informada pela secretária seja única e exclusivamente resultado do trabalho educativo e de conscientização feito por sua secretaria. Fontes da Funasa – Fundação Nacional de Saúde –, cujas ações de combate às endemias são gerenciadas pelo município, informam que o trabalho de combate ao mosquito transmissor da dengue está parado em Xapuri por causa da falta de pilhas, para as lanternas dos agentes, e de coletores para as larvas do mosquito, apelidados de “pesca larvas”.

Consultado por telefone sobre essas informações, o gerente de endemias da Funasa, Élson Fadúl, pediu tempo para explicar a situação, sem negar ou confirmar a veracidade da falta do material básico para o trabalho de combate à doença. Minutos depois o gerente retornou a ligação telefônica informando que não havia sido autorizado pela secretaria de saúde do município a falar sobre o assunto. É isso mesmo. O gerente maior da Funasa no município foi impedido de prestar informações de total interesse da população.

Além de gravíssimo, esse fato denuncia a maneira irresponsável como a saúde pública vem sendo tratada em Xapuri. É inaceitável que as ações de um órgão federal como a Funasa, que trata de problemas de saúde tão sérios como a malária, que mata milhões todo ano no mundo, e a dengue, que já levou mais de 50 à sepultura no Rio de Janeiro, sejam condicionadas aos humores de uma prefeitura capenga como esta.

Funcionários da Funasa, que temem se identificar, já haviam informado, em outra ocasião, que recursos destinados ao trabalho de combate às endemias poderiam estar sendo desviados para outras finalidades. Outro desvio de finalidade seria quanto a um funcionário contratado para o combate ao mosquito e que exerceria outras funções, totalmente distintas das atribuições da Funasa. Estaria esse servidor, em determinada oportunidade, trabalhando como pintor.

Subordinados ao prefeito, via secretaria de saúde, a maioria dos funcionários da Funasa se mantêm em silêncio sobre as péssimas condições em que o trabalho é executado. Outros, ocupantes de cargos cujas gratificações dependem da vontade do prefeito, preferem calar para não perder parte da remuneração. Essa é a grande verdade da relação entre Funasa e prefeitura de Xapuri, após a grande bobagem que foi a municipalização das ações do órgão.

Complexo de Empresas Falidas



Depois de construir, inaugurar e em menos de um mês falir a fábrica “ecologicamente correta” de vassouras de Xapuri, o prefeito Vanderley Viana parte agora para a terceirização da pequena manufatura. Para tornar isso possível, já encaminhou mensagem à câmara de vereadores solicitando autorização para tomar a providência. Resta saber o que o senador Geraldo Mesquita pensa da idéia, já que havia deixado claro, na sua última vinda ao município, que seu gabinete deveria recuperar os equipamentos para utilizá-los em outro local.

O Geraldo Mesquita é o pai da idéia da criação da fabriqueta e seu gabinete forneceu os equipamentos e a qualificação dos trabalhadores que, a princípio, trabalharam na produção dos primeiros exemplares das vassouras fabricadas a partir de garrafas plásticas de refrigerantes (PET). O senador trouxe a idéia de Fortaleza, capital do Ceará, onde, segundo ele, fábricas como essas são um sucesso na geração de emprego e renda, com resultados de caráter sócio-ambiental.

No caso de Xapuri, o empreendimento foi um grande fracasso, como todos sabem. Inaugurada com pompa e farto foguetório (clique aqui e leia), a fábrica não chegou a pagar os primeiros salários de cerca de 30 trabalhadores que apostaram na oportunidade de emprego. O “Complexo de Empresas Públicas de Xapuri”, como foi batizado o conjunto formado pela fábrica de vassouras, cerâmica municipal e uma fábrica (acreditem) de carvão é uma das maiores piadas desta administração.

O vereador José Maria Miranda informa que no mesmo pedido de autorização para terceirizar a fábrica de vassouras vai também o da cerâmica municipal, outro exemplo da imperícia administrativa do prefeito Vanderley Viana. A cerâmica é o único empreendimento gerador de renda e emprego viável que o município possui e que empregava cerca de 20 pessoas, mas que está há mais de dois meses parada. Os funcionários foram demitidos.

É incrível como as últimas administrações de Xapuri não conseguem sequer gerenciar uma simples olaria.

