segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

GRANDES HIDRELÉTRICAS EM DEBATE




Seis entre as dez maiores hidrelétricas programadas no Brasil encontram-se na Amazônia Legal, quatro no Pará e duas em Rondônia, e somente a usina de Tucuruí já está em funcionamento. As 28 usinas hidrelétricas planejadas na região amazônica têm a capacidade instalada de 22.900 MW.

A matriz elétrica brasileira conta com 63,2% de hidroeletricidade. Apesar de ser uma energia renovável, a construção de grandes hidrelétricas causa impactos ambientais e sociais relevantes.

O desmatamento é um deles. Além da remoção da cobertura vegetal para abrir espaço para as obras, grandes construções aumentam o fluxo de pessoas para local, levam à abertura de estradas e aumentam a especulação fundiária. O IPAM – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia avaliou a projeção de desmatamento decorrente das hidrelétricas do complexo Tapajós, que possui 42 projetos. O estudo apontou que o desmatamento até 2030 seria entre 22 mil e 32 mil quilômetros quadrados, o equivalente a cinco anos de desmatamento em toda a Amazônia, que atualmente gira em torno de 5 mil quilômetros quadrados por ano.

Além disso, o desmatamento contribui para a emissão de gases de efeito estufa. A liberação de gás carbônico e metano também é alta no alagamento dos reservatórios, devido à decomposição da matéria orgânica. O Brasil já se comprometeu a reduzir suas emissões em sua meta para a COP 21, que lista 37% de redução de emissões até 2025 e 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005.


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domingo, 28 de fevereiro de 2016

CRIME AMBIENTAL NO RIO ACRE

A Policia Militar de Xapuri localizou, na tarde da última quinta-feira, 25, às margens do rio Acre, nos seringais Albrácia e Dois Irmãos, um acampamento dentro da mata que vinha servindo de base para a derrubada de árvores e a serragem da madeira na forma de estacas para a construção de cercas. Não havia ninguém no local no momento da chegada da polícia. No retorno à cidade, a guarnição da PM encontrou um suspeito, segundo denúncia anônima, de ser o autor do corte da madeira. Ele foi levado à delegacia para prestar esclarecimentos sobre o fato, sendo liberado logo em seguida pelo delegado Cristiano Bastos, que não autorizou a divulgação do seu nome alegando ainda não haver provas que sustentem o seu envolvimento no caso.

Uma enorme clareira foi aberta na mata para a serragem da madeira.

Cerca de 300 estacas prontas para transporte foram encontradas nas duas localidades.

Acampamento estava abandonado no momento da chegada da polícia.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

PIPIÚNA: UM "PASSAGEIRO DA AGONIA"

A notícia da morte do morador de rua José do Carmo da Silva, 51 anos, dada neste sábado, 27, pelo portal G1 Acre quase passa despercebida do público xapuriense. Não fosse pela foto "três por quatro" divulgada na reportagem, ninguém teria notado se tratar de Pipiúna, um dos filhos do senhor Fernando Polegada, já falecido, cuja família era tradicional na rua Major Salinas e bastante conhecida em toda a cidade.

"Seu" Fernando Polegada possuía uma pequena lanchonete localizada na rua 17 de Novembro em frente à Mercearia Fé em Deus, de propriedade do comerciante Raimundo Alemão. Entre as minhas boas lembranças da adolescência está um saboroso misto quente ali servido junto a um geladíssimo "refresco", infalivelmente de cupuaçu ou graviola. Eram os primeiros anos da década de 1980.

Foi exatamente nessa época que conheci o Pipiúna jogando futebol amador em um tempo em que Xapuri era uma cidade respeitada na prática dessa modalidade esportiva. Recordo-me como se fosse hoje de um belo gol marcado por ele em cobrança de falta numa decisão de campeonato xapuriense entre os tradicionalíssimos América e Santiago, salvo equívoco no ano de 1983. 

Pipiúna jogava pelo América, que foi o campeão daquele ano. Era um jovem talento, tanto no futebol de campo quanto no futebol de salão, que àquela época ainda não era chamado de futsal. Foi colega de Julinho Figueiredo, em minha opinião um dos maiores jogadores do futebol local, entre outros tantos craques que desfilaram pelo gramado do velho estádio Góes e Castro, rebatizado de Álvaro Felício Abraão.

Mas, ainda na flor da idade, Pipiúna já começara a perder uma das batalhas mais inglórias para um ser humano: a luta contra as drogas. Negro e pobre como a maior parte das vítimas dessa tragédia que com o passar dos anos só se agravou em Xapuri, era mais conhecido na cidade pelo vício que possuía que pelo belo futebol que jogava. Sem qualquer tipo de apoio que não fosse o da família ou dos poucos amigos que a bola lhe dera, jamais conseguiu vencer a doença, mergulhando cada vez mais numa viagem sem retorno que terminou na última quinta-feira, 25, em Rio Branco. 

Depois de ir embora de Xapuri, em data incerta, Pipiúna perambulou entre Rio Branco e Porto Velho, segundo informações de pessoas que vez por outra o encontravam sempre vagando. Foi preso várias vezes por pequenos furtos e terminou por se tornar morador de rua. O último capítulo da sua trágica existência foi uma agressão sofrida em um bar no bairro Tancredo Neves, em Rio Branco. Segundo uma irmã de Pipiúna, ele foi atacado com um taco de sinuca por uma pessoa ainda não identificada pela polícia. Morreu no Pronto-Socorro da capital depois de passar 111 dias em coma. 

José do Carmo da Silva, o Pipiúna, foi um passageiro da agonia. 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A ÂNCORA LANÇADA EM MARES DE ALEGORIA

CLÁUDIO MOTTA-PORFIRO*

Fato é que jamais ficaria parado. Não é do seu feitio. Importa locomover-se sempre. Esta, desde cedo, passou a ser a filosofia de alguém que se pensava andarilho, até que um dia, enfim, encontrou porto seguro, no meio da rua, boca aberta, madrugada insone, de cara para a lua, conversando com ninguém, depois de uma viagem interestelar em busca da felicidade e de um salário que se fizesse digno dos seus inimagináveis talentos. Lançou âncora num mar de alegoria e foi viver o primeiro dos seus muitos carnavais das ilusões mais reais possíveis.

Sonhava acordado com o dia em que, finalmente, seria o prefeito daquela cidadela amável. Contava as estrelas. Observava os pássaros. Lia muito os bons livros que a pequena biblioteca lhe oferecia. Uns o achavam quieto. Outros diziam dele ser um lerdo. Um dia ele disse ser apenas um garoto pacato, tranquilo, sem maiores exigências além do respirar, uma vez que nascera de família humilde, mas tinha boa escola, pais atentos para as questões que podiam interferir no futuro dos seus, e professores amáveis, na superior maioria das vezes.

De casa, depois de deixar o umbigo enterrado na soleira da porta, ele foi por aí afora, sempre com a vontade férrea de jamais tornar ainda mais difícil o problema que já não nasceu tão fácil. Esta, certamente, uma lição absorvida dos mais velhos, desde a mais tenra idade. É preciso ter calma, saber viver, agir conscientemente de forma a não prejudicar ninguém e não se atrapalhar com a vida.

