sábado, 31 de março de 2007

Coisa feia!

Como havia prometido, o prefeito Wanderlei Viana promoveu mais um espetáculo de baixaria ao seu melhor estilo e impediu, na manhã deste sábado, a realização do torneio de futebol do bairro Cerâmica, comunidade pobre, abandonada pelo poder público municipal e, agora, impedida de fazer aquilo que seria obrigação do prefeito: oferecer alternativas para a juventude no que tange à prática de esporte e lazer, como forma de manter crianças e adolescentes longe da ameaça das drogas.

Infelizmente, esse não é o pensamento do prefeito. O seu intuito é impedir que através de iniciativas próprias, a população mostre a sua insatisfação com essa administração absurda e desastrosa, que nada faz e nada deixa fazer. O prefeito, ao se comportar como um verdadeiro estorvo à vontade popular, ratifica a sua condição de político detestado por grande parte dos munícipes e indesejado por todos aqueles que idealizam uma cidade melhor, mais humana e mais tranquila, onde seus cidadão vivam com mais dignidade.

A justificativa infundada para a medida anti-popular foi a não solicitação, por parte dos organizadores, de autorização para realizar o evento no campinho que, segundo o prefeito pertence à Cerâmica Municipal. A verdade é que ele ficou enciumado em ver a comunidade mobilizada em torno de uma atividade organizada por uma pessoa que o processou por crime de racismo (Osvaldo Carlos de Oliveira). Wanderlei, que com base em suas atitudes, não aprecia gente de pele escura, na confusão, voltou a chamar Osvaldão de negro, em tom pejorativo e discriminatório. Mais um processo à vista.

Verdade é, que após mais de dois anos de ineficiência administrativa, descaso e vexames rotineiros do responsável maior pela balbúrdia em que se transformou o município, a população não sabe mais a quem recorrer. Se à polícia, ao juiz, promotor ou um pai-de-santo. Mais do que um "puxa-encrencas" contumaz e inconsequente, Wanderlei aparenta bem um encosto resistente à reza brava e banho de sal grosso.

haja paciência pra se aguentar mais dois anos de aperreio.

Bola fora

Menos de 24 horas depois de ser denunciado à polícia por causar um tumulto no Restaurante Tia Vicência, no centro de Xapuri, onde agrediu moralmente o gerente do estabelecimento que se recusou a vender fiado para a prefeitura, o prefeito Wanderlei Viana já fez por onde se envolver em outra confusão de conseqüências previsíveis.

Dessa vez o alvo do espírito irrequieto do prefeito é a comunidade do bairro Cerâmica, que diante da falta de incentivo da prefeitura às atividades de esporte e lazer, resolveu organizar por conta própria um campeonato de futebol a ser disputado em um campo de várzea, única área de prática esportiva da qual dispõe o referido bairro.

Após ouvir a propaganda volante pelas ruas da cidade convidando a população a prestigiar a abertura do evento na manhã deste sábado, imediatamente o prefeito encaminhou um documento aos responsáveis pelo campeonato informando que os mesmos estão proibidos de realizar a competição.

Não se sabe ao certo os motivos que levaram o prefeito a mais essa atitude inusitada, nem o grau de validade da decisão, uma vez que o campinho do bairro, de acordo com os moradores, não pertence ao município. E mesmo que venha a pertencer, NADA justifica mais essa sandice abominável.

Uma coisa é certa: Não será missão das mais simples enfrentar o ímpeto de uma quase centena de jogadores ávidos por uma boa ‘pelada’. Duvido que alguém se atreva a tal ousadia. Mas, em se tratando do ‘Carcará’, tudo pode acontecer.

É esperar pra ver no que vai dar.

sexta-feira, 30 de março de 2007

Destempero na pensão

Vítima de conspiração, alvo de intrigas da oposição, adorado pelo povo...

Para quem não conhece a trajetória do atual prefeito de Xapuri, Wanderlei Viana de Lima, e o resultado catastrófico de sua segunda experiência como administrador do município, bem que as atribuições acima - criadas por aqueles que são pagos para lhe amenizar a imagem de um típico nazi-fascista fora de época – podem levar os mais incautos a acreditarem que trata-se de um verdadeiro herói do povo, massacrado pela imprensa e perseguido implacavelmente por seus vorazes opositores.

O episódio ocorrido na última quinta-feira, no restaurante Tia Vicência, mostra que não é bem assim. Abespinhado por ter tido o crédito da prefeitura cortado pela pensão, que cobra meses de atraso no pagamento de alimentação fornecida ao município, o prefeito dirigiu-se até o estabelecimento e, de forma injustificavelmente agressiva, abriu o seu verbo já conhecido da pacata população da cidade e proferiu graves ofensas à honra e a moral do gerente do restaurante, Getúlio Bezerra da Costa, filho da Tia Vicência, em pleno horário em que pessoas inocentes saboreavam o seu almoço.

Segundo relatos do próprio Getúlio, além de insultá-lo de todas as maneiras que achou possível, Wanderlei prometeu vingar-se colocando a vigilância sanitária na “cola” do humilde restaurante que, entre outras pessoas não menos importantes, já recebeu a atriz Lucélia Santos e o ator Lima Duarte, o que nos faz acreditar que as pessoas que ali trabalham diariamente são preocupadas e compromissadas com a questão da limpeza e higiene do local, já que em virtude de receber, não de agora, pessoas famosas e turistas de vários lugares do mundo, têm a obrigação de zelar pelo nome e pela qualidade dos serviços que oferecem.

Mas a ameaça do prefeito, recheada de preconceito e abuso de autoridade, sugere que aqueles que ali trabalham são pessoas imundas, exercendo sua atividade por mera tolerância do poder público, sempre passível de uma fiscalização mais rigorosa, assim que se recusarem a atender aos caprichos do prefeito, ser superior, dono da cidade e da verdade. O fato mostra que o Sr. Wanderlei Viana não suporta ser contrariado, mesmo quando está evidentemente equivocado – a pensão não tem a obrigação de vender fiado para ninguém, principalmente para quem não é dado a honrar seus compromissos dentro dos prazos combinados.

A atitude do prefeito é caso de polícia e de justiça. Por isso o gerente agredido já registrou queixa na delegacia local e acionará o prefeito, segundo ele, no Juizado Especial Criminal por danos morais. É também mais um caso que comprova que ninguém cria ou inventa fatos para perseguir ou denegrir o prefeito. Ele mesmo, por sua conta e risco, se envolve em confusões absurdas, agindo por impulso, entregue aos seus destemperos que alguns acham coisa normal, até que os destemperos se virem contra os fiéis escudeiros do tiranóide.

A essa conduta extremamente irrecomendável, eivada pelo desprovimento de civilidade e marcada pelo alto grau de recorrência, o nosso sincero repúdio. São dezenas, senão centenas de ações judiciais, queixas na polícia, bate-bocas, vias de fato dentro da prefeitura e no meio da rua. Enquanto isso, a cidade largada, esburacada, mal-tratada. Tudo fato. Nada inventado. Invenção mesmo só de quem acha que o povo ‘adora’, no dizer de certos cupinchas e apaninguados, essa postura esdrúxula, sim, de quem não respeita, nem se dá ao respeito da população.