MDS amplia Bolsa Família

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (16/04), a Medida Provisória que reformula o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), lançado em 2005 pelo governo federal. A MP divide o programa em quatro modalidades (Adolescente, Urbano, Campo e Trabalhador) e aumenta a faixa etária de abrangência incluindo, agora, jovens de 15 a 29 anos.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) é responsável pela coordenação do ProJovem Adolescente - reformulação do Projeto Agente Jovem, também executado pelo Ministério - e destina-se a jovens de famílias beneficiárias do Bolsa Família ou de outros programas sociais. A ação vai oferecer atividades que desenvolvam as potencialidades de seus participantes e que estimulem o convívio familiar e a participação cidadã.

Com duração de dois anos, o novo programa será executado com a assessoria dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), muitos deles co-financiados pelo Ministério, que repassará cerca de R$ 275 milhões às Prefeituras para as atividades do ProJovem. Em todo o Brasil, 2.823 municípios foram habilitados para aderir ao programa.

Bolsa Família

A Medida Provisória assinada pelos deputados nesta quarta-feira tramitava desde outubro de 2007 na Câmara e foi aprovada com unanimidade pelo plenário. Ela também reajusta o valor básico do Bolsa Família, que sobe de R$ 50 para R$ 58. Cria-se ainda novo benefício variável para jovens de 16 e 17 anos de famílias atendidas pelo Bolsa Família. Eles vão receber um valor de R$ 30,00, limitado a dois por grupo familiar, acumulado ao que é pago atualmente. Embora a nova modalidade seja vinculada ao adolescente, o benefício será pago à família.

O ProJovem Adolescente e a extensão da faixa etária do Bolsa Família para pagamento de benefício são duas iniciativas independentes, executadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em parceria com Estados e municípios.

Assessoria de Imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Representar o povo é mais que isso

Definitivamente, a câmara de vereadores de Xapuri não se constitui, na atualidade, em um palco de debates atinentes aos interesses da população. E evidente também é que poucos dos vereadores eleitos para ocupar uma cadeira naquela casa se preocupam com essa realidade. Acreditam, porém, que o povo lhes fará vista grossa e os reconduzirá ao templo da ociosidade.

As sessões, realizadas às terças-feiras, são conhecidas pelo caráter da pouca importância, as discussões são indigestas e a platéia é quase sempre nenhuma, com a exceção de um senhor conhecido pela alcunha de Doutorzinho, funcionário aposentado da câmara que insiste em se mostrar útil, exemplo que deveria ser seguido pela maioria, senão por todos os edis.

O desinteresse em informar a população sobre as matérias que são aprovadas e esclarecer seus significados práticos também é patente. É um lugar onde muitas das decisões são tomadas à portas fechadas e levadas a plenário apenas para cumprir as formalidades exigidas pelo regimento. O resultado disso tudo é o descrédito e o ceticismo que o povo reserva à instituição. Entre os fatos mal explicados, houve, recentemente, vereador (Pedro Aquino) residindo em outro município e vindo a Xapuri somente nos dias de sessão. Isso sem que ninguém ao menos se manifestasse sobre a legalidade ou não desta situação conhecida por todos.

Ocorreu também, há pouco tempo, o fato de o presidente da câmara (Ronaldo Ferraz) viajar para outro estado, em tratamento de saúde, e não transmitir o cargo para o vice (vereador França), que se pôs a protestar, mas sem nenhuma atitude concreta ser tomada ou algum esclarecimento ser feito. França solicitou também, ao Tribunal de Contas do Estado, a verificação da legalidade do acúmulo de cargos por parte do presidente Ronaldo (ele acumula os cargos de presidente da câmara, vereador, funcionário da mesma câmara e servidor público estadual). Até hoje, segundo o vereador França, não houve resposta do TCE.

Para reforçar as informações acima, relembro o fato, talvez inédito na história, ocorrido no dia 23 de outubro do ano passado. Naquele dia, a câmara simplesmente não funcionou. Era uma terça-feira, dia de sessão, e nenhum vereador compareceu à reunião ordinária semanal do parlamento mirim de Xapuri. Mesmo com as justificativas de alguns para as ausências, o fato de nenhum deles haver comparecido à câmara soou mal e foi motivo para os mais diversos comentários. Uma manobra para favorecer o presidente Ronaldo que estava fora do estado e poderia ter anotadas três faltas seguidas, que poderiam lhe render o mandato, foi cogitada pelo suplente Selmo Dantas, outro que se considera prejudicado por não ser convocado nas ausências do presidente.