Especialista nas esquivas e rápido no contragolpe, ele logo se fez um mestre do bem saber viver bem, uma vez que aprendeu cedo a desviar-se das conjecturas vagas e das insondáveis. Ao enxergar a primeira hipótese, buscava, já, vislumbrar outra e mais outra, ao fim e ao cabo de trinta segundos, posto não se ater a perder tempo com o improvável. A estrela da sorte apontava a direção, ele mexia na primeira pedra e era aquela exatamente a premiada. A busca das soluções poucas vezes se fez distante. Era partir para cima, com a cabeça fria, mas com o foco nas soluções mais rápidas e eficazes. Deu certo. E como deu...

Contudo, a vida, em algumas ocasiões, lhe fez cometer meros titubeios marcadamente humanos. Vezes por outras, andou na corda bamba. Errou e consertou o estrago. Casou umas tantas vezes, inclusive na justiça, uma vez. Pulou muros, cercas e gaiolas cujos pássaros alguém deixara fugir. O leão rugia atrás, no encalço, pega-não-pega, até o momento em que vítima se voltava para encarar o bicho de frente e arrancar-lhe as tripas pelas goelas.

Não apenas cometeu deslizes, como escorregou na realidade, no lodo ou na terra batida dos barrancos desta vida amazônica tupiniquim do Brasil de meu Deus. Foi seguindo assim, meio no rumo da venta, mas com sobriedade. Ganhou alguma ou muita experiência. Acertou a superior maioria dos lances e, como dizia a avó cearense de maus bofes, pra frente é que as malas batem, óxente!

Épocas outras mais se passaram tendo a noite depois do dia, naturalmente. Devagar ele foi experimentando e conseguindo ser experiente, tirando proveito da experiência dos amigos e até da dos inimigos.

Aprendeu que aprendeu. Estudou aqui e ali. Escreveu algumas coisas muito proveitosas, muito embora tenha certeza de que os leitores ou apreciadores da obra serão em número mínimo, uma vez que, nestes tempos encardidos, poucos hão de se interessar pelas viagens colossais através de teorias filosóficas. Ora essa!

Passaram-se alguns poucos anos. Eis que o intelectual, já enjoado de circular em torno de si mesmo, abandonou o teor epistemológico dos seus escritos, então, e passou a escrever algo o mais literário possível. Veio um romance histórico, de viagem e de aventura, que tem rendido algumas loas de amigos que o têm adquirido.

Sobre o aprendizado constante acerca dos segredos do viver, aos mais chegados, as perguntas eram feitas diretamente, olho no olho, e as anotações vinham logo mais, na calada da noite, quando apunha as suas impressões em artigos ou crônicas jornalísticas. Dos segundos, aqueles não tão amigos, as respostas eram canibalizadas na tocaia, de soslaio, na espreita, de forma a lhe render, preferencialmente, a crítica construtiva. É claro que alguns desses últimos houve por bem bloqueá-los, quando resquícios da imbecilidade crônica eram jogados no ventilador feito fezes tardias. Vá-se!

É óbvio que da vida ele ainda não aprendeu o prefácio ou sequer o índice. Não. De forma alguma. O manobreiro de palavras ainda não é um clássico, mas tão somente prima e se faz acompanhar por bons livros, pelos melhores filmes, pela música de qualidade superior e por mulheres de inteligência fluída, escorreita, graciosa, como a deusa resplandecente e de saias curtas que o acompanha nas noites de sexta pelos rendez-vous desta vida meio bandida, mas tão bem vivida. Eparrê Oiá!

A leitura do mês era Balzac. No dia anterior, antes da noitada, houvera lido algumas páginas do romance La Peau de Chagrin. Veio o sábado ensolarado, então, e a vitrola amanheceu mais tarde, às dez da manhã, tocando Mozart, Schubert e Vivaldi. Veio daí o moço que trouxe a cerveja - estupidamente gelada - e o poeta avacalhado passou a ouvir Caetano, Chico, Gil, Gal e Elis, a partir do meio dia.

Mais tarde, então, eis que aparece, saída de um romance de Mary Shelley, moça tosca, rude, pornográfica e próxima que se dirigiu ao aparelho musical e lá inseriu um disco de uma talbunda calypso. Ô raios! O poeta aparvalhado saiu da concentração etílica, se arreliou e bradou tão alto que toda a vila estremeceu:

- Ora essa! Eu passei meio século desta vidinha marota esquentando cadeiras de escolas e universidades e agora devo, a contragosto, ouvir músicas sem melodia e letras de poemas construídos a partir de rimas de quinta categoria. Saque essa coisa daí, agora!

Ela se foi para onde não deveria ter saído, nunca.

Passado o reboliço momentâneo, voltou o estado relax muito próprio do vate embolorado. Era, já, a vez de Martinho da Vila, uma figura humana cujo timbre musical já deixa o espectador ainda mais leve que o próprio.

Em verdade, depois da quinta década, os mais argutos veem que este não é um tempo bom para ficar velho. Percebem que não se pode envelhecer só porque há umas pequenas questões a serem resolvidas, muitas das vezes, problemas que não são exatamente os seus.

Neste tempo, é conveniente pensar com otimismo que a aposentadoria pode trazer momentos maravilhosos. Antes da praia, por exemplo, deve-se preocupar com uma atividade física de duas horas diárias e uma alimentação inteligente. Depois, o sol derramará boas doses de vitamina qualquer e, quem sabe, pode cair bem uma caipirinha ou dez chopes. Mais tarde, à noite - a Deus querer! - um rodopio nas melhores casas de samba. Por que não se encantar com uma bela cabrocha? Normal.

Nestes crepúsculos existenciais, o vate pachola prega que ter vivido muitas aventuras não significa dizer que se tem tanta experiência. Até porque muita coisa nunca é demais. Êpa-êpa, Babá!
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*Escritor. Autor do romance O INVERNO DOS ANJOS DO SOL POENTE, disponível nas livrarias Nobel, Paim e Dom Oscar Romero; e na DDD / Ufac.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

BOMBEIROS REMOVEM MANGUEIRA NO CENTRO DE XAPURI

O caso da mangueira envenenada e desgalhada no centro de Xapuri teve um desfecho nesta quarta-feira, 24. Por determinação do juiz Luiz Gustavo Alcalde Pinto a árvore foi removida pelo Corpo de Bombeiros em um trabalho que durou cerca de três horas para ser concluído. O magistrado considerou que além de não poder mais ser revitalizado, o exemplar da espécie mangífera indica corria o risco de cair a qualquer momento podendo causar um acidente.

O fato ganhou repercussão na cidade a partir de março do ano passado quando o vegetal passou a ser atacado na calada da noite. Primeiramente, a mangueira foi atingida com a introdução de veneno em seu caule por meio de perfurações feitas por um instrumento popularmente conhecido como "trado", uma espécie de broca grossa utilizada para vários fins. Em seguida, a mangueira passou a ser alvo de cortes exagerados de seus galhos que a reduziram a apenas o tronco. Em razão disso, a mangueira começou a definhar.

O  caso gerou protestos da população via redes sociais e estudantes chegaram a realizar uma manifestação no local contra o ataque à mangueira que é tida como centenária, mesmo que não haja qualquer comprovação de sua idade, e que também é considerada informalmente como um patrimônio da cidade. 

