sexta-feira, 31 de maio de 2013

Palco

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Olhando deste lado do alambrado e pensando nas muitas histórias que se desenrolaram dentro dessas quatro linhas mágicas e nos tantos personagens que atuaram nesse palco sagrado do esporte xapuriense. Tenho certeza de que cada um que desfrutou de alegrias e emoções nesse pedaço de chão, seja no gramado ou na arquibancada, tem algo inesquecível para contar. E o blog está à inteira disposição para compartilhar.

Comentário enviado pelo ex-prefeito Jorge Akel Hadad, O Jorgito:

Caro Raimari,

Na verdade, esse seu comentário tocou fundo não só em mim como também, certamente, em muitos xapurienses ex-atletas como eu.

Permita-me compartilhar fatos históricos sobre o estádio Góes e Castro, já que este foi seu nome original, oriundo de um decreto da década de 80, quando passamos pela prefeitura, tendo a arquibancada sido nominada Dr. Adalto Frota. Infelizmente, não existem mais os referidos nomes na arquibancada e no estádio, o que lamento, em razão da memória histórica de Xapuri.

Faço esse parêntese, pois bem sei o quanto me custou organizar o estádio e construir a arquibancada, anseios da população à época. Nesse contexto, sinto-me no dever de fazer justiça à história e registrar a ajuda recebida de meu então diretor financeiro, João Moreira, meu "braço forte", o qual, além de ser um verdadeiro atleta, também era idealizador. Em sequência, registro agradecimentos ao funcionário da prefeitura, Calixto Alves, responsável pela exemplar manutenção do estádio.

Em relação às muitas alegrias provenientes desse templo do esporte, concordo que, de fato, muitas lágrimas, tanto de alegria como de tristeza verteram de torcedores xapurienses fervorosos, principalmente nas partidas intermunicipais, quando jogávamos contra o Rio Branco.

Por fim, gostaria de citar todos os atletas que passaram por esse patrimônio cultural de Xapuri, como eu e meu filho Carlos Roney (Carlinhos) e nossos companheiros do Brasília, mas, por serem tantos, não o farei para não pecar ao lembrar de alguns nomes e esquecer de outros, portanto, encerro homenageando a memória de todos os atletas que atuaram em Xapuri e pisaram no solo desse palco para representar nossa querida princesinha do Acre.

Abraços,

Jorge Hadad.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Não existe almoço grátis!

Por Marcos Hiller

Quando nosso amigo Mark Zuckerberg criou o Facebook em um simples dormitório de Harvard, ele não criou um site para conectar as pessoas. Cá entre nós, ele criou uma mídia. Uma potente mídia que hoje atinge mais de 1 bilhão de usuários e onde as marcas, por exemplo, se apropriam do espaço comunicacional para tentar construir histórias relevantes e com isso seduzir e arrebanhar consumidores. Ou seja, criam uma fanpage, investem em design, desenvolvem um planejamento de conteúdo e, assim, alcançam mais um “touch point” de conexão com os seus mais diversos públicos. Mas, de novo, o que Zuckerberg criou ali foi uma mídia à serviço de agências de publicidade e de anunciantes com gordos orçamentos de marketing para atingir suas respectivas metas de vendas, engajamento, reputação, envolvimento, likes ou como queira chamar.

E quando se cria a uma mídia, ainda mais no ecossistema digital que habitamos, é preciso que se pense na forma de como ganhar enormes volumes de dinheiro com aquilo. No final do ano passado, o Facebook arquitetou uma manobra que gerou críticas por todo o mundo. Ele virou uma chave e, de uma hora para outra, apenas uma pequena fração de usuários passou a enxergar os posts que uma marca publicava em sua fanpage. Há quem diga que míseros 16% de nossos “curtidores” vêem o que nossa marca publica. Quer que mais usuários (ou “likers”) visualizem uma publicação de uma promoção, ou foto ou frase do dia? É muito simples? Pague! Vou usar uma analogia terrível, mas é exatamente assim que enxergo essa polêmica manobra de Zuckerberg. Ele fez o papel do traficante que começa aliciando com drogas leves e grátis para em seguida cobrar caro pelo vício de substâncias mais pesadas. Guardadas as devidas proporções dessa triste analogia, foi exatamente assim que muitas marcas se sentiram. Começam a pagar e a investir alto para poder conversar com um número cada vez maior de fãs.

Nesse sentido, as marcas questionar: por que colocar uma grande quantidade de energia para a construção de uma presença online consistente e sedutora no Facebook, se isso não atinge 100% de nossos fãs? E as taxas cobradas pelo Facebook não são baratas. O que nos conforta é que vivemos num capitalismo livre. Isso não é extorsão de dinheiro, é apenas capitalismo. Um sistema feroz, mas é assim que a banda toca hoje. Não existe almoço gratis! Eles estão certos e escorados em uma simples lógica de livre mercado. Do ponto de vista de um CEO ou de um Diretor de Marketing de uma grande empresa, esse é um grande dilema. Investir? Quanto investir? Como mensurar? Dezenas de questionamentos como esses são feitos nas mesas de reuniões no exato instante que você lê esse meu despretensioso texto.

O curioso dessa história é que não foram apenas as chamadas "páginas de fãs" que sofreram com essa mudança, pois começamos a perceber que as nossas publicações em páginas de perfis (de usuários individuais do Facebook, gente como a gente) também não estavam sendo vistas por 100% de nossos amigos. Sim, isso mesmo,  eu, com o meu perfil pessoal, posso pagar e também promover meus posts. Basta dar o número de cartão de crédito que os likes se multiplicam. Vemos aqui uma intenção clara do Facebook em induzir as pessoas a se enxergarem como marcas. E, ao analisarmos o comportamento online de marcas nessas plataformas, percebemos que algumas delas também se humanizam, se personificam, justamente para ir atrás do tão almejado polegar pra cima de seu consumidor-fã. O Ponto Frio é um clássico exemplo, com a criação do pinguim que tenta humanizar a marca, aplicando certa dose de bom humor para se aproximar cada vez mais dos usuários. A estratégia é ousada. O problema é que esse tom de comunicação da marca Ponto Frio nas redes sociais destoa completamente dos demais pontos de contato da marca, como por exemplo o 0800, a propaganda, a postura de um vendedor da loja, etc. Dessa forma, não somente não se constrói marca, mas se direcioná o foco para o líder de categoria. As marcas tentando se humanizar e as pessoas tentando se transformar em marca.

Pessoalmente, como um blogueiro (blogdohiller.blogspot.com), eu jogo o jogo e dou dinheiro para o Facebook no sentido de promover os meus textos, cursos, debates sobre branding e demais projetos que promovo.  Vejo como um acordo de reciprocidade nos dois sentidos, porque eu divulgo a minha marca (meu blog) no Facebook e ele reforça a percepção da marca Facebook  por meio de widgets de destaque em meu espaço. Mesmo assim, estou quebrando a cabeça e tentando achar outras maneiras de direcionar o tráfego para o meu blog. Enquanto isso, vou utilizando meu Twitter (twitter.com/MarcosHiller) que ainda não virou essa chave (se virou, ainda não percebi) e o Google+, que come pelas beiradas. Com essa forma feroz de ganhar dinheiro, Mark Zuckerberg está matando as presenças online de nossas marcas? É uma boa pergunta.

Marcos Hiller é coordenador do MBA Marketing, Consumo e Mídia Online da Trevisan Escola de Negócios.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

O boiadeiro

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Tomei conhecimento de que hoje é o aniversário de Anivaldo José da Silva, peão de boiadeiro, 77 anos de idade, 63 de profissão. Para os conhecidos, ele é simplesmente “Nivaldo”, uma das figuras emblemáticas da comunidade xapuriense, que passou a maior parte da vida sobre um cavalo. Exemplo de gente simples e trabalhadora que simboliza a força e a determinação de um povo que verdadeiramente ama esta terra. Fiz a foto no ano de 2009, e confesso que é uma das que mais gosto em meu arquivo pessoal. Anivaldo é um sujeito que merece todas as homenagens.

Baixa na “base de apoio”

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O vereador Ronaldo Cosmo Ferraz (PMDB), presidente da Câmara de Xapuri, anunciou na sessão desta terça-feira, 27, que não compõe mais a base de sustentação política do prefeito Marcinho Miranda (PSDB) na Casa. Os motivos não foram explicados, mas Ronaldo Ferraz garantiu na tribuna que de agora em diante terá posicionamento “independente” nas decisões do Legislativo-mirim.

A decisão do vereador pode ter causado alguma surpresa, mas não foi de todo inesperada. Há algum tempo, Ferraz vinha demonstrando insatisfação com algumas situações não muito claras e até mesmo tecendo críticas contra a relação de alguns secretários de Marcinho com servidores municipais. Para o vereador, alguns funcionários estariam sendo perseguidos, o que a administração rebate.

Com o anúncio de Ronaldo Ferraz, o prefeito Marcinho Miranda passa a contar com apenas quatro vereadores em sua base de apoio contra o mesmo número na bancada de oposição, que é inteiramente petista. Resta saber o que mudará na Câmara caso a rusga entre Ronaldo e o prefeito seja duradoura. Considerando-se que seja, o voto de Minerva poderá vir a se tornar uma séria preocupação para o gestor tucano.

O presidente do diretório municipal do PMDB e representante de Marcinho Miranda na Câmara, vereador Celso Paraná, lamentou a decisão “precipitada” de Ronaldo Ferraz e afirmou que, apesar disso, confia na sua seriedade e competência. Segundo ele, a atitude do colega de partido está longe de representar uma troca de posição política dentro da Câmara. “Não se animem”, disse, se referido à bancada de oposição.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

OCA Xapuri comemora três anos de funcionamento

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A Central de Serviço Público - OCA Xapuri – completou três anos de funcionamento nesta segunda-feira, dia 27 de maio. A data se constitui em um marco para a comunidade xapuriense com relação à maneira de acessar os serviços públicos ali disponibilizados. Neste período, a OCA transformou radicalmente a relação entre população e órgãos prestadores de atendimentos essenciais, tendo como base a excelência na prestação dos serviços.

A criação das Centrais e do Decreto 3.357/2008 (Política Estadual de Atendimento ao Cidadão) estabeleceu o objetivo de elevar a qualidade do atendimento, a satisfação dos usuários, resgatar a cidadania, facilitar o acesso e dar credibilidade aos serviços públicos. O cumprimento destes princípios tem sido o foco principal da OCA Xapuri para seguir dignificando a população que precisa dos serviços.

