sexta-feira, 31 de agosto de 2012

“A palavra foi feita para dizer”

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes.

Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.

Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

Graciliano Ramos em entrevista ao jornalista e escritor autodidata Joel Silveira. A conversa entre os dois escritores foi publicada por Joel no livro Na fogueira: Memórias, de 1998.

Apuizeiro

Ficus sp.

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“O apuizeiro é um polvo vegetal. Enrola-se ao indivíduo sacrificado, estendendo por
sobre ele um milhar de tentáculos. O polvo de Gilliat dispunha de oito braços e
quatrocentas ventosas; os do apuizeiro não se enumeram. Cada célula microscópica
na estrutura de seu tecido, se amolda numa boca sedenta.
E é uma luta sem um murmúrio”.

Alberto Rangel. Inferno Verde, 1908.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Minoru Kimpara vence eleições na Ufac

Evandro Ferreira - Blog Ambiente Acreano.

Com 54,24% dos votos proporcionais de alunos, funcionários e servidores, o professor Minoru Martins Kimpara foi eleito na quarta-feira (29) o novo Reitor da UFAC para atuar no período 2012-2016. A posse de Kimpara, que foi apoiado abertamente pelo Deputado Federal Sibá Machado (PT-AC), deverá acontecer no dia 07 de novembro próximo.

A eleição de Minoru Kimpara foi garantida pelo massivo apoio dos estudantes e professores, onde teve 67% e 60% dos respectivos votos válidos. O ex-Reitor Jonas Filho, que obteve 45,76% dos votos da comunidade universitária, teve um bom desempenho apenas na votação dos servidores, com percentual de 64% dos votos dessa categoria.

A principal razão para a derrota de Jonas Filho foi a dificuldade que ele e sua equipe de apoiadores tiveram para capitalizar de forma eficiente os votos de alunos e professores que haviam apoiado a chapa da professora Margarida Lima, a terceira colocada no primeiro turno da eleição, que havia declarado apoio a Jonas Filho no segundo turno. Ele conseguiu atrair apenas 1/3 dos votos dos alunos e cerca de 2/3 dos votos dos professores que haviam votado na professora Margarida.

A grande votação que Minoru Kimpara obteve entre os professores foi, em parte, decorrente do apoio - não declarado publicamente - que ele obteve de Olinda Assmar, atual Reitora e candidata menos votada no primeiro turno da eleição. No segundo turno Kimpara adicionou 129 votos de professores ao seu rol de apoiadores, pouco menos que os 135 votos obtidos por Olinda Assmar no primeiro turno, indicando que a atual Reitora conseguiu transferir a maioria desses votos para o candidato vencedor.

O excepcional desempenho eleitoral de Kimpara entre os estudantes pode ser creditado a uma eficiente e criativa campanha de divulgação via internet – com impacto instantâneo junto aos eleitores; ao fato do mesmo nunca ter assumido cargos relevantes na administração da UFAC – caso do ex-Reitor Jonas filho, alvo de acusações por parte de órgãos como TCU e MPF; e promessas de campanha com grande apelo junto aos estudantes: criação da residência estudantil, construção de creche para filhos de alunos, oferecimento de café da manhã no restaurante universitário, climatização de todas as salas de aula e instalação de rede sem fio (wireless) alcançando todos os espaços acadêmicos e administrativos da UFAC.

Minoru Kimpara possui graduação em Pedagogia (1993) e Letras Língua Inglesa (2005) pela Universidade Federal do Acre, mestrado (1997) e doutorado (2000) em Educação pela Universidade Estadual de Campinas e pós-doutorado pela Universidade de Salamanca, Espanha (2008). Desde 1997 é professor efetivo da UFAC, onde ministra as disciplinas ‘Educação e Sociedade’ e ‘Psicologia da Educação’, atuando no Centro de Educação, Letras e Artes.

Evandro Ferreira é pesquisador do Inpa e do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre, com mestrado em Botânica no Lehman College, New York, USA, e Ph.D. em Botânica Sistemática pela City University of New York (CUNY) & The New York Botanical Garden (NYBG).

Comício do 45

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A coligação Juntos para Mudar Xapuri realiza na noite desta quinta-feira (30), o seu primeiro comício nesta campanha eleitoral. O candidato à prefeitura de Rio Branco, Tião Bocalom, deixou de lado sua campanha na capital para vir a Xapuri prestar apoio ao também tucano Marcinho Miranda. Além de Bocalom outros caciques da oposição – Flaviano Melo, Sérgio Petecão e Marcio Bittar - fazem parte da força tarefa montada em Xapuri.

Mujangué

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Iguaria amazônica preparada à base de ovos crus, farinha açúcar e limão da qual nunca fui apreciador. Se não tiver boa preparação, cheira mal e se converte em um verdadeiro angu de caroço. Apesar de algumas pessoas gostarem, pode ser nocivo à saúde. O ovo cru é o melhor habitat da salmonela, bactéria que causa graves infecções intestinais.

O mujangué pode, realmente, ser comparado a alguns políticos locais. Estes, quando mal preparados para a função, se tornam autênticas gororobas ambulantes. As atitudes não cheiram bem e a reputação fede ainda mais. Quando escolhidos no menu, oferecem risco à saúde do erário, pois são vetores de uma doença crônica chamada falta de moral.

Dizem sobre o mujangué que quanto mais se bate, mais ele cresce. No caso do mau político, quanto mais se bate, mais ele incha, assim como tudo o que é podre. Muito cuidado com o candidato mujangué. Ele pode lhe causar uma terrível indigestão. Mais ainda se os ovos da cesta estiverem podres. Neste caso, para sua segurança, é prudente jogá-los todos fora.

Jorge Cardoso

Calou-se uma das vozes mais conhecidas do Acre

Jorge Cardoso

Morreu na manhã desta quinta-feira, em Rio Branco, aos 67 anos de idade, o cantor e radialista Jorge Cardoso, um dos maiores nomes da música acreana. O artista e comunicador xapuriense gravou oito discos. O primeiro em 1976, numa época de difícil acesso ao mercado fonográfico, principalmente para quem morava no norte do Brasil.

Jorge Cardoso foi, junto com o cantor Sérgio Souto, o músico acreano de maior sucesso fora do Acre, tendo participado de programas de auditório em rede nacional apresentados por Chacrinha e Bolinha, na Rede Bandeirantes, ladeado por “medalhões” da música brasileira como Raul Seixas e Sidney Magal.

No rádio, se destacou apresentando dois programas, um durante a tarde: Jorge Cardoso em Ritmo Rural, na Rádio Difusora Acreana, e o outro nas manhãs dos sábados, na Gazeta FM 93,3: Jorge Cardoso e a Grande Parada Popular. 

Na entrevista a seguir, concedida no ano passado ao jornalista Luciano Tavares, para o site ContilNet, ele conta como foi o início de sua carreira no rádio e na música, seu auge na década de 80, com a música “Lambada do Amapá”, a conversão à vida cristã e os planos que fazia.

ContilNet - Como o senhor conseguiu gravar seu primeiro disco numa época difícil de acesso às gravadoras musicais? 

Jorge Cardoso - Foi um sonho que transformei em realidade. Eu já me apresentava em show de calouros na Rádio Novo Andirá (hoje Rádio Capital). Eu trabalhava na rádio, conheci o radialista José Lopes, aí participei do Programa Domingo Alegre Andirá. Ganhei em primeiro lugar com uma música do rei Roberto Carlos, “Aquele beijo que te dei”. Depois fui aprender a tocar violão vendo os Bárbaros (hoje Mugs). Em 74, conheci um sargento do Exército, Dorian Rodrigues, do Rio de Janeiro. Ele era cantor, tinha um compacto gravado. Ele ficava me ouvindo no rádio. Ficamos amigos, conversa vai conversa vem; carta vai, carta vem. Naquele tempo não tinha internet, acertei e gravei com o maestro Clélio Ribeiro, em 76. Ele é o mesmo maestro que gravou com o Reginaldo Rossi, José Augusto e Fernando Mendes. 

ContilNet - Você cantou em programas de auditório do Chacrinha e do Bolinha. Como aconteceu esta experiência?

Jorge Cardoso – É. Eu inclusive tenho o DVD, que consegui com o pessoal da Rede Amazônica. Mas na época que eu participei do Chacrinha ele era da Bandeirantes. Logo depois ele saiu para a Globo. Fiz uns dez programas do Bolinha. Do Chacrinha, participei de dois, que foi gravado no Teatro Zaco, na Brigadeiro Luís  Antônio. Naquele tempo a gente gravava na terça e o programa ia pro ar no sábado, no tempo que a Rita Cadillac era lindona. No mesmo dia cantou o Raul Seixas, o Sidney Magal, a Alcione, essa turma toda estava no estúdio. Tive o privilégio de falar com o Raul. Nessa época ele estava estourando com a música “Eu nasci há dez mil anos atrás”. No Clube do Bolinha, fui através de um amigo. No Chacrinha foi a gravadora Continental que me agendou.

ContilNet - A sua música “Forró do Amapá” é a musica mais cantada até hoje?

Jorge Cardoso - Virou quase um hino. Quando tem eventos tipo o “Boca de Mulher”, elas sempre cantam. Nos clubes e eventos como os carnavais o pessoal sempre canta, “Meu amor, vamos lá, vamos tomar sol na praia do Amapá”. Eu me sinto feliz e não tenho nada a reclamar.

