quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Rua Cel. Brandão

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É premente a necessidade de duplicação da principal rua de Xapuri. Não é exagero afirmar que em determinados momentos do dia o trânsito ali se torna caótico. Não que hajam congestionamentos ou grande número de acidentes diários, mas o compartilhamento obrigatório de uma via de não mais que 5 ou 6 metros de largura por pedestres, ciclistas e veículos automotores está se tornando insustentável, principalmente nos horários de entrada/saída das aulas. Eis uma demanda para concorrer com a tão reivindicada ponte da Sibéria. Que venham ambas.

Carnapuri

Prefeitura, Polícia e Conselho Tutelar definem horários. Leia.

Vereadores x blogueiro

Ainda não foi realizada nenhuma das audiências de um total de 7 reclamações registradas no juizado especial da Vara Cível de Xapuri em que figura como parte reclamante quase a totalidade dos vereadores do município e como reclamado o ex-blogueiro Eden Barros Mota.

A razão da mobilização conjunta dos edis contra Barros Mota é uma só: a ‘carrada’ de críticas dirigidas contra os representantes da Câmara Municipal de Xapuri via weblog. “Parasitas” e “sugadores do dinheiro público” foram alguns dos elogios feitos pelo blogueiro.

Dos 9 vereadores xapurienses, apenas o presidente da Câmara, Ronaldo Ferraz (PMDB), e Maria Luceni (PV) não engrossam o caldeirão dos descontentes contra a série de cobranças via internet, que ganhou grande repercussão na cidade.

As audiências estavam previstas para acontecer no final do mês de julho, mas foram suspensas a pedido da parte reclamada. De acordo com a secretaria do Juizado Especial Cível, a nova data para tentativa de conciliação é 10 de outubro do corrente ano.

Salário Mínimo

13,6% é o valor proposto pelo governo projeto de lei de Orçamento da União para 2012. O reajuste eleva os atuais R$ 545 para R$ 619,21, a partir de janeiro de 2012.

Enquanto isso, o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulga que o brasileiro precisaria de um salário mínimo no valor de R$ 2.212,66 em junho para conseguir arcar com suas despesas básicas (veja aqui).

A entidade verificou que são necessárias 4,06 vezes o valor do salário mínimo para suprir as demandas do trabalhador. O cálculo foi feito com base no mínimo de R$ 545, em vigor.

O valor de R$ 619,21 seguiu acordo firmado entre o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Congresso de ter como regra para o reajuste anual do salário mínimo a inflação do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Por essa fórmula, o mínimo de 2012 considera a inflação de 2011 mais o crescimento do PIB de 2010.

Bom seria se o reajuste dos funcionários públicos em geral seguisse a mesma regra.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Estátuas de puro talco

José Cláudio Mota Porfiro

O preconceito é um conceito antecipado, a priori. Antes, em criança e adolescente, participei de eventos sociais por aquelas bandas. Como naqueles tempos ainda não me havia tocado o germe da discriminação, eu não posso me aceitar enquanto um preconceituoso, posto que só agora, por último, os bolivianos se tornaram menos humildes e muito mais antipáticos, notadamente, uma grande parcela de pós-incaicos que querem tornar tudo aquilo muito pior que antes.  

Não me vem à memória a autoria, mas um certo aforismo nos diz que todos aqueles que se sentem desprezados fazem tudo na vida para serem odiados. É exatamente esta a condição dos nossos vizinhos marginais que tentam se erguer à custa da mais desprezível ilegalidade.

Conscientemente, jamais deveria-mos esperar muita coisa de uma nação sustentada a partir de uma substância que faz tanto mal ao ser humano. Os bolivianos estão entre os que envenenam a humanidade, sem nenhuma preocupação. Todavia, registre-se que há, ali, ainda, um punhado de verdadeiros e poucos caudilhos que dignificam uma pátria de tantos desvalidos e de tão poucos verdadeiramente conscientes. Vivem por lá uns escassos honrados e verdadeiramente trabalhadores. Não sei até quando eles haverão de suportar tanta iniquidade.

Vai apenas um conselho - de irmão para irmão, do tipo de pai para filho - porque eu não aprecio ver ninguém passar por apuros, principalmente, quando não existem culpas ou pecados que justifiquem os desmandos praticados por uma gente sem nenhum escrúpulo, como estes habitantes da nossa última fronteira mais a oeste do Brasil.

Não, meu amigo, nunca mais vá à Bolívia! É um apelo que faço em nome da segurança e da tranquilidade que deveriam ser a tônica de um passeio que, dependendo dos humores dos cholos, pode muito bem se transformar em algo bastante tedioso e, o que é pior, aborrecido e traumatizante.

Sem querer justificar fatos injustificáveis  - que ocorrem principalmente nos finais de semana de verão, em Cobija  -  é conveniente considerar, antes, a grosso modo, a saga dos povos incas dizimados pelos espanhóis entre os séculos XVI a XIX. Os atuais bolivianos, por exemplo, foram escravizados e atirados em chiqueiros, feito porcos, onde faziam, inclusive, as necessidades biológicas e pariam as suas crias que, sem nenhum cuidado e sempre maltratados, foram transformados nos atuais colhas, que não enxergam um palmo adiante dos narizes de onde escorre um catarro curtido, sofrido, diuturnamente.

São fatores históricos como o acima citado que os levam, ainda hoje, a não dispor de sanitários em suas vivendas miseráveis e, por isto, à noite, urinam em garrafas e defecam em sacos plásticos que, pela manhã, são atirados em qualquer lugar ou, principalmente, nos rios Abunã e Acre, dentre outros.  Em verdade, eles foram brutalizados na mais crua acepção da palavra.

Décadas e séculos escorrem por entre os dedos todos os dias. Lá, o tempo não passa ou passa muito lentamente. Algumas melhorias foram detectadas, em especial, porque uma parcela dos bolivianos herda caráter de ancestrais vindos do oriente ainda no início do século passado, além dos que vieram de Portugal ou da Espanha. Mas, ainda assim, melhoraram muito pouco ou quase nada.

Pior de tudo é que, desde algum tempo, eles só obedecem, de preferência, às ordens que tenham a ver com a violência que, bem ao inverso, tenta aplacar a ira de um povo historicamente violentado, injustiçado.

E, do lado de cá, ficamos nós na esperança quase desesperada de que um dia as coisas funcionem a contento, não apenas na Bolívia, mas também nos outros países de latino-américa, inclusive o Peru que, agora, acaba de eleger um militar aposentado cheio de marra, uma cópia tosca do Hugo Chávez, o venezuelano. Não. Mais uma vez, não vai dar certo.

Enquanto isso, nós vamos, gentilmente, tolerando os colhas solícitos, aqui, que nos batem à porta, em Rio Branco e demais cidades circunvizinhas, a vender quinquilharias de origem duvidosa... Da China! Até quando?

O outro chavista, Evo Morales, não hesita em fazer as coisas bem do jeito que gosta a massa de ignorantes que compõe a grande maioria da população da Bolívia. Porque esse louco quer dar foros de legitimidade ao roubo de carros brasileiros? Eles banalizaram o crime. Apoderar-se do que não é exatamente seu é costume hoje oficializado por um governo liderado por um plantador de cocaína.

O narcotráfico é a base da economia boliviana. (Ufa! Descobri a América!) A consciência foi roubada de uma parte maior da população por comerciantes que têm a base do seu negócio na venda de entorpecentes, inclusive os sintéticos. No comércio, a lavagem de dinheiro é feita à vista de brasileiros atônitos que, quando compram as amaldiçoadas quinquilharias, estão financiando, literalmente, os narcotraficantes que se escondem por trás de litros de uísque escocês, perfumes franceses, eletro-eletrônicos asiáticos de péssima qualidade, na maioria dos casos, e assim por diante.

Os acreanos precisam observar que, comprando os produtos chineses vendidos na Bolívia, estamos fortalecendo a economia da China, dando emprego para mais e mais chineses fabricarem as suas bugigangas. Ao passo que os produtos brasileiros, de ótima qualidade, são deixados de lado porque não observamos que, agindo assim, deixamos de empregar os nossos irmãos que passam anos e anos vivendo de biscates ou na informalidade. Abramos os olhos!

Dentre alguns comerciantes que exercem a sua atividade honestamente, poucos são os que escapam de ser veladamente extorquidos pelos mandões dos cartéis que fazem o que bem entendem porque o seu dinheiro sujo financiou a campanha do imbecil maior que preside aquela república erguida à custa de suor e talco.

Eles são tão desonestos que querem nos fazer crer que não precisam do consumo dos brasileiros. As nossas viagens de consumidores parvos e contumazes  -  como bem quer o capitalismo  -  para muitos deles, são perfeitamente dispensáveis. Eles fingem não saber que Cobija e adjacências sobrevivem porque há uns acreanos desavisados que correm riscos quando visitam aquele antro de tantos crápulas e de tão pouca gente de bem.

Um dia, no início dos anos 90, em Cobija, eu, a esposa e um dos filhos, acostumados à sinalização do trânsito no Brasil, entramos por uma rua na contramão. (Nenhum sinal estava visível.) Eram sete e trinta, mais ou menos, o movimento era mínimo, mas, de repente, surgiu um colha vestido de uniforme militar, com a maior cara de bêbado, e foi apitando sofregamente para que fôssemos para o acostamento. Não liguei para o homem da segurança e segui. Só parei em frente à Farmácia Flávia, onde fui socorrido por uma estimada amiga boliviana, neurologista, de maravilhosa índole.

Segundo ela, eu seria extorquido e pagaria valor considerável em dinheiro, se não quisesse ser humilhado pelo pústula, durante dois ou três dias de insultante custódia.