O propósito deste texto, no entanto, não é criar polêmicas gratuitas com os "nobres" vereadores, mas sim fazer uma reflexão sobre a atual situação do Poder Legislativo Municipal. Reflexão que deve ser feita em primeiro lugar por eles mesmos acerca de seus mandatos. Os fatos e informações aqui mostrados, noves fora aqueles que não são expostos à luz do conhecimento público, são mostras cabais da péssima atuação da câmara, que se omite em desempenhar o simples papel para o qual foi criada: defender os interesses do povo.

Existem sim, alguns vereadores comprometidos em “fazer alguma coisa” pelas comunidades que representam e em honrar seus mandatos. Mas seus esforços se tornam inócuos diante da grande confusão que comumente se faz entre a verdadeira função de um vereador e o mero papel assistencialista que a própria população lhes impõe sob pena de não lhes manter o apoio e os votos de parentes e aderentes no dia da eleição.

Nesta legislatura, infelizmente a câmara se prestou unicamente ao papel de abonadora dos interesses do executivo, prova disso foi a aprovação de um aumento de 50% no salário de um prefeito que desde quando assumiu a prefeitura, em janeiro de 2005, massacra o funcionalismo público e a educação, sem sequer conceder os reajustes salariais previstos em lei. É o que penso, no meu livre direito de expressão que espero continue sendo respeitado.

Amazônia Sustentável

Dia 18 de abril São Paulo recebe as principais lideranças pela sustentabilidade na Amazônia.

Adalberto Wodianer Marcondes, da Envolverde

Lideranças das maiores empresas que atuam na Amazônia, de importantes organizações da sociedade civil e dos movimentos sociais estão juntas no Fórum Amazônia Sustentável, um espaço de diálogo onde os desafios para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável são a pauta cotidiana. O objetivo desta mobilização é uma união de saberes, corporativos e tradicionais, que permitam à Amazônia uma oportunidade de se desenvolver abandonando o modelo predatório.

Empresários e líderes sociais acreditam que não haverá desenvolvimento enquanto persistirem na Amazônia o crime e a impunidade como regras básicas, o trabalho escravo e a degradação ambiental como ferramentas aceitas para a obtenção de lucro. Ricardo Young, um dos mais ativos participantes do Fórum Amazônia, acredita que é possível uma convergência dos interesses das grandes empresas que atuam na região e dos movimentos sociais a partir de indicadores claros que possibilitem um outro tipo de governança para a Amazônia. “É preciso construir uma agenda mínima comum, porque ninguém vai conseguir enfrentar sozinho o desafio”, diz Young.

A aposta nesta agenda mínima tem parceiros de peso, como a Alcoa, que mantém parte importante de seus investimentos na região, a Philips, o Grupo Orsa, a Natura, além de bancos e empresas de diversos setores e portes. Do lado da sociedade civil estão organizações como o Instituto Ethos, Imazon, Avina, Conselho Nacional dos Seringueiros e muitas outras. Ao todo cerca de 100 organizações e empresas já são signatárias do Fórum Amazônia Sustentável.

O Fórum Amazônia foi criado em Belém, em novembro de 2007, e agora inicia sua etapa de lançamentos nacionais por São Paulo. Isto está sendo feito para que mais lideranças tenham oportunidade de conhecer o trabalho que está sendo realizado e também para que a imprensa possa ter acesso às informações que estão sendo trabalhadas entre os signatários em Grupos de Trabalho que estão debatendo temas como Fortalecimento de Mercados, Valorização de Conhecimentos Tradicionais, Demandas de Ações do Estado e Pesquisas Científicas, entre outros.

O lançamento em São Paulo será durante a III Feira Brasil Certificado, que acontece de 16 a 18 de abril, no Centro de Exposições São Luís, na rua Luis Coelho, 323, próximo à Av. Paulista.

A cerimônia de lançamento será às 17 horas do dia 18 de abril, e terá a presença de diversas empresas e organizações.

A Alcoa e a Vale do Rio Doce patrocinaram o lançamento do Fórum Amazônia Sustentável, em Belém (PA), no dia 05 de novembro do ano passado. O fórum teve a adesão da maior rede de setores populares da região, o Grupo de Trabalho Amazônia (GTA) e de diversas ONG´s. Veja o que diz o artigo Brasil - Inquietações sobre o Fórum Amazônia Sustentável sobre os possíveis interesses que colocam as duas empresas na vanguarda da iniciativa pela Amazônia.