ContilNet - O senhor considera que este foi o seu maior sucesso?  

Jorge Cardoso - Aqui no Acre foi e ainda é. Ainda hoje eu vendo CD’s por causa dessa música.

ContilNet - Há alguma recordação de algum momento inusitado na sua carreira?

Jorge Cardoso - Eu estava em Brasília e não sabia que meu disco estava estourado lá, nesse tempo o duplo “Pensando em Você”. Tinha um programa em uma rádio, do Preguinho, um radialista que tocava minhas músicas todo dia. E eu chego a Brasília, né? Aí a gravadora me agendou no programa do Preguinho, de madrugada. Cheguei, ele me apresentou, toquei a primeira música. Ele disse gostei, daqui a pouco Jorge Cardoso canta de novo, aí tocou “Rosas com Amor” e “Pensado em Você”. Terminou o programa e convidei o Preguinho pra tomar um café numa lanchonete. Aí uma moça ligou da recepção dizendo: olha tem um monte de menina aqui atrás de você. Elas vieram num ônibus lotado de Taguatinga, querem conhecer o cantor. Eu fiquei todo besta, dando autógrafo e tudo. Foi um momento feliz pra mim. Me senti um artista. Em Teresina, no Piauí, numa banca de revista, uma moça estava ouvindo minha música. Eu ia passando e quase digo ei sou eu o cantor...

ContilNet - Em algum momento a fama prejudicou sua vida?

Jorge Cardoso - Eu não fui famoso. Fui conhecido. Mas sabe, a fama não é boa, bom mesmo é esse momento que “estou” vivendo. Andar na rua de chinelão havaiana, de bermudão, comprar a feira... Eu tenho um amigo meu que ficou muito famoso, o Amado Batista, e hoje o Amado é trancado. Não é só do Amado. A vida dos artistas é trancada. Do Hotel, em sua suíte, sozinho em uma van e palco, e depois volta. Aí, aeroporto, avião... Isso anos e anos cansa, né? Mas até hoje as pessoas me param, pedem para tirar foto comigo; pedem autógrafo.

ContilNet - O senhor deu uma pausa na carreira musical?

Jorge Cardoso - Não, sempre gravo. Gravei um CD com minhas principais músicas, em 2008. Mas agora vou me dedicar a gravar musicas gospel.  

ContilNet - Como aconteceu sua conversão à vida cristã. O que lhe motivou a essa decisão?

Jorge Cardoso - Foi lendo a Bíblia. Eu estava no auge. Não fiz como alguns fazem. Não me converti por estar falido. Geralmente as pessoas vão porque estão quebradas, estão falidas. Eu não, eu “estava” no auge, no mercado da música e como empresário. Fui pelo coração mesmo. Não fui pela orelha não.

ContilNet - Qual o conselho o senhor dá aos artistas que estão começando no Acre?

Jorge Cardoso - Para ter sucesso fora, tem que sair do Acre. Estamos longe da mídia nacional. Mas também não ir para os grandes centros, tipo São Paulo, Rio de Janeiro. O Nordeste, Fortaleza, Recife, Natal é bom. O meu Acre é muito bom, mas está longe da vitrine. Aqui, ser artista é muito difícil.

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

D. Carmen Veloso transformou e ensinou

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Uma das quituteiras mais tradicionais de Xapuri, Dona Carmen Veloso (91) causou rebuliço no ano passado quando proferiu a célebre frase “Xapuri está uma merda”. No arrastão realizado pela Frente Popular de Xapuri no último sábado (25), ela recebeu o carinho do prefeito Bira Vasconcelos, candidato à reeleição, e do senador Jorge Viana, que veio ao município reforçar a campanha da coligação.

Da polêmica afirmação para cá, muita coisa aconteceu em Xapuri. A declaração carregada de simbolismo e passível de uma variedade de interpretações provocou fortes mudanças no comportamento e na dinâmica da cidade. A frase de dona Carmen Veloso, digna representante do povo mais sábio da cidade, deixou também um grande ensinamento.

A declaração da nonagenária, feita ao jornalista Altino Machado, suscitou um caloroso debate neste blog, que reproduziu a reportagem original. A discussão que se seguiu tirou dona Carmen do anonimato de sua modesta cozinha, localizada no centro antigo de Xapuri, para alçá-la à condição de celebridade daquele momento.

A frase mexeu com os brios de muita gente e fez com que uma onda de textos se derramassem sobre a caixa de mensagens do Xapuri Agora fazendo “bombar” o blog mais querido e ao mesmo tempo o mais detestado da cidade. Uns se queixavam do tom ranzinza da sábia senhora, outros tentavam explicar que sua manifestação falava por muitas bocas.

Sem ter, talvez, noção da repercussão que causaria, dona Carmen fez aquilo o que muita gente tem vontade, mas se furta por uma infinidade de razões: exercer o direito sagrado e constitucional de dizer o que pensa, o que acha e o que sente sobre a terra em que vive. E ensinou que democracia se faz assim mesmo: com opinião carregada de causa e sentimento.

É evidente que a frase de dona Carmen não deveria ter sido – como em muitos casos foi – levada ao pé da letra, tomada como ofensa ou crime de lesa pátria. Deveria ter sido ouvida, reouvida e compreendida na sua multiplicidade de significados. E terminou por ser, mesmo que posteriormente. O eco de sua afirmação promoveu mudanças de atitudes e se faz ouvir até hoje.

A moral da história é que não existe mudança que não parta do grito do povo. É inegável que hoje Xapuri está bem melhor que há um ano. Para que a cidade continue a evoluir é necessário que a população esteja atuando como protagonista, sendo ouvida nos seus anseios e fazendo valer a principal riqueza de que dispõe: sua própria gente.

Ao reproduzir numa simples frase o pensamento guardado no íntimo de muita gente, dona Carmen Veloso provocou transformações e mais uma vez ensinou que democracia se faz com participação. Do alto dos seus noventa e tantos anos de experiência de vida, mostrou que o povo não é bobo como muitos pensam. O povo é sábio, muito sábio.

Seminário do Servidor Público

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O governo do Estado, por meio da Escola do Servidor Público do Estado do Acre, em parceria com o Acreprevidência e Secretaria de Gestão Administrativa (SGA), iniciou nesta quarta-feira, 29, em Xapuri, o seminário "Servidor Público: Previdência Social, Humanização e Vida Funcional". Mais de 200 servidores participaram do evento.

O tema será apresentado em mais sete municípios: Brasileia, Epitaciolândia, Assis Brasil, Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e Mâncio Lima. O próximo será na quinta-feira, 30, em Epitaciolândia. O objetivo é difundir informações a respeito da Previdência Social, vida funcional dos servidores públicos e as ações de governo referentes à política de humanização.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ruas do Povo

Governador entrega mais 12 ruas em Xapuri

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O governador Tião Viana inaugurou nesta terça-feira (28) mais 12 ruas distribuídas em cinco bairros de Xapuri, perfazendo uma extensão de 2.576 metros de vias pavimentadas em asfalto.

Raimundo Hermínio de Melo, Constantino Melo Sarkis, Laranjal, Pantanal e Centro foram os bairros da cidade beneficiados com mais esta etapa do programa.

Em um breve discurso, Tião Viana afirmou que pretende entregar as últimas ruas de Xapuri até o final do próximo mês de setembro.

"Tenho certeza de que este é o maior programa social e popular que um Estado brasileiro já viveu". Até meados de setembro esperamos ter todas as ruas de Xapuri entregues à população para que a cidade volte a ser chamada de “Princesa do Acre”, disse Tião Viana.

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No total, nesta terça-feira, o governador entregou 64 ruas pavimentadas nos municípios de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri. Clique aqui para ler mais.

Gestão compartilhada

ICMbio e governo do Acre dividirão responsabilidades na gestão da Resex Chico Mendes

Maurício de Lara Galvão (Assessoria Sema)

Governo do Estado e ICMBio (MMA) promoveram na última semana uma oficina para elaborar as diretrizes de um novo modelo de gestão compartilhada na Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, visando aprofundar as ações dos atores responsáveis pelas políticas públicas socioambientais (Sema, Imac, Setul, IMC, SAI, Sedens, SEE, Sesacre, Ibama, ICMBio/CNPT), associações comunitárias e outras organizações não-governamentais como o  CTA, CNS, WWF, SOS Amazônia e GIZ.

O que se pretende é um modelo mais eficiente, com uma central de gerenciamento capaz de congregar as ações dos órgãos estaduais e federais, de forma a atuarem juntos em favor dos extrativistas. Todo o processo será construído, validado e monitorado pelo Conselho Gestor Deliberativo da Resex.

Este é o primeiro plano brasileiro de gestão compartilhada envolvendo um governo de Estado e o ICMBio, uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, responsável pela administração das UCs federais em todo território nacional. Após ser satisfatoriamente aplicado na Resex Chico Mendes, o novo plano de gestão será estendido às demais Unidades de Conservação.

Para coordenar os trabalhos, a acreana Silvana Souza está assumindo a Chefia da Reserva Extrativista Chico Mendes. Ela avalia que as comunidades que vivem na Resex precisam ser revitalizadas, uma vez que são o foco das ações. “É preciso investir na relação com as comunidades, fortalecendo os Conselhos Gestores e resgatando a confiança em seu protagonismo. Pela reserva ser muito grande – quase 1 milhão de hectares, envolvendo sete municípios, 1.800 famílias e um total aproximado de 9.000 pessoas – não tem sido fácil atender a todas as demandas existentes. Por isso, o governo do Estado está elaborando esta gestão compartilhada com o governo Federal, através do ICMBio, e as lideranças comunitárias, para darmos melhor continuidade às políticas públicas que já estão em andamento”.