Ainda tem muita gente pensante por ali. Há, inclusive, alguns cambas  -  brancos ou descendentes de sírios e libaneses  -  que vieram buscar formação universitária no Brasil, mas estes se calam por temerem pelas próprias vidas que podem ser vituperadas pela loucura do senhor Morales.

Certo é que alguma autoridade boliviana um pouco mais inteligente deveria denunciar essas práticas extremamente abusivas contra brasileiros que compram quinquilharias a baixo preço, mas de qualidade péssima e sem nenhuma segurança, à exceção dos vinhos chilenos e de alguns uísques de origem duvidosa que ainda não foram batizados.

Eu sou bem tratado na casa do meu vizinho. Este também é sempre muito bem vindo à minha residência. Nós somos perfeitamente civilizados e nos tratamos muito bem. Do contrário, seria como aquela do sertanejo segundo a qual eu não vou na sua casa pra você não ir na minha, você tem a boca grande e vai comer minha farinha.

Nunca mais fui à Cobija. Não irei. Mas não sou preconceituoso. Sou um brasileiro originário desse caldeirão étnico-racial e cultural muito próprio do meu país. Não quero porque não gosto de ser maltratado por quem quer que seja.

Enfim, há males que só se curam com desprezo.

José Cláudio Mota Porfiro é irmão do Manoel do Gibiri.

“Não adianta fugir…”

“Tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo”.

Notas da coluna Poronga

Jornal Página 20, edição desta terça-feira (30).

Decepção

O senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, até que tentou, mas não conseguiu visitar a Fundação Chico Mendes e a casa onde o líder seringueiro foi morto, em 1988.

Lúgubre

Os dois espaços em Xapuri estavam fechados, ainda à luz do dia, quando ele chegou à cidade na sexta-feira. Um rapaz que vigiava um Café construído ao lado impediu até que o senador e sua comitiva entrassem por um portão entreaberto ao quintal da casa.

Abandono

Também foi decepcionante a visita que fez ao cemitério da cidade para ver o túmulo de Chico Mendes. O local está sujo, abandonado, no túmulo do seringueiro não tinha nenhuma identificação.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Frase

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"Agora sabemos que é real, a maioria é evangélica no Acre. Isso significa que nós, evangélicos, representamos uma força política, um mercado consumidor e um contribuinte forte para os cofres públicos, pois todos pagamos impostos, o que nos permite cobrar melhores serviços".

Do deputado estadual Astério Moreira, PRP, comemorando o crescimento da comunidade evangélica do Acre como se os dados levantados pela Fundação Getúlio Vargas conferissem aos pentecostais, dentro do estado laico brasileiro, a condição de segmento especial, com direitos constitucionais distintos daqueles que são atinentes ao restante da população.

É fogo!

Todo ano, a mesma coisa

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Mais uma vez a região localizada entre o Aeroporto de Xapuri e o bairro Mutirão arde em chamas depois de vândalos atearem fogo em cerca de 3 hectares de capoeira.

Polícia Militar, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e voluntários trabalham no local há algumas horas tentando evitar que o fogo atinja as casas localizadas próximas ao incêndio.

Na última foto, o estado em que ficou o local onde está instalada a torre de Ondas Médias da Rádio Educadora 6 de Agosto, que, felizmente, não sofreu danos.

A área de terra de cerca de 15 hectares, que infalivelmente incendeia todos os anos, pertence à Comara – Comissão de Aeroportos da Região Amazônica.

A pista de pouso da cidade, que funciona como alternativa ao Aeroporto de Rio Branco para aeronaves de pequeno porte, fica a algumas dezenas de metros da área consumida pelo incêndio.

Xote Ecológico

Luís Gonzaga

domingo, 28 de agosto de 2011

Alanna Cristina Cardoso

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Chega aos 22 anos de vida neste domingo (28) o primeiro dos grandes presentes que Deus pôs na vida deste blogueiro. Responsável pelo escriba ter sido avô aos 37 anos, Alanna é razão de muitas alegrias e intensas felicidades, a maior delas atende pelo nome de Anna Lya, de 1 ano e 9 meses.

Alanna é um misto  de emoção à flor da pele, amor à Cristo, afeto e dedicação aos seus. Valores que seu pai deseja sempre estarem ao seu lado na sua caminhada. Que a data especial seja de comunhão com a família e o decorrer de sua vida seja de muitas bênçãos.

Parabéns!

sábado, 27 de agosto de 2011

A BR-364 e a oposição

Ermício Sena

Oportunismo e irresponsabilidade. É assim que deve ser classificada a oposição do Acre com relação à eventual instalação de uma CPI do DNIT no Congresso Nacional.

Dizer que não é contra as BRs é fácil. Difícil vai ser afirmar que é favorável à sua conclusão. Quando era do seu interesse, membros da oposição defendiam a construção e conclusão da BR, agora querem embargá-la porque sabem que os governos da Frente Popular do Acre irão concluí-la.

O cálculo que a oposição faz é simples: eles, os oposicionistas, sabem que, no atual estágio da obra, com suas pontes quase todas concluídas, recursos próprios do governo estadual serão utilizados em outros programas nas cidades do Acre. A estratégia é tentar inviabilizar a manutenção da vinda de recursos federais para o Acre.

Esqueceram-se de combinar com a presidente Dilma Rousseff, que já afirmou ser compromisso de seu governo manter os investimentos no Acre. A vinda do ministro dos Transportes para inauguração da Ponte da União, em Cruzeiro do Sul, é a prova inequívoca desse compromisso.

Como o governador Tião Viana iniciou uma nova fase de consolidação do bem-estar das populações das cidades, através de programas como o Ruas do Povo, o sinal de alerta para a oposição foi aceso.

A irresponsabilidade é tanta que já conseguiram conectar as duas coisas - votaram contra a obtenção de empréstimo do Acre junto ao BNDES para dar sequência ao Ruas do Povo e criaram um comitê para saber em que foram investidos os recursos que vieram para o Acre.

O interessante é que poucos Estados têm um sistema de transparência tão eficaz como o do Acre, inclusive publicando no site para esse fim os gastos em todos os seus setores. Portanto, é inócua a reivindicação de transparência dos nossos governos.

A política do “quanto pior, melhor” aflorou de vez. Esse comportamento é típico do desespero de quem está numa situação de observador do avanço de uma força política como é a FPA.

Orientado por nossas lideranças, nosso movimento deverá ser em duas direções. A primeira é a do bom combate que devemos travar com as inverdades, reafirmando nosso compromisso com a cidadania nas suas várias dimensões.

A segunda direção que podemos dar é no sentido de dialogar com as pessoas, mostrando nossas realizações nos vários setores, como estradas, saúde, educação, segurança, setor produtivo, entre outros.

Não podemos negligenciar em fazer a disputa política com esse tipo de oportunismo. A irresponsabilidade se combate com verdades e realizações.

Não podemos esquecer que membros dessa oposição são os mesmos que, quando estiveram no governo, quebraram o Estado. Quem não se lembra da famigerada conta Flávio Nogueira, do apartamento comprado no Rio de Janeiro com dinheiro público, do enriquecimento ilícito de gestores do passado recente, da eterna novela para a construção do Canal da Maternidade e da própria BR-364, dos salários atrasados, do desvio da alagação?

Nós, da Frente Popular, temos realizações e verdades para revelar. Não temos medo do debate nem da ciumeira gerada por nossos avanços. Vamos à disputa com o mesmo vigor que sempre nos caracterizou.

Ermício Sena é secretário adjunto de Segurança Pública, professor da Ufac e membro do Diretório Estadual do PT/AC.

“Esquentamento”

Francisco Gregório Filho

Ciúme. Aparecera na lista dos três grupos reunidos em Xapuri: um composto só por mulheres, outro, só por homens, e um terceiro, de constituição mista: homens e mulheres.

O Sindicato Rural de Xapuri promovera um encontro para discutir a participação das mulheres nas atividades organizadas pela entidade. Depois de um dia de discussão, os grupos apresentaram em seus relatos finais uma listagem de problemas a serem enfrentados para garantir maior mobilidade do público feminino nas ações articuladas pela associação da classe. O ciúme constou das três listas. Os três grupos o apresentaram como um dos itens a serem tratados nas reuniões. Participara do grupo misto e acompanhara as questões reveladas como dificultadoras do envolvimento das mulheres e dos homens no sindicato. As mulheres reclamaram dos ciúmes dos homens, e os homens fizeram a mesma reclamação.

O encontro fora pensado por Chico Mendes, na tentativa de encontrar caminhos para estimular a participação política das mulheres. Mulheres seringueiras que trabalhavam com os maridos e a família no corte da borracha na floresta. Chico Mendes convidara alguns profissionais para acompanharem essas discussões. Fui um desses convidados.

Inicialmente ficara intrigado com a discussão sobre o ciúme, mas, com o desenvolvimento dos debates, fui-me envolvendo, ouvindo, instigando os relatos pessoais dos conflitos gerados pelos casais. Não é que o tema se demonstrara pertinente mesmo? Como dar enfrentamento a questão tão complexa e surpreendente, surgida a partir dos depoimentos de trabalhadores da floresta?

No jantar, uma amiga que participara do grupo feminino narrou um aflito relato: uma mulher, ainda jovem, num determinado momento das discussões, levantou-se, dizendo que precisava falar sobre sua história recente. Já há algum tempo, participara de uma reunião no sindicato e no intervalo, após o almoço, assistira com outras mulheres, ali mesmo no sindicato, a um filme pela televisão, desses da Sessão da Tarde, em que apareciam dois jovens enamorados se acariciando.