A agressão à mangueira gerou também o registro de uma queixa crime na polícia por prática de crime ambiental, o que levou o Ministério Público a instaurar um procedimento que chegou aos nomes do empresário Francisco Marcos Leite e de mais duas pessoas, Genival Ferreira da Conceição e Richardson Matheus de Lima, como supostos responsáveis pela prática, sendo o trio apontado como autores de crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético.

Por se tratar de crimes de menor potencial ofensivo e os envolvidos no caso não possuírem maus antecedentes foi celebrada entre o Ministério Público e os acusados a chamada Transação Penal, instituto por meio do qual uma possível pena de restrição de liberdade é convertida em uma pena de multa ou prestação de um serviço à comunidade. 

No episódio em questão, ao empresário Francisco Marcos Leite foi aplicada a pena de pagamento de multa no valor de quatro salários mínimos e ainda, por conta da impossibilidade de se recuperar a mangueira morta, a comprovação do plantio de 10 árvores na zona urbana do município. Os outros dois acusados, Genival Ferreira da Conceição e Richardson Matheus de Lima, pagarão cada um o valor correspondente a um salário mínimo vigente.

O secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo de Xapuri, Idalino Pedrosa Júnior, considerou a punição branda, mas, ao mesmo tempo, avaliou que a decisão da justiça não deixou de ser uma vitória da população. Segundo ele, várias árvores foram envenenadas e mortas em Xapuri nos últimos anos e que esta é a primeira vez que alguém responde e recebe uma reprimenda pela ato. 

"A Secretaria de Meio Ambiente está ciente de que cumpriu com o seu papel de defender o patrimônio ambiental do município e acredita que com essa decisão da justiça atos semelhantes a esse deixaram de ser cometidos", afirmou.

O blog tentou falar com o empresário Francisco Marcos Leite e com os outros dois envolvidos, Genival Ferreira da Conceição e Richardson Matheus de Lima, mas nenhum deles foi encontrado. Por meio do gerente de sua loja, o empresário comunicou que não tem o interesse de se manifestar com relação ao caso e que se limitará a cumprir com o que foi determinado pela justiça. 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

TÃO VIANA NO "CAFÉ COM ALTINO"

O governador do Acre Tião Viana (PT), 55, revelou no primeiro programa “Café com Altino” que vai abandonar a política após o término do segundo mandato. Casado, pai de três filhos e avô há um ano, Viana é médico infectologista e ex-senador. Ele contou o drama de ter sobrevivido à paralisia infantil e meningite e explicou como vai adotar expediente para os servidores públicos para reduzir gastos. Falou muito mais. Vale a pena assistir. 






Leia mais no Blog do Altino.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

CURSO INTEGRADO DE BIOTECNOLOGIA (IFAC)



O Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Acre – IFAC – abriu esta semana as inscrições para 80 vagas no curso técnico em Biotecnologia, na forma integrada ao ensino médio, com ingresso no primeiro semestre de 2016, no campus de Xapuri. As inscrições online para o processo seletivo 2016 podem ser realizadas até o próximo dia 9 de março, no site da instituição.

O curso integrado de Biotecnologia do IFAC é destinado àqueles alunos que já concluíram o ensino fundamental e que desejam fazer o ensino médio profissionalizante. Este ano há uma mudança do processo de seleção que até o ano passado era feito por meio de sorteio público. Agora os candidatos serão selecionados a partir do melhor aproveitamento nas disciplinas Língua Portuguesa e Matemática obtido durante todo o ensino fundamental, ou seja, o IFAC vai recorrer ao histórico de notas dos alunos para selecionar aqueles que irão cursar a modalidade integrada a partir de 2016.

Para se inscrever o candidato deverá acessar a página do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre - IFAC, acessar o Banner: “PROCESSO SELETIVO 2016/1 – CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS”, em seguida clicar no link: “INSCREVA-SE”, depois selecionar o Campus, o curso desejado, preencher todos os campos obrigatórios apresentados na Ficha de Inscrição, conferir os dados e depois “enviar”.

Leia na íntegra o EDITAL Nº 04, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2016.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

GOVERNO PRESTA CONTAS SOBRE AÇÕES NA SAÚDE

Os investimentos e gastos com serviços públicos de saúde realizados pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), durante o 3º quadrimestre de 2015, serão apresentados em audiência pública, na próxima sexta-feira, 26. O evento será realizado na Assembleia Legislativa, a partir das 9 horas, e contará com a participação de deputados estaduais, vereadores, representantes do Ministério Público do Estado (MPE), da sociedade civil organizada, secretários municipais de saúde, servidores estaduais e outras autoridades. A audiência pública é uma forma de prestar contas à população sobre os trabalhos e projetos que estão sendo realizados para o fortalecimento e melhoria da assistência de saúde no estado.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

PORTAL DA TRANSPARÊNCIA

A prefeitura de Xapuri já disponibiliza em seu site oficial o espaço reservado para a divulgação das informações exigidas pelas leis de Responsabilidade Fiscal e de Acesso à Informação. Ainda em processo de construção, o instrumento resulta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Estado do Acre e os poderes Executivo e Legislativo do município em 21 de setembro do ano passado.

No acordo firmado com o MP, Prefeitura e Câmara de Vereadores se comprometeram em criar o Portal da Transparência até o dia 31 de dezembro de 2015 e optaram por implantar um único espaço para a divulgação de informações sobre despesas pagas e receitas arrecadadas, licitações, contratos, convênios e leis municipais, além de muitas outras exigidas pela legislação em vigor. Os cidadãos xapurienses já podem, então, acessar as primeiras informações disponibilizadas no portal visitando o endereço http://transparencia.xapuri.ac.gov.br/.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

O ESPECTRO DO MEIN KAMPF

Hubert Alquéres

Setenta anos após a sua morte, o fantasma de Adolf Hitler volta à baila. Seu livro – “Minha Luta” (Mein Kampf) – caiu em domínio público e é estopim de debates acalorados em vários países. Por aqui, foi pego na rede da censura judicial, no Estado do Rio.

A polêmica acontece quando se questiona se é correto, ou não, publicar o manifesto nazista; se isto não disseminaria as ideias de ódio, racismo, de uma “ideologia universal” (Weltanschauung) e do “espaço vital” (Lebensraum), que pretenderam ser embasamentos teóricos para justificar o extermínio de milhões e milhões de judeus, homossexuais, ciganos, pessoas com deficiência, eslavos e outros povos tidos como inferiores pela concepção totalitária do nazismo.

O caminho da proibição, da censura, é absurdo. Nunca deu certo em época alguma, em lugar algum do mundo. Quem a ele se contrapõe argumenta, com razão, que a melhor maneira de combater as ideias pregadas por Hitler é debatê-las. Assim pensa a ministra da Educação da Alemanha, Johanna Wanka, que recomendou os estudos do “Mein Kampf” nas escolas.

Queiramos ou não, Hitler é história, seu manifesto também. As ideias contidas em seu panfleto estão descritas em várias obras e o “Minha Luta” está disponível na internet, podendo ser acessado por qualquer um. Ora, se somos contra a censura e se já há esse acesso na Web, como enfrentar as ideias malignas do nazismo sem se estabelecer o confronto pela via do debate?