“É uma honra poder servir à população de Xapuri com um atendimento digno, de qualidade e poder contar com a população para continuarmos servindo à nossa amada princesinha”, diz a gerente da Central - Conceição Oliveira-, que desde a inauguração dirige a OCA Xapuri.

As Centrais de Serviço Público integram diversos órgãos e serviços e representam a modernização do serviço público no Acre, política que recebeu, apenas no governo Binho Marques, cerca de R$ 60 milhões em investimentos. Em um único atendimento, o cidadão pode solicitar documentos como carteira de identidade, carteira de trabalho, CPF, certidões de nascimento, casamento ou óbito, além de serviços prestados por instituições dos governos federal, estadual e municipal.

Para tornar possível o novo padrão de qualidade no atendimento, todos os funcionários passaram por uma rigorosa e especializada capacitação, para assim prestar o melhor serviço ao cidadão. Neste ponto, a experiência dos últimos três anos foi igualmente fundamental. Um dos fundamentos da OCA é o de que o cidadão tenha sempre todas as informações sobre as etapas de serviços que ele vai solicitar: valor, prazos e toda a tramitação do processo.

O prédio onde funciona a OCA Xapuri faz parte do Centro Histórico da cidade e foi recuperado para acolher a população. Lá funcionava uma das duas mais movimentadas casas aviadoras de Xapuri: A Limitada, responsável pelo abastecimento de boa parte dos seringais da região, história que está retratada em um memorial que também faz parte da Central.

A OCA Xapuri se configura na implantação pioneira da terceira geração da estratégia nacional de atendimento ao cidadão. Sobretudo, o Acre é o único estado no País a possuir legislação específica de atendimento ao público.

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Com informações de Haroldo Sarkis, do blog Xapuri em Destaque.

domingo, 26 de maio de 2013

Epidemia brasileira

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Mais um jovem perde a vida sobre duas rodas nas ruas de Xapuri. Ele era Jadson Lima, 17 anos. A tragédia aconteceu nas imediações do escritório do DEPASA, na Rua Cel. Brandão, por volta das 5 horas da manhã deste domingo. Na sua página no Facebook, amigos se despedem e lamentam a perda. As mortes por acidentes de motocicletas no Brasil se tornaram uma verdadeira epidemia negligenciada pelas autoridades.

sábado, 25 de maio de 2013

Sugestão de cinema

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O pianista polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma rádio de Varsóvia quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939. Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também restrições aos judeus poloneses pelos nazistas. Inspirado nas memórias do pianista, o filme mostra o surgimento do Gueto de Varsóvia, quando os alemães construíram muros para encerrar os judeus em algumas áreas, e acompanha a perseguição que levou à captura e envio da família de Szpilman para os campos de concentração. Wladyslaw é o único que consegue fugir e é obrigado a se refugiar em prédios abandonados espalhados pela cidade, até que o pesadelo da guerra acabe. É um filme forte, que mostra os horrores da Guerra por um ângulo diferente daqueles comumente exibidos. Clique aqui para assistir.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

“Fonte do Guilhermão”

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Segundo relatos de antigos moradores a fonte tem mais de 100 anos de existência. Está localizada ao lado da Rua Cel. Brandão, à altura da esquina com a Rua do Ibama, nas terras que pertenceram a Sr. Guilherme Ferreira, o Guilhermão, e, mais recentemente, ao Sr. Chico Alves. Deve ter saciado a sede de muitas gerações.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Fraternidade e Juventude

João Baptista Herkenhoff

Há cincoenta anos celebra-se na Quaresma a Campanha da Fraternidade, sob a égide de um tema e a bandeira de um lema.

A CNBB, que é um organismo da Igreja Católica, teve sempre o elogiável cuidado de escolher temas que unem as Igrejas cristãs, evitando temas que pudessem dividir. Graças a esse zelo, a Campanha da Fraternidade conta com o apoio dos cristãos das várias denominações, além da simpatia de um diversificado leque de opiniões presentes na sociedade brasileira.

Durante este meio século os temas escolhidos foram, dentre outros: a vida, a comunidade, a família, o mundo do trabalho, os migrantes, os doentes, os idosos, a mulher, o negro, os comunicadores, os desabrigados, os desempregados, os encarcerados, os povos indígenas, os deficientes.

Neste ano o grupo humano destinatário da Campanha da Fraternidade é a Juventude.

Por que justamente neste ano elege-se a Juventude como tema para reflexão, debate e ação?

As palavras Fraternidade e Juventude pedem um olhar fraterno dirigido aos jovens. O apelo a esse olhar fraterno parece-me bastante oportuno quando muitos, consciente ou inconscientemente, aceitam ou apóiam um olhar de ódio, incompreensão, criminalização apontando para os jovens ou, pelo menos, para uma parcela de jovens.

Por que foi escolhido como lema uma frase do Profeta Isaías? “Eis-me aqui, envia-me” é o versículo 8 do capítulo 6.

Isaías foi um profeta intrépido. Sua mensagem de denúncia e advertência foi inflexível. Não transigiu com meias palavras, motivo pelo qual foi martirizado. Diz-se que seus lábios foram queimados na brasa para significar que nem o poder, nem o martírio, nada devia calar sua voz. A defesa da juventude, nos dias atuais, exige atitudes corajosas porque enfrenta os interesses do lucro. O lucro não tem ética e, em benefício do lucro, a juventude pode ser corrompida por instrumentos muito mais sofisticados do que aqueles do tempo do Profeta Isaías.

A Campanha da Fraternidade coloca um tema e um lema, mas o debate, em torno do tema e do lema, é livre.

É convocada a consciência de cada pessoa individualmente, para refletir no íntimo da alma, e é sugerido que se faça o debate em grupo. No grupo partilham-se percepções e experiências.

No grupo é licito e mesmo esperado que os participantes coloquem suas próprias preocupações individuais: os pais revelando os problemas que estão tendo com a educação dos filhos, a mãe dando seu testemunho de sofrimento com o filho que está se drogando.

Se Cristianismo não é partilha, o que é Cristianismo, o que sobra do Cristianismo?

João Baptista Herkenhoff é membro emérito da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória, professor itinerante e escritor. E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br

Homepage: www.jbherkenhoff.com.br

Curriculum Lattes: http://lattes.cnpq.br/2197242784380520

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Operação G-7 e o Estado Policial de Direito

Daniel Zen

Sobre a Operação G-7, que culminou na prisão de membros do Poder Executivo por suposta prática delituosa, é desejo de todos os integrantes do Governo do Povo do Acre, sobretudo do Governador Tião Viana, o esclarecimento dos fatos que permita a tomada de providências de forma justa. As investigações e a conseqüente apuração da verdade devem prosseguir. E, a depender das conclusões do inquérito policial, da propositura ou não da competente ação penal, da regular tramitação do processo judicial com o respectivo julgamento, só temos a esperar que a justiça seja feita.

Acredito que o país avança no sentido do combate às práticas de corrupção e também no combate a impunidade. Porém, como bacharel e mestre em Direito, não poderia deixar de tecer algumas considerações de natureza jurídica sobre os fatos ocorridos na sexta-feira, 10/05 do corrente.

Lí todas as 409 páginas da representação da Polícia Federal e também as 29 páginas da decisão judicial que determinou a prisão preventiva de 15 investigados. Observa-se que todo o conjunto probatório que subsidiou o pedido e a decretação da prisão preventiva é formado por uma única espécie de prova: a transcrição de escutas telefônicas. São dezenas, talvez centenas, de trechos de conversas transcritas.

A prisão preventiva, medida de exceção de natureza cautelar, por si só, não viola a garantia constitucional de presunção de inocência, desde que a decisão seja devidamente motivada e a prisão estritamente necessária. O objetivo dela é prevenir que um investigado perigoso cometa novos crimes ou ainda que, em liberdade, prejudique a colheita de provas ou fuja.

Mas, não basta isso. Há a necessidade de que os demais requisitos estejam presentes.  Exige-se, em primeiro lugar, prova cabal da materialidade do delito, ou seja, tem que restar indubitável que os supostos delitos em questão de fato ocorreram; e, em segundo lugar, tem que haver indícios fortes e robustos de sua autoria, ou seja, evidências suficientes que ao menos apontem para quem sejam os possíveis autores dos ilícitos praticados.

A prova decorrente de escuta telefônica é, por essência e por definição, uma prova precária, que serve para duas coisas: em um primeiro momento, para subsidiar investigações no sentido da busca por outras provas materiais. Por exemplo, uma escuta telefônica que aponte para o cometimento de um suposto delito pode embasar um pedido de expedição de mandado de busca e apreensão; em um segundo momento, no sentido inverso, as escutas servem para corroborar outras provas já coletadas anteriormente.

Sendo assim, deduz-se que é praticamente impossível, se não ao menos temerário, comprovar a materialidade de um delito somente a partir de escutas telefônicas. Isso porque entre a intenção manifesta em um trecho de conversa telefônica que aponta para a suposta prática de uma determinada conduta e a real ocorrência desta mesma conduta há uma distância enorme. Daí a necessidade de se buscar outros meios de prova para contribuir na formação do juízo de convencimento, tanto da autoridade policial quanto do Ministério Público e, por fim, do Poder Judiciário.

No Brasil, onde é vedada a pena de morte e também a prisão perpétua, a privação de liberdade é a medida extrema. Só se priva de liberdade um cidadão, ainda que em caráter provisório ou preventivo, com observância estrita das hipóteses e requisitos previstos em lei. Não há interpretação elástica, ampliativa (numerus apertus), para decretação de prisão. Ao contrário, há interpretação restritiva (numerus clausus). Somente, repito, com a observância estrita das hipóteses e requisitos legais.

No presente caso, no atual momento em que se encontram as investigações do inquérito policial, havendo apenas transcrições de escutas telefônicas e estando ausentes outras espécies de provas, ainda não se pode concluir com precisão sobre a materialidade dos delitos (ou seja, quais crimes ocorreram e se de fato ocorreram). E a própria magistrada reconhece isso em sua decisão, ao afirmar que há somente indícios de materialidade. Sendo assim, não há nem do que se cogitar quanto à autoria, que é sucedâneo da materialidade. Além disso, a liberdade dos investigados não causaria risco para a produção de novas provas (busca e apreensão de processos, contratos, documentos, computadores, o que, de fato, já ocorreu) tampouco fuga ou quiçá o cometimento de novos delitos. Estando ausentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva, qual o contexto que explica o porquê de sua decretação?