Numa das cenas, a jovem passava a mão no peito do rapaz. Então a mulher, ficara com um “esquentamento” no corpo. Já em casa, vira o marido subindo a escada com o corpo molhado após um mergulho no rio. Voltou a sentir o “esquentamento”, saltou sobre o marido e passou as mãos nas bolhinhas d´água sobre o peito. O marido a afastou, perguntando onde ela tinha prendido aquilo, se fora no sindicato. Ela ficara na sua “quentura” interna, pensando sobre o que estava lhe acontecendo. Resolvera, então, pedir conselho a uma amiga. A amiga lhe dissera que ela estava com o pecado. Aquele “esquentamento” havia de ser pecado. Numa outra oportunidade, vira o marido novamente com o corpo molhadinho debaixo de chuva, cortando lenha no quintal, subitamente o “esquentamento” a incendiara de desejos e, sem conter o impulso, fora para o quintal sob a chuva e, aproximando-se de seu homem, dera-lhe um abraço, acariciando seus cabelos. O homem a afastara com uma pernada e, gritando, perguntara mais uma vez:

- Onde você aprendeu isso? Foi no sindicato?

Agora ela percebia que o marido andava desconfiado e com ciúmes de sua participação nas atividades do sindicato. E o “esquentamento” não passara; ao contrário, vinha aumentando e a deixava angustiada e com medo do pecado.

Ela queria conversar sobre essa “quentura”; queria saber se era pecado mesmo. Minha amiga contou que fora um alvoroço só na reunião; umas mulheres confirmaram que era pecado sim, era o demo; outras protestaram, dizendo que pecado, que nada, e uma delas chegara a pronunciar a palavra tesão, o “esquentamento” era tesão.

Gostaria de ter presenciado tal discussão. Fato é que o ciúme mobilizou mulheres e homens para os debates. Interessante! Não pensara em me deparar com fato tão inusitado num encontro sindical.

Um grupo de teatro de Xapuri, que trabalhava com o sindicato, se propusera a montar uma dramatização sobre o assunto para aprofundar o debate entre homens e mulheres. O grupo também selecionou um repertório de histórias tendo como tema o ciúme e ainda faz muito sucesso por lá.

No final do dia, fomos jantar um cuscuz cozido no leite de castanha, uma delícia. Um licor animou o jantar, cuja sobremesa foram castanhas cristalizadas com cobertura de chocolate. Depois do jantar me deu um “esquentamento”; e voltei de Xapuri com minha “quentura” ainda mais atiçada. Gostaria de ter noticias daquela mulher e seu “esquentamento”.

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O contador de histórias Francisco Gregório Filho nasceu em Rio Branco, no Acre. Formado em artes cênicas, pela UNIRIO, atuou como ator e diretor. Foi gestor de programas e projetos culturais nas áreas de música, rádio e teatro. Na década de 1990 começou a se dedicar às questões da leitura, tendo sido um dos organizadores do Programa Nacional de Incentivo à Leitura, implantado em 1992, na Biblioteca Nacional (1992 a 1996). Desde então desenvolve oficinas de formação de contadores de histórias para educadores sociais, estudantes e profissionais de diferentes áreas. O artigo acima foi escrito em 2005.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Agosto

Considerado pelos supersticiosos como o mês dos infortúnios, agosto até que tem transcorrido bem em Xapuri. Mas a coisa desandou nos últimos dois dias, quando 9 pessoas se feriram em um capotamento de caminhonete no ramal que dá acesso à localidade São João do Guarani. Entre as vítimas, mulheres e crianças se machucaram com mais gravidade. Felizmente, nenhum óbito.

No entanto, a mesma felicidade não ocorreu na colocação Nova Vida, Seringal Nazaré, onde um jovem de 19 anos de idade, de iniciais A. N. L., morreu eletrocutado na fiação de uma bomba d’água enquanto tomava banho em uma fonte. O acidente abalou a comunidade que realizaria sua festa anual neste final de semana.

Informações sobre os fatos acima aqui e aqui.

Terremoto

A repercussão dada pela imprensa ao abalo sísmico ocorrido no Peru com reflexos em vários pontos do estado do Acre mexeu com os nervos de muita gente em Xapuri. Na manhã desta sexta-feira, ouvi o relato de uma moradora que, sentindo a casa tremer, correu para a rua. Era apenas um rolo compressor da empresa que executa as obras de pavimentação do programa Ruas do Povo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Efeito Wanderley Viana

O colunista Evandro Cordeiro, de agazeta.net, acaba de ressuscitar uma mística que há muito tempo povoa a mente de muitos xapurienses: a de que investimentos deixaram aterrissar em Xapuri em razão de Wanderley Viana haver vencido as eleições municipais de 2004. Abaixo, compilo duas notinhas da coluna:

“A passarela entre as duas pontes em Rio Branco entrou na cota Chico Mendes para ligar Xapuri ao bairro da Sibéria, como demonstram todos os estudos e arquivos. Ocorre que, na época, o PT perdeu a prefeitura para Vanderlei Viana e a instalou em Rio Branco (sic). Outro exemplo de desvio por conta do resultado eleitoral foi a duplicação da Rua Coronel Brandão, desviada de Xapuri e feita em Capixaba”.

Como jamais tomei ciência da existência dos estudos e arquivos aos quais se refere o jornalista, sempre duvidei de histórias como essas, muitas vezes ditas e repetidas por baixo das muitas mangueiras que ladeiam a principal rua de Xapuri. Mas nunca é tarde para que informações tão importantes assim caiam no conhecimento público via fontes confiáveis.

Manoel Moraes defende fogões da Funtac

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O deputado Manoel Moraes (PSB) usou a tribuna da Aleac na sessão desta quarta-feira, 24, para defender e elogiar a Funtac pelo desenvolvimento do fogão Geralux que tem sido utilizado para gerar energia elétrica aos moradores da zona rural do Acre. Segundo Moraes, o governo poderia ter distribuído placas de energia solar, que custam muito mais caro, não geram empregos e ainda contempla empresas estrangeiras da Europa, Estados Unidos ou Canadá.

“O que seria do ser humano sem pesquisa? A Funtac está de parabéns. Se o fogão teve problemas, isso é normal no desenvolvimento de uma pesquisa. O inventor da lâmpada, Thomas Edison, teve que fazer dois mil testes para chegar a um resultado correto", comparou Moraes.

O deputado lembrou que o fogão, além de genuinamente acreano e amazônida, permite a geração de energia dia e noite, ao contrário das placas de energia solar, que não funcionam à noite ou quando o dia está nublado.

"É uma alternativa importante e mais acessível do que as placas, que custam R$ 22 mil cada uma e que vai beneficiar as multinacionais. Vamos aplaudir a Funtac e todas as pesquisas que vierem a privilegiar o morador da zona rural", argumentou Manoel Moraes.

Com informações da Agência Aleac.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

“Tudo a seu tempo”

Do jornalista Archibaldo Antunes, em seu blog, sobre o fim de sua aliança com o deputado federal Marcio Bittar:

“Alguns conhecidos estranham o fato de eu ter deixado, após quatro meses apenas, a assessoria do deputado federal Marcio Bittar (PSDB). Exceto os comentários que faço aos mais íntimos, gente que desde 2004 me via, a cada eleição, às voltas com Marcio, tenho me furtado de contar o porquê do distanciamento, da decepção e do que acho realmente do Sr. Tudo Faço Desde que Para Meu Benefício Pessoal. Vou me calar por enquanto, mas no devido momento haverei de revelar quem é o sujeito mesquinho e rude que se esconde por trás do amável sedutor. Tudo a seu tempo”.

É. Muitas máscaras têm caído na política do Acre.

Dercy no PSOL

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A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Dercy Teles de Carvalho Cunha (56), se filia ao PSOL nesta sexta-feira em ato que será realizado na Câmara Municipal de Xapuri, a partir das 19 horas, com a presença do presidente nacional do partido, Afrânio Boppré, e do senador Randolfe Rodrigues, do Amapá.

Junto com a sindicalista, chegam ao partido, que atualmente conta com apenas 6 filiados em Xapuri, outras personalidades locais envolvidas com o movimento social do campo, como o líder comunitário Auricélio Azevedo, Raimunda da Silva, Ronaldo de Oliveira, que está transferindo o título de eleitor de Maceió, Alagoas, para o Acre, Pedro Teles, irmão de Dercy, e Zé Alves, entre outros que estão providenciando suas desfiliações dos atuais partidos a que estão ligados.

Em entrevista à Rádio Educadora 6 de Agosto, na manhã desta quarta-feira, Dercy Teles defendeu as conhecidas opiniões que possui sobre assuntos como a situação do extrativismo na Amazônia, a decretação do fogo zero na agricultura familiar sem a existência de alternativas para o pequeno produtor, a falta de atitude do governo federal com relação à reforma agrária, fato que, de acordo com ela, tem alimentado a violência no campo, e também sobre o movimento sindical no Acre, que ela afirma estar fragilizado pelos muitos anos influência da político-partidária, entre outros fatores que desmobilizaram os trabalhadores. 

“Política partidária e política sindical são coisas que se permeiam constantemente, mas são campos distintos que não podem e nem devem ser misturadas. Eu jamais levarei o PSOL para dentro do sindicato e nem o sindicato para dentro do PSOL. A política sindical deve pertence apenas aos trabalhadores e atender exclusivamente aos seus interesses”, sentenciou.

Dercy justifica sua filiação ao PSOL com o argumento da fidelidade aos princípios e ideais estabelecidos para si desde que iniciou no movimento dos trabalhadores no início dos anos de 1980, quando fez parte do grupo que fundou o Partido dos Trabalhadores em Xapuri, tornando-se uma de suas mais conhecidas militantes.