Chega de abuso!

José Cláudio Mota Porfírio*

O Walter Prado merece os aplausos da comunidade, da mesma forma que mereceu ao tão bem cumprir o desiderato de agente da segurança pública. Lembra-me, com certeza, a potência do chute que fazia a bola viajar a um palmo do chão. Quase indefensável. O homem é irrequieto desde sempre. Já buliu com os grileiros do Amazonas e descobriu manobras escabrosas. Já foi lá e veio cá, em poucos dias de mandato. E agora chega a hora e a vez do justiceiro - no bom sentido - fazer justiça.

A Companhia de Eletricidade do Acre necessita, sim, de alguém que ponha algum freio nesse seu intrépido ímpeto ganancioso. Os agentes que trazem a força e a luz cá pra dentro de casa descuidam do fato de que, aqui, moramos nós, humanos, alguns gordos, outros dietéticos, mas gente, de carne e osso.

Numa época em que estávamos de férias, em Florianópolis, a conta deu um salto tão espetacular que eu não pude pagá-la naquele fevereiro de 2005, e fui pro março, na pindaíba, apesar de o Senhor Lafaiete, nosso segurança, ter permanecido o mês todo sem acender um bico de luz, no dizer dele, porque é mais fácil observar o malfazejo que se aproxima... O homem mal acendia um porronca que espantava até cobra... Não lembrei que poderia recorrer ao órgão de defesa do consumidor. Puxei da grana, então, e paguei, sem reclamar, feito besta.

Depois, quando foram trocar os postes e fazer as instalações daquelas luminárias modernas da Nova Avenida Ceará, não se sabe ainda por artes de quais demônios endemoniados, a placa madrasta do meu luxuoso portão eletrônico foi pro pau. Dirigi-me, pois, àquele aglomerado humano onde dizem bem atender as vítimas da companhia de força e luz. Malgrado. A mocinha petulante - uma Rosinha qualquer - me disse que talvez fosse inútil montar o processo posto que eu jamais poderia provar que a culpa fora da Eletroacre. Desisti. Paguei duzentos paus ao Jair, expert em portões chiques. E, mais uma vez, não busquei os meus direitos de consumidor sempre ludibriado.

Estava agora mesmo a esperar a próxima manobra dos rapazes e moças que dão a luz. Mas nem esperei tanto. Conforme as explicações e/ou justificativas que correm mundo afora, as contas de janeiro em diante estão sendo cobradas segundo uma média que é feita com base no consumo de meses anteriores, posto que não há recursos humanos suficientes para as leituras dos relógios... E eu que me dane! Que pague o pato! Carrapato!

Então. O consumo da minha humilde vivenda ficava entre R$ 240 e r$ 250 nos meses que antecederam o apagão humano. A média ficaria, certamente, em R$ 247,50, a não ser que me tenha enganado o Malba Tahan. Muito pelo contrário, numa lógica lancinante e absurda, eles houveram por bem cobrar-me R$ 302 e R$ 317, nos meses de janeiro e fevereiro, respectivamente. Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Tira da alma dessas criaturas insanas a mediocridade que as leva a cometer atos tão despudorados. Ou eu devo ir ter com o Procon...

Sim, porque com a Brasil Telecom aconteceu algo do gênero picaresco - talvez de picareta - cômico se antes não fosse trágico. Fui ao Procon. De lá, segundo disse uma funcionária da telefônica, teria que recorrer às pequenas causas. Foi exatamente o que fiz. Estava de férias. Tinha tempo... Em uma semana, de Porto Velho me telefonaram dizendo que a linha já estava restabelecida, que houveram eles cometido um engano, que somos humanos para errar e continuar errando... E patati-patatá... Tudo bem. Numa boa. Só que o escrivão me deu uma dica legal. Pelo fato de eles haverem me cobrado o que não devia, estou a exigir uma indenização de R$ 7.000. Dinheiro que será doado a uma instituição que cuida de crianças gordinhas e saudáveis... Justamente a minha casa... Ora, pois!

É preciso reclamar, sim. Esses acólitos do capital não têm pena nem das mães deles que, no mínimo, já não usam energia elétrica ou telefone porque já não mais fazem parte desse vale de lágrimas e roubos à luz da noite clara iluminada pela Eletroacre nossa de cada manobra escusa nas esquinas dessa vida crassa.

Mas é conveniente observar que alguém da esfera federal, quem sabe o Fernando Melo, poderia dar ou emprestar algum eco para as palavras do Walter Prado de modo a fazer com que elas ressoassem no planalto central. A Aneel e a Anatel precisam ser conveniente acordadas para o bem do povo.

Não estaria eu a precisar de favores do nobre deputado. Bajular não faz parte do meu ofício ou da minha índole, muito pelo contrário. Quando elogio é porque uma espécie de clamor surdo quer reverberar para o júbilo dos homens de bem desta terra. Quando critico é porque alguma farofa azeda foi colocada na cumbuca das minhas relações sociais.

*Xapuriense e cliente da Eletroacre e Brasil Telecom.

quinta-feira, 29 de março de 2007

85 anos do Partido Comunista do Brasil

Uma ampla e variada gama de personalidades políticas e dos movimentos sociais compareceu ontem, dia 28, ao Senado da República. O auditório Petrônio Portela, com capacidade para 500 pessoas sentadas, registrou, segundo o Cerimonial, a presença de ao menos 600. A importância do evento justifica a lotação e a diversidade dos presentes: o PC do B completou dia 25, domingo, 85 anos de uma trajetória de luta pelo socialismo. A solenidade, promovida pelo partido, recebeu figuras importantes da política nacional, entre eles o vice-presidente, José Alencar.

A solenidade contou com a participação dos embaixadores de Cuba, Vietnã e Zimbábue, ministros, senadores, deputados federais e estaduais, e governadores, além da militância vinda de todo o país,

O Senador Acreano Tião Viana (PT) elogiou a capacidade do PC do B de mobilizar as massas, virtude que outros partidos de esquerda não tem. O entusiasmo do Partido, que o coloca na condição de jovem – apesar dos 85 anos – foi exaltado também na fala da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que disse não ter conseguido convencer a filha a se filiar ao PT, "mas o PC do B conseguiu", arrancando aplausos e gargalhadas da platéia que lotou as galerias e o plenário.

Clique na imagem e leia a matéria na íntegra.

Informante desinformado

Os informantes em Xapuri do jornal O Rio Branco levaram o matutino a publicar uma matéria digna do próximo dia 1º de abril na página on-line do diário referente à edição de ontem, 28 de março (clique aqui e leia). De forma confusa e equivocada, o jornal noticia que o delegado de Xapuri, Cleilton Ribeira, em entrevista, afirma que aguarda o resultado de exames residuográficos para prender o matador ou o mandante do assassinato do fazendeiro Alexandre Barbosa Eluan, que estaria solto por falta de provas.