Na avaliação do Secretário de Meio Ambiente, Edgard de Deus, “diversas ações têm sido efetuadas na Resex desde sua criação, em março de 1990. Dentre as principais, se destacam 19 PDCs (Planos de Desenvolvimento Comunitário), programas para a educação, como o Asas da Florestania, investimentos na saúde, incentivos para o manejo da produção madeireira e não madeireira, fábricas para o processamento da castanha e látex, além da construção e manutenção de ramais. Entretanto, a reserva tem enfrentado problemas referentes à complexidade e tamanho de seu território, que se traduzem principalmente nas ocupações irregulares, na retirada ilegal de madeira e nas dificuldades em agregar valor de mercado aos produtos do extrativismo”.

Para Sebastião Aquino, Presidente da Amoprex (Associação dos Moradores e Produtores da Resex Chico Mendes em Xapuri), uma das maiores dificuldades existentes é o fato do ICMBio não possuir um corpo técnico suficientemente estruturado diante da complexidade das demandas existentes. “Nossa expectativa é que neste novo processo de gestão compartilhada o corpo técnico possa ser ampliado através da participação mais pontual do Governo do Estado, realizando mais atividades dentro da reserva. Para citar um exemplo, posso dizer que em Xapuri já trabalhamos satisfatoriamente com a borracha e a castanha, mas apenas cinco das 20 comunidades existentes na região é que estão efetuando o manejo madeireiro, sendo que com o apoio técnico poderíamos ampliar essa atividade. Existem ainda os ribeirinhos, que estabeleceram uma boa produção em roçados de praia, que também precisam de apoio. Mesmo no caso da exploração da borracha, sentimos falta de um varejo com utensílios para incrementar a produtividade”.

O atual Presidente do ICMBIO, Roberto Vizentin, também aposta na gestão compartilhada: “Uma vez que o governo estadual já tem levado para a reserva uma série de benefícios, é justo reconhecer essa contribuição e essa responsabilidade já há muito compartilhada. Além de aportar recursos humanos, o comitê gestor que estamos constituindo aqui pretende realizar um trabalho mais abrangente, dentro de um novo arranjo para podermos somar e atender às necessidades, que são muitas. Este comitê é executivo, na verdade tem a função de colocar em prática o que for definido pelo Conselho Deliberativo da Resex, que é formado pelas cinco associações comunitárias existentes, além de representações do governo do Estado, prefeituras e órgãos do governo federal. Com o novo arranjo, teremos uma agenda de ações permanentes e maior controle de execução sobre as ações já elencadas, além da possibilidade de agregar maior valor à produção sustentável da Resex”.

Fonte: Agência de Notícias do Acre.

Menina Fantástica em Xapuri

O ônibus do concurso Menina Fantástica chegou a Xapuri por volta das 10 horas da manhã desta terça-feira (28) e causou alvoroço na praça São Gabriel. Haroldo Sarkis, do blog Xapuri em Destaque, clicou o veículo no momento em que estacionava em frente ao principal cartão postal da cidade: a igreja de São Sebastião, na praça São Gabriel.

Acima, beldades xapurienses ao lado do ônibus. O concurso Menina Fantástica acontece todos os anos através do programa Fantástico, da Rede Globo, que busca meninas de todo o Brasil que buscam a oportunidade para conseguir vagas em agências para participarem de grandes eventos e até serem chamadas para propagandas e eventos da mídia.

O caju do Garrinha

Raimari Cardoso (2)

João Mendes, o Garrinha, proprietário da Pousada Chapurys, faz um excelente suco de caju. Ele não bate a fruta no liquidificador, mas a espreme. Fica lembrando o gosto da cajuína, bebida artesanal da fruta cujo modo de fazer está ameaçado de desparecer por estas bandas.

O suco de caju do Garrinha ficou famoso em Xapuri e já fez adeptos em Rio Branco. Apresentado por Leônidas Badaró ao jornalista Washington Aquino, a iguaria caiu no gosto do apresentador do programa Gente em Debate, que gosta de combiná-la com uma cachacinha.

O xapuriense Ilson Nascimento, chefe de jornalismo da Rádio Difusora Acreana, também é apreciador do suco. Suscita, segundo ele, sensação muito prazerosa. Qual será o mistério do suco de caju do João Garrinha? Só tomando um café no restaurante Açaí para saber.

O caju da imagem cresceu bem ao lado de minha janela. Não foi transformado em suco depois de fotografado. Pra ser sincero, prefiro suco de abacaxi e laranja. Tão bons quanto o de caju, mas sem a sensação experimentada pelos meus colegas jornalistas.

Entre votos e sorrisos

Rubens Santana de Menezes

Lá pelos anos 80, Zequinha Amorim, tecladista dos bons e com muitos contatos em função de seu ofício de Agente dos Correios de Xapuri, elegeu-se vereador.

Em busca da reeleição, como era usual naquela época de pouca ideologia e muito pragmatismo, resolveu basear sua campanha no mais deslavado assistencialismo: pagava contas de luz em atraso, passagens, remédios e o que mais se lhe pedissem e tivesse possibilidades.

Uma de suas possíveis eleitoras – voto certo! – manifestou o desejo de voltar a sorrir sem precisar cobrir a boca com a mão.

Zequinha, solícito, encaminhou a “comadre” a Rui Pires para que uma vistosa dentadura fosse providenciada.

Após a apuração dos votos, resultou que Zequinha, apesar de toda “campanha”, não conseguiu os votos necessários para sua reeleição, tida como certa.

Ainda meio chateado, certa vez, após o almoço no restaurante de D. Vicência, ouviu alguém comentar, do lado de fora, que apesar de ter sido agraciado com um novo sorriso, não teria votado no “seu Zequinha do Correio”.

Zequinha levantou-se da mesa e aproximou-se do local da conversa.

- Bom dia, “comadre Maria”.

- Bom dia, seu Zequinha.

- Comadre, a dentadura ficou boa?

- Sim, seu Zequinha...uma beleza! Muito obrigada, seu Zequinha.

- Mas ficou boa mesmo? Não está apertando?

- Tá não, seu Zequinha. Dr. Rui Pires é um craque!

- Posso ver? Insistiu Zequinha.

A comadre Maria empurrou a dentadura com a ponta da língua, enfiou dois dedos e sacou a “perereca” da boca.

Zequinha recebeu a “perereca” que dali mesmo foi jogada imediatamente no chão.

Pulando com os dois pés sobre a mesma, entrecortava:

- Agora...TUM!

- ...Peça outra... CREEC!

- ...Ao seu... PLAC!

- ...Vereador!... RIIIC!

Rubens Menezes de Santana, o Rubinho, é ex-goleiro, professor aposentado e presidente da Associação Filhos e Amigos de Xapuri.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Gente transparente

 Raimari Cardoso

As crianças bonitas, o sorriso aberto e a conversa franca que a gente encontra nas muitas comunidades da zona rural de Xapuri expõem a diferença que ainda há entre quem vive na floresta e quem sobrevive na cidade.

O povo da mata não precisa de favores do poder público ou de outro ente qualquer. Necessita apenas dos serviços. Essa gente não deseja receber um sacolão, ter uma conta de energia paga ou uma receita médica despachada na farmácia mais próxima.

Eles estão satisfeitos com o ramal dando acesso, com uma escola de ensino médio e um agente de saúde bem preparado. Querem o incentivo, a assistência técnica e o financiamento para produzir seu alimento e continuar felizes onde estão.

Estive em várias localidades do interior no último fim de semana e voltei com o pensamento de que não é tão difícil fazer a felicidade de quem pede tão pouco. Políticas públicas bem aplicadas os manterão lá, felizes e saudáveis como as crianças que ilustram o post.

Pimenta é refresco

O que mais falta neste mundo são pessoas com a coragem de ser verdadeiras. É raro aquele que consegue sustentar um discurso de retidão e transparência sem cair em contradições. Não conheço quem seja totalmente ético, completamente correto ou cem por cento transparente. Isso faz parte da natureza humana, ser autêntico é assumir essa realidade.

Tratando-se da imprensa acreana, privada ou estatal, pouco é necessário ser dito para ancorar minhas afirmações. Sempre se está com a cauda presa a alguma coisa, seja a ideologia, o prestígio, o cargo comissionado ou a mera necessidade de se manter o soldo que muitas vezes não é garantido porque não se é concursado, por exemplo.

Os poucos que ousam desafiar essa premissa para posar de bonzões são facilmente desmascarados. Vejamos o caso da repórter Gina Menezes, que na sua coluna política no site Contilnet mandou recados que entendi serem direcionados a mim. Se não foram, a carapuça me serviu perfeitamente e não tenho o menor problema em colocá-la na cabeça.

No afã de valorizar os nomes dos candidatos da aliança PSB-PSC, Gina se põe a fazer comentários em sua coluna que sempre são engrandecedores quando se trata dos seus aliados, e depreciativos quando se referem aos adversários da chapa Unidos para Vencer. Ao ser contestada, o que é natural, reagiu acusando-me da falta de transparência.