“Saí do PT a partir do momento em que o partido começou a se afastar da ideologia que o fez surgir como movimento político de defesa da classe trabalhadora. Fui para o PV, onde depois de algum tempo passei a perceber que a atuação partidária também não tinha muito a ver com o interesse dos trabalhadores. E venho agora para o PSOL pela necessidade de, como pessoa pública, possuir uma posição político-partidária e também por sentir que as propostas se encaixam naquilo que penso como representante sindical”.

Dercy Teles falou também sobre a próxima assembleia ordinária do Sindicato de Xapuri, marcada para o próximo dia 3 de setembro, que entre outras pautas discutirá a manutenção ou não da filiação da entidade à combalida Fetacre - Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Acre. Informados sobre a recente destituição da diretoria da instituição, os trabalhadores de Xapuri já não avaliam como viável repassar parte de sua receita a uma entidade que não funciona. A decisão será anunciada no próximo congresso da Fetacre, marcado para o próximo dia 12 de setembro, em Rio Branco.

Sobre o PSOL

O PSOL nasceu de uma dissidência do PT comandada pela então senadora Heloísa Helena (AL). Durante grande parte do primeiro ano do governo do presidente  Lula, um grupo  de petistas adotou postura contrária ao governo por considerar que as bandeiras históricas do partido estavam sendo abandonadas. Heloísa e os então deputados federais  Luciana Genro e Babá tomaram a frente da criação de um novo partido, que nasceu em 6 de junho de 2004. O crescimento da legenda se deu um ano mais tarde, em pleno escândalo do mensalão.

Nas eleições do ano passado, o PSOL elegeu dois senadores e três deputados federais. Em âmbito nacional, é considerado uma das siglas mais atuantes, destacando-se na luta contra a corrupção e com forte atuação nos movimentos sociais.

O senador Randolfe Rodrigues foi eleito na semana passada entre os onze melhores senadores do Brasil na 6ª  edição do Prêmio Congresso em Foco. O parlamentar, considerado o mais jovem da atual legislatura, marcou sua presença no Senado logo na chegada, ao se lançar candidato à presidência da Casa, quando havia em curso um acordo favorecendo a candidatura única de José Sarney (PMDB-AP). Em seguida, ganhou  o respeito dos decanos do Senado ao se posicionar de forma independente nos temas importantes.

Antes de participar do ato de filiação de Dercy ao seu partido, Randolfe cumpre agenda em Rio Branco para tratar assuntos do mandato com autoridades do estado e se reúne também com a direção estadual do PSOL.

“Cheguei, baixei, saravei”

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“Vou morar aqui, não vou embora, não quero ir”.

Depois de algum tempo de ausência do rádio, o folclórico Odahil Cardoso Monte retornou nesta semana aos microfones da Rádio Educadora 6 de Agosto para a alegria de uma multidão de admiradores que o polêmico e controverso comunicador arrebanhou durante mais de 20 anos, entre idas e vindas, no comando da programação matinal e noturna da emissora xapuriense.

Dono de um estilo inconfundível, o dono do bordão “cheguei, baixei, saravei”, tomado emprestado à composição do cantor João Só, possui uma profunda identificação com o público da zona rural, o mais assíduo e fiel que a emissora possui. Também faz sucesso na cidade, onde bem cedo, a partir das 5 da manhã, centenas de rádios ecoam seus “alôs” e tiradas bem humoradas que são sempre seguidas de uma risada sui generis.

Em sua trajetória na Rádio Educadora, Odahil Cardoso foi protagonista de tantas histórias, umas cômicas, outras trágicas, que compiladas dariam interessante livro de crônicas. Numa delas, divulgou em seu programa, como sempre foi comum na programação noturna da emissora, uma declaração de amor de uma ouvinte para um cidadão muito conhecido na cidade, que era casado. Minutos depois, ainda no estúdio, tomou uns sopapos de uma esposa enfurecida e da mão pesada.

Em seu retorno, Cardoso Monte retoma o comando dos programas Bom Dia Xapuri, no horário das 5 às 6 da manhã, e Boa Noite Acre, das 20 às 22 horas. O incremento da programação representa uma tímida retomada no desempenho da emissora que andou em baixa nos últimos meses por conta dos problemas enfrentados pelo governo do Estado quanto à transição entre o antigo quadro de funcionários provisórios do chamado Grupo de Trabalho (GT) e a nova modalidade de prestação de serviços, através da contratação de empresas terceirizadas.

Que a volta do bom e velho Odahil aos microfones da Educadora represente um novo momento na história de uma pequena e modesta emissora de rádio que se tornou um verdadeiro patrimônio da cultura e da história xapuriense. Um veículo que apesar das modernidades trazidas pela televisão e pela internet ainda possui uma enorme importância na vida das pessoas mais simples e menos abastadas do município, resultado dos bons serviços que presta e do “elo de comunicação e amizade” que continua mantendo com o seu público.

Do blog do Luiz Calixto

A fábrica de camisinhas de Xapuri vive seus dias de ocaso

“Criada para beneficiar a borracha natural produzida por 700 famílias, na região do vale do Acre, a empresa não está nem perto de atingir seu objetivo.

Sem competitividade, o funcionamento administrativo e operacional da NATEX é feito totalmente às expensas do orçamento estatal como se fosse uma perdulária repartição pública.

Gerentes, matérias-primas, insumos químicos, embalagens,  despesas de manutenção, nada disso é custeado com as escassas receitas da venda de seu produto.

Do lado do governo  a ordem é mantê-la a qualquer custo, sob pena de desmoralização política.

As empresas brasileiras importam da Malásia uma unidade de camisinha por 0,07, centavos de reais ao passo que  a NATEX, na biqueira das árvores de seringa, produz ao custo de 0,18 centavos.

O inusitado é que nas drogarias de Xapuri não se encontra o produto do município”.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Randolfe Rodrigues no Acre

Senador do Amapá tratará com o governador Tião Viana sobre a partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e virá a Xapuri participar da filiação de Dercy Teles ao PSOL.

Na próxima quinta-feira, 25, o senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, chega ao Acre. Além de atividades do partido a que pertence, o PSOL, ele vai aproveitar a oportunidade para discutir no estado questões relacionadas ao mandato e aos interesses da Região Norte.

Na agenda, está prevista uma reunião, às 16 horas do mesmo dia, no Palácio do Governo, com o governador Tião Viana, com o presidente da Assembleia Legislativa, Élson Santiago, e com o secretário de Estado da Fazenda, Mâncio Lima Cordeiro. A pauta do encontro é o projeto de lei n˚ 289/2011, de autoria do parlamentar, que trata acerca da partilha do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Pelo projeto, os estados da Amazônia, os mais prejudicados atualmente, deixam de ser injustiçados na repartição dos recursos e passariam a ganhar mais.

Além disso, o parlamentar se reúne com a secretária de Estado de Saúde, Suely Melo, na sexta-feira, às 14 horas. O objetivo é conhecer o sistema público de saúde do Acre.

Randolfe vem a Xapuri na sexta-feira, 26, acompanhado do presidente nacional do PSOL, Afrânio Broppé, para prestigiar a filiação na sigla da presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Dercy Teles. O evento ocorre na Câmara de Vereadores, às 19 horas. A sindicalista é recebida com pompas no partido em virtude de sua história e importância para a luta dos trabalhadores da Amazônia. Dercy dirige um sindicato que se tornou conhecido em várias partes do mundo por causa da luta do líder sindical e ecologista Chico Mendes. Ela chegou a presidir a entidade antes mesmo dele.

Na semana passada, Randolfe foi eleito entre os onze melhores senadores do Brasil na 6ª  edição do Prêmio Congresso em Foco. O parlamentar, considerado o mais jovem da atual legislatura, marcou sua presença no Senado logo na chegada, ao se lançar candidato à presidência da Casa, quando havia em curso um acordo favorecendo a candidatura única de José Sarney (PMDB-AP). Em seguida, ganhou  o respeito dos decanos do Senado ao se posicionar de forma independente nos temas centrais em debate.

Com informações da Assessoria de gabinete do Senador.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

“A largada foi dada”

“A pouco mais de um ano das eleições que elegerão prefeitos e vereadores em todo o país, as articulações começam a se intensificar por todo o estado do Acre”.

“Na capital, a briga promete ser boa. Animado pelo resultado da última eleição, o tucano Tião Bocalom aparece como a única candidatura já certa e será a aposta da oposição para tomar a prefeitura de Rio Branco do PT”.

“Em Xapuri, a largada também já foi dada. Se nada de excepcional acontecer, a disputa deve mesmo ficar entre Bira Vasconcelos x Marcinho Miranda”.

Clique aqui para ler a íntegra da análise do blogueiro Maxsuel Maia sobre o início da corrida pelas prefeituras de Xapuri e Rio Branco, nas eleições do ano que vem.

Polos Moveleiros

Secretário Edvaldo Magalhães visitou marceneiros de Xapuri, Epitaciolândia e Brasiléia para anunciar construção de galpões e outros benefícios.

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Rutembergue Crispim (Assessoria Sedict)

O governo do Estado vai estruturar os Polos Moveleiros dos municípios do Alto Acre. Além de garantir toda infraestrutura necessária para o funcionamento dos estabelecimentos, serão construídos galpões para acomodar os moveleiros e marceneiros de Xapuri, Epitaciolândia e Brasiléia.

A medida faz parte do Programa de Apoio ao Setor Moveleiro e Marceneiro do Acre, que possibilita melhorias nas condições de trabalho para marceneiros e moveleiros, garantindo o resgate do setor.