A resposta é simples: ao contrário do que preceitua nossa Constituição Federal, segundo a qual o Brasil segue o paradigma do “Estado Democrático de Direito”, vivemos sob a égide do “Estado Policial de Direito”. Um estado de “vigilância total” onde as forças da polícia judiciária, no exercício de suas atribuições, são contumazes em criar um ambiente propício a mitigação de direitos e garantias constitucionais fundamentais do cidadão, de forma sutil e não deliberada, muitas vezes imperceptível. As famosas operações não só prendem, mas permitem que se acusem, processem, julguem e condenem em um único ato, com a forte repercussão da imprensa, que tem acesso às informações antes mesmo que os advogados das partes, sujeitando ao linchamento público aqueles que ainda figuram na condição de investigados, sequer foram indiciados, muito menos processados e julgados, o que dirá condenados.

Ao adotar esse modus operandi invasivo, sob o argumento de proteção de um bem maior (o combate a impunidade, a moralidade etc), é como se fossem queimadas várias etapas do processo judicial com a execração pública a que são submetidos os investigados desta e de outras operações. Se, futuramente, as investigações apontarem para o não envolvimento deste ou daquele indivíduo dentre os muitos que foram detidos, quem fará a reparação da imagem, da honra desta pessoa, posto que o julgamento perante a opinião pública já fora feito, por antecipação?

Não se trata de uma crítica pessoal ou mesmo técnica aos delegados que presidem o presente inquérito. Muito menos à desembargadora que exarou a decisão de prisão. As forças que integram a polícia judiciária estão corretíssimas quanto a buscar exercer o seu mister com denodo e suas prerrogativas devem ser defendidas, mantidas, quiçá ampliadas. Porém, ao fazer isso, não podem, sob hipótese alguma, criar um ambiente propício ao desrespeito a direitos e garantias fundamentais, notadamente as de cunho individual, ainda que de forma sutil e implícita. O Poder Judiciário, por sua vez, não pode corroborar com tal prática. Lembremos que o argumento infalível da proteção do bem maior sempre fora o fundamento da máxima maquiavélica segundo a qual “os fins justificam os meios”.  Ancorados em tais argumentos é que regimes totalitários se instalam e se solidificam no poder.

Não quero crer (como de fato não creio) que as forças policiais e tampouco o Poder Judiciário estejam contaminados por questões externas ao processo investigativo. Não quero crer, por exemplo, que o árduo e severo debate em torno da aprovação da PEC nº 37, que procura subtrair do Ministério Público as prerrogativas de investigação, restringindo-as, em caráter exclusivo, às polícias judiciárias, esteja contaminando esta questão. Pois quem mostra mais energia (e o espetáculo da cobertura midiática, nestes casos, contribui para essa demonstração de “energia”) nesse momento, carreia a opinião pública ao seu favor. Não quero crer, também, que a contenda seja mais um elemento de antecipação da disputa política de 2014. Afinal, na cabeça da oposição, ninguém passa 14 anos e meio no poder impunemente. E é certo que a prisão de membros do Governo, sob forte acusação, ainda que com uma investigação inconclusa nesse momento, causa um estrago gigantesco na boa imagem que esse mesmo Governo vem construindo ao longo desses anos.

Não quero crer, como de fato não creio. Mas, receio. Após o STF “mitigar” o princípio do duplo grau de jurisdição, corolário maior do princípio do devido processo legal (due process of law), avocando para si a competência de julgamento de quem não detinha prerrogativa de foro, impedindo que determinados réus da Ação Penal nº 470 tivessem o direito ao reexame da matéria, por intermédio do competente recurso, não duvido de nada e receio por tudo. Receio que, sob forte comoção da opinião pública, no legítimo anseio de dar as respostas que a sociedade precisa e espera, o Poder Judiciário passe a desconsiderar o rito processual definido em lei. Receio que forças reacionárias e conservadoras de direita, eternamente inconformadas com a ascensão das esquerdas ao poder, estejam tentando estender seus tentáculos para exercer alguma espécie de influência, obscura e sub-reptícia, na investigação em curso. Receio que as prerrogativas dos advogados sejam, paulatina e imperceptivelmente, desconsideradas, sob o argumento da periculosidade de réus e investigados ou da gravidade dos delitos em tese praticados. Receio que estejamos a um passo de um novo estado de exceção em nosso país: de estado democrático de direito, para estado judicial-policialesco.

Daniel Zen é Secretário Estadual de Educação do Acre.

“Consciência tranquila do dever cumprido”

Dercy Teles de Carvalho Cunha

Nós, da Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, nos dirigimos ao seu conceituado blog, mais uma vez, para repor a verdade a respeito da matéria jornalística intitulada "Filhos do Darly Votam No Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri", que está veiculada nos jornais A Gazeta e Página 20 de hoje (22/05).

Em primeiro lugar queremos deixar claro que as pessoas que ilustram a foto da matéria jornalística não são mais sindicalistas, haja vista só contribuírem com o sindicato em ano eleitoral ou quando se coloca em pauta nas assembleias assuntos que é de interesse político-partidário, ou seja, que ameaça o poder, como foi a Eleição dos Delegados do STTR de Xapuri para eleição da Diretoria da FETACRE, em 2011, e a proposta de desfiliar o sindicato da CUT e etc.

Só em ocasiões dessa natureza é que os referidos senhores pousam de sindicalistas e amigos de CHICO MENDES, que com certeza se os mortos tivessem direito de se manifestar Chico Mendes condenaria a atitude de seus ex-companheiros, que além de terem traído seus ideais ainda usam o seu nome para legitimar os seus feitos nocivos aos interesses dos trabalhadores, como foi a Operação RESEX LEGAL em novembro de 2008, haja vista, após a morte de Chico Mendes, o respectivo grupo ter comandado tanto o sindicato quanto as demais Entidade por 17 anos consecutivos e nada fizeram no sentido de viabilizar condições de vida melhores para a categoria. Ao contrário, faliram a Cooperativa Agroextrativista, fundada por Chico Mendes no ano em que ocorreu sua morte, sem que até a presente data tenha sido explicado aos sócios o motivo que a levou a falência.

Portanto, é por essas e outras razões que a pecuária tomou conta dos seringais; não porque eu incentive, apenas sou a favor da vida e por isso continuo afirmando que se proibir a pecuária sem apresentar outra alternativa que a substitua em termo de geração de renda estaremos condenando a população extrativista a miséria absoluta. Hoje, não existe no estado nenhuma alternativa econômica que supere a pecuária. Quanto à participação dos filhos do Sr. Darly Alves e demais citados na matéria, na eleição do sindicato, não tem nada de ilegal, os mesmos detém propriedade rural e estão dentro dos padrões da agricultura familiar, são sindicalizados e estão de acordo com o que preconiza o Estatuto Social da entidade.

Quanto à acusação de que estou partidarizando o Sindicato, é uma grande inverdade. Os trabalhadores rurais associados (as) são testemunhas de que no decorrer de nossa gestão, nenhuma sigla partidária imperou dentro do movimento sindical, ao contrário do passado, onde muitos associados se afastaram e outros não procuravam ingressar no quadro social por não concordarem que a sede do Sindicato fosse muito mais um comitê politico do PT do que propriamente sede de uma entidade de trabalhadores rurais.

Porém, o que nos surpreende diante da atitude dos referidos questionadores é que os mesmos, além de não serem mais trabalhadores rurais e viverem de cargos comissionados, serem micro-empresários, não registraram nada do que estão questionando junto a COMISSÃO ELEITORAL no decorrer do pleito.

Quanto à impugnação da Chapa denominada “Nossa História, Nossa Luta, ocorreu em função do descumprimento ao Edital de Convocação das Eleições, não por perseguição politica ou outras manobras como está sendo divulgado. Diante dos fatos, fica subtendido que o grupo politico não aceita que o Sindicato seja administrado por um outro segmento que não obedeça aos seus comandos.

Portanto, estamos com a consciência tranquila do dever cumprido sem nada a temer.

Sendo o dispomos para o momento subscrevemos-nos.

Dercy Teles de Carvalho Cunha é a atual presidente do STTR de Xapuri.

Filhos de Darly votam no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri

Elson Martins, jornal Página 20.

O histórico Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, internacionalmente conhecido como berço das lutas contra o desmatamento da floresta acreana, acaba de eleger sua nova diretoria, para o período 2013- 2017, com ingredientes polêmicos. A chapa única obteve 144 votos, incluindo os votos de Darlizinho, Oloci e Agnaldo, três filhos do fazendeiro Darli Alves, que, no dia 22 de dezembro de 1988, mandou matar o líder seringueiro Chico Mendes, expressão maior do sindicato. Os sócios da chapa contrária, Nossa Luta, Nossa História, que foi impugnada, decidiram votar em branco somando 91 votos.

Além dos três da família Alves, votaram outros sócios suspeitos: os irmãos Geraldo e Otávio Pessigatti, pecuaristas na região; o sargento da Policia Militar, Orlando Lopes de Paula, que teve presença ostensiva na votação; a esposa do vereador Celso Garcia (PMDB), conhecido por "Paraná"; um médico lotado no Hospital de Xapuri; e duas irmãs da diretora do sindicato, Raimunda Silva, que moram há 14 anos em Porto Velho, mas foram convocadas para a eleição.

SINDICALISTAS de Xapuri Júlio Barbosa, Chico Neri, Osmar Facundo e Raimundo Barros,  acompanhados por Júlia Feitoza, recebem orientação do advogado Márcio Dagnoni - Foto: Elson Martins

Júlio Barbosa, Chico Neri, Osmar Facundo e Raimundo Barros, acompanhados por Júlia Feitoza, recebem orientação do advogado Márcio Dagnoni - Foto: Elson Martins.

A chapa vencedora teria recorrido a outros expedientes ilegais, como utilizar caminhões da Prefeitura para transportar eleitores, entregar a cada sindicalista, na hora de votar, um tiket refeição, e esconder dos adversários a lista dos aptos a votar que é uma exigência do Estatuto da entidade. Um policial que detinha a lista e só a consultava às escondidas, reagiu quando foi fotografado e proferiu ameaças. Um vereador do PSDB, após o encerramento, saiu gritando pela cidade: "Agora somos nós que estamos mandando"!