A série de enganos começa pelo nome do delegado de Brasiléia, que chama-se Cleilton Videira (não Ribeira) e não trabalha em Xapuri. Depois, o principal suspeito do crime, Marilzo Fernandes (não Ferreira) de Souza, está sim, preso e aguardando julgamento na Penal. Ele foi indiciado no inquérito policial que apurou o caso e já foi denunciado pelo Ministério Público. A informação é do delegado titular de Xapuri, Alex Cavalcante. Para ele os indícios levantados pelas investigações foram fartos e suficientes para o indiciamento do acusado.

O delegado desclassificou a importância dos exames residuográficos como fator elucidativo do crime. "Em caso positivo, será apenas mais um elemento probatório".

Ele não soube informar o que levou ao jornal da capital publicar a informação distorcida. "O jornal não checou a sua fonte e deve possuir um informante muito mal informado", disse o delegado.

Leia a matéria completa sobre o indiciamento do acusado pelo assassinato de Alexandre Eluan no Portal ac24horas.

terça-feira, 27 de março de 2007

Lei do silêncio

Procurado nesta terça-feira (27) pelo repórter Joseni Oliveira para falar sobre a situação dos médicos que atuam no município, com relação à cobrança do registro pelo Conselho Regional de Medicina do Acre, o secretário municipal de saúde, Jéferson Matos, admitiu não poder prestar informações de interesse público, por força da portaria baixada pelo prefeito Wanderlei Viana em janeiro passado, que proíbe a funcionários e secretários conceder entrevistas a qualquer veículo de comunicação sem a sua prévia autorização.

Antes de ser um atentado ao princípio constitucional do direito à informação, a atitude tresloucada configura flagrante ato de desrespeito à liberdade de expressão e constrangedora exposição da imagem dos secretários, que amendrontados pelo autoritarismo desvairado do dirigente maior do município, optam por se calar diante da ameaça de serem exonerados de forma sumária dos seus valiosos cargos, dos quais parecem ser totais dependentes, e onde parecem estar mais por questões de retorno financeiro (proventos), que mesmo pela defesa da missão de prestar bons serviços à população.

É lamentável ver pessoas reconhecidamente sérias e respeitáveis, como é o caso do atual secretário de saúde, que já contribuíram tanto com o serviço público no município, se submeterem a esse tratamento degradante. Nada justifica esse absurdo. E a intimidação que gera subserviência não se limita apenas ao âmbito do poder municipal. Dias atrás até o gerente de endemias da Funasa, Élson Fadúl, preferiu não informar a população sobre o alto índice de insfestação predial pelo mosquito da dengue registrado na cidade. Apesar de não ser funcionário do município, o agente é subordinado à prefeitura, responsável pelas ações básicas de saúde.

A população de Xapuri está sendo cerceada no seu direito de se informar sobre o que acontece na cidade e na sua administração. Os únicos meios de informação utilizados pela prefeitura são uma TV que não informa, só acusa e insulta, um panfleto do tipo ventania, de teor difamante, cujo autor provavelmente se esconde de falcatruas do passado, e um blog, com perfil oculto, mas que possui algumas anotações subscritas por um jornalista vindo da capital (Arquibaldo Antunes), devidamente contratado para tentar justificar o injustificável. A expectativa é a de que com esse investimento em um profissional do ramo da notícia para assessorar a prefeitura, as informações comecem a chegar aos ouvidos do povo sem maquiagens.

Quem não deve não teme.

segunda-feira, 26 de março de 2007

O museu do Prezado

Em nenhum outro lugar, os visitantes de Xapuri vão encontrar tanta informação sobre a cidade como na Casa Kalume, antiga casa aviadora, localizada no centro comercial, que no século passado abasteceu grande parte dos seringais do município, na época, um dos maiores produtores de borracha do estado. O local passou a ser, nos últimos anos, um dos pontos da cidade de visita obrigatória para turistas, estudantes e pesquisadores.

Nos dias atuais, a Casa Kalume não "avia" mais os seringais, nem compra a produção de borracha, como fazia em épocas mais favoráveis do ponto de vista econômico em que a casa comercial chegou a enviar em um único carregamento, cerca de 200 toneladas de borracha para Manaus, com base em antigas guias de embarque, guardadas até hoje.

Aberta desde 1916, a antiga Casa Kalume foi transformada em um museu informal pelo paulista de Corumbataí, Antônio Assad Zaine, o "prezado", como é carinhosamente conhecido pela população da cidade. Às vésperas de completar 80 anos de idade, dos quais 53 são inteiramente dedicados a Xapuri, o velho prezado se tornou uma das figuras mais significativas para a preservação da história e da memória do município, onde é uma das pessoas mais populares e queridas.

Com uma dedicação incomum a uma pessoa da sua idade, ele conseguiu preencher o vazio deixado pela falência do modelo de atividade comercial baseada no sistema de aviação, que consistia na troca da produção da borracha por mercadorias, com a criação de um museu, onde estão reunidos elementos diversos da vivência do povo acreano, que organizados de forma cronológica, retratam a trajetória histórica da cidade, desde a ocupação pelos primeiros nordestinos que aqui chegaram, passando pela Revolução Acreana, até os acontecimentos mais recentes do cotidiano social e político da "Princesinha do Acre".

Entre poucas mercadorias e muitas histórias para contar, o senhor Antônio Zaine convive com um grande número de objetos raros, que vão desde rifles Winchester calibre 44, apelidados de "papo-amarelo", trazidos pelos grandes seringalistas durante a Revolução Acreana, espadas, instrumentos usados pelos seringueiros na extração do látex, artefatos de origem indígena, vasos vindos da Europa no início do século passado e, até mesmo, instrumentos de uso doméstico, como antigos ferros de passar à brasa, fogões de lenha e outros itens que denunciam o estilo de vida levado pelos nossos antepassados.

Outro acervo que chama bastante a atenção de quem visita o museu é o de recortes de revistas e jornais antigos que relatam o desenrolar dos acontecimentos políticos e sociais da cidade e do Acre, retirados das mais antigas publicações do estado. Algumas fotos raras mostram locais históricos da cidade de Xapuri ainda engatinhando, como por exemplo, a construção do Instituto Divina Providência, administrado pelas freiras da Ordem das Servas de Maria Reparadoras, em Xapuri, entre os anos de 1927 e 1971, referência educacional para toda a região norte, no século passado.

Como o espaço da casa comercial foi se esgotando, o senhor Antônio Zaine passou a utilizar o velho armazém de borracha e a casa da sua sogra já falecida, situada ao lado de sua residência, na Rua Dr. Batista de Moraes, para acomodar o crescente número de objetos que a cada dia passam a fazer parte do acervo que é formado, principalmente, por objetos antigos que foram abandonados por seus donos nos quintais das casas comerciais e residências localizadas na área mais antiga da cidade. Todo objeto antigo encontrado por um morador, transforma-se, nas mãos do "Prezado", em uma peça de museu.