O secretario de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia (Sedict), Edvaldo Magalhães, se reuniu com marceneiros do Alto Acre para anunciar uma série de medidas que beneficiam a categoria e ouvir as reivindicações dos marceneiros e moveleiros.

Ele revelou que os recursos para a construção dos galpões já estão disponíveis e que estão sendo cumpridas apenas algumas medidas legais para que as obras iniciem. De acordo com Edvaldo Magalhães, a ideia é que os marceneiros e moveleiros tenham um espaço legal onde possam trabalhar e comercializar seus produtos.

“Nós já garantimos o acesso à madeira legal por um preço acessível, o Banco do Brasil está liberando uma linha de crédito para os marceneiros, o governo já assinou a lei das compras governamentais e já estamos trabalhando na legalização dos empreendimentos, garantindo as licenças para que possam trabalhar. Agora vamos estruturar os Polos Industriais e construir galpões para que os marceneiros possam trabalhar”, explicou.

O projeto prevê a construção de 12 galpões em Xapuri, 12 em Brasileia e nove em Epitaciolândia, além de toda estruturação dos Polos Moveleiros, garantindo assim, melhores condições de trabalho para a categoria.

Edvaldo Magalhães fez questão de visitar os empreendimentos e a área dos Polos juntamente com os marceneiros. Depois ele se reuniu com a categoria para discutir os projetos. A boa notícia animou e empolgou os marceneiros do Alto Acre que durante muito tempo enfrentaram dificuldades para trabalhar.

“Nós queremos agradecer a vinda do secretário Edvaldo Magalhães e o esforço do governo do Estado para garantir as condições necessárias para que possamos trabalhar e garantir o sustento de nossas famílias. A construção desses galpões será importante e, juntamente com os outros benefícios garante novo ânimo para todos nós”, afirmou o presidente da Cooperativa Designer da Floresta, de Brasileia, Francisco Oliveira da Silva.

Originalidade

“Chico Mendes morreu pelos seringueiros, mas Xapuri está morrendo pela falta de habilidade de seus administradores”. Frase profunda atribuída ao deputado federal Márcio Bittar, PSDB, (aqui) em recente passagem pelo município.

A julgar pela originalidade do discurso de quem pretende fazer o próximo prefeito da cidade, Xapuri pode estar mesmo fadada à ruína num futuro não muito distante. Oxalá eu esteja errado, mas, se o problema de Xapuri for falta de habilidade administrativa, salve-se quem puder.

Regularização Fundiária Urbana

Município obtém da Justiça autorização para emitir títulos definitivos

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A prefeitura de Xapuri acaba de obter decisão judicial que deve por fim a um dos problemas mais antigos que o município enfrenta: a irregularidade fundiária urbana que impede a titulação da maior parte dos imóveis existentes na cidade, registrados até os dias atuais em nome de antigos donos ou sem sequer possuir assento na Serventia de Imóveis do município.

A casa onde viveu e morreu Chico Mendes, principal ponto turístico de Xapuri, é um dos exemplos de imóvel que não possui registro na serventia, tendo se tornado objeto de disputa judicial entre a antiga proprietária e a família do ambientalista. Como na grande maioria dos casos, os únicos documentos existentes são os recibos de compra e venda que estão guardados na Fundação Chico Mendes.

O problema, no entanto, não é uma exclusividade da casa que se tornou famosa depois da morte do líder sindical mundialmente conhecido. Muitos dos antigos prédios localizados na área mais antiga de Xapuri também não são encontrados nos livros de registro da Serventia de Imóveis da comarca.

O próprio prédio da Fundação Chico Mendes, vizinha à casa que virou museu, também está em área documentalmente irregular. Prédios antigos como os das escolas Plácido de Castro, Anthero Soares Bezerra, e outros mais recentes, como o do ginásio poliesportivo Álvaro da Silva Mota também não são localizados como regulares e documentados.

No entanto, o maior problema  de irregularidade fundiária urbana em Xapuri se refere a povoação mais recente de Xapuri, que encontra-se sobre as terras da antiga fazenda Jiquiá, de propriedade da família Koury, que tinha como sede o casarão da imagem que ilustra o post. Abandonado, o imóvel possui grande valor histórico para a cidade por representar uma espécie de certidão de nascimento de grande parte da área urbana de Xapuri, apesar de não ter, ainda, sido formalizado como patrimônio.

Há algumas décadas, essa área de terra de cerca de 70 hectares começou a ser loteada e vendida pelos herdeiros da família Koury de maneira informal. Por desconhecimento e pela confiança na boa-fé que era comum naqueles tempos, os compradores deixavam de lado a exigência de documentos de transferência e iam passando os terrenos adiante através, apenas, de recibos de quitação ou recibos de compra e venda.

O processo de regularização fundiária na zona urbana de Xapuri foi promessa de campanha do atual prefeito, Bira Vasconcelos, que desde o início de seu mandato tem movimentado ação na justiça com o objetivo de obter a autorização para a regularização dos imóveis até então pertencentes ao espólio Joffre Alves Koury.

Com o despacho favorável do juiz substituto Erik Fonseca Farhat corrigindo um erro relacionado ao real tamanho da área que está sendo repassada pelo espólio ao município de Xapuri, a prefeitura vai poder, enfim, conceder aos moradores o título definitivo de suas propriedades, tornando-os legítimos donos dos imóveis que por décadas ocuparam na condição de meros posseiros.

Para o prefeito Bira Vasconcelos, a regularização da área urbana de Xapuri será uma das ações mais importantes de sua administração porque trará benefícios incalculáveis para o futuro da cidade.

“Isso é muito importante porque a partir do momento em que as pessoas tiverem o título definitivo de suas propriedades vão poder fazer financiamentos, melhorar seus imóveis, buscar apoio financeiro pra ampliar seus negócios e isso ainda vai atrair novos empreendimentos para a cidade”, afirmou o prefeito em recente entrevista ao blog do Maxsuel Maia.

De acordo com o assessor jurídico da prefeitura de Xapuri, Júlio César Oliveira, resta apenas o registro em cartório para que o município possa dar início ao processo de regularização dos imóveis. Sem dúvidas, uma vitória para o prefeito e uma conquista para toda a população de Xapuri que se beneficiará intensamente da nova condição.

Confusão equestre

O desembargador Arquilau Melo, corregedor do Tribunal de Justiça do Acre, abriu investigação para apurar a participação dos juízes Luiz Camolez e Zenair Bueno (centro da foto) na diretoria da Associação Acreana de Esportes Equestres (AAEE). Leia, no blog do Altino, sobre a confusão que culminou com o indiciamento e a prisão da empresária Ana Betânia Marques de Lima por formação de quadrilha, incêndio e dano qualificado.

domingo, 21 de agosto de 2011

O sonho acabou

Pelo menos neste ano, o sonho do futebol xapuriense chegar à 1ª divisão do futebol acreano está findado. A derrota deste domingo pelo placar de 4X2 para o Galvez, no estádio Arena da Floresta, encerrou a boa campanha da Amax – Associação dos Militares e Amigos de Xapuri – que havia sido a melhor equipe da primeira fase da competição. Quem sabe, no ano que vem.

É hoje!

Com desfalques, Amax define neste domingo, no estádio Arena da Floresta, em Rio Branco, vaga na final do Campeonato Acreano da Segunda Divisão.

Melhor equipe da primeira fase, a Amax terá duas baixas para o jogo decisivo deste domingo contra o time do Galvez, que foi o último colocado entre os que se classificaram para a fase semifinal. Os atacantes Elenílson e Jereca terão cumprirão suspensão automática e os jogadores Bergson e Artemar devem ser os substitutos para a partida que foi tirada de Xapuri pela Federação Acreana de Futebol e levada para a casa do Galvez.

Apesar do revés que foi a mudança do local do jogo, a equipe xapuriense parte para Rio Branco na tarde de hoje confiante em chegar à final da competição, que tem datas marcadas para os dias 24 e 27 de agosto. A partida começa às 19 horas, no estádio Arena da Floresta, mesmo local da outra semifinal entre o Andirá, da capital, e o Acreano, do município de Rodrigues Alves, que se enfrentam às 17 horas. Andirá e Amax jogam pelo empate.

Canetada fora do quadrado

Do Blog Valterlucio Comenta.

Leio nos jornais e blogs que o governo do Acre pediu um tempo para implementação de medidas de eliminação total de desmatamentos e queimadas no estado. Uns entendem como freio no preservacionismo exacerbado, outros como rendição aos argumentos da oposição, outros mais como mudança de rumos e, por último, há quem entenda como uma recalibragem necessária ao desenvolvimento das forças produtivas.

Eu que sempre afirmei a incapacidade dos modelos extrativistas de promoverem a economia acreana, inclino-me a achar que o governador Tião Viana esteve certo desde que passou a repensar a profundidade do projeto florestania. É evidente que ele fez as contas e percebeu que renda, emprego e qualidade de vida não podem ser gerados com atividades de baixo dinamismo. Aplaudo suas tentativas de equilibrar o modelo. O caso atual apenas denota a inviabilidade do cumprimento de decisões que emanadas do conhecimento superficial e do engajamento no politicamente correto vão contra a racionalidade econômica.

A propósito da Ação Civil Pública postei aqui neste bloguinho em 8 de julho de 2009 o texto abaixo. Parece que foi hoje.

JUSTIÇA DÁ CANETADA FORA DO QUADRADO

Valterlucio é engenheiro agrônomo, mestre em economia rural, cearense, morou no Acre durante 15 anos onde trabalhou em diversos órgãos públicos ligados ao desenvolvimento rural. Foi secretário de Finanças de Rio Branco. Em Brasília, trabalhou na Câmara dos Deputados e no Ministério da Integração Nacional. Fez parte do grupo que elaborou o PAS - Plano Amazônia Sustentável.

sábado, 20 de agosto de 2011

“Te pego lá fora”

Meninas se agridem na saída de escola em Rio Branco e vídeo ganha a internet.