Corda esticada

Em março passado, os sindicalistas Raimundo Mendes Barros, Júlio Barbosa, Osmar Facundo e Chico Neri, todos ex-companheiros de Chico Mendes nos embates dos anos 1970, contra os fazendeiros que desmatavam a floresta para criar pastos para o boi, e que expulsavam as famílias das terras compradas aos seringalistas falidos, - vieram a Rio Branco anunciar a intensão de retomar a direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Num boletim que publicaram na época, anunciaram os nomes que resgatariam as conquistas históricas da entidade: Sebastião Pereira da Silva, o Tião do Moisés, para presidente; e Francisco Neri, para vice-presidente, com outros 25 nomes compondo a chapa Nossa História, Nossa Luta.

No boletim citado, eles registraram:

"Em 2013 estaremos lembrando e refletindo sobre os 25 anos do assassinato do nosso grande companheiro Chico Mendes, símbolo de nossa resistência, de nossa história extrativista e do profundo e consciente amor que devotamos à natureza.

Cabe a nós, herdeiros de sua inteligência e liderança, do seu humanismo e solidariedade, não desapontá-lo nunca. Primeiro, não devemos esmorecer e abandonar a luta vitoriosa iniciada em meados dos anos 1970, porque ela é a nossa força, a nossa identidade. Em tempos muito difíceis, de intolerância e desrespeito aos direitos humanos, mostramos do quanto somos capazes ao defender nossas famílias e nossa floresta".

DERCY Telles: atitude que surpreende - Foto: Cedida

Dercy Teles: atitude que surpreende

A eleição prevista para 18 de Maio se confirmou sábado passado, mas não como eles previam. A atual diretoria do sindicato, encabeçada por outra ex-companheira de Chico Mendes, a sindicalista Dercy Teles Carvalho da Cunha (ex- PT, ex-PV e atual PSOL) desde 2008, em aliança com Osmarino Amâncio (também ex-companheiro de Chico), acirra a dissidência sindical com um crescente viés politico partidário.

Dercy, que dirigiu o Sindicato no início dos anos 1980 e encerra seu segundo e atual mandato em junho, 20, conseguiu junto à Justiça do Trabalho em Epitaciolândia, município vizinho, a impugnação da chapa Nossa História, Nossa Luta, com a alegação de que esta tinha três nomes com relação de parentesco na sua composição, o que infringia o Estatuto. Começou aí uma corrida judicial com recurso encaminhado a Porto Velho, mas prevaleceu a eleição capenga, segundo Raimundo Barros e seus companheiros, que nesta segunda feira, 20, contrataram em Rio Branco o advogado Márcio Dagnoni para conduzir a questão judicialmente.

"Tem muitas falhas no processo" – disse Dagnoni ao examinar via Internet, no site do Tribunal de Justiça do Trabalho, as peças encaminhadas no cumprimento. "Vocês estão com a faca e o queijo na mão", arrematou.

Futuro sombrio

Para os sindicalistas queixosos, entretanto, a situação é bem mais complexa: "Eles estão se organizando contra nós, trabalhadores rurais, e a Dercy erra porque está politizando sua atuação no Sindicato", afirmou Júlio Barbosa, que após a morte de Chico Mendes foi eleito prefeito de Xapuri em dois mandatos seguidos, pelo PT. Ele acrescentou que o PSOL, o PSDB e o PMDB estão juntos manobrando para desacreditar os projetos do PT no Acre.

O perigo, argumenta Júlio, é a descaracterização do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, que passa a receber como sócios os filhos do Darli, assassinos de Chico Mendes, embora sejam produtores rurais e não trabalhadores rurais: "Darlizinho é empresário, possui máquinas e faz terraplenagem para a Prefeitura; Oloci cria 2 mil bois", informa.

Raimundo Barros, Chico Neri e Osmar Facundo concordam que Darcy Teles, por indução politico-partidária, está apoiando atitudes que podem inviabilizar a Reserva Extrativista Chico Mendes, onde vivem 10 mil extrativistas iniciando alternativas de renda com a preservação da floresta. "Ela está apoiando a pecuarização da reserva, aceitando o desmatamento, o fogo e a criação de bois nas antigas colocações de seringa. Isso vai ser o fim dos nossos irmãos extrativistas e o fim da nossa floresta"- argumentam juntos.

Até o final desta semana, a previsão trágica pode seguir em frente. Ou, prevalecendo a avaliação do advogado Márcio Dagnoni, a situação será revertida com a anulação da eleição promovida pela Dercy. Neste caso, seria nomeada em junho uma junta para administrar o sindicato pelo período de 120 dias, durante o qual, seria organizada uma nova eleição, legal e democrática.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Apoio tucano

Prefeitos do PSDB apoiam governador Tião Viana

Os prefeitos do PSDB que foram eleitos no Acre se reuniram com o governador Tião Viana para reafirmar o compromisso político pela administração (Foto: Sérgio Vale/Secom)

Tatiana Campos – Agência de Notícias do Acre.

Os prefeitos do PSDB que foram eleitos no Acre se reuniram com o governador Tião Viana para reafirmar o compromisso político pela administração e boa gestão dos municípios, reforçar as parcerias e dizer que acreditam na idoneidade e no caráter do governador.

Os prefeitos do PSDB que foram eleitos no Acre se reuniram com o governador Tião Viana para reafirmar o compromisso político pela administração (Foto: Sérgio Vale/Secom)

“Nós viemos enquanto executivo para dizer que estamos juntos, que acreditamos no caráter do governador e que a melhor resposta para todos os problemas é o trabalho”, disse Humberto Gonçalves Filho, o dr. Betinho, prefeito de Assis Brasil.

“A gente acredita na sua gestão. A parceria com o governo é importante. Estamos solidários”, acrescentou o vice-prefeito de Porto Acre, Sérgio Baquer. Os prefeitos demonstraram que compactuam com a prática política adotada pelo governador Tião Viana, que se coloca acima de cores partidárias para honrar o compromisso assumido a partir da escolha da população nas urnas. “Viemos aqui primeiro agradecer, porque todos os compromissos que foram assumidos nas nossas cidades tem sido cumpridos na medida do possível. Sabemos das dificuldades financeiras e do prejuízo causado pela perda nos repasses federais”, comentou o prefeito Carlinhos da Saúde, de Porto Acre.

O senador Aníbal Diniz acompanhou a reunião. “O governador Tião Viana tem tratado todos os prefeitos da mesma forma, sem se importar com partidos políticos e esta reunião é  um reconhecimento a esta postura e este trabalho”, disse.

Para o prefeito de Epitaciolândia, André Hassen, “o governador é um homem honrado e idôneo até que se prove o contrário. E nós viemos até aqui dizer que estamos juntos e vemos o trabalho que ele tem feito, percorrido os quatro cantos deste estado. Estamos aqui enquanto Executivo para nos colocarmos lado a lado de forma solidária”.

Marcinho Miranda, prefeito de Xapuri, reafirmou a importância das parcerias com o governo e ressaltou que no município, onde as obras do Programa Ruas do Povo estão em etapa bem avançada, ele não tem visto reclamações e percebe a população satisfeita com a pavimentação das ruas.

O presidente da Câmara de Vereadores de Epitaciolândia, Raimundo Nonato Freire Rodrigues, que compõe a Frente Popular do Acre, acompanhou os prefeitos e garantiu apoio ao governador. “Quero dizer que o seu prestígio não foi arranhado e que a população do município está ao seu lado. O povo vai saber agradecer todo o esforço e trabalho que o senhor tem demonstrado”, disse.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

13 anos

É a idade do menor que ameaçava a mãe e a irmã com as armas acima: um facão e um punhal fabricado a partir de um vergalhão. Leia no blog Xapuri Amax.

domingo, 19 de maio de 2013

E já se vai a última quimera!

*JOSÉ CLÁUDIO MOTA PORFIRO

Desculpe a alusão a Augusto dos Anjos. Ou não desculpe! Ele até morreu há muito tempo e poucos são os brasileiros que saberão de quem se trata. Da minha parte, então, é até um desrespeito citar, nesta mixórdia de texto apocalíptico, o nome de um poeta que tão bem soube tratar e com tal zelo e sempre e tanto a língua portuguesa... Mil perdões, trovador! Que também não me leve a mal o Vinícius. De onde quer que estejais, escutem este clamor relativo à nossa última quimera. Nós também temos morrido a cada dia, da mesma forma que o triste vernáculo. Incrível! Hoje, o conhecimento é estúpido e relativo também.

Certo é que houve por bem empreender viagem ao país das maravilhas. Embarcado em três naus  -  Santa Maria, Pinta e Niña  -  para lá arribei com o fito único de apenas dar bagaço. Devido à lassidão dos ventos amazônicos, errei a rota e fui dar com as fuças em rochedos íngremes de uma nação de obtusos que não vêem um palmo adiante dos narizes rotundos em catarro esverdeado. Cheguei enfim ao Brasil, uma terra onde muitos dos que são pobres se agarram à idéia segundo a qual nada é melhor que viver muito mal, de mal a pior.

Então, na última viagem a Cabo Frio, Estado do Rio de Janeiro, frequentei, durante a minha estada de vinte dias, um boteco pagodeiro, de esquina, chamado DO GALEGO, onde encontrei dois professores aposentados há pouco tempo com quem passei a trocar uns dedos de prosa sempre que surgia a possibilidade. Deles, ouvi poucas e boas.

O Aristarco de Pamplona e o Agamenon Leandro me fizeram acreditar em muitas coisas antes por mim inimagináveis. A primeira das afirmativas por mim anotadas é de uma concretude inquietante por demais. Segundo eles, como nas famílias, nas escolas  -  uma é o reflexo da outra  -  os que dizem ilustrar-se crêem firmemente na idéia segundo a qual não é preciso estudar, nem os professores os podem reprovar porque as estatísticas oficiais jamais o permitiriam.