Fasano diz que Amazônia está abandonada

Victor Fasano defende construção de ferrovias e a valorização das Forças Armadas na defesa da região.

O ator da TV Globo e ativista ambiental Victor Fasano, porta-voz do Movimento Amazônia Para Sempre – criado em 2007 por ele e os atores Juca de Oliveira e Cristiane Torloni, durante as filmagens da minissérie Amazônia – De Galvez a Chico Mendes –, participa de café da manhã promovido pela Frente Parlamentar Ambientalista, nesta quarta-feira, 16, na Câmara.
Amanhã às 10h, Fasano fala em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Casa. Escrita pela novelista acreana Glória Perez, a Amazônia foi ao ar ano passado, na Globo, em homenagem aos 100 anos da Revolução Acreana.
Victor Fasano veio à Brasília em parceria com a ONG Preserve Amazônia. O presidente da Preserve, Marcos Mariani, falará, no café da manhã, sobre “A importância do modal ferroviário na defesa dos direitos dos povos da floresta”, e, na audiência pública sobre a mudança, na Amazônia, do modal rodoviário para ferroviário, especialmente sobre os impactos sociais e ambientais decorrentes da pavimentação da BR-163, a Cuiabá-Santarém, bem como da falta de atendimento às exigências da legislação ambiental no licenciamento da obra. Ontem, Fasano falou com exclusividade à Agência Amazônia. Leia a entrevista.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Defuntos, bêbados e hilários.

O jornalista Leonildo Rosas, que assina o Blog do Léo, diz que teme os “defuntos insepultos da política acreana que passaram a rondar e a querer vigiar um projeto que foi construído a tão duras penas pelas forças progressistas do nosso Estado”. Ele se refere ao empresário e ex-deputado Narciso Mendes, que o acusa de defender a permanência de eleitores mortos no cadastro eleitoral do TRE.

Ainda bem que Leonildo não mora em Xapuri, onde esses defuntos costumam ressuscitar e causar os piores dissabores aos mais destemidos viventes. O mais notório deles, o prefeito Vanderley Viana, já foi discípulo de Narciso e vai tentar a todo custo se manter insepulto sobre essa terra sofrida. Renasceu das incansáveis preces do ex-prefeito Júlio Barbosa e reluta em voltar para o purgatório, de onde jamais deveria ter saído.

Por falar em Vanderley, vou adiante. Entre as estratégias utilizadas para conseguir a reeleição, está a propagação de informações sobre supostas “pesquisas internas” que têm sido realizadas sabe-se lá por quem. Numa delas, o “jornalista” Josimar Tavares afirma no hilário blog Xapuri na Foto, que o prefeito tem 63% das intenções de voto contra apenas 16% do segundo colocado. Ele não divulga o nome do instituto responsável pela pesquisa nem as demais informações necessárias para dar credibilidade à informação.

No mesmo blog, o post “Festa do PPS” mostra fotos do ato político que seria o anúncio da definição do nome da professora Aucelina Oliveira como candidata à vice-prefeita na futura chapa da reeleição. O que se vê, na realidade, é uma bebedeira geral, com som ao vivo, e presença de crianças em um ambiente pesado onde o álcool rola solto e as idéias aparentam estar tão confusas quanto as línguas emboladas. Nada convencional para uma largada de campanha eleitoral, quando os candidatos normalmente querem se manter longe da associação com os vícios.

Para fim de conversa, já que chamei o blog do Josimar de hilário, acessem-no e confiram as - mais hilárias ainda - mensagens deixadas no mural de recados do gajo. É de deitar e rolar de rir.

