Beneilton Damasceno, via Facebook
Acabo de ler aqui no Face: "MPE inicia campanha de conscientização para evitar que eleitor venda o voto”. Nem passei do título. A iniciativa é até bem-intencionada, mas, com todo respeito à venerável instituição, tem tudo para apresentar eficácia pouco animadora. Venda de voto, meu povo, assim como dirigir alcoolizado, é medida que somente a repressão, de preferência no bolso, fará surtir algum efeito.
Opinião de um leigo: o Ministério Público deveria mesmo era conclamar a sociedade e as autoridades de todas as esferas para uma campanha de peso com o fim de abolir, "forever and ever", essa pouca vergonha que é a obrigatoriedade do voto, prática ditatorial de país terceiro-mundista, ainda exalando o gás carbônico do chulé dos coturnos aposentados. Não é nenhum exagero comparar o Brasil com Serra Leoa, Líbia, Angola e outras nações atrasadas da África e da Ásia, que não oferecem a seus filhos uma das mais sublimes conquistas da criação divina: a liberdade.
Resta o consolo de o eleitor poder ainda votar em branco ou anular o sufrágio. Mas não seria surpresa se, do lado de cada urna eletrônica, na hora de manifestar seu protesto, estivesse um soldado mal-encarado, de metralhadora na mão, obrigando-o a escolher qualquer que fosse o nome contido na relação de candidatos, "em nome da democracia".
Pouca coisa mudou de 1964 para cá. Perdão, há exagero! Hoje, pelo menos a gente compõe músicas no estilo "Ai, Se Te Pego!" sem a necessidade de enviar cópia para uma cúpula de censores avaliar o teor político de cada verso. No resto, os Estados Unidos, com seu combatido "imperialismo" e alvo do ódio universal, é o exemplo de liberdade para o o Ocidente e o Oriente.
Quanto ao Detran, com suas palestras implorando para que o motorista não dirija depois de beber etílico, deveria ser mais prático: bastaria, a partir das quintas-feiras, deixar seus agentes de "tocaia" na frente dessas casas noturnas onde os "doutô" do Judiciário, Legislativo e Executivo enchem a "timba" de uísque e cerveja, e enquadrar seus condutores ébrios na hora em que abrissem a porta dos carrões suntuosos. Depois, a Polícia Militar, via Ciatran, entraria na briga contra os figurões para que seus funcionários, os "guardinhas", preservassem o emprego.
Outra sugestão é fazer uma campanha nas escolas incentivando os adolescentes a evitarem o primeiro gole. É daí que o ser humano, com míseras exceções, parte para a maconha, para a cocaína, para o crack, para a cadeia, para o cemitério. Seriam menos gastos com cartilhas, com palestras, com acidentes. O problema é que bebida alcoólica paga imposto - ao contrário da maconha e de outras drogas igualmente nocivas -, e o governo precisa desse dinheiro. Tou errado?
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