O senhor Antônio Assad Zaine luta, atualmente, para conseguir apoio das autoridades estaduais para conseguir tornar oficialmente a Casa Kalume um museu, uma vez que mesmo sem praticar a atividade comercial de forma efetiva há vários anos, ainda recaem sobre o estabelecimento os encargos tributários referentes à empresa Abib Kalume e Cia. Ltda. Ele espera também que o governo do estado o ajude, através da Fundação Elias Mansour, a restaurar e adequar o espaço que ele considera inadequado para guardar tantos elementos relacionados à história de Xapuri e do Acre.

Uma história de amor e dedicação ao Acre

O paulista Antônio Assad Zaine chegou ao Acre no dia 09 de julho de 1954, segundo ele mesmo conta, a convite de seu primo Jorge Kalume, então futuro governador do Acre (1967-1971), para pescar. Ao aqui chegar se apaixonou pelas belezas da região e logo adotou a cidade como a sua terra de coração, onde constituiu família (casou-se com a Professora Déa Gomes, com quem teve dois filhos, o ex-vereador César Gomes Zaine e a professora Terezinha Zaine Sarkis) e estabeleceu-se definitivamente.

Trabalhou durante muitos anos na empresa da família Kalume, mas desde cedo já começou a se dedicar a guardar os registros da história da cidade e do estado que o proporcionaram a criar o Museu da casa Kalume ou o Museu do Prezado como muitos dizem, onde permanece, mesmo que informalmente, a escrever a história do município de Xapuri. Seu trabalho e dedicação a Xapuri e ao Acre já foram mostrados para todo em Brasil através do programa Repórter Record, apresentado pelo jornalista Celso Freitas.

domingo, 25 de março de 2007

Liga independente

Nessa última semana tomei conhecimento da intenção de alguns entusiastas do desporto municipal em fundar uma liga independente, nos moldes da antiga LXD – Liga Xapuriense de Desportos, extinta depois que a condução do esporte local – em especial o futebol – caiu nas mãos das administrações municipais a partir do final da década de 70. De lá para cá, o futebol e demais modalidades esportivas praticadas no município foram definhando ano a ano até chegar à atual situação em que pelo segundo ano seguido não ouve-se sequer boatos sobre a realização do campeonato xapuriense de futebol de campo.

O futebol xapuriense, que já foi um dos melhores do estado, senão o melhor, hoje sobrevive de campeonatos de várzea, realizados nos bairros periféricos, isso, quando a prefeitura não destrói os campinhos com a retirada de barro, passando com seus caminhões por dentro das áreas de lazer, como é fato nos bairros Cerâmica e Mutirão. Os atletas são os próprios organizadores, fazendo o papel de jogadores e dirigentes, contando apenas com o apoio de alguns poucos empresários e candidatos em época de campanha eleitoral. A participação do poder público é quase nenhuma.

A única competição esportiva de caráter oficial, realizada no ano passado, foi um campeonato de futsal, financiado pela Lei de Incentivo ao Esporte da Fundação Elias Mansour. O estádio Álvaro Felício Abrahão, antigo Góis e Castro, palco de grandes epopéias do futebol local - que não é nenhuma Arena da Floresta, mas seguramente é bem melhor que o velho José de Melo, do Rio Branco Futebol Clube - é utilizado apenas para a prática de ‘peladas’ matinais de jogadores “aposentados”.

No velho Góis e Castro desfilaram grandes nomes do futebol xapuriense, como Mário Mota, Vaisquerê, Dínes, Erivélton, Paulo Japonês, Penca, Ermínio (irmão do Dadão), Pirruchinha, Tadeu do Gia, Mirim e Curica (de acordo com opinião do Zé Cláudio Mota Porfírio, que foi contemporâneo desses jogadores). O Curica é tido até os dias atuais, por muitos, como o maior de todos. Chegou a jogar em Belém, e conta a história, que só não foi para o Fluminense por causa do alcoolismo.

Num tempo mais recente, se destacaram jogadores como Manduquinha, Pipiúna, Paulo Mocotó e outros que extrapolaram as fronteira do município, como Julinho Figueiredo, que jogou nas principais equipes de Rio Branco e chegou a jogar no Equador, e o garoto Geovane, neto do Sr. Zé Manduca, tradicional morador da cidade. Geovane passou por grandes clubes brasileiros como o Vasco da Gama (Rio) e Cruzeiro (BH), entre outros de menor expressão.

Clubes tradicionais do futebol local, como América, Vasco da Gama, Santiago, Brasília, além de outros que vinham da zona rural para participar do certame municipal, faziam das tardes de domingo em Xapuri, no estádio municipal, momentos de muita festa e muita torcida, que produziram algumas figuras emblemáticas do futebol xapuriense, como o Ai, ai, ai e a Chiquinha Jacaré. Advirto que essa última não aprecia o apelido, que só aqui publico pelo motivo de se tornar impossível citá-la de forma a que todos lembrem, sem a menção da alcunha que a tornou popular.

Mas, voltando ao tema que deu origem a este artigo, apesar de não ter a garantia de devolver ao nosso esporte os momentos de glória de um passado distante e, certamente, essa não a intenção, a possibilidade de criação de uma entidade independente para resgatar, pelo menos, o campeonato municipal e outras competições importantes pode trazer um novo ânimo para a juventude local, atualmente desprovida de opções. A idéia está sendo pensada pelo bancário Rubensleno Moreira e pelo Osvaldão da Cooperalto, mas deve ganhar adeptos e incentivadores, caso saia do embrião.

A discussão tem que ser ampliada e envolver o maior número de pessoas possível. Não somente atletas, mas, também, empresários, políticos (com ou sem mandato), funcionários públicos, torcedores, a própria prefeitura e o governo do Estado. O esporte tem que ser feito por quem entende de esporte e tem tempo e disposição para se dedicar a isso. O poder público pode ficar com a parte de destinar recursos, pagar despesas, administrar o estádio, se muito. E nada mais além disso.

Esse espaço está aberto para sugestões sobre o assunto.

Conferência discute o futuro da esquerda no Brasil

Visando levantar um amplo debate sobre o rumo da esquerda no Brasil, o Partido Popular Socialista (PPS) promove a Conferência Nacional Caio Prado Júnior (CCPJ), que pretende discutir com diversos setores da sociedade, independente de ideologia partidária, os novos paradigmas para a esquerda brasileira. O evento ocorrerá em julho, em local e data a serem definidos.

As discussões já estão sendo feitas na internet no site da CCPJ (http://www.ccpj.org.br/). Além disso, outros espaços na web foram abertos para que a participação dos interessados seja a maior possível. Uma equipe técnica está disponível para escutar sugestões e sanar dúvidas sobre a conferência.

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, explica que a conferência abordará temas como desenvolvimento sustentável, meio ambiente, questões urbanas e outros. “A idéia é que todos participem. Já temos confirmadas as participações de José Aníbal (PSDB), Luiza Erundina (PSB), Fernando Gabeira (PV) e Gustavo Fruet (PSDB)”, informou.