Em busca do voto consciente

O professor da zona rural de Xapuri, Cosmo Benigno, criou um projeto que visa conscientizar e orientar jovens sobre as eleições, vida política e funcionamento dos poderes executivo e legislativo. Para ele, a ignorância sobre esses temas, entre os jovens, é quase total. O trabalho consiste na realização de palestras nas escolas públicas, como explicou ao jornal Página 20, na edição desta terça-feira (15).
“Meu alvo será as escolas porque acredito que toda e qualquer educação deve partir de dentro dela. Acredito também que a transformação da sociedade começa pela educação e, por isso, não há outro lugar melhor para atender. Se eu pergunto para um aluno qual a função de um vereador, ele não sabe me responder. São dúvidas simples como essa que quero tirar com o auxílio de palestras e distribuição de materiais educativos”, diz ele.
Segundo Benigno, a falta de informação também está entre eleitores experientes. “Conheço gente que acha que o vereador que deve ganhar é aquele que lhe fez algum favor em troca do voto. Não entende que este é o candidato que menos interessa para a população”, enfatiza. Leia a matéria da repórter Renata Brasileiro no Página 20.
A leitora do blog, Eurilene Santos, xapuriense que vive em Rio Branco, também acredita que o voto consciente e o bom senso dos eleitores é importante para recuperar Xapuri da situação desfavorável em que se encontra. "Espero que mesmo sofridos e temerosos com o que está por vir, com as eleições 2008, meus conterrâneos sejam conscientes e acima de tudo sensatos para medir as ações e o comportamento de cada candidato e que, assim, nossa cidade retorne deste caminho pelo qual enveredou", comentou ela no post sobre a definição da pré-candidatura de Manoel Moraes, do PSB.

Rua Guilherme Ferreira



Um exemplo da situação das ruas na periferia de Xapuri. Além de muitos buracos e poças de lama, falta iluminação pública e os roubos têm sido constantes. O descaso não é exclusividade da administração atual, é necessário que se diga. Esta tornou pior a situação deixada pelas anteriores, que sempre relegaram os bairros ao abandono. É bom que pensem nisso os que, agora, pretendem chegar à prefeitura, na hora de colocar no papel suas propostas para a cidade.

O "Prezado" Antônio Zaine

Está na Agência de Notícias do Acre texto deste blog sobre o museu informal do Sr. Antônio Zaine, o "Prezado", organizado por ele mesmo, no decorrer de mais de 50 anos de Acre, no prédio da antiga Casa Kalume. Outros veículos também publicaram, como o jornal Página 20, que esqueceu, no entanto, de citar a fonte.

Natural de Corumbataí (SP), Antônio Zaine é uma das figuras mais tradicionais de Xapuri e seu museu reúne muita informação sobre a história do município e do Acre. Zaine pretende conseguir junto ao governo do Estado, via Fundação Elias Mansour, restaurar e adequar o espaço que ele considera impróprio para guardar tantos elementos relacionados à história da cidade, berço da Revolução Acreana.

A ordem do mérito

José Cláudio Mota Porfiro*

E quando a injustiça se levanta, o poeta incansável não cala e a sua pena fala e grita, a plenos pulmões, clamando revoltada contra os imorais. E brande a espada que é a arma e a arma que é o verbo que, se bem conjugado, a pessoa, a tempo e a bom modo, fere feito o açoite ardente no lombo também daqueles que vomitam palavras desgovernadas, a torto e a direito, contra os mais justos dentre todos os justos da vida minha. Levanta-te, ó bardo, e vai em defesa da verdade nua e crua saída da memória das almas boas que houveram por bem fazer tanto bem a ti.

Em Xapuri, conheci João e Maria, que também eram Dias de Figueiredo. Conheci Eurico e Linda, que também eram Gomes Fonseca. Tenho-os como meus avós longínquos, e muito próximos, posto que eram vizinhos da rua 24 de Janeiro e da Floriano Peixoto. São eles, junto com os meus parentes, seus amigos do início do século XX, meus respeitáveis mortos que velam pelas nossas melhores ações, lá em cima, muito acima, onde Deus houve por bem lhes acolher.

Maria era parteira e viu muitos dos nossos nascerem. E, num dos dias de abril de 1963, ouviu gemidos de dor no meio da madrugada silenciosa. Era minha mãe que dava à luz o Jorge, um irmão que também partiu para outros mundos preferidos de Deus. E à cabeceira úmida e quente onde foi feito o parto estava uma mulher a quem o meu povo deve de tudo um pouco. Portava ela à mão um copo com um remédio que aliviaria as tensões da parturiente. Era a Euri, de mim, um pouco de tudo, de professora a mãe e irmã e tia e meu exemplo... Ó céus! Ó candura em pessoa!

Euri é filha de Eurico e Linda. Ele, oriundo de Portugal, sempre risonho, sempre de bem com a vida até que a morte o levou. Ela, do lar, especialista em criar filhos e filhas prendados e úteis à comunidade.