O mais saudável é a publicação do livro de Hitler, preferencialmente acompanhado por esclarecimentos sobre a barbárie em que resultou o ideário nazista. Importa trazer o “Minha Luta” à luz do dia, como pretende fazer a editora Geração com uma edição que publicará o texto original do manifesto hitlerista acompanhado de mais de 300 comentários. Isto não nada tem a ver com incitação ao ódio, como, infelizmente, entendeu um juiz do Rio de Janeiro ao proibir a publicação do livro.

O debate sobre publicar ou não a obra de Hitler também remete a outra discussão, tão ou mais importante, pertinentemente abordada pelo professor da Unicamp Leandro Karnal: “O problema é decidir, algo que era discutido por Benjamin Franklin no século XVIII, quem seria a pessoa capaz de selecionar o que o mundo deve ler. Quem seria o ser acima dos dramas humanos e mesquinharias da nossa espécie”?

Por aí se retrocede aos tempos do censor, “o legislador de preconceitos, defensor da baixeza e da mediocridade, ou melhor, da vulgaridade”, para citar a brilhante descrição de Orson Welles, em um artigo de 1952.

A humanidade já enfrentou esse dilema em muitos momentos de sua história. Na Idade Média o saber, o monopólio da leitura, estava nos mosteiros, como descreveu Humberto Eco em “O Nome da Rosa”.

Nos Estados Unidos deste século XXI, pasme-se, um grupo de estudantes universitários reivindica que determinados livros da literatura, clássicos que constam dos programas curriculares, tenham uma advertência na capa, por representar “perigo” para o “bem-estar moral”. Um desses livros perigosos, “Metamorfoses”, do poeta Ovídio, foi publicado em latim no ano 8 D.C.. Ovídio era contemporâneo de Horácio, Virgílio e do imperador Augusto.

Os tutores do que deve ou não ser lido estão em toda parte. Aqui no Brasil, recentemente, Monteiro Lobato quase foi esvurmado do currículo escolar porque alguns “educadores” esquerdopatas entendiam que sua obra estimulava o racismo.

Quanto ao espectro de Hitler, ainda que seja pouquíssimo provável que nos dias de hoje seu ideário totalitário empolgue a maioria de um povo, o melhor é conhecê-lo e não escondê-lo.

Mas, o que está mesmo em jogo é um valor do qual não se pode abrir mão: o livre circular das ideias. Que o “Mein Kampf” seja publicado, debatido. E seu ideário, combatido.

Hubert Alquéres é vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

O SEMEADOR DE SONHOS E REALIDADES

CLÁUDIO MOTTA-PORFIRO*

Um homem de certa idade fazia, diariamente, percurso pelos amplos salões e vastos corredores da mansão de mil janelas. Sobre os ombros já curvados pela inclemência do tempo, ele carregava montanhas de problemas de toda ordem. Preocupava-se com tudo e com todos deveras. Buscava e quase não encontrava soluções. Estava extenuado pelos dias vividos e pela azáfama diária que era ter sobre si questões tão drásticas e todas quase insolúveis. Faltava-lhe, já, o ar, em vista do hábito do tabagismo que lhe dilacerava os pulmões. Estava trôpego e arfante. A barba crescera até o peito. Os dentes estavam meio enferrujados ou amarelecidos pela fuligem do cigarro. Os olhos semicerrados viam pouco, apesar dos óculos de fundo de garrafa.

Um dia, alguém disse a ele que, se fosse da sua natureza arranjar problemas emprestados, bem melhor seria que não os emprestasse a mais ninguém. Bom seria que ele se concentrasse nas suas demandas vitais, como uma atividade física. Mas, ao contrário, foi assim que ele foi vivendo pela vida afora. Chamou tudo para a sua responsabilidade. Pior é que a superior maioria das poucas questões resolvidas não eram exatamente as suas. Coitado.

Sísifo é um herói da mitologia grega que foi condenado pelos deuses por ter se rebelado contra eles e revelado seus segredos para os homens. E a sua condenação foi aquela que mais sofrimento pode trazer a um homem que pensa: a realização de um trabalho sem sentido.

Assim era ele. Tentou viver uma vida útil para si e para os demais, mas bem pouco ou quase nada conseguiu.

Um dia, enfim, para o júbilo da própria alma também cansada, ele tropeçou no último degrau do sacrifício, bateu com a cara no destino e deu, ali mesmo, o último suspiro.

Pouca vela, parca reza, nenhuma flor. O adeus de alguns poucos parentes foi rápido. Interessava-lhes tão somente a herança polpuda. O barnabé de alta estirpe, apesar de um tanto macambúzio, acumulara bens móveis e imóveis de grande valor. Tornara-se rico pelo hábito da avareza.

Passaram-se, então, alguns vagarosos anos. Verões empoeirados, invernos rigorosos, primaveras sem flor, outonos de poucos frutos. Safras razoáveis, boas vindimas, algum resultado. Uma dúzia de voltas do mundo ao redor do sol.

Agora, outro homem, este de meia idade, astuto, metade realista, meio parnasiano, mas um tanto romântico, vislumbrando o bem coletivo, arquitetava planos que poderiam cair de bom grado nos anseios, principalmente, de uma maioria dentre os mais humildes ao redor. Foram meses de trabalho e, enfim, muitos dos sonhos dos partícipes da empreitada se tornaram realidade, tudo em nome do Santo Deus!

Não construiu nenhum inimigo. O trato atencioso para com todos e a vontade de ajudar nas buscas da prosperidade é que geraram uma popularidade invejada por alguns poucos espíritos de porco.

A este último idealista de boa letra, houveram por bem dizer que sorrir é sempre um santo remédio. Ele passou a adotar tal critério pela vida afora. Pregava - e prega! - que um sorriso logo manhãzinha dado ou recebido muitas vezes pode significar um dia de trabalho altamente produtivo, principalmente, se a ação vier de uma bela moça que chega à casa dos sábios mais ou menos sempre no mesmo horário. Dizem à língua solta que as covinhas das bochechas dela contêm, cada uma, um grama de mel dos mais puros. Metáforas à parte, cabe muita poesia e a verdade transcende o mito da mulher bonita e gentil.

Quando jovem, no início da vida ativa em termos profissionais, teve o poeta professores de invejável quilate, cada um ao seu tempo.

Um nordestino simples transmitiu-lhe humildade suficiente de forma a caber numa alma sem maiores orgulhos.

O outro, um homem nascido às margens do rio Tarauacá, disse-lhe que é sempre conveniente escrever com elegância, posto que a pessoa a quem a mensagem é dirigida, na maioria dos casos, já sente a alma massageada.

De ambos ele aprendeu algo muito significativo. Eles diziam que é sempre conveniente fazer o bem sem olhar a quem. E, para ilustrar, ainda citavam exemplos como o do cidadão que atende mal no seu posto de trabalho, xinga a mãe do solicitante, maldiz até a quinta geração de quem veio lhe arranjar problema, mas reclama horrores se não for bem tratado, mimoseado, quando necessita de um serviço em outra repartição pública. É do tipo quanto mais você faz, mais ele pensa que merece. Ora, a recíproca será sempre verdadeira. Se eu trato bem, devo ter também o mesmo tratamento. É óbvio.