Como diria Jack, o estripador, vamos analisar por partes os “recaditos” da colunista. As notas dela estão em negrito e eu comento em vermelho. Esclareço antes que apenas retorno ao assunto pela incapacidade de aceitar passivamente que alguns sofismas sejam entoados como mantras na intenção de se vender gato por lebre da maneira mais capciosa.

Política no interior do Estado sem uma pimentinha extra não tem graça. Por isso que Wanderley Viana continua em alta na minha cotação.

Pimentinha no dos outros é refresco. Com essa afirmação a jornalista zomba das pessoas que estão sendo achincalhadas pelo político para o qual é paga pra defender. Acha engraçado as pessoas serem xingadas dos apelidos mais ridicularizantes. Dá cotação alta, em seu roto modo de pensar, para o “bullying político” promovido pelo palanque da aliança PSC-PSC. Ela teria alguma razão se a tal “pimentinha” tratasse de apontar defeitos na vida pública dos adversários e não na pessoal. Não desejo ver se a colunista manterá o mesmo pensamento se um dia for xingada de vagabunda pelo sujeito em questão. Isso já aconteceu com muita gente que morria de amores pelo indivíduo a ponto de pedir sua beatificação ao Papa. 

Tem que ser muito sincero, um pouco maluco, ou talvez as duas coisas, para dizer tudo que Wanderley Viana (PSC) tem coragem de dizer. O que todos os outros pensam ele verbaliza.

Quem são todos os outros que pensam da maneira que o sujeito desbocado verbaliza, Gina? Você precisa responder. O leitor precisa saber se você se refere a todos os cidadãos de Xapuri ou apenas aos membros do grupo político pelo qual sua pena advoga.

O que mais faz falta no mundo são pessoas transparentes. Não vejo problema em dar a César o que é de César, a Deus o que é de Deus e aos bois os nomes que eles tem.

Faz-me rir. Que autoridade uma pessoa paga por um deputado tem para apontar a opacidade dos outros? Assessor de político deve assessorar o político e não assinar uma coluna política. Não estou, no entanto, ousando dizer à repórter o que ela deve fazer de sua vida, mas apenas afirmando que não pode se declarar isento e transparente o colunista cujo nome está na folha de pagamento de um gabinete na Aleac.

Não me considero cem por cento verdadeiro, no sentido de dizer a verdade “doa a quem doer”. Se afirmasse isso estaria sendo hipócrita. Sou funcionário concursado do governo, sou petista e, atualmente, ocupo uma Função de Confiança como diretor da Rádio Educadora de Xapuri. Não digo tudo o que penso. Nem do bom, nem do ruim. Isso é fato. Não sou o “doido da baladeira”.

Se não critico efusivamente, também não teço loas. Em ambos os casos, consideraria antiético. No primeiro, seria incoerência, no segundo puxa-saquismo. Mas se derem uma boa olhada em meu blog, verão também que há uma grande diferença entre ter lado na política e ser um mero “lambe-botas”. Não sei se estou certo ou errado, mas é assim que penso e ajo.

Breve história da nulidade bípede

Sérgio Roberto Gomes de Souza

Todo período eleitoral repete-se um fenômeno em Xapuri. Após um interstício caracterizado pelo olhar cabisbaixo, Bíblia debaixo do braço e, o melhor de tudo, calado, com poucas palavras pronunciadas, o ex-prefeito Vanderley Viana reaparece, a mudança então é total. Guardada a pele de cordeiro em um armário, passa a xingar, indiscriminadamente, todos os que encontra pela frente e não se submetem a seus caprichos. O método é sempre o mesmo, espalhafate, gritos, palavrões e ofensas das mais diversas.

Fiquei me perguntando os motivos do camaleônico senhor ter essa postura e depois de pouco pensar, não mais que alguns segundos, cheguei a uma óbvia conclusão: o ex-prefeito necessita desviar a atenção da população, não para que não se perceba o que já fez, mas, fundamentalmente, para que não se perceba o que não fez. Parece ser esta a grande questão: o ex-prefeito nunca fez nada de marcante, suas administrações sempre foram caracterizadas pelo mais excepcional vazio de conteúdo, realizações e governabilidade. Em suas gestões, se é que podemos usar o termo, a cidade regrediu: ruas escuras, sem iluminação, buracos tomando conta da cidade e o prefeito a arrotar “valentia”, gritar e xingar. A princípio, um ou outro desavisado pode achar “engraçado”, mas isso acaba quando sente na própria pele a fúria do ex-prefeito.

Importante ressaltar que, pela ênfase com que levanta o dedo e acusa o outro, parece ser um sujeito de comportamento irretocável e isso parece não ser a tônica. No caso, não me refiro ao que faz com sua vida, isso pouco me interessa, mas o que deixou de fazer como administrador. Gostaria muito de saber, afinal, o que fez o ex-prefeito por Xapuri além de tornar a cidade um espaço tenso, mal cuidado e objeto de pilheries? Qual foi mesmo a grande obra do ex-prefeito? Teria sido a operação tapa-buraco com cascas de castanha? Ou o trapiche que fez ao lado da estação rodoviária, batizado como “centro cultural”? Nada, o ex-prefeito não fez absolutamente nada, talvez por isso grite tanto. Mas tem um problema: não é possível, mesmo que faça todo o barulho que seus pulmões sejam capazes, tornar imperceptível que nada fez, que personifica a verdadeira representação da nulidade, da inércia.

O ex-prefeito não é engraçado, mas risível em seus atos, não tem um “jeito peculiar” de fazer política, mas é extremamente mal educado, vazio de conteúdo e tosco. O ex-prefeito não vai mudar, não por não ter sido educado para tanto, o problema está longe de ser esse, o ex-prefeito vai continuar sendo assim devido ser “atazanado”, cotidianamente, pelo seu grande mal: não ter feito nada. O ex-prefeito tem que conviver com sua dolorosa nulidade e talvez por isso, precise tanto ser notado. Isso o torna cada vez mais risível.

Obs.: Ao escrever esse pequeno desabafo, não guardo nenhuma relação com as disputas políticas para prefeito que ocorrem em Xapuri. Delas estou distante e assim vou permanecer. Que vença quem a população do município achar que melhor lhe convém, o escrito guarda relação com as ofensas que são feitas à pessoas que nada devem ao ex-prefeito, nem mesmo a cordial obrigação de lhe desejar um bom dia.

Sérgio Roberto é professor.

domingo, 26 de agosto de 2012

Não cola mais

Nader Sarkis em “Beleza e maluquice”.

Que fotografia bonita. Tem um pouco da arte do velho patriarca Eurico Fonseca, bisavô de Haroldo, que entre outras coisas também fotografava muito bem. Haroldo acertou em cheio o momento do “clic”, acertou mais ainda em não replicar o insensato. Assim como você, Raimari, não me permitirei o desagrado de teclar o nome.

A criação, educação e o esmero do Haroldo é justamente o oposto da “figura” que pensou em denegrir sua imagem vomitando palavras de baixo calão. É algo que não se compara.

Na realidade, o que o dito-cujo quer é ter seu nome vinculado nas mídias usando sua velha tática de agredir moralmente as pessoas de bem, depois de ser merecidamente contestado, o que não vai ser o caso. E em outro momento o “coitadinho” se passa de vítima acreditando que a tal ação o proporcionará adeptos. Isso não “cola” mais.

Penso que o povo de Xapuri não quer mais a configuração circense que o referido cidadão sempre montou na política local, o que a cidade quer é ver solucionados os problemas peculiares que aqui existem. Essas infames ações não os resolvem.

Nader Sarkis é radialista e professor.

sábado, 25 de agosto de 2012

Sim, é possível

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A imagem acima me chamou a atenção durante o arrastão da Frente Popular, na manhã deste sábado (25). Celso Paraná, candidato a vereador pelo PMDB na coligação Juntos para mudar, liderada pelo PSDB, permaneceu na frente de sua farmácia durante a passagem de petistas e  comunistas e cumprimentou o prefeito Bira Vasconcelos e o senador Jorge Viana.

A cena mostra que é perfeitamente possível se conviver pacífica e harmoniosamente mesmo com as diferenças políticas e ideológicas. Paraná e Bira possuem divergências. Estão em lados opostos de uma disputa que promete ser acirrada até o seu desfecho. Mas não se nota qualquer esforço para demonstrarem cordialidade, respeito e civilidade. Parabéns aos dois.

A respeito de alguns comentários recebidos via Facebook, advirto que a nota não trata do mérito da sinceridade de sentimentos, mas do pensamento de que é possível conviver de maneira civilizada mesmo diante das diferenças e divergências. Sei que Celso Paraná e Bira Vasconcelos não amigos íntimos, mas se respeitam.

Quanto à suposta falta de autenticidade no gesto, não me cabe fazer julgamento. Mas caso seja verossímil, é assim mesmo que convivemos em sociedade. Escancara-se os dentes em sorriso pela frente e mete-se a tesoura por trás. Com sinceridade ou não, devemos manter o nível exigido pelo bom convívio social e nos respeitarmos mutuamente.

Arrastão do 13

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A militância da Frente Popular de Xapuri mostrou força em arrastão realizado na manhã deste sábado (25) pelas ruas do centro da cidade. Cerca de 250 pessoas caminharam junto com os candidatos Bira e França, que contaram com o incentivo do senador Jorge Viana. As imagens da atividade estão na minha página no Flickr.