Na Escola de Ensino Médio Doutor Paula Medina, em Bangu, Rio, os professores se preparam, se organizam, fazem muitos cursos de aperfeiçoamento, mas, nas salas, a realidade os deprime. A galerinha lá de trás não larga o celular e os do meio também não. Alguns dos lados copiam, nas atitudes, aqueles que usam a maquininha dos demônios. Dois ou três gênios dormem. Um faz careta e outros três fingem ler um livro didático por trás do qual se esconde uma revista de sacanagem. Há algum silêncio e, lá na frente, o professor discursa, para ele mesmo, é claro, sobre a Guerra de Canudos pensando no dia em que colocará o canudo debaixo do braço para cantar em outra freguesia, provavelmente, trabalhando como caixa de banco, o sonho de todo comedor de giz arrependido da escolha bizarra feita quando pensava consertar o mundo a partir das quatro paredes de uma escola fedorenta de subúrbio.

O material didático é de excelente qualidade e isto não pode ser esquecido, mas os alunos deterioram os livros facilmente mesmo antes de abri-los uma única vez no decorrer do ano. No corredor, estão sempre empilhadas centenas de títulos caríssimos, recentemente saídos da editora que ganhou a licitação milionária. Almas de autores defuntos e obras vivíssimas estão ali à espera de uma incineração em madrugada em que nem a polícia veja. É como ocemitério dos livros criado pelo escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, no romance A sombra do vento. Ali as velhas obras ficam, como em sarcófagos, à espera de que ninguém jamais as resgate, posto que estão mortas e delas nenhuma alma em perfeita consciência jamais quererá sequer os despojos apodrecidos.

Depois, naquela noite fatídica, então, muitos livros foram vistos voando pelos ares procurando pouso forçado em alguma cabeça perdida na escuridão da luz que se apagara. Dos que foram atirados pelos alunos, nenhum autor sobreviveu àquela chacina dos iconoclastas do fim dos tempos. Dava pena ver a bagaceira em que se tornou o corredor do anexo... E os alunos, vândalos por excelência, gritavam alucinados ante o espetáculo bizarro que foi o assassinato dos livros. Uma grande lástima!

O Agamenon é enfático, agora através de correspondência eletrônica a mim enviada. Lá está escrito por ele que muito pouco ou quase nada se aprende numa escola como essa, porque nada foi aprendido com as famílias, muitos menos regras de convivência ditadas por pais menos medíocres. Então, eu lhes disse que hoje é mais costumeiro um filho bater no pai que o pai bater no filho, uma vez que este foi aconselhado a mimar deveras e a toda hora as crias para quem  -  e eles sabem  -  o futuro já é uma caixinha de surpresa do vidro mais fino possível. Quebrará amanhã de manhã.

O Brasil é grande e é pequeno demais ao mesmo tempo porque há sempre os que muito falam e nada dizem. Querem consertar a escola sem conhecer sequer a realidade de uma sala de aula lotada de secundaristas que leem, mas não interpretam sequer um conto como o dA Bela Adormecida. São estes os analfabetos úteis ou os imbecis fúteis fabricados por um sistema que quer o baixa renda cada vez mais necessitado das benesses do estado brasileiro. É escandalosa a falácia do órgão oficial da educação, posto que até as paredes dos banheiros são cheias de inscrições grotescas eivadas de erros ortográficos que ultrapassam os limites da grosseria e da estupidez.

Reinauguraram a escola há pouco mais de três anos, este, um empreendimento milionário em que, por exemplo, foram colocados dois condicionadores de ar de 10 mil btus em cada sala de aula. Pelo mal uso, os aparelhos logo se deterioram porque há alunos que jogam chicletes nas ventoinhas que os fazem funcionar convenientemente.

Espanto geral em meio à melopéia dos desvalidos comedores de giz! Os cartazes afixados nas paredes da escola são horríveis porque também estão prenhes de impropriedades ortográficas não corrigidas por quem de direito e dever. Acentos gráficos não existem, letras maiúsculas em início de frases também não. Uma zorra e uma orgia gramatical!

O estabelecimento  -  ou a gaiola dos loucos  - é  todo pintado à base de látex e verniz copal, mas lá estão colados cartazes que, logo depois, ao serem retirados, arrancam pedaços da tinta caríssima.

A estupidez grassa nas salas de aula. Falo-vos sobre estudantes de ensino médio que, na sua maioria, não têm o mínimo de compostura, desconhecem conceitos básicos de educação e urbanidade, são arrogantes, agressivos e muito musculosos, com raríssimas exceções.

Segundo deduzi, a disciplina é desaconselhada porque a liberdade toma ares de liberalidade e a autoridade leva jeito de quem não está ali para organizar, mas para avacalhar ainda mais, isto porque, inclusive, os professores são massa de manobra em quem todas as culpas são neles jogadas, afora o fato de a lei não lhes permitir porte de arma. Polícia!

Zelem pela disciplina e tudo será como querem os que não se escondem por trás das estatísticas. Experimentem e verão, mas esqueçam essa história de que todo patife que se preze deve ser visto com bons olhos pela porra dos direitos humanos.

Um dia, o professor Adamastor dos Anzóis, de Português, passou exame para uma turma de terceiro ano do ensino médio, versando sobre análise sintática do período composto. Complicado. Para agradar e buscar concentração para a turma, ele colocou para tocar um CD onde estava inserida a óperaAída, de Giuseppe Verdi, dentre outras do mesmo quilate. O desconforto foi grande porque logo em seguida a mocinha da primeira fila, sufocada pela melodia, tascou:

- Tira isso aí, professor! Se ao menos fosse o Calcinha Preta.

Minha senhora antiga leitora dessas obviedades modernas a que muitos chamam burrice. No estudo da redação é recomendado que, para concluir o texto, é necessário que se aponte uma saída para o problema que, aqui, é a imoralidade da escola pública brasileira.

A solução é matricular os pais nas mesmas escolas dos filhos, antes da entrada destes, por um ano e, muito disciplinadamente, lhes ensinemos regras de convivência, dignidade e respeito para com o próximo. Ao fim do período letivo, os pais aprovados com média sete teriam o direito a verem ali os seus filhos matriculados. Aí, os politizadores moderninhos diriam tratar-se de um retrocesso e os psicopedagogos taxariam o método de fascista. Mas não observariam que os seus pontos de vista levaram a educação da classe trabalhadora para o lixo das relações sociais estragadas pela profusão de idéias sempre e cada vez mais absurdas.

Deixando os velhos professores fluminenses de lado, teria um recado a dar, apesar de sabê-lo jamais lido por quem de direito:

- O problema, Mercadante, é a indisciplina implantada por profissionais que lidam com o comportamento e não viram que muito mais atrapalharam porque em nada ajudaram.

__________

*Cronista: www.claudioxapuri.blog.uol.com.br  -  Acesse e sugira!

sábado, 18 de maio de 2013

Vida após a morte

João Baptista Herkenhoff

Nosso texto “Indagações sobre a Fé”, publicado há alguns dias, suscitou interessantes questionamentos.

Inteligente e culto interlocutor, residente em Juazeiro, na Bahia, indagou se a Lógica, com abstração dos dados da Fé, conduziria a inteligência no sentido de aceitar a existência de uma vida após a morte.

O proponente da indagação deixou claro que não desejava argumentos bíblicos, pois estes obviamente socorrem a tese da vida extraterrena.

Tentemos elencar razões que demonstrem ser pertinente a crença na imortalidade, à luz do simples raciocínio dialético:

a) a crença numa vida pós-morte está presente em todas as culturas espalhadas pelo mundo, tanto hoje quanto em tempos pretéritos;

b) no Egito acreditava-se que após a morte física a alma compareceria perante o tribunal de Osíris. A vida terrena seria julgada e a recompensa dos justos seria a vida eterna. O corpo era mumificado e guardado num sarcófago;

c) na Grécia antiga, Pitágoras, Tales de Mileto, Platão e Sócrates comungavam a ideia de alma imortal;

d) Sócrates, à frente do tribunal que o julgou disse: Não tenho outra pretensão senão a de vos persuadir de que cuideis menos de vossos corpos mortais e de vossos bens, e mais de vossas almas; Platão, no diálogo de Fédon, ensinou que a alma imortal era parte da unidade intrínseca ao homem;

e) na Índia, o Hinduísmo e o Budismo afinam na aceitação da tese da imortalidade do espírito;

f) o Islamismo não discrepa dessa visão – depois da morte a alma vai para o Barzakh (barreira), onde aguarda seu último destino;

g) esse dado cultural, presente no Egito, Grécia, Índia, Universo Muçulmano e em muitas outras civilizações, está a assinalar, não um acidente ou um acaso, mas uma constante;

h) a verificação do liame que coloca povos das mais diversas latitudes, em diferentes épocas, atrelados à crença na imortalidade, é um fato comprovado pela pesquisa histórica, dentro de rigorosa metodologia;

i) o ser humano, no reino animal, é o único que deseja a imortalidade como apelo existencial;

j) essa aspiração à imortalidade é uma realidade antropológica que aponta para o destino eterno do homem;

k) pessoas que estiveram em coma profundo, após voltar à plenitude da vida relatam que durante o coma tiveram a visão do eterno, estiveram na ante-sala de um outro mundo. É o que conta, por exemplo, o neurocirurgião Eben Alexander, pesquisador da Universidade de Harvard, em livro que foi resenhado pelo jornal The New York Times (Proof of Heaven).  Seguem a mesma direção os relatos coligidos pelo médico americano  Melvin Morse, publicados no livro “Closer to the Light”, também resenhado no NYT.

João Baptista Herkenhoff, magistrado aposentado, escritor e Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo.

E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br

Homepage: www.jbherkenhoff.com.br

CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/2197242784380520

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Alunas brigam em pátio da maior escola de Xapuri

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Uma briga entre duas adolescentes, ocorrida na tarde da última quarta-feira, 15, no pátio interno da escola Divina Providência, a maior de Xapuri, está causando enorme repercussão na cidade, pois uma das jovens envolvidas na confusão ficou seriamente ferida.

Gravadas em vídeo, as cenas de violência estão sendo transmitidas celular a celular, via bluetooth, e chegaram a ser postadas na internet, segundo informações de pessoas que visualizaram a publicação. Posteriormente, o vídeo teria sido retirado da rede.

O blog teve acesso ao vídeo, que demonstra claramente ter havido incentivo de colegas para que as duas estudantes se engalfinhassem e trocassem socos e pontapés sem que ninguém fizesse nada para evitar o lamentável e vergonhoso acontecimento.

Enquanto as menores trocavam insultos, colegas incentivavam a contenda e uma funcionária sorria, sentada em uma cadeira bem ao lado de onde a briga começou. Depois de iniciada a pancadaria, vozes femininas gritavam: “Deixa, deixa”.