Há dias em que o barnabé de meia idade diz por onde vai que aquele que precisa de ajuda deve lembrar que, amanhã ou depois, estará também ajudando qualquer outra pessoa que precise dos seus préstimos. Uma mão lava a outra. (E as duas lavam a cara.)

Mesmo que a solicitação não seja da sua alçada, ainda assim ele se vê, hoje mais que ontem, na obrigação de ajudar. Nada custa indicar, com certeza, a unidade onde o cidadão deverá ter o seu problema resolvido. É conveniente e cortês levar o aposentado e abrir-lhe as portas que um dia ele abriu para tantos.

Numa das suas preleções, dia desses, ele foi contundente ao tratar o marketing pessoal. Segundo ele, a primeira impressão é a que fica. E isto lembra muito um velho professor que, enquanto responsável por certa unidade dentro da organização, na chegada do cliente-aluno, ele já abria um sorriso, oferecia assento e cafezinho, perguntava pelos familiares, pelo andamento do curso e, em suma, era amável de verdade e deixou os mais belos exemplos entre alguns mais novos que primam por tratar bem aqueles que deles necessitam. "Se eu me apresento como um arrogante, no mínimo, estou querendo que o cidadão se evada dali o mais rápido possível”, segundo o homem de Tarauacá.

Certamente, este indivíduo não está suficientemente preparado para a resolução do problema. “O gestor ergue uma muralha entre ele e o solicitante e isto faz com que todos creiam na sua incapacidade e na sua prepotência" É o que diz o semeador de sonhos e realidades.

Se quer prejudicar as relações com as demais pessoas, atenda-as mal nas suas demandas e necessidades.

Como aquele moço de aspecto antes cordato. Mal foi deflagrada a greve e ele se tornou um semi-deus dono da verdade e acima do bem e do mal. Daí, se indispôs com metade dos seus pares, brigou mesmo e arranjou dúzia e meia de inimigos.

Fácil concluir que quem planta vento colhe tempestade, conforme dizia o nordestino hoje morto. O indivíduo que não sabe viver morre, ou vai para o ostracismo dos que não veem que a convivência entre todos, na organização, deve ser o mais pacífica possível, uma vez que hão de viver sob o mesmo teto um terço dos seus dias durante trinta e cinco anos ou mais de serviço.

"Ora bolas! Tomei-me logo por afilhado de uns, sobrinho de outros, compadre de outros e jamais arranjei inimizades, a não ser pequenas querelas logo contornadas". São estas algumas das ponderações equilibradas do vendedor de sonhos.

Deixando de lado a vida deste último virtuoso, eu, cá de minha parte, cheguei a uma conclusão segundo a qual, na vida, não existem exatamente os recursos, as saídas. Há, sim, forças em marcha que precisam ser sempre recriadas. Daí, então, a elas se seguem as soluções e a melhoria de vida de cada um que significa o desenvolvimento geral da comunidade.

Sejamos felizes, então!

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*Escritor. Autor do romance O INVERNO DOS ANJOS DO SOL POENTE, disponível nas livrarias Paim, Nobel e Dom Oscar Romero; e na DDD / Ufac.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

BANDEIRANTES DO ACRE NA LUTA CONTRA O AEDES AEGYPTI

Nesta sexta-feira, 19, Dia de Enfrentamento ao Aedes aegypti e ao Zica vírus, a Loja Maçônica Bandeirantes do Acre nº 1 vai a campo oferecer a sua contribuição ao combate ao mosquito que vem causando enorme preocupação à saúde pública brasileira. A oficina xapuriense fará uma mobilização no bairro Constantino Melo Sarkis, um dos que apresentam os maiores índices de infestação predial no município. A ação se dará a partir das 9 horas da manhã com a realização de panfletagens, visitas às residências com distribuição de material informativo e outras atividades programadas em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e com a participação do Setor de Endemias. 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

MPAC TEM APROVADOS PROJETOS PARA AÇÕES DE MEIO AMBIENTE E CONSUMIDOR

A garantia foi dada na semana passada quando diretores do MPAC estiveram no órgão, em Brasília. Segundo Roseneide Sena, diretora de Planejamento e Gestão Estratégica, as duas propostas foram selecionadas entre 897 projetos recebidos pela Secretaria-Executiva do Ministério da Justiça, que gerencia o Fundo de Direitos Difusos (FDD).
O FDD financia projetos que visam à reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica e a outros interesses difusos e coletivos.
A proposta do MPAC voltada para a área ambiental envolve a temática de Política de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos nos 22 municípios acreanos, por meio de ações de mobilização social e educação ambiental. O projeto será conduzido pelo Centro de Apoio Operacional/Meio Ambiente, coordenado pela procuradora de Justiça Patrícia Rêgo.
Já para a área do consumidor, o projeto selecionado envolve a temática de consumo consciente para a importância de uma alimentação saudável e segura, a realização de discussões acadêmicas sobre temas de direito do consumidor, o desenvolvimento da educação para o consumo sustentável.
“O referido projeto será conduzido pela Promotoria Especializada de Defesa do Consumidor, sob a coordenação do promotor de Justiça Marco Aurélio Ribeiro, cujas ações serão desenvolvidas num formato de palestras de sensibilização alinhadas às atividades do MP na Comunidade, em todos os territórios beneficiados a partir de 2016”, explica a diretora.
Para o procurador-geral de Justiça Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto (foto), a aprovação dos projetos demonstra que, apesar da crise econômica pela qual passa o país, com planejamento e eficiência, é possível avançar. “Como sempre digo, a crise é para ser superada. Com responsabilidade, planejamento, sabendo otimizar os recursos, priorizando os investimentos, o Ministério Público do Acre vai seguir desempenhando suas ações em prol da sociedade”, comentou.

XAPURI SEM DEFENSOR PÚBLICO

O deputado estadual Antônio Pedro (DEM) tem pleiteado junto à Defensoria de Justiça do Estado do Acre a solução para a falta de um defensor público em Xapuri desde o fim do ano passado. Na última terça-feira, 16, o parlamentar recebeu em seu gabinete na Aleac o presidente da Associação dos Defensores Públicos do Acre, Maycon Marinho, para conversar sobre o problema que afeta a população do município desde que o defensor Rafael Figueiredo foi transferido para Rio Branco.

"A necessidade de um defensor público em Xapuri é inquestionável, pois nossas famílias são em sua maioria de origem humilde e sem condições de contratar um advogado para lhes representar quando necessário, por isso vamos lutar para que os nossos municípios possam ter esse profissional que é fundamental importância para contribuir com a promoção dos direitos dos cidadãos", afirmou Antônio Pedro em postagem feita em sua página oficial no Facebook. 

JORGE VIANA COBRA DNIT POR RECUPERAÇÃO DA BR-317

Depois de visitar os municípios da regional do Alto Acre na última semana, o senador Jorge Viana constatou as péssimas condições em que se encontra a BR-317 nos trechos entre Xapuri e Brasileia e Brasileia e Assis Brasil. De acordo com release distribuído por sua assessoria, o parlamentar acreano já solicitou uma audiência com o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Valter Casimiro Silveira, para cobrar a retomada da recuperação da rodovia federal no Acre.

“É muito importante que a direção do Dnit entenda que não dá para esperar”, afirmou o senador sobre a retomada das obras de recuperação da estrada. Segundo ele, o inverno acreano foi moderado, sem chuvas intensas, o que permite a retomada imediata dos trabalhos. “O que não é possível é deixar a BR-317 se acabar”.