PV realiza 1º comício

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O Partido Verde, do candidato a prefeito João Jorge, realizou seu primeiro comício nesta campanha eleitoral na noite desta sexta-feira (24), em frente à praça São Sebastião. O ato teve a presença da presidente estadual do partido, Shirley Torres, além de outras lideranças da sigla.

O ponto central do comício foi o Plano de Governo do PV para administrar a prefeitura de Xapuri. Uma resposta para acusações saídas de outro palanque, segundo as quais o partido não teria elaborado o documento que é uma exigência da Justiça Eleitoral.

Paulo Parente, presidente do PV em Xapuri, garantiu que o partido registrou o plano de governo no Cartório Eleitoral de Xapuri e colocou cópia com o protocolo da Justiça Eleitoral à disposição dos dirigentes da chapa Unidos para vencer (PSB-PSC), que segundo ele foi a responsável pelo boato.

“O Partido Verde tem o melhor Plano de Governo para Xapuri, que foi entregue no TRE dentro dos prazos determinados pela Resolução 23.370/2011. Wagner Menezes e Oseas D'Ávila informaram aos moradores do Pantanal que O PV não tem Plano de Governo, mas eles mentiram, infelizmente”, afirmou.

Como ainda não fui a nenhum comício nesta campanha, recorri a uma fonte confiável para produzir esta postagem. As informações deram conta de um ato político bastante equilibrado do ponto de vista ético. João Jorge opta por não bater nos adversários e faz muito bem. Faniquitos e chiliques jamais renderão resultados satisfatórios na política.

“Canal do Ginásio Coberto”

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A população de Xapuri sonha com o dia em que a área por onde passa o esgoto a céu aberto que corta boa parte da zona urbana do município se transforme num parque, com ciclovia e pista para a prática de caminhadas, como aconteceu com o Canal da Maternidade, em Rio Branco.

O valão representa uma grande dor de cabeça para moradores e governantes municipais. Em toda a sua extensão é destino de toda a natureza de imundícies, lixo e esgotos domésticos, além de ser habitat de insetos e cobras venenosas. No período chuvoso provoca inundações em quintais, facilitando a ocorrência dos mais básicos problemas de saúde.

O curso natural, que foi sufocado pela povoação desordenada, começa nos fundos das residências localizadas na Rua Pio Nazário, recebe “alimentação” de um posto de lavagem de automóveis, passa ao lado do ginásio de esportes Álvaro da Silva Mota, até desaguar no Rio Acre, após atravessar a Rua 24 de Janeiro, entre os bairros Pantanal e Constantino Sarkis.

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O sonho da população pode não estar tão perto de ser realizado, mas o início das obras de drenagem urbana de um trecho de 359 metros, entre as ruas Rodovaldo Nogueira e Pio Nazário, já pode ser considerado um começo. A obra orçada em R$ 200.188,90 (recurso oriundo de convênio com o governo federal) tem prazo de conclusão até o próximo dia 22 de outubro.

Uma questão ambiental, no entanto, pode atrasar ou impedir que as obras prossigam. De acordo com informações de uma fonte sigilosa, um fiscal do Depasa averiguou que o esgoto é, na verdade, um igarapé. Se constatado isso, segundo a fonte, a obra tão importante para a cidade poderá sofrer interferência do Ministério Público para ir adiante.

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Acima, o mesmo local onde os serviços estão sendo iniciados em imagem feita no ano de 2008, logo que a rua Rodovaldo Nogueira foi asfaltada. O “Canal do Ginásio Coberto” é uma das obras mais aguardadas pela população de Xapuri. Igarapé ou não, esse curso de água podre e fétida precisa ser canalizado e urbanizado pelo bem da cidade e para a saúde da população.

Beleza e maluquice

Meu amigo Haroldo Sarkis, diretor de Divulgação Social da prefeitura de Xapuri, pegou essa bela imagem na manhã dessa sexta-feira (24), a partir do cruzamento das ruas Pio Nazário e Deocleciano Lago.

A vista da Casa de Chico Mendes, único patrimônio histórico nacional tombado no Acre, ganhou um incremento fantástico com a exuberância de uma árvore que resolveu emprestar sua beleza à paisagem do principal ponto turístico da cidade.

Minutos depois de registrar essa maravilha de cenário, o pacífico e espirituoso Haroldo foi covardemente agredido com ofensas verbais pornográficas proferidas por um mau elemento cujo nome evito pronunciar por questões eleitorais e de saúde bucal.

O que me surpreendeu não foram as corriqueiras baixarias de um maluco que de beleza não possui nada. A surpresa ficou por conta da serenidade com que Haroldo Sarkis reagiu quando, revoltado, eu quase parto para encher a cara do patife de tabefes.

O garoto franzino que conheci ainda nas fraldas terminou por me ensinar uma grande lição no findar de uma semana de muito trabalho. Aprendi que beleza e maluquice só podem conviver bem na boa música do grande Raul Seixas. Na vida real, as coisas belas nos servem como antídoto para o veneno dos loucos.

Um bom sábado para todos nós.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Almanaque Amazônia

Acre está no roteiro da primeira série brasileira de TV sobre a Amazônia

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Uma parceria entre a produtora Código Solar, do Rio de Janeiro, e o canal Amazon Sat vai resultar na primeira série de TV brasileira de televisão sobre a Amazônia. O projeto vai mostrar a história, a cultura, o extrativismo e a economia dos estados que concentram a maior floresta do mundo.

O Acre será um dos lugares por onde a caravana do Almanaque Amazônia vai passar entre a segunda metade do mês de outubro e a primeira quinzena de novembro deste ano, de acordo com a previsão do diretor Marcelo de Paula, sócio da produtora Código Solar junto com sua esposa Carla Mendes.

O casal e a filha Morgana, de três anos de idade, vão atravessar o Brasil para fazer uma verdadeira radiografia da Amazônia brasileira abordando temas variados, como pesquisas científicas, história, extrativismo, fauna e flora, bacias hidrográficas, arqueologia, populações tradicionais e outros. A pequena Morgana será personagem na série que será filmada em alta definição e exibida em 48 capítulos, a partir do ano que vem, no canal Amazon Sat.

No Acre, o programa vai abordar assuntos como a Revolução Acreana, com enfoque no herói gaúcho Plácido de Castro. Para isso, Marcelo de Paula já leu o livro Plácido de Castro, um caudilho contra o imperialismo, de Cláudio de Araújo Lima. A trajetória da extração da borracha, desde a colonização até os dias atuais, o advento da primeira fábrica de preservativos masculinos produzidos com látex natural e o modo de vida dos povos da floresta também fazem parte do roteiro da produção em solo em acreano.

Em razão de toda a questão histórica e ambiental que envolve Xapuri, o município será um dos locais no Acre onde a produção do Almanaque Amazônia passará mais tempo filmando e documentando. De acordo com Marcelo de Paula, o conjunto de informações que se encontram em Xapuri faz da cidade um dos lugares mais importantes e mais simbólicos da Amazônia.

“A cidade de Chico Mendes está repleta de raízes históricas. A vida do maior líder seringueiro do Brasil não poderia ficar fora do projeto, assim como a Reserva Extrativista Chico Mendes, que é um fruto deixado pelo ambientalista que merece destaque, pois está diretamente ligada ao desenvolvimento sustentável da Amazônia”, afirma Marcelo.

Marcelo de Paula e Carla Mendes contarão com o apoio do governo do Acre e do município de Xapuri durante a estadia no estado. Em junho deste ano, a Código Solar Produções recebeu o diretor de Cultura e Turismo de Xapuri, Danilo Araújo, que conheceu as instalações da produtora no Rio de Janeiro, oportunidade em que reforçou o total apoio da Secretaria de Meio Ambiente do município ao projeto do Almanaque Amazônia.

Diretor de Meio Ambiente e Turismo de Xapuri, Danilo Araujo, com a Editora Carla Mendes, na sede da Código Solar Produções, no Rio de Janeiro

“Diante da importância socioambiental e econômica do Almanaque Amazônia, faz-se necessária à adesão e apoio dos órgãos federais, estaduais, municipais e empresas privadas para realização da Série de TV. E, justamente por esse motivo, a Secretaria de Meio Ambiente de Xapuri está à disposição para dar todo suporte necessário ao atendimento do Projeto no Município”, garantiu o diretor.

O documentário Almanaque Amazônia também será pioneiro na neutralização do carbono. O gás carbônico emitido pelos veículos que vão percorrer essa quilometragem, pelos deslocamentos de barcos, aviões e helicópteros será neutralizado com o plantio de mudas de árvores nativas dentro da área de atuação do canal Amazon Sat. Para realizar a carboneutralização, o IBDN (Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza) fará o calculo da quilometragem percorrida e escolherá a melhor época para o plantio levando em conta a sazonalidade da região.

Phelippe Daou Jr. - Diretor Executivo Amazon Sat e Marcelo de Paula selam parceria de co-produção para a série de TV Almanaque Amazônia.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Menos, Gina, menos

Gina Menezes é colunista da Contilnet e assessora de imprensa do deputado estadual Manoel Moraes (PSB). Na sua coluna, ela tem sido contumaz nos comentários favoráveis aos candidatos da coligação PSB-PSC em Xapuri e depreciativa quando se refere aos demais.