Assessoria de imprensa

Injeção de ânimo na impunidade

O colunista Josias de Souza, que assina o blog do Josias, na Folha on-line, denuncia que a Câmara está a ponto de aprovar um artigo incluso no Projeto de Lei Complementar número 358 que concede foro privilegiado a todos os políticos processados por atentar contra o erário público, mesmo aqueles que já não ocupam mais os cargos (leia).

Ex-prefeitos, ex-governadores, ex-ministros e até ex-presidentes da República serão diretamente beneficiados pela mudança. Se aprovado, o artigo significa, segundo o jornalista, um golpe de morte na Lei de Improbidade Administrativa, aprovada em 2002.

"Essa lei deu poderes a promotores estaduais e procuradores da República para processar gestores desonestos, submetendo-os ao julgamento de juízes de primeira instância".

"Aprovado-se o projeto 358, esses ex-administradores passarão a dispor de foro privilegiado. Ex-prefeitos só poderão ser julgados pelos Tribunais de Justiça. Ex-governadores, pelo STJ. Ex-presidentes e ex-ministros, pelo STF".

sábado, 24 de março de 2007

Fábrica de Camisinhas: máquinas já estão em Xapuri

Os equipamentos da fábrica de preservativos masculinos de Xapuri já estão na cidade esperando ser descarregados. As cinco carretas que transportaram o material chegaram nesse final de semana e foram recebidas com festa. A indústria que vai fabricar camisinhas para o Programa Nacional de DST/AIDS é, junto com a fábrica de tacos, a esperança da população para um futuro econômico melhor para o município.

O maquinário, que custou cerca de 5 milhões de reais, possui tecnologia alemã e foi importado da Malásia. São três máquinas de 35 metros de comprimento cada uma, que vão compor a linha de produção, e mais 6 máquinas para o chamado teste elétrico, procedimento que verifica de forma rigorosa se a qualidade dos preservativos está dentro dos padrões exigidos. Uma equipe de técnicos da empresa fabricante deve chegar a Xapuri na semana que vem para a montagem do equipamento.

De acordo com a diretora-técnica da Fundação de Tecnologia do Acre - Funtac, Tânia Guimarães, o processo de montagem dos equipamentos deve durar cerca de 45 dias. Depois disso, a indústria entrará em funcionamento experimental. A partir da metade de abril, a fábrica dará início ao recebimento da matéria-prima que está sendo produzida nos seringais.

Com inauguração prevista para o mês de maio, durante visita do presidente Lula ao Acre, a fábrica possui uma meta de produção inicial de 100 milhões de preservativos por ano. A fábrica de Xapuri será a primeira produtora nacional de preservativos masculinos no Brasil. Os 600 milhões que o país produz anualmente são fabricados por empresas internacionais.

Outro detalhe importante é que a fábrica de US$10,6 milhões, financiada pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, - produzirá os únicos preservativos do mundo feitos com látex extraído de uma floresta natural. Atualmente, o látex usado na fabricação de preservativos vem de plantações de seringueiras do Sudeste Asiático, nas quais utilizam-se pesticidas, herbicidas e outros produtos Agroquímicos.

Veja a matéria completa no ac24horas.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Maria Ferreira

A secretária da paróquia de São Sebastião, Maria Ferreira de Moraes, 27 anos, fez ontem, no programa Gente em Debate, da Rádio Difusora Acreana, o que muita gente em Xapuri tem vontade, mas, por medo, prefere calar.

Grávida de 8 meses, Maria Ferreira denunciou a precariedade do bairro onde mora, o Raimundo Hermínio de Melo, acusou a prefeitura de descaso e cobrou o governo do Estado a intervir na situação.

No último dia 20, ela quase teve sua casa invadida por ladrões. Chamou a polícia, mas essa só chegou muito tempo depois. A insegurança na cidade foi outra reclamação que a moradora fez ao repórter Luciano Tavares. Segundo ela, a polícia só anda nas ruas principais pelo fato das ruas do bairro não darem tráfego aos veículos, na maioria dos casos.

Procurado pelo repórter, o Capitão Denílson Lopes, comandante da PM em Xapuri, afirmou não considerar a situação de insegurança na cidade denunciada pela moradora. Segundo ele, todos os meliantes que são flagrados em delito são presos, mas, em virtude da fragilidade da lei, são soltos na outra semana e voltam a cometer crimes.

Em tom dramático, Maria Ferreira encerrou a sua participação no programa pedindo união de município e Estado para tirar a população de Xapuri do sofrimento.

quinta-feira, 22 de março de 2007

BNDES poderá emprestar mais R$ 300 milhões ao Acre

O Secretário Estadual de Planejamento, Gilberto Siqueira, anunciou nessa quinta-feira, durante a visita de técnicos do BNDES às fábricas de tacos e preservativos masculinos, que o governo do Acre pretende adquirir um novo empréstimo junto ao banco de desenvolvimento no valor de 300 milhões de reais para concluir as obras de recuperação da BR-364 e para dar prosseguimento aos investimentos do projeto de industrialização do vale do Acre. Segundo ele, o Acre apresenta até o final de abril uma carta consulta e dá inicio às discussões sobre a terceira fase de investimentos do banco no Estado.

Os técnicos estiveram acompanhados, além do secretário Gilberto Siqueira, de outros representantes do Governo do Estado, como o Secretário de Turismo, Cassiano Marques, e o presidente da Funtac, César Dotto. Eles visitaram os emprendimentos do projeto de desenvolvimento sustentável do Acre, financiados pelo banco na administração do ex-governador Jorge Viana.

Antes de se dirigirem a Xapuri, onde vistoriaram as fábricas de pisos e preservativos, eles visitaram a Federação das Indústrias do Estado do Acre, onde o presidente da instituição, João Francisco Salomão, fez um balanço da atividade industrial na região do Vale do Acre, a partir dos investimentos feitos pelo governo do Estado nos últimos 8 anos. Para ele, esses investimentos financiados pelo BNDES alavancaram a atividade industrial no Estado.

Os técnicos do banco passaram também pela sede da indústria Alcoverde, antiga Alcobrás, no município de Capixaba, que com cerca mil hectares de cana-de-açúcar plantados, tem a previsão de começar a produzir álcool combustível em maio de 2008, de acordo com o Secretário Estadual de Agropecuária, Mauro Ribeiro. Segundo ele, com relação à garantia de mercados para exportação, apenas na região dos estados do Acre, Amazonas e Rondônia existe uma demanda de 157 milhões de litros de álcool para serem explorados pelo Grupo Farias, que pretende aproveitar também a via de exportação oferecida pela Estrada do Pacífico.

De Xapuri, os técnicos se dirigiram para o município de Brasiléia, de onde partirão acompanhando a comitiva do governador Binho Marques na visita ao Peru, a partir de amanhã.

Parabéns, princesa: 102 anos de história

Três momentos distintos da história da cidade, que teve origem a partir da povoação ocorrida no local onde o seringalista João Damasceno Girão ocupou para formar seu seringal no ano de 1894.




NOTAS HISTÓRICAS

A região foi habitada por indígenas das tribos xapuris, catianas, moneteris e outras menos numerosas.

A excursão de Manuel Urbano da Encarnação à foz do rio Xapuri, em 1861, foi o início da colonização.