Depois de quase um minuto de briga, a “plateia” resolveu intervir e separar as duas garotas. Uma delas levou a pior e desmaiou logo em seguida. A estudante deu entrada no hospital local e foi transferida para Rio Branco com suspeita de lesões na cabeça.

Enquanto a menor ferida era carregada nos braços de colegas para o lado de fora da escola, alunos soltavam brados de incentivo à garota que se dera melhor na briga. “Aí é siberiana”, ouve-se no vídeo, numa referência ao bairro Sibéria, onde ela reside.

O diretor da escola, Mário Evangelista, informou nesta sexta-feira, 17, que o episódio está sendo motivo de muita tristeza para a comunidade escolar. Ele afirma que já tomou várias medidas relacionadas ao caso e que em breve ouvirá os pais das alunas.

Essa não é a primeira vez que a escola Divina Providência serve de palco para acontecimentos dessa natureza. Em 2008, um professor e um aluno resolveram tirar as diferenças existentes na sala de aula na saída da escola. Clique aqui para relembrar.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Ação contra importação de médicos

CFM ingressa na PGR com representação contra três ministros

O Conselho Federal de Medicina (CFM) ingressou nesta quinta-feira (16), na Procuradoria Geral da República (PGR), com uma representação contra os ministros da Saúde, Educação e Relações Exteriores - respectivamente, Alexandre Padilha, Aloízio Mercadante e Antônio Patriota. A entidade quer esclarecimentos sobre supostos projetos e acordos para assegurar a entrada no país de médicos estrangeiros e de brasileiros portadores de diplomas obtidos no exterior.

Na representação, a entidade argumenta sobre os riscos da importação de médicos sem critérios. Para o CFM, esta medida fere a autonomia nacional, desrespeita a legislação que regula o ingresso de médicos no país, coloca em risco a qualidade da assistência oferecida à população e não resolve de forma definitiva o atendimento em saúde das áreas de difícil provimento no interior e nas periferias dos grandes centros.

Proteção de direitos - Em sua argumentação, o CFM conclama o Ministério Público a apurar as suspeitas de irregularidade para garantir a proteção dos interesses do cidadão brasileiro. "Não admitimos uma medicina de segunda para os mais carentes. Até porque quem está no governo, quando adoece, vai para os hospitais de primeira linha - no Rio de Janeiro e em São Paulo - e não se submete aos cuidados dos médicos importados aos lotes",afirmou o presidente do CFM, Roberto Luiz d'Avila.

Segundo ele, outro ponto polêmico na medida em gestação no Governo se vincula ao desrespeito aos Direitos Humanos. Caso se confirme a vinda de 6 mil médicos cubanos, conforme informado recentemente, estes profissionais teriam que submeter a um regulamento de trabalho que fere o direito constitucional brasileiro do ir e vir. O presidente do CFM lembrou, inclusive, que em médicos cubanos que participaram de missões semelhantes na Venezuela e na Bolívia e desertaram têm acionado estas nações acusando-as de cumplicidade com situações de trabalho escravo.

Campanha - Também na quinta-feira (16), o presidente do CFM apresentou a imprensa peças da campanha bancada pelos Conselhos de Medicina em favor da criação de uma carreira de Estado para os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele afirma que esta é a saída para assegurar a interiorização da medicina. "Não faltam médicos no Brasil, mas condições para que eles possam se fixar nos locais de difícil acesso",argumentou.

Com a implementação desta proposta, os médicos ganhariam uma carreira com estrutura parecida com a dos juízes e promotores, com atuação exclusiva no SUS. Além de remuneração compatível com a responsabilidade da função, esses profissionais teriam asseguradas condições de trabalho (infraestrutura física, equipamentos, insumos), suporte de equipe multidisplinar e apoio de rede de referência para encaminhar pacientes (leitos, exames, etc).

"Os médicos brasileiros querem a possibilidade de exercer a medicina em sua plenitude", argumentou Roberto d'Avila. Ele acrescentou ainda que os problemas da assistência em saúde não se limitam à falta de médicos. Em sua avaliação, a má gestão do SUS e o baixo investimento público na saúde são fatores fundamentais para o quadro atual. Por exemplo, na Inglaterra, o governo responde por 84% dos investimentos em saúde. Na Argentina, esse percentual fica em 68%. Enquanto isso, no Brasil, ele bateu na casa dos 44%.

Assessoria de Imprensa do CFM.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Dona Zélia e seu licor

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O blog não esqueceu a morte de dona Zélia Aboaxe, ocorrida nó último dia 11. O blogueiro esteve no velório, cumprimentou os familiares e ouviu algumas boas histórias dessa senhora que tanto representou para a sociedade xapuriense.

Zélia Aboaxe Ferreira Lima, filha de Tufic Salim Aboaxe e Venília Ferreira Salim, era mãe de cinco filhos: Sancler Salim lima, Tufic Salim Aboaxe Neto, Liberacir Maria Lima de Oliveira, Ormindo Salim Lima e Rocicler Salim Lima.

Era conhecida por ser uma pessoa alegre, extrovertida, amiga de todas as horas e um dos símbolos da famosa rua Major Salinas. A comunidade comunga com pesar a perda da matriarca e externa seus sentimentos com tristeza e respeito.

Funcionária publica estadual, dona Zélia desenvolveu suas atividades nos estabelecimentos de ensino desta cidade com muita responsabilidade, competência e principalmente amor pelo que fazia.

Dona Zélia Aboaxe era muito conhecida na comunidade local por seus licores e pelo seu gosto por carnaval. Era um dos símbolos dos antigos carnavais de Xapuri junto com Hélio Rodrigues e “Nêgo Eti”, como lembra o verso do samba de Julinho Figueiredo:

“Chegou, chegou carnaval em Xapuri!
Chegou, chegou carnaval em Xapuri!
Major Salinas, tu és famosa, por essa gente tão grandiosa:
Hélio Rodrigues, 'Nêgo Eti', Zélia Aboaxe e seu licor
Faziam com alegria um carnaval com muito amor”

A família convida a todos os parentes e amigos para participar da missa de 7°dia, em sufrágio de sua alma, que será realizada neste domingo, dia 20 de maio, às 19 horas, na igreja matriz de São Sebastião.

Ora, bolas!

O sargento PM Raimundo Giocondo da Silva Gondim resolveu ressuscitar um defunto que pensei já estar sepultado e com missas de sétimo dia e de um mês celebradas: a polêmica criada pela acusação de omissão feita contra a Polícia Militar por um acusado de homicídio, que teria recorrido à PM antes de cometer o crime, não sendo atendido.

Em março passado, o militar ingressou com ação cível contra mim, acusando-me, levianamente, de no dia 11 do mesmo mês o haver tachado de omisso, em razão do fato citado acima, através de um veículo de comunicação que não foi citado na reclamação protocolada no Juizado Especial Cível da Comarca de Xapuri.

A audiência de conciliação foi marcada para o dia 8 de maio passado, mas o reclamante não compareceu à sessão e nem apresentou justificativa para não se fazer presente ao compromisso gerado por seu único e exclusivo interesse. Ocupou desnecessariamente a Justiça, fez um funcionário público perder meio dia de trabalho e causou prejuízo ao meio ambiente em razão das folhas de papel gastas inutilmente no processo que, com base com base na Lei foi extinto sem resolução do mérito.

Entendi a ausência do sargento à audiência como resultado do desejo de ambas as partes em não levar adiante uma pendenga judicial sem qualquer justificativa, uma vez que convicto estou de que jamais acusei o militar de omissão. Isso foi explicado a ele em conversa civilizada na qual me coloquei inteiramente à sua disposição para esclarecer qualquer tipo de dúvida ou mal entendido. Latim jogado fora.

O sargento Raimundo Giocondo jamais me questionou sobre qualquer crítica que eu tenha feito a ele; não ouviu nem leu qualquer coisa que o tenha agravado e que eu seja o responsável pela autoria. A grande verdade é que mais uma vez ocorre aquele famoso fenômeno popular de se “emprenhar pelos ouvidos”. Disseram ao militar que o galo estava cantando, mas não lhe disseram a direção.  

Nesta quarta-feira, 15, fui novamente intimado para audiência de conciliação marcada para o dia 28 de maio, pois o policial voltou ao Juizado e reativou o processo cuja audiência de conciliação ele injustificadamente faltou. Espero que desta vez compareça, pois por mais inútil que o trabalho de radialistas e blogueiros possa parecer, estes pegam no batente todo dia, e não têm tempo para brincadeirinhas de “pique-esconde”.

terça-feira, 14 de maio de 2013

O passado te condena

Aníbal Diniz

A chamada operação G7 da Polícia Federal, que resultou na decretação pela desembargadora Denise Bonfim da prisão preventiva de empresários da construção civil e alguns integrantes da equipe do Governo do Acre, teve do governador Tião Viana a mais precisa e justa atitude que um líder político honesto e transparente poderia adotar.

Tião Viana reconheceu a legitimidade do trabalho da Polícia Federal e aguarda os desdobramentos dos fatos para decidir o que fazer em relação às pessoas presas na operação divulgada em tempo real pela imprensa nacional, informada do caso antes mesmo que o Ministério Público, que só tomou conhecimento das prisões pelo noticiário.

Reafirmando o princípio de tolerância zero com a corrupção, o governador garante que se as investigações provarem a culpa de qualquer dos integrantes de sua equipe, a punição deve ser exemplar. A disposição do Governo em colaborar com as investigações fortalecem o acerto desta decisão. Onde há ética e onde há justiça "não se condena antecipadamente e não se pune antecipadamente".

Até aqui as investigações da Polícia Federal e a decisão autocrática da desembargadora Denise Bonfim seguiam interpretadas como procedimentos técnicos, de acordo com os poderes e a vontade de tais autoridades. Mas não tardou surgir a politização dos acontecimentos, agravada por artigo assinado pelo deputado Márcio Bittar, que se desocupa do importante trabalho de primeiro-secretário da Câmara Federal para chafurdar na politicagem e tirar proveito da situação.

Mas no campo político será inevitável comparar a Frente Popular e a oposição que o deputado Bittar representa. A memória do povo lembrará os escândalos que o Acre sofreu quando o governo do PMDB tinha um poderoso Bittar secretário de Planejamento. Em contrapartida, foram os governos do PT e da Frente Popular com Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana que resgataram as instituições basilares do Estado Democrático de Direito no Acre, assim como o presidente Lula foi decisivo para que no Brasil de hoje instituições como a própria Policia Federal possam atuar com total liberdade.