A briga, ocorrida na praça da Biblioteca Pública, é incentivada pelos colegas que nada fazem para evitar a troca de catiripapos, puxões de cabelo e xingamentos.

Muito menos faz o “cinegrafista” que, ao postar o vídeo no You Tube e enviá-lo ao site agazeta.net , “contribui” alertando para a prática do bulliyng, cada vez mais frequente entre os estudantes. Poupem-me, o cara estava a dois metros da garotas se engalfinhando e não fez bulhufas senão registrar o arranca-rabo para postar na web.

O título do post é uma alusão ao filme Three O'Clock High, de Phil Joanou, que trata do assunto em moda no momento. Gravado em 1987, o filme mostra de forma brilhante a agonia de quem experimentou na vida escolar ouvir a famosa frase: “Te pego lá fora”.

Carnapuri 2011

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Dias 2, 3 e 4 de setembro na praça de eventos. Bandas Frutos da Terra, Raça Ruim e Guig Gueto da Bahia. Realização da prefeitura de Xapuri com apoio do governo do Acre.

Paisagem

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Pintura feita a pincel atômico sob uma flanela. Arroubo criativo de Matheus Cardoso, 12 anos, o melhor representante do veio artístico da família do blogueiro.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

PRF apreende carne no entroncamento

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Nem só do tráfico de drogas vive a ilegalidade que transita pela BR-317. Na tarde  esta sexta-feira (19), segundo informa o blog Xapuri em Destaque, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 130 kg de picanha bovina que estavam sendo transportados num táxi com destino a Rio Branco.

A carne procedia da fronteira e estava acondicionada em sacos plásticos, sem conservação de temperatura, nota fiscal ou carimbo do Instituto de Defesa Animal e Florestal – IDAF. Segundo o taxista que fazia o transporte da carga ilegal, a carne seria comercializada em açougue na capital.

Avaliado em mais de R$ 2 mil o carregamento foi inutilizado para o consumo humano através da aplicação de produto químico e entregue à Vigilância Sanitária de Xapuri para ser enterrado no aterro controlado da cidade.

É provável que a carne seja de origem boliviana, uma vez que o quilo da picanha pode ser comprado em Cobija a menos de R$ 10 reais. É bem possível também que picanhas e filés da mesma procedência esteja frequentando diariamente a mesa de consumidores acreanos, que chegam a pagar R$ 30 pelo quilograma do produto.

Asfaltamento do bairro Sibéria

Prefeitura anuncia para breve a retomada das obras de pavimentação

O convênio de Nº 12412008, no valor de R$ 280 mil oriundos do Ministério da Integração, que deveria ter sido executado nos primeiros meses deste ano, garantindo a pavimentação das ruas Petrópolis, São João do Guarani e Hipólito Ramos, no bairro Sibéria, acabou por se tornar uma das maiores dores de cabeça para a atual administração do município e uma grande decepção para os moradores do pequeno povoado localizado no outro lado do rio Acre.

Primeiro foi a demora, por parte da obscura empresa vencedora da licitação, para que os serviços fossem efetivamente iniciados. Depois, começaram a surgir denúncias de que funcionários da mesma empresa estariam vendendo para proprietários de terras da região o material destinado à pavimentação das ruas. O resultado foi o embargo do Ministério Público e o consequente abandono de uma obra inacabada cujos serviços que foram concluídos possuíam, visivelmente, uma péssima qualidade.

Nessa quinta-feira (18), depois de quase 4 meses de impasse, surgiu, enfim, uma boa notícia para os habitantes do bairro, que esperam ansiosamente para ver o problema resolvido. Representantes da firma problemática chegaram à cidade e visitaram as obras paralisadas acompanhados do prefeito em exercício, Eriberto Mota, e do assessor jurídico da prefeitura, o advogado Júlio César, que informou que os serviços serão retomadas brevemente com o compromisso da citada firma de consertar os defeitos do serviço já realizado e concluir a obra que representa muito para aquela comunidade.

O bairro Sibéria possui uma população aproximada de 1.200 pessoas reunidas em cerca de 250 famílias de ex-seringueiros e outros trabalhadores rurais. É, historicamente, uma das comunidades mais tradicionais, organizadas e menos assistidas do município de Xapuri. Separada de Xapuri pelo rio Acre, a população da Sibéria se locomove de um lado ao outro por dois meios de transporte: as tradicionais catraias, que fazem a travessia de pessoas, e uma balsa que transporta pessoas e veículos.

“Passaram a perna em Xapuri”

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Foto: oriobranco.net

Os dirigentes da Amax – Associação dos Militares e Amigos de Xapuri – estão revoltados com a decisão da Federação Acreana de Futebol de modificar o local da partida semifinal entre a equipe de Xapuri e a do Galvez, pela segunda divisão do Campeonato Acreano.

Segundo o diretor de esportes da Amax, Celso Paraná, pelo artigo 7º do regulamento da competição os xapurienses teriam o direito de jogar em seus domínios por terem se classificado em primeiro lugar na primeira fase da competição.

Ocorre que o mesmo regulamento diz, segundo as afirmações do dirigente, que o mando de campo das partidas não pertence aos times, mas à Federação Acreana de Futebol, que definiu o estádio Arena da Floresta como o palco da semifinal do próximo domingo.

Para Celso Paraná, existe interferência do governo do Estado a favor da equipe militar da capital, que contratou reforços do campeão acreano, Rio Branco, e também o técnico Artur, ex-jogador que fez sucesso no futebol português e que passou pelo Botafogo do Rio de Janeiro no seu retorno ao Brasil.

“Passaram a perna em Xapuri”, disse ele.

O segundo encontro entre as equipes militares ocorre no domingo (21) no estádio Arena da Floresta. No primeiro, pela primeira fase da competição, a equipe xapuriense levou a melhor vencendo pelo placar de 3x1, no estádio Álvaro Felício Abrahão, em Xapuri, onde deveria ser realizada a semifinal.

Dona Edeltrudes Cavalcante

Faleceu em Rio Branco, no último domingo (14), aos 84 anos, a senhora Edeltrudes Cavalcante dos Santos, pessoa muito conhecida em Xapuri, terra onde viveu por muitos anos, antes de se mudar com a família para a capital do Acre.

Era viúva do sapateiro cearense João Santos, falecido no dia 21 de junho de 2007, com quem teve 10 filhos, entre eles um que ocupa lugar de destaque na minha vida, o radialista Messias Cavalcante dos Santos, que também já passou para o outro lado.

A solidariedade do blog aos filhos Obede, Joel, Zacarias e o Marcos, que tem visitado e comentado no blog com frequência desde Porto Velho, Rondônia, onde vive, assim como aos demais, dos quais não me recordo os nomes.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

“Xapuri merece respeito”

O deputado estadual Manoel Moraes, do PSB, entrou na alça de mira do colunista Luís Carlos Moreira Jorge por seu empenho em viabilizar a ideia da construção de uma ponte em Xapuri unindo o centro da cidade ao bairro Sibéria. Em duas notinhas no Blog do Crica, o jornalista tripudia do deputado e, por tabela, deprecia Xapuri:

“Com inveja da ponte sobre o rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, o deputado Manoel Moraes (PSB) promete cobrar todo dia na tribuna a construção de uma ponte igual em Xapuri, seu reduto”.

“A ponte é de uma grande importância econômica para o Brasil. Vai unir a metrópole Xapuri à também metrópole Sibéria, que fica do outro lado do rio Acre, em frente à sede do município”.

Longe de sair em defesa do deputado socialista, vou ousar contrapor as afirmações de Moreira Jorge no que tange à cidade de Xapuri e sua população, que há décadas acalenta o sonho de ver os dois lados do rio Acre ligados por uma ponte, independentemente de a mesma ser viável economicamente ou não.

O povo da Sibéria xapuriense quer atravessar o rio por uma ponte, assim como o povo do outro lado da cidade o quer também. Não precisa ser uma ponte igualzinha a do Juruá, não. Uma pinguela como aquela que liga Brasiléia a Epitaciolândia já serve. Até uma passarela como a de Rio Branco, somente para pedestres, satisfaria, talvez.

Essa aspiração do povo de Xapuri tem sido pacífica e não pertence a ninguém senão à própria população. Quantos vierem defendê-la, deputado, prefeito ou governador, serão bem-vindos. O sonho, no entanto, não pertence a um ou a outro, mas a uma gente sofrida e ao mesmo tempo valente e trabalhadora que merece, no mínimo, respeito.

Claro que Xapuri e Sibéria não são metrópoles, assim como também não é Rio Branco e muito menos Cruzeiro do Sul, com o devido respeito e sem ironias. Somos dois pequenos povoados como outros tantos no Acre cujo povo não consegue aceitar que suas necessidades sejam visualizadas apenas pelo ponto de vista da justificativa econômica.

O próprio povo, a sua história, lutas e desejos de realização, também são boas justificativas. Se não para poder ver na sua cidade uma ponte do porte de tantas que estão sendo levantadas Acre afora, pelo menos para ter esse sonho tratado com a deferência que merece não somente a gente de Xapuri, mas de todo o Acre.

Como dizia o prefeito de Xapuri, Bira Vasconcelos, em sua campanha: “Xapuri merece respeito”, apesar de ser fato que aqueles que tem tomado conta das rédeas do seu destino desde tempos imemoriais terem se fartado de colecionar motivos e razões para que um punhado de ditos cujos se esbaldem em achincalhá-la.