As terras, onde atualmente se localiza a Cidade, eram de propriedade do cearense Manuel Raimundo, sendo transferidas para João Damasceno Girão e Benedito José Medeiros, em 1894 e 1898, respectivamente.

Xapuri participou ativamente da independência do Acre, quando, em 1902, integrava o Território das Colônias, ocupado por autoridades bolivianas.

João de Dios Barriente, intendente, consultou os moradores para a organização da Junta dos Notáveis - Conselho Municipal. A 30 de março daquele ano, cinco representantes locais foram escolhidos para componentes do Colegiado.

Ao tomar conhecimento do teor do contrato de Aramayo ou Bolivian Sindicate, em 2 de junho, a Junta renunciou. Plácido de Castro, ciente do ocorrido, iniciou o movimento revolucionário, culminado com o ataque à Vila, em 6 de agosto, e domínio da situação. Foi proclamada a Independência do Acre, com a confraternização da população de Xapuri.

Em abril de 1903, quando chegaram as forças federais, a Vila se constituiu na Capital do Acre Meridional.

Foi elevada à categoria de Vila em 25 de agosto de 1904. Em 22 de março de 1905 foi considerada cidade, situada às margens do rio Acre. Xapuri tornou-se município pelo Decreto n° 9.831 de 23 de outubro de 1912. Foi instalado como município somente em 1° de abril de 1913.

Chamava-se Mariscal Sucre antes da Revolução Acreana.

Fonte: Biblioteca do IBGE.

Para ver mais sobre a aniversariante mais ilustre do dia, visite o blog 'Princezinha do Acre', editado pelo xapuriense Edinei Muniz.

quarta-feira, 21 de março de 2007

A união tem que fazer a força

O Presidente da Associação de Moradores do Bairro Hermínio de Melo, Ronnivon da Silva, propôs hoje pela manhã, em entrevista à Rádio Educadora 6 de Agosto, a união de todas as organizações comunitárias da zona urbana do município de Xapuri em torno de dois objetivos comuns: pressionar a prefeitura por medidas emergenciais relacionadas às condições precárias em que se encontram as áreas periféricas da cidade e cobrar do governo do Estado ações que minimizem o sofrimento de milhares de pessoas.

Ruas intransitáveis, esgotos a céu aberto, ausência de iluminação pública e falta de segurança são alguns dos principais problemas enfrentados pela população desses bairros. Mas pior do que todos esses problemas juntos é a falta de diálogo. Segundo Ronnivon, em dois anos frente à associação, jamais ouve um contato direto da prefeitura com membros da comunidade para discutir as necessidades do bairro Hermínio de Melo.

"A prefeitura está ausente e insensível às dificuldades diárias dessas pessoas. Precisamos de ações, pelo menos, paliativas, para melhorar a situação. O governo do Estado tem que interceder de alguma forma, já que o governador Binho Marques teve a resposta que esperava do povo de Xapuri nas últimas eleições”, disse o líder comunitário.

Ronnivon da Silva lembrou que um convênio entre governo estadual e prefeitura, em 2006, possibilitou o calçamento da rua que corta todo o bairro do Pantanal, até então um dos piores da cidade. O presidente acredita que essa deva ser a solução para grande parte dos problemas do município. Ele garante que abre discussão com outras lideranças em breve.

Resta aguardar para ver se, realmente, as comunidades de bairros se mobilizam em torno dessa questão. O que tem se notado é um misto de acomodação e medo de reivindicar direitos básicos. Consegue-se até reunir muita gente no âmbito das discussões, mas na hora da mobilização, praticamente todos arrumam uma desculpa e saem de fininho. Até a presidente da Associação de Moradores do bairro Bolívia, Genilza Jacó, se intimidou na manifestação do último domingo por que o marido é funcionário municipal. Dessa forma não se chega a lugar algum.

terça-feira, 20 de março de 2007

Fé e renovação

Um colono faz preces junto à imagem do padroeiro da cidade, São Sebastião, na praça que leva o nome do santo. As castanholas estão, sim, abrolhando novamente. Como a fé do homem simples do campo, a vida resiste e se renova. Ao fundo, as águas tranquilas do Rio Acre, em uma calma tarde do mês de fevereiro, descem no ritmo doce e lento com que mais um dia se passa.

segunda-feira, 19 de março de 2007

A cultura jogada no vaso


Esse é o alojamento de um dos maiores patrimônios da cultura do município de Xapuri, a Banda de Música Dona Júlia Gonçalves Passarinho. O nome homenageia a genitora de um dos mais ilustres xapurienses, o ex-senador, ex-ministro e ex-governador do Pará, Jarbas Passarinho.

Testemunha fiel dos mais importantes momentos da história da cidade desde de que foi criada, a 'Dona Júlia' há muito tempo não é tratada com o respeito que merece.

Depois ser de mandada de um lado para o outro em diversas administrações municipais, sempre se instalando em péssimas acomodações, a querida banda de música de Xapuri foi parar agora, talvez, no pior lugar de todos. As fotos dispensam as palavras.

Esse artigo não é uma crítica gratuita contra a atual administração, até porque essa situação não é recente. Aconteceu na administração passada e está sendo acentuada nesta atual gestão. O artigo é antes de tudo um apelo de profissionais que têm nessa instituição grande parte de suas vidas dedicada ao amor pela música e pela própria história e cultura de Xapuri. Aí nesse prédio abandonado e coberto pelo mato estão trabalhando pessoas conhecidas da nossa comunidade, com as mãos já calejadas pelo tempo, sem o prazer de verem seu amor e dedicação devidamente reconhecidos.

O banheiro do prédio é uma coisa ultrajante. Confesso que só acreditei porque vi as fotografias e deixo de publicar outras para preservar a dignidade desses profissionais que, além de serem obrigados a ensaiar as tocatas nesse lugar apavorante, enfrentam diariamente os riscos oferecidos pelas péssimas condições da rua e pela falta de iluminação no local. o prédio fica localizado na rua Deocleciano Lago, com fundos para a rua Dr. Batista de Moraes. Ao lado, fica a Igreja Adventista do 7º dia.

Para terminar, imaginem a seguinte situação: o Coronel Jarbas Passarinho retorna à sua terra de nascimento e deseja conhecer as acomodações da ilustre banda de música que leva o nome de sua querida mãe. Quem se habilitaria?

Bairro Bolívia pede socorro

Moradores do bairro Braga Sobrinho, ou Bolívia, como é comumente conhecido, se reuniram ontem em assembléia para discutir a situação de total abandono em que se encontra a principal rua e única via de acesso àquela comunidade.

Praticamente intrafegável até mesmo para quem anda a pé, a rua mais parece uma estrada vicinal mal conservada em época invernosa. Caminhões caçambas de empresas que transportam barro e areia são os principais responsáveis pela destruição.

De acordo com as informações da associação de moradores do bairro, a prefeitura tem se eximido da responsabilidade com a manutenção da rua, atribuindo ao DEAS – Departamento Estadual de Águas e Saneamento a obrigação de recuperar os danos que teriam sido provocados pelas obras de implantação da rede hidráulica da nova estação de tratamento de água. O DEAS nega.