Na coluna de hoje, no entanto, Gina exagerou ao afirmar em suas notas que “o ex-prefeito de Xapuri e agora candidato a vereador, Wanderley Viana, voltou à antiga forma. Anda dando trabalho a seus adversários políticos”.

E disse mais: “Wanderley tem personalidade única, discurso afiado e mente ágil. Embora eu discorde de alguns modus operandis dele, é inegável que é uma liderança política que tem todas as chances de ser o vereador mais bem votado de Xapuri”.

O que me leva a responder à jornalista por quem tenho respeito e consideração foi o fato de ela não haver feito nenhum comentário sobre os absurdos que Vanderley Viana vem cometendo contra seus adversários políticos, inclusive contra mim por haver criticado seu comportamento.

Ela se manifestou indignada contra o pastor que proferiu a desgraçadamente célebre frase “quem não quiser ser crente terá que ir embora de Xapuri”, mas não escreveu uma só letra com relação às agressões contra a honra e a dignidade de um punhado de pessoas, perpetradas por Viana.

Não resisti e comentei na coluna dela que Vanderley Viana não está dando trabalho aos seus adversários políticos, mas injuriando, caluniando e difamando seus rivais com a anuência da cúpula de PSB e PSC em Xapuri.

Afirmei que Gina só pode estar de brincadeira quando assegura que o dito cujo tem personalidade única em vez de um repertório de facetas que utiliza de acordo com suas conveniências. Não sei se ela conhece bem Vanderley; se não, espero que conheça a tempo.

Refiro-me a um sujeito que quando está na pior, vende a imagem de pobre coitado; quando retoma a menor condição de levantar o semblante, revela imediatamente a sua verdadeira identidade e passa a por em prática o único modus operandi que reconheço nele: o de ser covarde e leviano em 90% daquilo que expele por sua boca suja.

Entendo a causa de Gina, mas lamento que ela não evite levantar a bola de quem não possui o respaldo de quem realmente interessa, a população. Recomendo que ela aguarde o resultado das urnas e procure ser mais racional em seus julgamentos.

No entanto, peço a jornalista não me leve a mal pela sinceridade. A reputação, assim como a correção de um jornalista, não pode depender do humor de alguns políticos. Eles passarão, e alguns passarão com eles. Espero que Gina fique.

Atualização às 17h40

A jornalista postou a seguinte resposta ao comentário que fiz em sua coluna:

Raimari,

Realmente discordamos em alguns pontos, apesar da admiração que creio ser mútua. Liberdade de expressão é algo que defendo a qualquer custo. Realmente o que escrevi na coluna é a minha opinião a respeito do Wanderley Viana, embora até a minha mãe, que o conhece bem, tenha opinião diferente da minha.

Minha opinião a respeito do ex-prefeito difere da opinião de uma grande maioria de pessoas de dentro da coligação PSB-PSC, mas mesmo assim eu a mantenho, afinal de contas minha opinião é meu maior capital neste momento e não estou disposta a abrir mão dela por nada neste mundo.

Sou fiel ao que penso e fiel ao que faço. Sou racional, sincera e direta, independente de em quem isso irá doer.

Respeito sua opinião e creio mesmo que você deve ter seus motivos, porque sei bem como é politica partidária no interior.

Divido com você do pensamento de que minha reputação não deve ter a transitoriedade de alguns políticos. Espero ficar como observadora desta história tão cheia de singularidades.

Abraço.

Não caia no canto da sereia

Nos 25 anos em que acompanho a política de Xapuri já vi candidatos lançarem mão das mais diversas artimanhas e fazerem as mais variadas estripulias para conquistar o voto do eleitor desavisado, mas nada do que testemunhei nessas duas décadas e meia pode ser comparado ao que tenho visto e ouvido na atual campanha para a prefeitura.

Na busca desenfreada pela confiança do eleitor, grande parte dos candidatos está se convertendo em atores de primeira grandeza e a cidade se tornando um grande palco onde as apresentações vão da comédia à tragédia num piscar de olhos. Alguns se pintam de salvadores da pátria, donos de uma solução pronta para todos os problemas da cidade, e outros se proclamam enviados de Deus para a sagrada missão de salvar o povo de seus flagelos.

No geral, se põem a entoar o canto da sereia, o ser mitológico que, segundo a lenda, seduzia os navegantes gregos com a beleza e a doçura de sua melodia e os atraía para uma armadilha fatal. Na vida política, o canto da sereia consiste na gama de subterfúgios transmutados em conversa bonita para enganar o eleitor. A capacidade que essa gente tem de ludibriar a população é tamanha que eles mesmos findam por acreditar piamente em seus próprios truques e manhas.

O arsenal de artifícios fajutos começa pela extrema irresponsabilidade de se fazer promessas absurdas e claramente impossíveis de serem cumpridas; passeia pela falta de escrúpulos de se enfatizar e ressaltar mentiras entoadas como mantras ao ponto de torná-las verdades absolutas; e termina no cinismo de se reivindicar a autoria de obras e ações que jamais existiram a não ser na imaginação má intencionada do candidato e seus asseclas.  

Sem citar nomes, por razões óbvias, começo pelo candidato a vice-prefeito que criticou em seu palanque o método do atual mandatário, que dedica um dia por semana para atender a população em seu gabinete. O sujeito afirma que em sua administração a população será recebida todos os dias no gabinete. Resta saber como o prefeito, caso fosse eleito, conseguiria dar conta de suas responsabilidades se resolvesse cumprir a promessa.

Uma artimanha muito conhecida é a da falsa pesquisa. Um dia desses, certo candidato chegou a casa de um eleitor e falou sobre uma suposta pesquisa que o coloca em posição privilegiada em relação aos principais adversários. Com a informação mentirosa, gerou dúvida na cabeça do eleitor e o induziu ao erro de análise. Então, ele, o candidato mentiroso, se apresentou como a opção mais acertada para o cidadão que acaba de se deixar levar pela conversa fiada.

Em comício recente no bairro Sibéria, um candidato a vereador afirmou que já fez tantas obras naquela comunidade que não era possível enumerá-las. Como é, historicamente, uma das regiões mais esquecidas da cidade, a população engoliu esse sapo cururu sem direito a um gole de água. É notório que o bairro acaba de ter a maioria de suas ruas asfaltadas, mas esse é um fato recente que está totalmente fora do alcance das pretensões do político em questão.

No mesmo dia e lugar, o maluco de pedra garantiu que vai promover a titulação de todos os terrenos do bairro, já tendo pronto, vejam só, todo o trabalho topográfico para tal. Vou repetir: o doidivanas disse que já fez todo o levantamento topográfico para entregar títulos definitivos aos moradores do bairro Sibéria. Para reforçar a promessa, blasfemou dizendo que Deus o incumbiu da missão de transformar a vida do sofrido povo de Xapuri.

Ora, ora, dona Aurora, já vimos tantos indivíduos se autoproclamarem, no discurso, seres investidos do poder supremo para promover gigantescas transformações na vida da sociedade e, na prática, constatarmos que a retórica eleitoreira de alguns indivíduos não passa de um belo canto de sereia a atrair os incautos para um abismo negro do qual somente se poderá sair depois de quatro longos e sofridos anos de arrependimento.

Voltando ao mito do canto da sereia, o grego Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, só conseguiu se salvar porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e se amarrou ao mastro de seu navio para, ouvindo-as, não poder se aproximar das criaturas. O eleitor xapuriense deve fazer como Ulisses, colocar cera nos ouvidos e se amarrar fortemente ao mastro do seu navio, sob pena de ser levado pela música doce e agradável, mas de consequências terrivelmente amargas.

Recuperação de ruas

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Trecho da Rua Cel. Brandão, em frente ao IFAC/Escola Rita Maia.

Filhos e Amigos de Xapuri

Julinho e Rubinho

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O sufixo diminutivo comum ao primeiro nome de Júlio Dias Figueiredo Filho e Rubens Menezes de Santana não fala pela grandeza que as duas figuras tiveram com uma bola nos pés e também nas mãos. Julinho e Rubinho foram dois dos maiores jogadores da história do futebol xapuriense. O primeiro foi um dos grandes atacantes do Acre na década de 1980 e o segundo um dos maiores goleiros que o esporte bretão produziu em Xapuri, cidade que já teve o melhor futebol de todo o Estado.

Alerto que o “já teve” acima não pertence àquele mantra saudosista da “terra do já teve”, que uma vez ou outra entra em discussão aqui no blog. É fato negado por poucos que a bola que os filhos da princesa jogavam naqueles tempos realmente era de encher os olhos. O próprio futebol como instituição, conduzido pela velha LXD, possuía, com seus times tradicionalíssimos, uma dimensão que se perdeu no tempo e hoje resiste apenas nos registros fotográficos da época.

Julinho começou no futebol atuando como goleiro no Vasco da Gama, time do saudoso dirigente Francisco Evangelista de Abreu, falecido este ano. Jogou também no Brasília, mas foi no América que se destacou como goleador nato, alavancando uma fama que o levou ao Vasco da Gama da capital acreana, Independência, Atlético Acreano e Juventus de Esmeralda, no Equador. Ao voltar para o Brasil, foi estudar em Adamantina (SP), cidade pela qual disputou 3 campeonatos brasileiros de futsal.