Nosso Governo não é perfeito. Nenhum será. Mas se surgem problemas, temos a humildade de reconhecer para corrigir. Podemos ter erros de natureza técnica, de gestão, de escolhas. Só não temos e não admitimos desvios de ordem moral. O compromisso público, a honestidade e a ética na política são valores que trazemos do aprendizado com gigantes morais como Chico Mendes e dom Moacyr Grechi.

São inegáveis as mudanças e as melhorias proporcionadas pelos governos da Frente Popular à sociedade do Acre, em todos os seus 22 municípios. Melhorou a Saúde, a Educação, a qualidade de vida. A economia cresce e tem um projeto sustentável. Programas como o Ruas do Povo e Cidade do Povo são expressões de novas conquistas, principalmente para as famílias mais pobres. E atrapalhar esses programas é o desejo da oposição quando busca politizar este lamentável episódio chamado Operação G7.

Infelizmente, ao tomar a dianteira das manobras para politizar a prisão de pessoas sem culpa provada, o deputado Márcio Bittar expõe um falso moralismo de alto risco. Afinal, sua própria carreira politica tem o DNA da famosa Conta Flávio Nogueira, escândalo ocorrido no governo Flaviano Melo e que teve Mauro Bittar, irmão de Márcio, como um dos chefões. A tal Conta Flávio Nogueira foi destaque nacional por criar a tecnologia das contas-fantasmas e inovar a prática da corrupção no Brasil.

Se num futuro próximo as próprias investigações podem revelar a inocência de pessoas para quem o deputado aponta o dedo, o passado já condena o senhor Márcio Bittar.

Toda a sociedade acreana deseja que a investigação, amplamente divulgada pela Polícia Federal, resulte em um processo que garanta justiça, não um palanque eleitoral.

Aníbal Diniz é senador da República (PT/Acre).

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Uma questão de justiça

Senador Jorge Viana, via Facebook.

Quero agradecer a todos que compartilham desse espaço e deixam suas opiniões, mesmo daquelas de que discordo frontalmente. Mas queria agradecer especialmente às pessoas que me conhecendo de verdade e reconhecendo o trabalho que tenho feito ao longo de minha vida pública, me prestam o apoio e a confiança de sempre.

As agressões e as mentiras que alguns plantaram, especialmente no fim de semana, eu deixo de lado. O Acre não teria vivido as transformações que viveu se não fosse o trabalho intenso de muitos anos, feito com honestidade e muita dedicação. E está ai pra quem quiser ver.

Todo e qualquer trabalho feito por instituições para combater ilícitos e garantir uma sociedade mais justa merece o apoio de todos nós. E é isso que o próprio governo fez através de uma nota, quando essa operação foi desencadeada pela Policia Federal.

A única coisa que peço é que fiquemos atentos para os que tentam usar situações como essa para tirar proveito e desmoralizar pessoas e famílias injustamente. Essa ação agora está sendo conduzida pelo Judiciário. Ninguém deve julgar e condenar sem que a justiça tenha se pronunciado.

Na visita que fiz aos detidos, vi que nenhum tipo de regalia está sendo permitida. Isso é o certo. Só está autorizada visita de advogados, eu mesmo só pude visitar na condição de senador. Os agentes merecem elogios pelo trabalho profissional que estão fazendo.

Ao mesmo tempo em que agradeço o respeito que tenho recebido, queria repetir algo que pratico na minha vida há muito tempo: prefiro sofrer uma injustiça do que praticar uma.

Temos que ser intransigentes contra a corrupção

Evandro Ferreira

Na última sexta-feira, quando ficou clara a extensão do estrago político e administrativo causado pela realização da Operação G-7 da Polícia Federal, o Governador Sebastião Viana emitiu nota deixando claro seu ‘direito de aguardar os devidos e plenos esclarecimentos dos fatos para adotar as medidas em defesa da ética e da função pública’. A nota se encerra afirmando que ‘enquanto não houver um juízo condenatório é justo fazer a defesa à integridade moral de secretários e técnicos de governo supostamente envolvidos em fatos tornados públicos’. A razão dessa posição do Governador se baseia no princípio de que não se deve condenar e punir antecipadamente acusados de malfeitos criminais, pois a presunção de inocência é um direito constitucional garantido a todos.

Essa reação era esperada, pois é praxe invocar tais princípios para evitar injustiças. Entretanto, ela passa para a opinião pública a impressão de que, excluídos os princípios citados acima, o Governador está querendo deixar clara sua lealdade aos seus auxiliares diretamente implicados no caso, e aos empresários que sempre apoiaram suas causas políticas. Isso foi reforçado com a decisão de não afastar temporariamente do cargo os ocupantes de funções públicas arrolados no imbróglio.

A partir desta segunda-feira, quando a confusão e o torpor causado nas hostes governamentais pela Operação G-7 já tiver passado, o Governador deverá tomar atitudes que demonstrem de forma inequívoca a sua defesa intransigente de valores e condutas morais corretas dos ocupantes de funções públicas na sua administração. A mais importante delas é afastar de imediato os ocupantes de cargos públicos arrolados nas investigações. Embora afastamento não seja sinônimo de demissão, a condenação moral dos envolvidos pela sociedade é inevitável. Mantê-los nos cargos não é uma alternativa viável, pois é inadmissível ter como colaboradores diretos servidores que foram ou estão presos por suspeita de terem cometido atos de corrupção.

Não ter afastado temporariamente de suas funções na sexta-feira passada os servidores arrolados no processo desencadeado pela Operação G-7 foi um erro cometido pelo Governador. A imagem de sua administração junto à opinião pública ficará mais comprometida nesta semana quando detalhes das interceptações telefônicas forem revelados. Esse é um fato de extrema relevância para as aspirações políticas do Governador e a prisão, especialmente dos ocupantes de cargos públicos, causa embaraço para os seus apoiadores e virou motivo de chacota para os seus inimigos políticos.

Se continuar a se entrincheirar em posição claramente defensiva, qualquer atitude relativa à investigação ora em curso a ser tomada pelo executivo estadual soará mais como obrigação resultante dos possíveis desdobramentos do processo judicial do que vontade de agir sem qualquer tutela para garantir que a investigação e o processo alcancem seus objetivos de condenar os malversadores de recursos públicos.

E o primeiro exemplo disso será a resolução da prisão preventiva dos servidores investigados. Não afastá-los em nome do princípio da presunção de inocência, como deixou claro o Governador em sua nota de esclarecimento, fará com que fiquem presos por alguns meses em razão da lerdeza dos procedimentos burocráticos policiais e judiciários. Por outro lado, nos próximos dias, quando as demandas de liberação judicial dos presos forem negadas de forma sistemática pela justiça, é possível que os advogados dos encarcerados façam um lobby junto ao Governador para que mude de idéia e os afastem de imediato para garantir a sua liberação.

Os advogados tentarão de todas as formas o relaxamento da prisão preventiva de seus clientes com as alegações de praxe: os acusados são primários, tem endereço fixo, ocupação trabalhista, etc. Entretanto, tudo será em vão se os mesmos, na condição de presos, continuem a ocupar os cargos públicos que supostamente usaram para cometer os atos ilícitos. Na jurisprudência a condição essencial para o alívio da prisão preventiva é o afastamento dos servidores. A prisão preventiva dos acusados foi tomada pela Desembargadora do caso para evitar que eles atrapalhem o andamento processo, ameaçando testemunhas ou destruindo provas, além de impossibilitar sua fuga. Mantidos nas suas funções, é improvável ocorrer o relaxamento da prisão preventiva.

Diante dessas opções não resta alternativa ao chefe do executivo que não o afastamento temporário dos servidores. É uma pena que quando isso for feito, a impressão que ficará para a opinião pública não será a de um ato moralizante, mas de favorecimento. É bom o Governador repensar sua assessoria política e jurídica que o deixou cair nessa armadilha.

Veja texto completo no blog Ambiente Acreano.

domingo, 12 de maio de 2013

Dona Zizi

Mãe Zizi

Rendo homenagem a uma das mulheres mais fortes que tive a oportunidade de conhecer: Ricarda Figueiredo da Silva ou simplesmente "Dona Zizi", minha mãe adotiva que, com muita dignidade, encerrou sua vida em 25 de janeiro de 2011, aos 89 anos de idade. Filha do potiguar João Dias Figueiredo com a filha de índios Maria Castelo Figueiredo, dona Ricarda criou 6 filhos e mais esse que vos escreve, "encontrado na cabeça de um toco". A ela devo tudo o que sou como pessoa de bem, e procuro sempre, apesar dos defeitos, honrar sua memória e exemplo. Eternamente grato.

Maria Virgínia

Mãe Virgínia 08

Minha mãe biológica. Estivemos separados a maior parte da vida, mas Deus nos proporcionou recuperar uma parcela do tempo perdido. Ela havia guardado todo o amor que não pôde me entregar nos anos de distância e separação. Chegamos até a nos desentender no difícil reencontro. Descobria naquele momento a origem da personalidade forte que carrego comigo. Hoje, levo comigo, além da saudade, muito ensinamento e compreensão da vida e do mundo. Coisas para mim muito desconhecidas antes de sua volta. Ela partiu para Deus em 13 de junho de 2008. Obrigado por tudo, MÃE!

Uma reflexão sobre o Dia das Mães

Angela Marcondes Jabor

Estamos na semana do Dia das Mães. Uma semana em que foram ao ar cenas de violência extrema, como o estupro cometido por um menor dentro de um ônibus, no Rio de Janeiro. Horror que vem na esteira de outros horrores com menores envolvidos, como o assassinato de um jovem na calçada de sua casa, na zona leste de São Paulo, e de uma dentista que, ainda viva, teve seu corpo incendiado pelos assaltantes que não se conformaram com o baixo saldo bancário da vítima...

Nessas tragédias do cotidiano, sempre penso nas mães. As mães das vítimas, em primeiro lugar. Nem consigo imaginar o quanto choram, o quanto sofrem. A mulher estuprada no ônibus é, ela própria, mãe de uma menina.