Diante do dilema, a população sofre, a exemplo da grande maioria das áreas periféricas da cidade, entregues à própria sorte. No caso da Bolívia a situação é mais grave, pois além da lama, há a ameaça de desmoronamentos de algumas casas localizadas próximas ao barranco do rio.

Os moradores, segundo o secretário da associação comunitária, Jorge Camargo de Souza, iriam bloquear a rua na tarde deste domingo, mas findaram deliberando por mais uma vez tentar dialogar com a prefeitura. Caso não tenham suas reivindicações atendidas, fecharão a já praticamente intransitável rua do bairro.

Um abaixo-assinado estará sendo encaminhado ao Governo do Estado pedindo providências quanto à responsabilidade do DEAS na situação. Veja o quadro:





























domingo, 18 de março de 2007

É pra rir ou pra chorar?

Depois de ler as lorotas escritas pelo jornalista Archibaldo Antunes, viúva desvalida do Márcio Bittar, que transformou, ao que parece, um fim de semana em Xapuri em estadia permanente, impossível não fazer alguns comentários sobre uma hilariante entrevista montada por ele com o prefeito Wanderley de Lima, seu novo patrão. Compreensível a tentativa de melhorar a imagem desgastada do chefe do executivo municipal ao mesmo tempo em que faz um pé de meia na terra mais acolhedora do mundo. Agora, querer fazer alguém engolir essa conversa fiada de vítima de conspiração é de fazer ‘morrer de rir’ até o Narciso Mendes.

Não achando bastante afirmar que seu amo esbanja carisma no trato diário com a população, com quem mantém relação inabalável de afeto e adoração, disparata que a biografia de Viana poderia render livro para figurar com destaque na literatura de auto-ajuda. Asneira maior, só o tal levantamento que aponta o prefeito como favorito à reeleição. Não podia deixar também, de pintar o chefe de vítima da vida e das circunstancias adversas, comuns a qualquer vivente de origem pobre. Catou lixo, vendeu picolés, engraxou sapatos e, acreditem, morou no Papôuco, comeu cascas de banana, virou prefeito. Um verdadeiro dramalhão mexicano.

Eis a entrevista do super-hiper.bem-humorado.archibaldo.com.br:

A imprensa xinga, mas o povo adora

Archibaldo Antunes

O atual prefeito do município de Xapuri, Vanderley Viana de Lima (PMDB), é disparado o político mais achincalhado na imprensa acreana. Segundo ele, as versões publicadas quase nunca correspondem aos fatos, o que o leva a crer que por trás das “notícias” há sempre uma conspiração.

Divorciado, pai de três filhos (Priscila, Moisés e Raiana) possui formação de Técnico Agropecuário obtida em Cabrália Paulista (SP). Professor da rede estadual e autor do livro “Xapuri, nossa história”, Vanderley esbanja carisma no trato diário com os moradores do município – uma relação que nem mesmo as “arengas” jornalísticas conseguem abalar.

Ex-vereador (1982-86) e prefeito entre 86 e 89, ele ocupa a cadeira mais cobiçada do interior acreano, pela repercussão que Xapuri obteve no mundo após a morte de Chico Mendes. Herdeiro da administração petista que arrasou a cidade, o atual prefeito tem se ocupado em reconstruir o que realizou na década de 80.

Nascido em uma família de cinco irmãos, da qual foi também “pai e mãe”, Vanderley ostenta não só um currículo de importantes realizações políticas, como histórias que caberiam em um livro de auto-ajuda. Filho de mãe alcoólica, ele vendeu picolé, catou lixo e engraxou sapatos (entre seus clientes figurava o coronel Fontenele de Castro). Morou no bairro do Papôco e comeu casca de banana para sobreviver. Na avó, Francisca Viana Nery, encontrou a entusiasta incentivadora de seus estudos, já que a mãe achava perda de tempo ocupar-se com lápis e papel.

“A elite política acreana, por mais que tente, não consegue me desmoralizar”, afirma o prefeito de Xapuri, amparado em levantamento que aponta seu favoritismo como candidato à reeleição em 2008.

Existe uma campanha orquestrada, via imprensa, contra o senhor?

Vanderley de Lima – Existe uma campanha não da imprensa, mas de pessoas que agem por trás dela, sempre mal-intencionadas. Xapuri é um município muito cobiçado, pelo que se transformou em anos de publicidade no Brasil e no exterior. Como em oito anos de mandato petista não há muito que mostrar a não ser escândalos e degradação, meus adversários vivem de plantar notícia falsa contra mim. Querem me transformar num monstro que as pessoas daqui sabem que não sou.

Um colunista da capital escreveu que uma vez iniciadas as gravações da minissérie “Amazônia” em Xapuri, o senhor colocaria os atores pra correr. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

VL – Só se pode responder a um absurdo desses tratando com respeito a equipe da Rede Globo, que me procurou, acompanhada pelo secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, João César Doto. Todos, aliás, que vêm a Xapuri em missão oficial recebem tratamento respeitoso e saem com uma outra imagem do prefeito. O diretor de produção da minissérie, Pedro Vasconcelos, foi bem recebido na prefeitura quando veio anunciar as gravações. Os atores também foram tratados assim. Mandei publicar decreto oficial declarando hóspedes oficiais do município todos os profissionais que estiveram aqui no início da semana. As pessoas com maior destaque foram homenageadas pela prefeitura com estatueta e medalha de honra ao mérito. Foi uma forma de expressar nossa gratidão pela importância do resgate cultural que essa gente está fazendo em Xapuri.

O senhor falou que em oito anos de mandato petista em Xapuri não há o que mostrar além de degradação e escândalos. Poderia explicar melhor essa afirmação?

VL – Houve muitas irregularidades na prefeitura do PT, atestadas pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Assim que assumi o governo municipal, fiz registrar na delegacia de polícia o estado em que os prédios administrativos foram deixados, com documentos oficiais espalhados pelo chão, alguns estragados. Herdamos mais de 500 mil reais em dívidas de energia elétrica, parceladas junto à Eletroacre. Meu antecessor também não fez os depósitos relativos ao FGTS, a prefeitura perdeu o crédito no comércio por conta das dívidas e o salário de dezembro de 2004 não foi pago. Em 2001 incendiaram o prédio da prefeitura para acobertar outros indícios de corrupção, além dos que já foram atestados pelo TCE, referentes à prestação de contas do ex-prefeito Júlio Barbosa. O promotor e o delegado que investigavam o caso foram afastados e nunca mais voltaram. Em oito anos de mandato, o PT não fez sequer um metro quadrado de pavimentação, sendo que veio dinheiro para fazer o serviço em duas ruas. Exemplificamos com a rua da Goaiaba, bairro da Bolívia, e a rua Childerico Maciel. Os recursos sumiram, e os moradores não receberam o benefício. Nós, sem apoio do governo do Estado, estamos fazendo a nossa parte, calçando ruas com tijolos que saem da olaria mantida pela prefeitura. Em dois anos e três meses alguns quilômetros de pavimentação beneficiaram pessoas que antes viviam com os pés na lama. Esse trabalho também gera renda para 34 famílias, só na olaria.