O xis da questão

Dois comentários do colunista Evandro Cordeiro de agazeta.net. Eu comento a seguir: 

“Bira Vasconcelos (PT), prefeito de Xapuri, fez uma troca que desagradou até gente da FPA. Tirou o Galego da chefia de gabinete e nomeou Márcia Melo, aliada de Vanderlei Viana e Chagas Romão. Quem ganhou com isso foi o grupo do deputado Manoel Moraes (PSB)”.

“Alguns secretários do prefeito de Xapuri, Bira Vasconcelos, continuam de salto alto e tratando pessimamente alguns fornecedores. A reclamação chegou em Rio Branco”.

Quem seriam “alguns fornecedores” e que tipo de maus tratos essas pobres criaturas estariam recebendo de parte dos assessores de Bira Vasconcelos?  E por que razão as mudanças promovidas pelo prefeito estão incomodando tanta gente? São duas perguntas que, se respondidas, equacionam o problema.

Lobista

Da Tribuna do Norte

O lobista Júlio Cesar Fróes Fialho, acusado de negócios escusos no Ministério da Agricultura, teve comportamento suspeito quando o ambientalista Chico Mendes foi assassinado, em 1988. Ele se assinava "Júlio Cesar Fialho" e era editor do jornal O Rio Branco, do então deputado Narciso Mendes, ligado a fazendeiros, e chegou ao local do crime quase imediatamente, apesar dos 188 km de imensos lamaçais amazônicos entre Rio Braço de Xapuri, pilotando um modesto VW Gol.

Premonição

Insinuou-se no Acre que a notícia teria sido redigida antes do crime. O jornal alegou ter feito em 1 hora e meia o percurso Rio Branco-Xapuri.

Testemunho

O senador Jorge Viana (PT-AC) lembra que na noite da morte de Chico Mendes levou 3 horas de Rio Branco a Xapuri, em um potente Toyota.

Demolição

A "façanha" de Júlio Fróes foi demolida por Zuenir Ventura, em abril de 1989, na reportagem "O Acre de Chico Mendes", do Jornal do Brasil.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Rios da Amazônia

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Sempre fui apaixonado por rios. Talvez por ter crescido nas barrancas do rio Acre e navegado muito suas águas eu tenha tanta fascinação por esses cursos naturais que cortam a Amazônia deixando marcas tão profundas na vida e na própria identidade daqueles que povoaram suas margens. É pena que, como retribuição, tenhamos, de modo contrário, marcado os rios com tanta destruição e menosprezo.

Na viagem que fiz à região do Juruá, na semana passada, realizei o sonho de conhecer alguns rios que existiam apenas no meu pensamento. Eu ficava imaginando se eram maiores ou menores que o meu rio Acre e se como tal seriam tão maltratados. Voltei deslumbrado com a beleza do que vi e também triste de perceber que o descaso com os rios não é exclusividade dos habitantes do baixo e alto Acre.

O rio Envira, da imagem acima, é o último a ser atravessado por balsa no trajeto entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul. E por pouco tempo. A ponte que liga os dois lados no município de Feijó já está quase pronta, restando apenas a conclusão das duas cabeceiras para que os veículos comecem a transitar tornando um pouco mais rápida uma viagem que atualmente pode ser feita em um tempo médio de 10 horas.

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Na imagem abaixo, o rio Purus, que nas aulas de geografia, ainda nas quatro primeiras séries, eu ouvia uma professora ensinar repetidamente que era ali onde o rio Acre desembocava, no município amazonense de Boca do Acre. Último grande afluente da margem direita do rio Solimões (nome dado ao rio Amazonas antes do encontro com o rio Negro), o Purus é um dos rios mais bonitos e sinuosos da Amazônia.

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Mais abaixo, o rio Gregório, que corta terras onde vivem os povos Katukina e Yawanawá, do tronco étnico Pano, em Tarauacá. Os Katukina vivem também em outra porção de terra, no igarapé Campina. A terra indígena do rio Gregório foi a primeira demarcada no Estado do Acre, em 1983, e homologada definitivamente em 1991, enquanto a terra indígena Campinas foi demarcada em 1984 e homologada em 1993.

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Ainda na ponte do Gregório, o blogueiro mais simpático do Acre posa para a posteridade.

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“A vida é um rio e nós somos canoas”.

Manoel Moraes

Deputado busca ajuda de parlamentares para a construção da ponte de Xapuri

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Gina Menezes, da Assessoria do deputado

Durante o expediente legislativo desta quarta-feira (17), o deputado Manoel Moraes (PSB) usou a tribuna para pedir aos demais deputados que somem apoio político em defesa da construção da ponte de Xapuri. Moraes aproveitou o discurso para falar sobre a inauguração da Ponte da União no Vale do Juruá e da importância de que obras semelhantes sejam construídas em outros locais do Estado.

“Estávamos todos lá durante a inauguração, entendemos a importância de uma obra deste porte para a população daquela região, mas entendemos também ser importante que obras semelhantes sejam construídas em outros lugares do Estado”, diz.

Moraes pediu enfaticamente o apoio da bancada estadual para que possa ser construída a ponte que ligará o bairro da Sibéria à outra parte de Xapuri.

“Quero pedir o apoio dos colegas deputados para que me ajudem nesta luta em prol do povo de Xapuri. Aquela população precisa que a ponte seja construída e não aceitaremos menos do que isso. Precisamos somar forças para que finalmente a população do interior de Xapuri saia do isolamento”, declarou.

Além de pedir ajuda política dos demais deputados, o parlamentar socialista tem pedido apoio da bancada federal. Na última quinta-feira, Manoel Moraes esteve reunido com o senador petista Aníbal Diniz. Na oportunidade o senador se comprometeu a somar força política para que se consigam recursos para a construção da ponte. Anteriormente, o parlamentar socialista esteve reunido com o deputado federal Siba Machado, que também se comprometeu em defender a causa da construção da ponte.

Vale lembrar que no dia 19 do mês passado, o deputado Manoel Moraes foi recebido pelo governador Tião Viana (PT) para falar sobre o mesmo assunto.

BR-364, a epopeia perto do fim

Leonildo Rosas

Seria bom demais se todos os acreanos tivessem a oportunidade de viajar pela BR-364 de Rio Branco a Cruzeiro do Sul nesses dias em que homens e máquinas trabalham em simbiose com a história da integração.

O ritmo é intenso e frenético como devem ser as histórias de desafios e conquistas.

Se tivessem essa oportunidade as pessoas poderiam tirar conclusões mais precisas e não correriam o risco de ser contaminadas pelos discursos de oportunistas que tentam semear dúvidas e criar factoides.

Vendo toda a movimentação, o cidadão e a cidadã ficariam livres do letal vírus trazido por com quem faz o uso das inverdades para escamotear os seus interesses políticos e eleitorais.

Esta semana tive a oportunidades de percorrer os mais de 600 quilômetros que separam a capital do Acre de municípios históricos e importantes como Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul. Fui e vim de carro.

Essas e outras cidades são vitimas, durante décadas, do isolamento sempre que as chuvas do inverno amazônico caem com a força plena.

São meses de solidão e sofrimento de um povo que foi obrigado a crescer e a desenvolver um jeito próprio de sobreviver e de construir relações e cidadania.

Quem olha os mais de três mil trabalhadores e mais de mil máquinas movimentando-se num sincronismo com a necessidade da integração logo compreende que construir estrada numa região como a nossa é muito mais do que construir estrada. É uma epopéia.

É epopeia escrita com a capacidade para desenvolver uma tecnologia própria a fim de suprir a carência de pedra.

É epopeia composta de versos que rimam com o sacrifício de adquirir produtos na fronteira com a Colômbia durante o período de cheia dos rios para ser utilizados durante o verão.

É epopeia que carrega as letras de homens e mulheres corajosos que acreditam na capacidade de superar desafios a fim de integrar um Estado marcado por uma bela história de conquistas.

É epopeia iniciada na ousadia do presidente Juscelino Kubistchek, em 1960, que determinou a abertura da estrada, a partir de Limeira, no Estado de São Paulo.

Durante todos esses anos o sonho permaneceu vivo, mas a conclusão da obra sempre esbarrou na escassez de recursos e de vontade política.

Em Rondônia, estado bem aqui do lado, o asfaltamento da rodovia chegou em 1983. Na capital do Acre a integração terrestre com restante do país foi concretizada no dia 15 de março de 1992.

Integrada com o restante do país, maior cidade do Acre continuou apartada de vários outros municípios durante boa parte dos anos. Houve períodos em que o Estado foi governado por membros de partidos que hoje fazem oposição em que a estrada não era aberta nem durante o período de verão intenso.

O descaso e a falta de compromisso eram proporcionais ao tamanho das promessas não cumpridas pelos governantes.

A partir de 1995 o Acre passou a ser governado pelo cruzeirense Orleir Messias Cameli, que resolveu enfrentar os desafios, encontrou dificuldades e levou o asfaltamento até Sena Madureira.

A iniciativa Messias Cameli fez despertar o sentimento de que era, sim, possível, concluir a obra idealizada por Kubistchek.

Cameli foi sucedido pelo petista Jorge Viana, que não se intimidou diante do desafio à sua frente. Determinado, abriu frentes de trabalho e deu passos importantes para que o sonho permanecesse vivo durante os oitos anos em que governou o Estado.

Viana foi substituído pelo também petista Binho Marques, que encontrou condições mais favoráveis e acelerou o ritmo, investindo nas obras de artes subterrâneas e nas pontes sobre os principais rios que cortam a rodovia.

Marques passou o bastão para Tião Viana, que cumpre o quarto mandato de um governante do PT no Acre.