E as mães dos criminosos? São mães também, que certamente sentem a dor de verem seus filhos transformados em seres capazes de tamanhas crueldades! Pior ainda no caso dos menores de idade... Sei que muitos não devem ter família estruturada, mas outros têm, sim. Ou, pelo menos, têm mães e avós que os amam, e devem se perguntar onde erraram. Creio que, embora angustiadas, elas anseiem dar um futuro a eles – justamente a eles, que ceifaram os futuros de outros, mas a generosidade materna jamais irá renegá-los.

E nós, que a tudo presenciamos pela TV, pelos jornais, pela Internet, sentimos parte dessa dor. Como não ter empatia pelos nossos semelhantes que atravessam provações dessa magnitude? E como não pensar em como deve ser obscura e tortuosa a mente de quem não sente remorso, de quem não possui a mais nobre das qualidades humanas, que é a compaixão? Talvez, a dor desse vazio seja a maior de todas...

Creio que nunca precisamos tanto do amparo, do colo materno, como nesta semana, como neste Dia das Mães. Infelizmente, muitos de nós já não temos mais as nossas “mães verdadeiras”. Mas todos nós temos direito a um colo aconchegante, protetor: o colo de Kuan Yin.

É provável que você não conheça este nome. Eu também não o conhecia e, por muito tempo, fiquei sem saber que era Kuan Yin quem me consolava no desespero, me ajudava a encontrar forças quando eu precisava dar apoio a uma pessoa querida e me dava uma certeza profunda, inexplicável, de que a vida não acaba aqui.

Somos muito mais do que simples matéria. Kuan Yin, a mãe universal, divina e amorosa, assume diferentes nomes e descrições nas mais variadas tradições e culturas, mas no fundo ela é uma só – a essência feminina que nos fortalece, pacifica, alivia o coração. Vive ao mesmo tempo fora e dentro de nós. Ela é exterior em sua amplitude, eternidade e perfeição, mas sua centelha habita nossos corações. Abracemos Kuan Yin nesse Dia das Mães, e vibremos com seu amor infinito na sintonia do bem, da Justiça (não da vingança), do amor e do perdão.

Angela Marcondes Jabor é escritora, terapeuta reikiana e estudiosa do tarô. Autora de Kuan Yin – A Mãe Divina e Amorosa em Nossas Vidas (Ed. Ascend).

sábado, 11 de maio de 2013

Coca-Cola, obesidade e publicidade infantil

Marcelo Torres

Agências de notícias nacionais e internacionais e os principais veículos de comunicação do Brasil e do mundo informam nesta sexta-feira a decisão da Coca-Cola de não mais veicular propaganda voltada para crianças.

A Coca-Cola, que é tida como uma das “vilãs” mundiais da obesidade, anunciou na última quarta-feira uma série de medidas de prevenção e/ou controle da obesidade, em âmbito mundial. Uma das medidas é a de não mais fazer publicidade infantil.

O conjunto de ações, segundo a empresa, prevê a diminuição do nível de calorias de seus produtos, a informação do valor energético na frente das embalagens e o patrocínio a programas de estímulo a atividades físicas e práticas esportivas.

"A obesidade é o problema de saúde mais desafiador, que afeta praticamente todas as famílias e populações", reconhece Muhtar Kent, diretor da Coca-Cola Company, em nota oficial. "Nosso foco é tornar a empresa parte de uma solução para as grandes questões de saúde do século 21”, diz Marco Simões, vice-presidente da empresa no Brasil.

Apesar de divulgar que não vai mais focar no público infantil, alguns elementos da propaganda da empresa que atraem crianças vão continuar existindo, segundo a imprensa. Os tradicionais comerciais feitos com os ursos polares, por exemplo, não serão abandonados. A argumentação da empresa é de que essas peças não são voltadas diretamente para as crianças, mas sim para as famílias.

“Temos estudos que mostram que, em média, no Brasil, o refrigerante corresponde a 7% do consumo real diário de calorias das famílias”, afirma o vice-presidente da companhia no Brasil, Marco Simões. “Não é uma quantidade irrelevante, mas é pouca com relação ao total", argumenta.

Logo após o anúncio mundial da Coca-Cola, o Instituto Alana, entidade que atua na defesa dos direitos das crianças, e que faz parte do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), divulgou nota parabenizando a companhia pela decisão.

“O Instituto Alana vem por meio deste comunicado parabenizar o compromisso global da Coca-Cola  para o combate à obesidade, que inclui, entre outras medidas, o fim do direcionamento de publicidade a crianças de até 12 anos”, informa a nota oficial da entidade.

De acordo com o instituto, “o anúncio acontece em um momento de ampla reflexão sobre a responsabilidade empresarial em questões de impacto social”. Para a entidade, “a inciativa da Coca-Cola reconhece que as estratégias de marketing têm forte impacto nas decisões de consumo e que é preciso fazê-las de forma responsável”.
No Brasil, embora estudos e pesquisas revelem os efeitos da propaganda sobre as crianças, e apesar do avanço da obesidade infantil e de apelos e campanhas de centenas de entidades da sociedade civil, o mercado publicitário, as empresas anunciantes e os veículos de comunicação têm adotado sistemática posição contrária a qualquer tentativa de se regular a matéria.

Em todas as suas instâncias e conferências, o Consea tem deliberado insistentemente pela necessidade de se regular a publicidade de alimentos dirigida às crianças, por entender que estas formam um público vulnerável aos apelos da propaganda.

O documentário “Muito Além do Peso”, filme dirigido por Estela Renner e que foi exibido no Consea no final de fevereiro, mostrou o preocupante avanço da obesidade infantil no Brasil e no mundo, expondo de forma contundente a responsabilidade do Estado, família, escola, mercado publicitário, anunciantes e meios de comunicação.

“O Instituto Alana espera que o anúncio [da Coca-Cola] provoque uma reação em todo o mercado e que, de alguma forma, possa contribuir para uma revisão profunda sobre a conduta das empresas diante dos cidadãos, trazendo valores mais éticos e transparentes”, diz a nota da entidade.

Fonte: com informações de agências de notícias.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

50 anos e 8 meses

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O julgamento do estuprador e assassino confesso da garota Maiquele Nonato de Oliveira, Jaisson Moreira de Moura, o Pitbull, acabou há poucos instantes no Fórum de Xapuri diante de uma plateia ávida por justiça. A decisão dos 7 jurados, 4 homens e 3 mulheres, correspondeu de maneira plena ao sentimento da população: repulsa e não aceitação do crime covarde e cruel praticado contra uma criança de apenas 4 anos de idade.

A sentença proferida pelo juiz Luiz Gustavo Alcaide Pinto não foi menos categórica. “Não é crível que um ser humano possa agir de maneira tão covarde contra uma linda e meiga criança. Esse magistrado reprime a conduta desumana do condenado. Suplico a Deus, em um plano espiritual superior, que perdoe o sentenciado pelas suas crueldades praticadas aqui na terra contra uma angelical criança. Que Deus o perdoe”, disse.

Pitbull foi condenado às penas de 26 e 8 meses de reclusão pelo crime de homicídio qualificado; 12 anos de reclusão pela prática de estupro de vulnerável por conjunção carnal e 12 anos de reclusão pela prática de estupro de vulnerável com ato libidinoso diverso da conjunção carnal. A totalização das penas resultou na condenação do réu Jaisson Moreira de Moura a 50 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado.

O juiz Luiz Gustavo Alcaide Pinto manteve a prisão preventiva do condenado, que, segundo suas palavras, “se quiser recorrer da sentença deverá o fazer do cárcere, lugar que habitará pelas próximas décadas”. Como terá direito a pleitear progressão para o regime semiaberto depois de cumpridos três quintos da pena, Pitbull apenas será beneficiado pela lei de execuções penais depois de passar 30 anos na prisão.

O promotor de justiça Bernardo Fiterman Albano, que atuou na acusação do réu, sintetizou em apenas três frases o sentimento gerado na sociedade xapuriense pelo crime cometido por Pitbull naquele fatídico 19 de janeiro de 2013. “Naquele dia, toda a população de Xapuri se sentiu violentada. Naquele dia, todos nós morremos um pouco. Todos nós descobrimos a existência da maldade”, disse durante os debates.

No banco dos réus

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O julgamento de Jaisson Moreira de Moura, o Pitbull, 27 anos, está em andamento. Ele chegou ao Fórum de Xapuri às 9h25 desta sexta-feira, 10, sob forte esquema de segurança, e foi recebido por gritos de “assassino de criança”. Ele está sendo acusado de no dia 19 de janeiro deste ano ter estuprado e matado a garota Maiquele Nonato de Oliveira, num dos crimes mais estarrecedores e revoltantes da história do município.

A sessão do Tribunal do Júri, presidida pelo juiz Luiz Gustavo Alcaide Pinto, começou às 10h05 da manhã. O corpo de jurados, formado por 7 pessoas sorteadas entre 21 convocadas para o julgamento, ficou composto por 4 homens e 3 mulheres. O promotor de justiça de Xapuri, Bernardo Fiterman Albano, é o responsável pela acusação enquanto a defesa do réu está a cargo do advogado Marcos Maia Pereira.

O plenário da pequena sala das sessões do Fórum de Xapuri está completamente lotado, e do lado de fora há muita gente esperando uma oportunidade para assistir pelo menos um pedaço do julgamento. A Polícia Militar está fazendo o controle da entrada do público e apenas pessoas sentadas podem permanecer na plateia. Nenhum tipo de manifestação contra ou a favor do acusado é permitida no interior da sala de sessões.

A primeira testemunha a ser ouvida foi a mãe de Maiquele, Marinalva da Silva de Oliveira, 42, que se emocionou muito durante o depoimento. Ela solicitou ao juiz que Pitbull fosse retirado da sala antes que ela fosse ouvida. Marinalva afirmou que sua vida se transformou em uma agonia depois da morte da filha. Disse que vive em pânico e que os seus outros quatro filhos também enfrentam traumas psicológico pela perda da irmã.

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Do lado de fora do Fórum, uma multidão formada principalmente por mulheres e crianças pedem justiça. Horas antes do início do julgamento, uma passeata percorreu algumas ruas da cidade exibindo cartazes que pediam justiça e a diminuição da violência em Xapuri. Amigos e vizinhos da família da garota também estão presentes no Fórum aguardando o desfecho do julgamento que não tem previsão de horário para terminar.

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Cartazes com foto da pequena Maiquele exprimem saudade e pedem justiça em frente ao Fórum de Xapuri.