O senador citou ainda o sofrimento de quem tem na estrada uma das raras possibilidades de chegar e sair dessas cidades. “Os prejuízos são incalculáveis por conta dos buracos, da má conservação. E o pior são os acidentes, o risco de morte, que é a consequência mais grave, quando se vê o descaso com uma rodovia. E é o que está ocorrendo”.

A BR-317 faz a ligação do Brasil com o Peru, permitindo o acesso de produtos nacionais a portos no Pacífico e tem grande importância pela gama de potenciais que abre para a economia do País.

O senador também cobrou providências na recuperação de uma das vias mais importantes de Brasileia, a Avenida Dr. Manoel Marinho Monte. 

“A deputada Leila, a vereadora Fernanda Hassem e outros parlamentares do município me procuraram para que cobremos do Dnit a parte que lhe cabe, mas também da prefeitura, porque há dinheiro do Governo Federal liberado para infraestrutura e não podemos ver um município importante como Brasileia nessa situação”, declarou o parlamentar.

Segundo Jorge Viana, o governador Tião Viana chegou a pedir para assumir a obra de recuperação da avenida, mas o pedido foi negado pela prefeitura. 

“Quando a gente não pode fazer algo, pede ajuda. Quando a gente não tem condição de fazer, pede que alguém faça. O problema de Brasileia é muito grave. Já falei com o governador Tião Viana e acho que tem de haver uma atitude do prefeito. Não adianta ficar fazendo um debate político em véspera de eleição. Vamos trabalhar juntos para encontrar alguém que tenha condição de fazer”, concluiu.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

CONSENSO

Bira Vasconcelos será o candidato do PT à prefeitura de Xapuri nas eleições deste ano. A definição saiu nesta segunda-feira, 15, depois de uma reunião envolvendo os demais postulantes à pré-candidatura e lideranças municipais e estaduais do partido. O consenso em torno do nome do ex-prefeito se deu depois de um longo processo de discussão interna em que quase uma dezena de outros nomes foram colocados à mesa. Pesou a favor de Bira, além da experiência de um mandato na prefeitura, a boa aceitação de sua possível candidatura averiguada pelo partido em levantamentos internos. Bira Vasconcelos foi prefeito no período de 2009 a 2012. 

Candidato à reeleição no último pleito, o engenheiro agrônomo obteve uma votação superior a que o levou à prefeitura quatro anos antes, mas que, curiosamente, terminou por não ser suficiente para mantê-lo no cargo, sendo superado pelo atual prefeito, Marcinho Miranda, do PSDB.

A ELEIÇÃO DE 2016 E A REFORMA REALIZADA PELO CONGRESSO NACIONAL

Jorge Viana
A desinformação impera nos comentários e nas notícias quando o assunto é a reforma política realizada pelo Congresso Nacional e suas repercussões na democracia brasileira e já nas eleições deste ano. Muitos ainda não se deram conta, mas, com a aprovação da Lei 13.165, de 29 de setembro de 2015, temos profundas mudanças nas regras eleitorais. Na condição de Presidente da Comissão da Reforma Política no Senado Federal, sinto-me no dever de compartilhar informações sobre as importantes alterações produzidas, especialmente no Senado, nas regras eleitorais que passam a valer a partir deste ano.
É verdade que há um clamor por reformas no Brasil. Uma das mais cobradas é a reforma política. Logo que cheguei ao Senado, apresentei várias propostas nesse sentido, uma delas proibia partidos políticos e candidatos de receberem doações de empresas, outra criminalizava o caixa-dois e uma terceira disciplinava o funcionamento partidário. Mas, foi como Presidente da Comissão da Reforma Política no Senado, criada em 2015, que pude dar minha maior contribuição. Num trabalho suprapartidário que teve como relator o Senador Romero Jucá, contrariamos as expectativas negativas e aprovamos mudanças substanciais que ainda são desconhecidas de muitos, até mesmo de quem vive o dia-a-dia da política. Nossa motivação sempre foi uma só: eleições mais baratas, transparentes e centradas nas propostas dos candidatos.
A partir das eleições de 2016, está proibido o financiamento de candidatos e de partidos por empresas. Essa proposta aprovada no Senado Federal, apesar dos votos contrários do PSDB, DEM e outros partidos de oposição, é parte de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Assim, somente as pessoas físicas — os eleitores — poderão fazer doações e até o limite de 10% da renda bruta do ano anterior. Outra novidade é sobre as regras de transparência: toda doação deverá ser divulgada em até 72 horas na internet.
Para combater o abuso do poder econômico, aprovamos regras sobre os gastos de campanha. O Tribunal Superior Eleitoral estabelecerá um limite de despesas para cada candidato que não poderá ultrapassar 70% do maior gasto para o cargo na eleição anterior. Visando à redução dos custos, a campanha eleitoral foi reduzida de 90 para 45 dias, começando em 16 de agosto. Além disso, a propaganda no rádio e na televisão foi encurtada em dez dias, saindo de 45 para 35 dias, tendo início em 26 de agosto – 90% do tempo será divido entre os partidos de acordo com o número de Deputados Federais que cada um tem e 10% do tempo (antes era um terço) será dividido igualmente entre todos os partidos. Tomou-se medidas contra a superprodução dos programas eleitorais com a proibição de montagens, trucagens e computação gráfica. Também houve redução dos custos com as restrições adotadas no uso de materiais de divulgação, ficando vedada a exposição de placas e bonecos.
O calendário eleitoral mudou. O prazo de filiação partidária caiu de um ano para seis meses. Quem quiser ser candidato precisa se filiar até 2 de abril. A partir de 30 de junho, pré-candidato não pode ser apresentador ou comentarista de programa de rádio ou TV. As convenções para a escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações foi transferida de junho para o período entre 20 de julho a 5 de agosto. E os candidatos devem ser registrados no cartório eleitoral até 15 de agosto, ao invés de até 5 de julho como era antes da reforma.
A nova lei também combate a eleição dos chamados “sem votos”. Foi aprovada cláusula de desempenho individual de candidatura proporcional que estabelece um mínimo de votos para que um candidato ocupe uma vaga no Legislativo. Agora só se elege quem tiver, pelo menos, 10% do quociente eleitoral. No combate a indústria da cassação e do terceiro turno na disputa dos cargos majoritários, aprovamos a necessidade de novas eleições quando houver decisão da Justiça Eleitoral que importe a perda do mandato, o indeferimento do registro ou a cassação do diploma, desde que transitada em julgado.
O lamentável foi não termos aprovado medidas que ponham fim a farra na criação de partidos políticos no Brasil. O que deu para estabelecer foi uma cláusula de desempenho: o partido político precisa ter pelo menos um representante na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal para ter acesso à propaganda partidária, como forma de vincular o acesso ao rádio e à TV à representatividade do partido.
Lamento o Congresso Nacional ter aprovado uma Emenda à Constituição que abre uma janela de trinta dias para o troca-troca partidário. Dessa maneira, deputados federais, deputados estaduais e vereadores em pleno exercício do mandato poderão trocar de partido, independente de motivação, nos trinta dias após a promulgação da Emenda Constitucional, prevista para ocorrer no próximo dia 18.
Acredito que a reforma política aprovada pelo Congresso Nacional em 2015 e sancionada depois de importantes vetos pela Presidente Dilma Rousseff possibilita o combate ao abuso do poder econômico nas eleições com o fim do financiamento empresarial e o limite de gastos, tudo a depender de uma melhor fiscalização e da criminalização do caixa-dois. A reforma aprovada também pôs fim ao excesso de normativas da Justiça Eleitoral na véspera das eleições. A democracia pressupõe o respeito às regras do jogo. E queiram, ou não, as regras e a lógica das eleições mudaram.
Jorge Viana é Senador do PT, Vice-Presidente do Senado e Presidente da Comissão da Reforma Política no Senado.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