E dizem que já se nasce devendo. Comigo não aconteceu diferente. A primeira professora, Enedina Sant’Ana, atirou ao fogo a palmatória que me acalmava. Orfisa Camelo Bacelar, do quarto ano primário, ensinava-me, gratuitamente, Matemática, enquanto quebrava castanhas na sua fabriqueta de sabão em barra. E Euri, do ginásio e do pedagógico, me fez aprender datilografia, de graça, numa escola sua montada na varanda de casa... Em verdade, meus pais não tinham posses e elas o percebiam, e queriam ajudar. E eu sou feliz, e nós lá de casa somos muito felizes porque tais mulheres fizeram por mim e por todos tanta coisa boa. Também, pudera! Deus as enviou para fazê-lo.

Este ano, na festa do Padroeiro São Sebastião, permanecemos, eu e meu irmão Marcos, quatro dias na terra natal. Por três vezes tentamos reencontrar a musa da minha didática, a Professora Euri. Se íamos à residência, estava ela na Igreja organizando a festa. Se íamos à Igreja, ela estava ocupada, inclusive, prestando assessoria de alta competência ao Padre Chagas. Enfim, no dia do santo, findamos por encontrá-la depois da procissão. Abracei-a carinhosamente e ela perguntou por minha mãe. Quanta meiguice! Tanta solicitude! Quanta dedicação! Tanto amor!

Júlio Figueiredo, esposo de Euri, era filho de Maria e João. Foi prefeito de Xapuri entre o final dos anos sessenta e início dos setenta do século passado. Aos doze anos, eu já atijolava ruas e era servente de pedreiro. E o homem trabalhou, sim, na medida do possível, conforme registros da revista Momento, edição de 1969, que faz parte dos meus arquivos.

“Ao assumir a Prefeitura Municipal, em 15 de novembro de 1966, Júlio Dias de Figueiredo voltou sua atenção para o trinômio Educação, Energia e Obras públicas.”

Reabriu dezesseis escolas que se encontravam fechadas, inclusive o Ginásio Antero Soares Bezerra, construiu a Escola Profª. Luzia Otávio Veloso, dentre outras na zona rural. Recuperou os serviços de energia elétrica e doou terras do município para a construção da termelétrica da Eletroacre. Durante o seu mandato, foi construída a caixa d’água que ainda hoje serve à população. Foram construídas quatro pontes no interior, inclusive, a ponte do Bosque, e ainda foram feitos serviços de conservação nas existentes. Recuperou o prédio da Prefeitura Municipal, adquiriu terreno para a Câmara dos Vereadores. Trabalhou na pavimentação das ruas 6 de Agosto, 17 de Novembro, Coronel Brandão, Batista de Moraes e 24 de Janeiro. Construiu uma olaria para a produção dos tijolos utilizados na pavimentação das ruas. Recuperou o Posto de Puericultura.

Para que dizer que um homem desses roubou o erário público? As verbas eram mínimas para um rincão enfiado no meio da Amazônia. Se vivo Júlio estivesse, aqueles que lançaram as acusações não teriam coragem para tal.

Ofensas por acaso dirigidas aos membros mortos ou vivos da minha família estarão causando danos morais à tradição da gente pobre e trabalhadora que nós sempre fomos. Em casos como este, o Ministério Público seria acionado dentro da maior urgência possível, tudo sob o amparo da eficácia e da competência de um advogado, procurador federal aposentado, filho do meu pai e da minha mãe.

Deixa-me perplexo o fato de a canalha ofender pessoas mortas a quem sequer conheceu verdadeiramente. O respeito maior é o justo merecimento dos que deram toda uma vida por uma cidade, pelos seus filhos e pelos filhos dos outros que eram considerados filhos seus. Entristeço porque a imoralidade sobe as escadas dos dignos e os deixam pensantes acerca dos porquês que poderiam justificar o injustificável achincalhamento. Todavia, fico feliz por poder dar a mão amiga à memória dos que foram vilipendiados pela sordidez de um crápula que não me faz bem sequer lembrar o nome.

*Cronista

◙ Crônica publicada no jornal Página 20, no dia 28 de maio de 2006. José Cláudio Mota Porfiro acaba de lançar "Janelas do Tempo", livro de crônicas publicadas pelo jornal entre os anos de 2005 e 2006.