Tião Viana percorreu a estrada semana passada e gostou do que viu. Quem estava na sua comitiva também passou ter a certeza de que o sonho da integração está mais perto do que fora imaginado ainda no inicio da década de 1960.

Essa certeza aumenta quando se tem a oportunidade de participar de inaugurações como a da Ponte da União, que enfeita Cruzeiro do Sul. Não é apenas uma ponte: é um símbolo e a certeza de que sonhar combina com ousar e realizar.

A ponte e a estrada não são feitas apenas de concreto, cimento e asfalto. São construídas com a união e a credibilidade alcançada por uma geração de políticos capazes de transformar sonho em realidade.

É uma geração de político que obteve respeito nacional e tem apoio de personalidades da estatura do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidenta Dilma Rousseff.

É uma geração nascida no mesmo período em que Juscelino Kubistchek ousou iniciar a construção de tão importante rodovia. São senhores e senhoras na casa dos 50 anos de idade que mantêm a vibração de meninos.

No dia 30 de setembro, o governador Tião Viana deve anunciar a boa nova: a BR-364 nunca mais fechará durante o período de chuva.

Será um dos últimos atos dessa epopeia que caminha para um belo fim.

Nesse dia todos os acreanos verão essa bela poesia épica narrada em versos recheados de luta, sofrimento, determinação, compromisso e amor pelo Acre caminhar para o seu último ato.

Eu quero estar presente.

O jornalista Leonildo Rosas é Secretário de Estado da Comunicação. 

Prisão sem grades

Wando Barros

Desde os primórdios da humanidade alguma coisa une e torna essa humanidade portadora de algo comum, que nada mais é senão as diferenças existentes entre os seres humanos. É impossível pensar, e até porque não existe na natureza dois seres exatamente iguais. Mas algo impressionante e às vezes até inexplicável é que exatamente são as diferenças entre os indivíduos que os tornam próximos.

Mesmo sendo o único ser a possuir "inteligência", o homem tem-se mostrado ao longo de sua historia portador de uma fragilidade e imaturidade no trato com as diferenças. Para explicitarmos isso basta citar que durante um longo período, a deficiência foi vista como um castigo dos deuses, e o individuo portador de tal "mal" era alvo de comiseração, piedade e atitudes assistencialistas por parte do grupo ao qual estivesse inserido.

Durante o período que perdurou a Idade Média, mais precisamente durante a inquisição os portadores de deficiências eram queimados vivos na fogueira, por serem considerados aberrações genéticas, ou por contrariar as divindades, que à época eram muitas. Isto ocorria primeiro pelo despreparo da sociedade em cuidar dos diferentes, e em segundo e decisivo lugar naquela época os povos viviam em constante guerra, e cuidar de deficiente fosse de que grau fosse tornava-se um problema a mais. Então a solução era livrar-se do problema pela via mais fácil: a eliminação física.

Ao longo da história diversos termos tem sido usados para identificar essas pessoas diferentes. Dentre esses termos podemos citar: excepcionais, pessoas portadoras de necessidades especiais, ou pessoas portadoras de deficiência. O fato é que esses adjetivos ou rótulos transformam-se em cargas negativas que os mesmos tem que carregar por toda a sua existência. Isto aplica-se também a outras minorias tipos os homossexuais e negros. Quem nunca ouviu ou disse? Olha lá o ceguinho, cuidado com o aleijado, bicha, veado, negrão, etc. Convém, porém, que estejamos alertas para o fato de pessoas superdotadas, deficientes ou com algum problema de ordem emocional não venham a ser hostilizadas, segregadas e rejeitadas pela sociedade, baseado em prognósticos de cura impossível, quando na verdade o único mal que essas pessoas portam é o mal social.

Comumente o portador de deficiência é visto às vezes como herói, às vezes como marginal, oscila entre o semideus e o penalizado, quando na realidade ele necessita apenas de solidariedade e de oportunidades. Oportunidades essas que são, via de regra, negadas pelo seu grupo social através de varias barreiras, tanto arquitetônicas como atitudinais. Poucos são os prédios e locais públicos que oferecem condições de acesso para deficientes. Sem contar com a total falta de infra-estrutura, tais como banheiros adaptados, guia rebaixada, só pra ficar nesses exemplos, em que pese existir legislação pertinente ao assunto. Ocorre que o Brasil culturalmente não é lá muito dado a cumprir leis. Colocando dessa maneira o portador de alguma necessidade especial numa verdadeira prisão sem grades.

A escola que deveria agir como elemento de integração e de inclusão desses indivíduos. Como sempre, age de acordo com as regras do poder, do capital, em fim de acordo com qualquer coisa que ela tenha que reproduzir não levando em conta as diferenças ou mesmo as mazelas sociais dos grupos menos favorecidos.

A educação brasileira nunca teve grandes "auxílios" das elites privilegiadas. Toda mudança no sentido de melhorias para os portadores de necessidades especiais partiu de algum líder que possuía alguém em sua família ou em seu circulo de amizade que fosse portador de alguma "anomalia". Os grandes avanços tem sido conquistados e implementados pela sociedade civil organizada em associações ou através das ONGS, pra usar um termo mais em moda.

Há que se ter cuidado com a expressão educação especial, isso nos remete por analogia a um tipo de educação totalmente especial e por isso mesmo excludente, que foi o que aconteceu nos primórdios dos famosos institutos especializados em alguma deficiência. Esses institutos ao invés de socializar os indivíduos que deles faziam parte, acabavam agindo como verdadeiros nichos de exclusão.

Os veículos de comunicação de massa, a famosa "mídia" quando mal usados produzem grandes estragos, já que uma imagem diz muito mais que milhares de palavras. Geralmente as pessoas portadoras de alguma necessidade especial são mostradas por esses veículos trajando trapos, estão sempre sujas, isoladas do mundo ou fazendo alguma coisa pouco convencional, aumentando assim o estigma que naturalmente essas pessoas já carregam.

Portanto, o que mais magoa e dilacera um ser portador de necessidades especiais não é a deficiência em si, mas a maneira como sociedade lhe impõe certas regras nas quais ela não pode de forma alguma se adequar. A sociedade através de seus "aparelhos", quer ideológicos, políticos ou educacionais deveria lutar para unir ou aproximar as diferenças, transformando essas barreiras da diferença em uma ponte para a inclusão do individuo portador de necessidades especiais.

Wando Barros estava paraplégico faziam 12 anos quando passou para o outro lado no dia 22 de julho de 2006. Como lembrança e em homenagem ao grande Cacá, posto artigo que foi publicado no jornal Página 20 no dia 16 de dezembro de 2003.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Em casa

De volta a Xapuri depois de 4 dias viajando pelo Juruá, uma bela região acreana que muita gente deste lado do estado não conhece. Gostei tanto que penso em voltar brevemente. Agora, um pouco de descanso porque o blogueiro não é de ferro.

Katukinas

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Posto de saúde e escola de comunidade indígena às margens da BR-364, entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul.

O povo Katukina divide-se em seis clãs: Varinawa (povo do sol), Kamanawa (povo da onça), Satanawa (povo da lontra), Waninawa (povo da pupunha), Nainawa (povo do céu) e Numa-nawa (povo do juriti)¹.

Clique nas imagens para ver ampliado um pouco do que restou aos verdadeiros donos da terra que hoje é ocupada e explorada por “caras-pálidas”.

¹Os Katukina das Terras Indígenas do Rio Campinas e do Rio Gregório. (versão preliminar). Revisão do componente indígena do EIA-RIMA da BR 364. Curitiba, dezembro/2000.

Novenário de Nossa Senhora Glória

Moradores afirmam que festa religiosa de Cruzeiro do Sul decaiu

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A imagem acima mostra o interior da catedral de Nossa Senhora da Glória, na noite deste domingo (14), durante a última das nove celebrações do Novenário. Do lado de fora, na área central da cidade, a movimentação de pessoas e o desenrolar de atividades paralelas à programação religiosa, segundo alguns moradores, há algum tempo não é a mesma de outrora.

Nenhuma das pessoas com quem conversei soube dizer ao certo a razão de tal transformação. Então, cheguei à conclusão de que mesmo reunindo um número menor de pessoas no momento da procissão, a festa de São Sebastião, em Xapuri, é hoje a mais importante do Acre. Que o Santo protetor dos xapurienses e a padroeira de Cruzeiro do Sul protejam nosso retorno para casa. Pegamos a estrada daqui a pouco.

“Alguma coisa acontece…”

domingo, 14 de agosto de 2011

Inaugurada a Ponte da União, no Juruá

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A população de Cruzeiro do Sul fez festa para receber uma obra aguardada há 43 anos. Na noite deste domingo (14), foi inaugurada a Ponte da União, a maior do Acre e a única no Brasil com estrutura preparada para abalos sísmicos, segundo informou o diretor do Deracre, Marcos Alexandre, na abertura da solenidade em que o governador do Acre condecorou pela segunda vez em dois dias um ministro do governo Dilma com a maior comenda do estado: a Ordem do Mérito da Estrela do Acre em grau de Grã Cruz.

Pelo tamanho da multidão que compareceu à inauguração que realizada em grande estilo, inclusive com um grande espetáculo pirotécnico, a construção da Ponte da União mexeu com os sentimentos do povo de Cruzeiro do Sul, o que não aconteceu com o prefeito da “capital do Juruá”, Wágner Sales, do PMDB, que a exemplo do que ocorreu na entrega do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, no dia anterior, também não se fez presente no lançamento da ligação física entre a cidade e a BR-364.

Leia o que diz a cobertura da estatal Agência de Notícias do Acre sobre o evento.