BIBLIOTECA DO IFAC RETIRA PILHAS DO MEIO AMBIENTE

Um projeto envolvendo servidores da Biblioteca do IFAC/Campus Xapuri e alunos da instituição conseguiu em 2015 coletar cerca de 800 pilhas e este ano pretende avançar com orientações e instalações de postos de coletas das escolas da zona rural do município.

Trata-se de um projeto de logística reversa que consiste numa importante contribuição no cenário social e ambiental. Logística Reversa é o retorno do produto já consumido ou não à indústria, que é responsável pela destinação final correta, conforme Lei 12.305/10.

Os organizadores pontuam que através da coleta de pilhas, que ainda é uma ação pequena em comparação a grandes quantidades de materiais que são descartados na natureza, espera-se contribuir através da sensibilização ambiental, com a destinação correta desses materiais e consequentemente com a redução de riscos de contaminação do solo e dos rios. Pilhas contaminam o solo e as águas com materiais pesados, que são acumulados na natureza e no organismo dos seres vivos. 

Segundo o auxiliar de biblioteca, Kácio D’ Angelys, o projeto tem como base a sensibilização principalmente das crianças, que abraçam a ideia e se tornam multiplicadoras, repassando as boas práticas de preservação ambiental entre os amigos e familiares. O servidor projeta em 2016 uma maior participação das escolas da zona rural de Xapuri, onde a utilização das pilhas é ainda maior (seja no uso dos rádios e/ou lanternas) além do fato de não haver políticas para o descarte ideal desses produtos.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

"CAFÉ COM ALTINO"


















Jorge Natal, da Contilnet

O jornalista Altino Machado estreia, na próxima semana, um programa de entrevista gravado em vídeo para ser veiculado na web. Semanalmente, o “Café com Altino” abordará temas variados, sem as amarras dos formatos tradicionais, mas sem prescindir do profissionalismo que acompanha o escriba em seus 33 anos de profissão. Atualidades, humor, ironia, provocações, instigações e picardia serão alguns dos ingredientes do café, que poderá se tornar um marco na imprensa acreana.

Cada programa terá duração de 15 a 20 minutos e a estreia está marcada para o dia 22 de fevereiro, no Blog do Altino, e que será replicado no portal ContilNet. “A produção é simples, mas o objetivo é nobre”, diz Machado, para quem o controle e as transformações da imprensa o fizeram optar pela nova ferramenta.

“O costume de servir café ao receber pessoas para conversas em minha casa virou um programa de entrevistas”, completou Altino, lembrando quem sempre fará uma “pergunta sem açúcar” aos entrevistados.

Gravado pelos videastas Ciro Facundo Netto e Lelande Holanda, da CuiaFilmes e Nativus Live, com ideias do publicitário Janu Schwab e produção de Camila Cabeça, o programa será composto de bate- papos e troca de ideias sobre qualquer assunto com pesquisadores, escritores, jornalistas, documentaristas, cientistas, políticos, entre outros.

Perguntado sobre se o programa terá um formato “caboclo”, por causa do ideário de Chico Mendes e de Marina Silva, o jornalista não titubeia: “Claro que sim. Aliás, a Marina não está morta na política. O Acre sempre será notícia. Muitos querem entender que terra e povo são esses. O programa será uma boa fonte”, afirma.

Nos últimos dias, os produtores gravaram entrevistas com o sertanista José Carlos dos Reis Meirelles, com a presidente do Tribunal de Contas do Acre (TCE) Naluh Gouveia, com o casal andarilho Diego Drush (jornalista) e Eduardo Heideke (designer gráfico), além dos imigrantes Abdoulahat Lo (senegalês) e Montaserbelah Alshawwa (palestino), ambos muçulmanos, que optaram pelo Acre como novo “país”.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

JORGE VIANA E RAIMUNDO ANGELIM VISITAM O ALTO ACRE

O senador Jorge Viana  e o deputado federal Raimundo Angelim, ambos do PT, cumpriram agenda política na regional do Alto Acre nos dois últimos dias úteis desta semana. Na quinta-feira, 11, estiveram em Assis Brasil, e na sexta, 12, em Brasiléia/Epitaciolândia e Xapuri, onde se reuniram com os diretórios municipais do partido e com lideranças políticas locais da Frente Popular do Acre. 

“Nosso propósito, é ouvir as lideranças políticas locais com o objetivo de fortalecer o diálogo e a unidade do PT, da Frente Popular e do Acre, a partir de cada localidade, no que acredito e defendo como deputado municipalista. Para mim, por meio de diálogos, como esses poderemos avançar por meio de ideias e propostas coletivas que visem atravessar esse momento difícil”, declarou o deputado Raimundo Angelim.

O senador Jorge Viana lamentou a situação dos municípios que enfrentam dificuldades com a crise econômica e política que o país passa e disse que muita coisa precisa ser reconstruída.

“Apesar de toda dificuldade, o governador Tião Viana está fazendo muito pela região do Alto Acre. E precisamos de mais união para melhorar cada vez mais a vida das pessoas nesses municípios”, defendeu.

Em Xapuri foram realizadas duas reuniões com os representantes políticos do município. Jorge Viana e Angelim se colocaram à disposição para ajudar no mandato como parlamentares. Participaram dos encontro lideranças como o ex-prefeito Bira Vasconcelos, o vereador Chiquinho Barbosa, Raimundo Mendes de Barros, o Raimundão, e a professora Zilah Carvalho, entre outros.

“Esse ano de eleição é emblemático e nós atravessamos um momento muito complicado. Só com a união de todos conseguiremos ser merecedores da oportunidade de ajudar as pessoas através da política”, disse Viana.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

JUIZ DE XAPURI DECIDE SOBRE MANGUEIRA ENVENENADA

Quem se recorda da mangueira envenenada na Rua Coronel Brandão, em frente à nova loja Magazine do Povo? Acolhendo parecer do Ministério Público do Estado do Acre, o juiz da Vara Única de Xapuri, Luiz Gustavo Alcalde Pinto, determinou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente que a árvore seja removida do local no prazo de dez dias em razão de a mesma não poder mais ser revitalizada e por correr o risco de cair a qualquer momento podendo causar um acidente.

O magistrado também determinou que o empresário Francisco Marcos Leite, proprietário da loja Magazine do Povo, faça o plantio de dez árvores na zona urbana do município como compensação pelo ataque à mangueira tida como centenária. Marcos Leite foi apontado como responsável pelo fato e respondeu a procedimento administrativo instaurado pelo promotor de justiça Bernardo Albano.