Já o goleiro Rubinho defendeu apenas o Brasília e a seleção xapuriense. Não saiu de Xapuri para jogar em Rio Branco por pura opção, pois convites não faltaram. Mas, mesmo não tendo andado tanto quanto Julinho, se tornou um dos nomes mais importantes do nosso futebol. Quando deixou Xapuri foi para se dedicar a outra coisa que sabia fazer como ninguém: ensinar. Hoje professor aposentado da Universidade Federal do Acre, voltou a se dedicar à cidade natal.

Rubinho preside atualmente a Associação dos Filhos e Amigos de Xapuri, uma entidade plural e suprapartidária que se ocupa de debater democraticamente os mais variados assuntos relacionados com a história e a vida social e política do município, sugerindo alternativas para o enfrentamento dos problemas locais e se propondo a ser parceira e interlocutora da sociedade xapuriense diante das instâncias e órgãos oficiais constituídos.

Julinho e outros bons xapurienses fazem parte do grupo liderado por Rubinho. Cliquei os dois senhores durante a exposição Xapuri fotografada: muitas histórias, muitas memórias, que foi apresentada em Xapuri na primeira semana de agosto em homenagem aos 110 anos da Revolução Acreana. Fora da foto estão a Simone Daniel e Milena Barros, outras duas participantes do movimento em favor da valorização das coisas de Xapuri.

A exposição Xapuri fotografada: muitas histórias, muitas memórias foi apresentada em várias escolas da cidade, na praça Getúlio Vargas e no Museu Casa Branca, entre outros, no período de 6 a 10 de agosto deste ano. Promovida pela associação e organizada pelo historiador Sérgio Roberto Gomes de Souza com o apoio da professor a Raimunda Euri Figueiredo, a mostra fotográfica resgata vários momentos do cotidiano xapuriense entre os anos de 1910 e 1950.

Como vocês podem ver numa postagem ligeiramente anterior a esta, no feriado da Independência do Brasil, no próximo dia 7 de setembro, às 9 horas, no restaurante Açaí, na Pousada Chapurys, será realizada uma Assembleia Geral Extraordinária do grupo com o objetivo avaliar a exposição fotográfica realizada neste mês de agosto e discutir a elaboração do Plano de Trabalho da Associação Filhos e Amigos de Xapuri.

E a propósito do futebol que Rubinho e Julinho jogaram no passado, a ideia de uma nova exposição, desta vez sobre o esporte xapuriense, já está se desenhando. Uma novidade que poderá ser colocada em prática nesta nova realização é o convite à participação da comunidade xapuriense, que poderá contribuir de maneira direta com esse resgate oferecendo ao acervo cópias dos registros fotográficos sobre a história do nosso futebol e seus personagens que por ventura possuam em seus álbuns de família.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Eleições na UFAC

Evandro Ferreira
Blog Ambiente Acreano

O resultado da eleição em primeiro turno para Reitor da UFAC teve como vencedor o candidato Minoru Martins Kimpara, que  surpreendeu e venceu com 35,74% dos votos válidos. Em segundo lugar ficou o ex-Reitor Jonas Pereira, com 25,20%, em terceiro Margarida Lima de Carvalho, com 23,54%, e na quarta colocação a atual reitora, Olinda Assmar, com 15,52%.

Minoru atropelou os demais candidatos na votação entre os alunos, obtendo 43,54% dos votos válidos nesta categoria. Além disso, obteve também a maior quantidade de votos entre os professores votantes, batendo a favorita, Margarida Lima. A votação obtida por Minoru Kimpara premia a sua persistência, considerando que ele havia sido derrota nas outras vezes em que concorreu ao cargo. Além disso, ele se beneficiou do fato de ser o único, dentre os concorrentes, a nunca ter assumido cargos de direção importantes na UFAC.

O ex-Reitor Jonas Filho foi alavancado para o segundo turno graças à massiva aceitação que teve entre os funcionários, onde obteve 45,65% dos votos. A assessoria do candidato havia feito uma previsão de que a passagem  do ex-Reitor para o segundo turno dependeria apenas do mesmo obter um percentual mínimo de votos (pelo menos 60%) na urna em que votaram os funcionários do campus de Rio Branco, fato que terminou se confirmando.

O segundo turno da eleição para a reitoria da UFAC acontecerá na quarta-feira, dia 29 de agosto, e o candidato com maiores chances de vencer o pleito é Minoru Kimpara, que mostrou ter boa penetração entre alunos, servidores e professores A situação do outro concorrente, o ex-Reitor Jonas Pereira, é mais complicada pois seu suporte eleitoral se resume aos funcionários. Seu desempenho entre os professores foi desastroso, obtendo menos de 15% dos votos válidos.

Na votação entre os estudantes ele obteve cerca de 37% dos votos obtidos pelo candidato mais votado, Minoru Kimpara. Uma possível vitória de Jonas Pereira dependerá de sua capacidade de negociar apoio com os candidatos derrotados, Margarida Lima e Olinda Assmar, para melhorar sua penetração eleitoral entre professores e alunos.

Filhos e Amigos de Xapuri

Assembleia

“Se cheguem”.

A arte é de Alan Ferreira.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Alguns esclarecimentos

O começo da propaganda eleitoral gratuita no rádio escancarou a dificuldade que as coligações e partidos políticos do interior do Estado possuem para produzir os programas.

Em Xapuri, o primeiro dia de propaganda gratuita foi vazio, uma vez que apenas a Frente Popular de Xapuri foi ao ar com o programa destinado aos candidatos aos cargos de vereador.

As demais coligações e partidos não entregaram seus devidos materiais no prazo estabelecido e ficaram fora da grade que foi ao ar nesta terça-feira (21).

De acordo com a Resolução nº 23.370, do Tribunal Superior Eleitoral, que trata da Propaganda Eleitoral Gratuita, os programas produzidos pelos partidos, e seus respectivos mapas de mídia, devem ser entregues às emissoras até às 14 horas do dia anterior à data de veiculação.

Por entendimento entre a direção da Rádio Educadora 6 de Agosto e os representantes das coligações e dos partidos não coligados, o horário acima foi estendido até às 18 horas, sem nenhum minuto de tolerância.

Mesmo assim, a coligação Juntos para mudar (PP/PMDB/PSDC/PSDB/PSD) e o Partido Verde (PV), não entregaram seus programas no horário combinado. A primeira compareceu à emissora às 18h30 e o segundo às 19h40.

PSB e PSC, partidos que são coligados apenas no campo majoritário, não entregaram seus programas referentes ao primeiro dia de propaganda eleitoral gratuita.

A direção da emissora, por quem este blogueiro atualmente responde, compreende as dificuldades técnicas enfrentadas pelas coligações e partidos para a produção dos seus respectivos programas, mas informa que NENHUMA exceção será feita com relação a tolerância de horário.

Em quem votar

José Mastrangelo

Pra, no futuro, não se arrepender, o eleitor tem que tomar alguns cuidados na escolha do candidato, nas eleições do dia 7 de outubro. Cuidado com a vida regressa do candidato. A filtragem de um candidato “ficha suja” ou “ficha limpa” vale mais ao eleitor do que à Justiça Eleitoral. O único impedimento que a lei coloca ao candidato é não ter condenação transitada e julgada, ou seja, não ter sentença condenatória definitiva.

O cuidado sobre a vida regressa do candidato não se refere apenas a processos, escândalos e denúncias de corrupção, mas também a fatos nebulosos, que, por conveniências políticas, às vezes, são guardados sob o maior sigilo.

Cuidado com a atuação do candidato. Servidor público, como o são prefeito e vereador, não se faz do dia à noite. Tem que analisar se ele teve atuação comunitária, se é uma pessoa com sintomas claros de liderança e se é uma pessoa com sinais evidentes de ser solidária com as pessoas que precisam.

Cuidado com o candidato que “sai do nada”. Um bombeiro não será um bom vereador só porque salvou a vida de uma criança e virou notícia local, estadual e nacional.

O vereador precisa conhecer o funcionamento do município, o orçamento e a lei orgânica da cidade porque, além de propor e votar projetos de lei, vai aprovar e fiscalizar a aplicação do dinheiro que a cidade tem em caixa e analisar as contas do prefeito.

Apenas boas ideias não bastam para o candidato a prefeito. Quem se candidata a dirigir um município tem que ser um bom gestor; conhecer as leis, o orçamento e ter boa capacidade de avaliação e criatividade. Um mau gestor afunda o município não só por aquela gestão, mas por muitas décadas, porque os efeitos são prolongados.

Cuidado com as falsas promessas do candidato. Tem candidato, que promete ponte para a Lua. E aí o eleitor acredita, cai nessa historinha e depois se arrepende. O eleitor tem que conhecer o limite do cargo em disputa. É comum encontrar um candidato a vereador que promete fazer obras. É bom lembrar que isto não é função do vereador, mas sim do prefeito.

Cuidado com o candidato abundante. O candidato, que promete dar uma solução a todos os problemas da cidade, com certeza está exagerando e mentindo muito. O eleitor tem que descartá-lo e anulá-lo imediatamente, bem antes do dia da eleição. É uma fria.

Cuidado com o candidato “cão”. Apesar de sua aparência mansa e sorridente, morde muito. Arranca o coração do eleitor, se é preciso. Está bem aí, neste momento, na sua frente, latindo para ter o seu voto.

Cuidado com o candidato “honesto”. O eleitor passa a desconfiar do candidato que, a toda hora, repete que é “honesto”. Não precisa dizer que é honesto, pois, segundo o jargão jurídico, até que se prove o contrário, todo cidadão é honesto.