A denúncia foi feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente em março do ano passado, depois que perfurações suspeitas começaram a surgir no tronco da árvore, durante as obras de construção do novo prédio da loja Magazine do Povo, que mudou de endereço depois da última enchente do Rio Acre.

O juiz Luiz Gustavo Alcalde Pinto ainda encarregou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de acompanhar o trabalho de arborização, além de indicar os locais mais adequados para o plantio. De acordo com o secretário da pasta, Idalino Pedrosa Júnior, outra mangueira deverá ser plantada no mesmo local da que foi morta.

À época do ocorrido, a mangueira passou por uma espécie de tratamento que consistiu na limpeza da área afetada pelo veneno e na vedação dos três furos feitos no tronco. A medida não surtiu efeito e o vegetal começou a morrer. Além do envenenamento, a mangueira passou ainda a ser alvo de intensas podas que a reduziram a um mero tronco seco e desgalhado à margem da principal via pública de Xapuri. Ao lado, o despacho do juiz Luiz Gustavo Pinto a respeito do caso. O empresário teve estipulado o prazo de dez dias para comprovar o plantio das 10 árvores.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

NOS BONS TEMPOS DE REGATÃO

















Francisco Antônio Saraiva Farias

O nosso relógio era o sol. 
No nosso modo de vida o tempo corria mais devagar. 
O nosso batelão era de pouco calado, o que nos permitia navegar de inverno à verão. 
O batelão era do Expedito. 

O Expedito é meu irmão.
Um nego bom, com quem você sempre pode contar.
De todos os meus nove irmãos ele é o mais brincalhão.
Por ele nutro um amor especial, apesar da distância física que nos separa.
Nos poucos meses que vivi com ele e a sua companheira Aldeídes, subindo e descendo o rio, no Regatão, estão parte importante das minhas melhores lembranças.

O Batelão tinha um bailéu onde ficava o leme.
O meio do batelão era protegido por duas paredes, com dupla serventia: fixar prateleiras onde eram arrumadas as mercadorias e nos proteger do sol, da chuva e do frio.
Na popa do batelão tinha um motor Bridget, de nove cavalos, que tangia a navegação.
Muitos chamavam o motor de burro preto, pela sua cor e pela sua função.

À noite, para dormir, a gente arriava as sanefas para se proteger.
Logo de manhãzinha, a gente suspendia as sanefas e as prendia nos caibros do toldo, quebrava o jejum, com café, macaxeira cozida, carne seca e peixe frito com farofa.
Depois, com um largo sorriso estampado no rosto,
A gente começava à navegar.

Nas muitas subidas e descidas, nasceu um amor especial entre eu e o rio.
As águas e os anos passam, independente da nossa vontade,
Levando muito de nós,
Mas o tempo, sorrateiro e velhaco,
Não conseguiu apequenar o amor que prazerosamente brotou entre eu e o rio.
Sinto uma imensa saudade de tudo:

Das pescarias de mandi nas sombras do imbaubal,
Das amizades da Amazonas e da Quinha,
Dos Forrós bem animados pelo Dondino, Sanfoneiro dos bons,
Dos causos bem contados pelo Seu Brando, pai da Aldeídes, e pelo Expedito, antes de apagar as lamparinas para dormir.

Os meus olhos marejados de lágrimas parece que ainda veem àqueles barrancos verdes de Porto Acre,
Do Entrerios, do Igarapé Grande e do Andirá, o seringal mais bonito da beira daquele rio.
Lembro-me, como se fosse hoje, do imbaubal e dos pés de uranas beijando as águas das beiradas do rio,
Do Bom Destino, do Pé Direito, do Quixadá, da Mão Poderosa e do Caquetá.
Quis o destino nos distanciar, mas eu volto, meu Rio Acre.
E levarei comigo o meu irmão Expedito.

Pode esperar.

Francisco Antônio Saraiva Farias escreve eventualmente no grupo Xapuri: memórias e histórias.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

XAPURI ALAGADA

A enchente histórica de 2015 não deixou saudades, mas não se pode negar que produziu belas imagens, extraídas em meio à tragédia, como esta, do fotógrafo Sérgio Vale, da Agência de Notícias do Acre.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

DELEGADO ANTÔNIO CARLOS E O RIGOR TARDIO DA LEI

A foto ao lado é do dia 29 de março de 2012 logo após a realização da Operação Chapurys, um trabalho de investigação da Delegacia de Repressão ao Entorpecente (DRE) que colocou atrás das grades doze pessoas acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas no município de Xapuri. Entre os presos na operação, estava o homem que dois anos depois se tornaria o algoz do delegado Antônio Carlos Marques Mello, o Carioca.

Colocado em liberdade pouco tempo depois da prisão, Elivan Verus da Silva protagonizou uma sequência de crimes jamais vista em Xapuri. Primeiro, no dia 26 de novembro de 2014, ele tentou matar uma ex-namorada, Nágila Costa, mas terminou assassinando a filha da mulher, a estudante Janaína Nunes, que tinha apenas 15 anos de idade.

Foragido da justiça, Elivan adquiriu uma espingarda calibre 20 na Bolívia e no dia 14 de dezembro seguinte sequestrou outra ex-namorada, Fátima Sarkis, que foi obrigada a trazê-lo à cidade. Encurralado em um cerco policial, Elivan conseguiu escapar depois de atirar no delegado Antônio Carlos, que um pouco antes de ser baleado havia dado voz de prisão ao fugitivo. O delegado Carioca morreu 25 dias depois no Hospital das Clínicas, em Rio Branco, depois de uma luta gigantesca pela vida. Elivan foi capturado um dia após o crime numa grande operação policial.

Nos dias 15 de junho e 1º de julho de 2015, Verus foi a júri popular para responder pelos crimes homicídio contra o delegado e a estudante, pela tentativa de homicídio contra Nágila Costa e pelo sequestro de Fátima Sarkis. Considerado culpado para todas as acusações, Elivan foi condenado a 60 anos de reclusão em regime fechado. Rigor da lei que veio tardiamente. Quando cometeu a série de crimes que abalou Xapuri, Elivan Verus cumpria, em regime aberto, pena por crime de tráfico de drogas.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

XAPURI

José Edmílson Figueiredo

Os Xamãs invocam
a mente pro encontro
entre magia e mistério.
Faíscas, fumaças,
e nesgas de feixes
formam véus galácticos
ornados de raios de luz
refletindo miragens
de rastros deixados
por corpos encantados
de forças ocultas.
Sementes e folhas
chovem das árvores,
os frutos trazem festas.
Os entes entoam
cantos oníricos
acompanhados de trombetas
e instrumentos celestiais.
As estrelas mais distantes
sopram luz ao infinito
em atos generosos
de infinitas dádivas.
O bradar ecoa rumo
a paredes que escutam
e reverberam ondas.
No mais distante passado,
no jorro d'água
da fonte do bosque,
os pajés se encontram
nas curvas e ritos
origem de Xapuri.


José Edmilson Figueiredo, Mapinguari ou Bacana, é um xapuriense dos bons. Difícil enumerar todas as coisas que ele faz com maestria e dedicação. Uma de suas artes é a poesia. Neste ano, ele lançará o livro "Poesia Líquida", obra da qual o poema acima faz parte.