Cuidado com o candidato beijoqueiro. Geralmente, o candidato, que abusa em beijar, apertar mãos, dar tapinhas nas costas e abraçar, ao contrário do que possa aparecer, sofre desvios psíquicos crônicos, com evidência de dupla personalidade. As manifestações positivas de amor e afeto são formas compensatórias. Em verdade, escondem uma alma desumana, maldosa e perversa.

Cuidado com a propaganda. A dona de casa não compra o sabão em pó pela propaganda. A propaganda a leva a comprar. Se o sabão não presta e mancha a roupa, ela (dona de casa) não compra mais. Assim, a propaganda deve chamar atenção para o candidato e para o programa. O que a propaganda faz, na maior parte do tempo, é embelezar o produto. É preciso testar a qualidade do produto. É preciso procurar o Inmetro da política. A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV não é uma boa forma de se avaliar um candidato.

Cuidado com o candidato fascista. Aparece tão bom na telinha, que até consegue persuadir e convencer. Em verdade, está usando uma máscara. Na realidade, à direita, ele é fascista e nazista e, à esquerda, ele é um stalinista. Em todos os casos, numa linguagem mais próxima, é autoritário, totalitário, arrogante, presunçoso, sujo e corruptor.

Em quem votar? Antes de clicar o voto, o eleitor tem que tomar esses cuidados.

O professor José Mastrangelo, filósofo e teólogo, italiano de nascimento e acreano de coração, faleceu em 2009 deixando uma enorme contribuição intelectual ao Acre. O atualíssimo texto acima ele escreveu às vésperas das eleições de 2008 para o site Ac24horas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Rápidas

Equilíbrio

O resultado das eleições em Xapuri será incerto até que o último voto seja confirmado na urna. Nada mais óbvio, mas quero apenas enfatizar que haverá muito equilíbrio e que qualquer prognóstico será precipitado numa campanha em que as duas maiores forças políticas do município tem a companhia de mais duas candidaturas.

Indecisão

Nota-se, empiricamente, como gostava de dizer um certo professor da faculdade de Geografia, que a despeito de qualquer boato sobre suposto favoritismo deste ou daquele, há uma grande massa de indecisos na terra da caxinguba. Quem estiver mais atento a esse importante detalhe com certeza vai levar vantagem no frigir os ovos.

Voto a voto

Haverá equilíbrio grande também na disputa proporcional, que teve o registro de setenta e tantas candidaturas. Noves fora os que só estão servindo de “bucha de canhão”, são pelos menos uns cinquenta correndo em busca de votos. Como todo mundo tem seu quinhão, e como não acredito que haja nenhum coelho nessa corrida, a disputa será voto a voto. 

Pra boi dormir

A lorota de que esse ou aquele candidato terá 500 ou 600 votos não passa de “prosopopeia flácida para acalentar bovino”. Na atual conjuntura, ninguém tem colhão para isso, e quem insistir em seguir essa miragem vai dar com os burros n’água. Ou já serão tão burros que vão dar na água sozinhos. Se algum deles queimar minha língua, prometo me retratar neste mesmo espaço.

Discurso ruim

Péssimos os discursos da maioria dos candidatos a vereador nos primeiros comícios desta campanha. Do pouco que ouvi até agora, quase nada se aproveita. Cheguei a escutar candidato atirando pedras contra o próprio patrimônio. Ruim - para eles e para os respetivos candidatos majoritários - que não tenham se preparado minimamente para o uso da palavra.

Propaganda gratuita

Começa nesta terça-feira (21), a propaganda eleitoral gratuita na rádio e na televisão. A expectativa é de que a oratória melhore, as propostas apareçam e o nível dos discursos suba, ao contrário dos palanques, onde a campanha eleitoral começou sonolenta, preguiçosa e quando acordou foi para descer, lamentavelmente, ao nível do chão.

Baixaria

O baixo nível que sai do palanque da aliança PSB-PSC, no entanto, não está sendo respondido no mesmo tom pelas chapas rivais. O que é muito bom para o eleitor, que não deseja gastar seu precioso tempo para, em vez de propostas de trabalho, ouvir impropérios de um maluco. Inútil à esta altura exigir que política seja feita com decência e respeito pelos adversários.

Desculpa esfarrapada

Não posso deixar de afirmar que os mandachuvas da coligação concordam e assinam embaixo dos absurdos que têm acontecido no palanque de Wágner Menezes e Oséias D’Ávila, e não aceito que digam que determinado candidato não pode ser controlado na sua sanha criminosa de ofender, caluniar e achincalhar publicamente uma dezena de pessoas.

Dizes com quem andas

É muito cômodo contratar um indivíduo para cometer crimes contra a honra e se eximir de responsabilidades sobre as atitudes do comparsa. Para explicar tal comportamento, lanço mão de três sábios provérbios populares: “Quem sai aos seus não degenera”, “cada qual com seus iguais” e “diz-me com quem andas que eu te direi quem és”.

Conivência

Não é apenas uma questão de Justiça, que no caso da Eleitoral tem o dever de agir para coibir os abusos que estão sendo cometidos. Mas também de postura ética de quem detêm o comando da coligação partidária. Campanha difamatória é crime que deve ser combatido por todos. Quem permite que isso ocorra em seu palanque é, no mínimo, conivente. O que se pode esperar de um grupo quem tem como estrela da companhia uma pessoa de nível tão baixo?

O pajé

O filósofo Olavo de Carvalho, autor de A Longa Marcha da Vaca Para o Brejo: O Imbecil Coletivo II, conta que antigamente os homens eram muito ignorantes e, na treva, deixavam-se guiar por algum pajé, que supunham detentor do conhecimento e operador de milagres. Ele talvez operasse alguns, mas o maior de todos era o de fazê-los acreditar nisso. E de tal credibilidade desfrutava, que mesmo o chefe guerreiro, "o cacique", se submetia às suas ordens por entender que a macumba de um discurso complicado é mais temível arma do que flechas e tacapes.

Em pleno século 21, é fácil notar que alguns “caciques” continuam a se deixar guiar por certos pajés de araque, habituados ao mundo da infâmia e da hipocrisia. Neste caso, porém, a razão não é tão somente a ignorância, mas também a abjeta intenção de fazer uso dos expedientes sujos e rasteiros desses indivíduos, se eximindo da responsabilidade sobre os crimes contra honra por eles cometidos. Na verdade, os caciques endossam as atitudes e incentivam o método canino de se combater os adversários por meio da calúnia e da difamação.

Os tais pajés desta crônica, cujo maior representante nesta aldeia dispensa menção, são incapazes de operar qualquer milagre, mas são hábeis em fazer os imbecis acreditarem no contrário. No objetivo incerto de alcançar resultados políticos eleitoreiros positivos, os caciques se submetem às suas vontades, saciam-lhes a fome e financiam-lhes uma suposta transformação de vida que se mostra enganosa assim que surge a primeira oportunidade.

No caso específico, apesar de lograr êxito em ludibriar alguns caciques e cristãos, o pajé já não consegue se fazer convincente pelo dom da palavra, já que sua retórica palanqueira vulgar e apodrecida não vai além de motejar e difamar os adversários que, em qualquer direção, são superiores a ele mesmo e àqueles a quem a macumba de seu discurso busca, em vão, defender e promover. Talvez em razão dos efeitos psicotrópicos de suas ervas medicinais, o decrépito pajé já não consiga vislumbrar a fronteira entre o real e o imaginário.

O agir do falso profeta é baseado no desespero de causa, pois sabe que do sucesso de suas mandingas depende o seu estômago faminto. Sabe que não tem amigos, pois no longo de sua trajetória de vida nunca os cativou. Em razão desta realidade já foi atirado às sarjetas imundas nas vezes em que depois de estar na condição de cacique, de lá foi deposto por razões mais do que justas e merecidas. Apesar de um passado repugnante de vícios e maus costumes, o pajé acredita que o grande Manitu lhe tem como “herdeiro da promessa”.

Quanto aos caciques, é sabido que nenhum apreço e respeito alimentam pelo roto pajé. Pelo contrário, abominam, no íntimo, suas práticas, mas as toleram pela necessidade de manter a tal macumba do discurso como única maneira de atrair atenção e angariar adeptos. Acredito que recorreram a outro filósofo, o grego Plutarco, quando resolveram inserí-lo em seus planos malignos de dominação do povoado, objetivo para o qual foram categoricamente derrotados na última assembleia geral dos aldeões.

Vejamos o que diz Plutarco no pequeno mas denso ensaio Como tirar proveito do inimigo: “Examina igualmente teu inimigo: esta criatura, de um outro lado, nociva e intratável, não dá, de alguma maneira, ensejo de ser útil? Não pode prestar-se a algum uso particular? " Apesar de considerar pertinente a comparação, reconheço que a obra do filósofo grego não é adequada para subsidiar políticos sem escrúpulos como os que estamos acostumados a lidar.

Plutarco pregava o uso da astúcia sem abrir mão da ética. Nos mais de duzentos livros que escreveu, ensinou que para alcançar a paz e a felicidade o homem precisa controlar os impulsos das paixões. Duas concepções que não fazem parte do nada robusto arcabouço moral dos sujeitos que optam pela diatribe em prejuízo do debate limpo e do embate ideológico tão necessário para que o povo saiba separar o joio do trigo.