Por falar nisso, quais as principais melhorias que sua administração realizou em dois anos?

VL – Investimos mais de 130 mil reais em iluminação pública, construímos o Centro Cultural Caleb Nascimento Mota, próximo à Rodoviária, com quadra de areia, arquibancada, palco para apresentação de espetáculos e espaço de leitura. Ali também funciona o Centro Tecnológico de Informação e vai funcionar o Centro Comercial de Artesanato, a ser inaugurado no dia 22 de março. Na zona rural construímos aproximadamente 12 pontes, recuperamos 60 km de ramais e abrimos outros 30 km; doamos sementes selecionadas, casas de farinha e beneficiadoras de arroz ao homem do campo. Também erguemos postos de saúde e escolas, além de termos implantado a telefonia em alguns locais de difícil acesso. Melhoramos as acomodações dos taxistas do município, bem como os pontos de ônibus, em respeito aos passageiros.

O senhor critica a administração do PT por ter levado muito tempo para fazer quase nada. Dê um exemplo de como o seu governo, em apenas dois anos e três meses, pode ser mais eficiente.

VL – Em oito anos de mandato, o ex-prefeito do PT construiu quatro escolas, sendo que uma delas desabou, e só não matou alunos porque a graça de Deus concedeu que o desmoronamento acontecesse num fim de semana. Em apenas dois anos de mandato, a gente conseguiu construir 12 escolas. Também fizemos cortes de gastos, porque assim sobra dinheiro pra trabalhar. Na administração passada o custo mensal do combustível era de 40 mil reais. Agora nosso gasto é de no máximo 16 mil reais por mês. Também suprimimos o excesso de viagens e de diárias. Nesses primeiros três meses, recebi quatro diárias, enquanto o prefeito do PT chegou a receber 20 diárias por mês, o que é irregular, já que a Constituição Federal não permite que um prefeito fique mais de 15 dias fora do município.

Sua campanha a prefeito de Xapuri foi humilde, ao contrário da campanha do candidato Raimundão, do PT. A que o senhor atribui a vitória?

VL – A população se cansou de oito anos de peia, de descaso e ineficiência. Com toda a perseguição, meu nome permaneceu na memória do eleitor pelo trabalho que fiz na prefeitura, entre 1886 e 1989.

Como o senhor avalia a atuação da oposição ao PT acreano?

VL – Falta humildade à oposição. E senso coletivo. Os partidos de oposição só se preocupam em se unir em época de eleição. Em torno da candidatura de Marcio Bittar (PPS) não houve consenso, com cada candidato da coligação preocupado apenas com a sua campanha proporcional. Foi uma pena, porque Marcio tinha boas propostas, principalmente pra saúde e a agricultura.

A imprensa de vez em quando publica notícias negativas sobre o seu comportamento. O senhor é mesmo um homem “brigão”?

VL – Brigo pra manter o município limpo, pra que sobre recurso para as obras, pra que meus secretários trabalhem o máximo possível, em respeito ao dinheiro do contribuinte. Não sou prefeito de brincadeira, tenho muitas responsabilidades e poucos apoiadores. Minha campanha tinha como slogan “prefeito de verdade”, portanto, estamos cumprindo. Administrar muitos problemas com pouquíssimas verbas gera nervosismo, não tem jeito. Antes eu chamava a atenção dos munícipes que jogavam na calçada o lixo do quintal, que deixavam soltos nas ruas os animais de grande porte. Mas tenho tentado mudar isso, porque algumas pessoas não entendem que minha briga é pra melhorar cada vez mais o município, e assim estavam ficando ressentidas comigo.

O senhor é sempre visto capinando rua entre os garis da prefeitura. Isso é marketing?

VL – Não, é meu jeito de ser. Não paro quieto no gabinete, porque meu lugar é na rua, fiscalizando obras, exigindo providências e consultando os moradores. Tudo que tenho foi conseguido com muito trabalho, e o cabra, por mais que não goste de mim, tem que admitir que não faço corpo mole. Minha infância foi dura, passei fome, vivi meses do lixão do Aleixo, em Manaus. Só consegui estudar porque minha avó interferiu, já que minha mãe, que gostava de beber, preferia me ver trabalhando pra sustentar meus quatro irmãos. Pra mim nada na vida foi fácil, nada caiu do céu. Se hoje sou prefeito de Xapuri pela segunda vez é porque a população sabe que trabalho muito. Espero, nestes dois anos que nos restam de mandato, poder contribuir muito mais com a população de Xapuri, apesar de não receber apoio do Governo do Estado. Mas não ligo pra isso. O povo que me julgue.

  • Vale lembrar que ao "melhorar as acomodações dos taxistas do município", o prefeito provocou uma grande revolta entre os profisionais do volante que apoiaram maciçamente a sua candidatura e em troco foram expulsos da praça da Estação Rodoviária e mandados para um quiosque de não mais que 2 metros quadrados. Os taxistas proclamaram o prefeito traidor em nome de um acordo feito na surdina com a empresa Real Norte, através do qual a empresa obteve exclusividade no uso do espaço público, e que tinha como uma das condições a retirada da concorrência das proximidades do local. O prefeito assim o fez. Mais detalhes, contatar o presidente do Sindicato dos Taxistas Gean Fadúl (9972 2585).

sábado, 17 de março de 2007

Contagem regressiva

Faltando menos de dois anos para as próximas eleições municipais, as especulações em torno dos nomes dos prováveis candidatos a prefeitura de Xapuri já começaram. Algumas candidaturas já foram até anunciadas. Uma das quais, pelo próprio pretendente, o atual presidente da Câmara de Vereadores, Ronaldo Cosmo Ferraz, que afirmou a sua intenção em disputar o cargo no programa Espaço do Povo, veiculado pela Rádio Educadora 6 de Agosto, no início desse ano. Mesmo sem partido desde que se desligou do PT, no início de 2006, Ronaldo Ferraz garantiu que se filiará a uma sigla ainda não definida e que será candidato mesmo que isso signifique contrariar os planos do seu grande aliado político, o prefeito Wanderley Viana, que ainda não comenta publicamente (por enquanto) se é candidato à reeleição.

Outra candidatura anunciada, mas dessa vez pela imprensa, é a da filha de Chico Mendes, Elenira Mendes, presidente da fundação e do instituto que levam o nome do sindicalista. Elenira é jovem, conseqüentemente inexperiente, mas aparenta ter a determinação do pai quando o assunto é administrar a cidade onde o líder seringueiro viveu e morreu, depois de colocar o mundo a par do que por aqui acontecia na década de 80. Formada em administração, aos 22 anos, casada e já mãe, Elenira poderá configurar uma alternativa nova, diferente do que até aqui se viu em termos de perfil de candidatos que já se submeteram ao crivo do eleitorado xapuriense. Se confirmar a pretensão, o grande obstáculo a ser superado pela filha de Chico Mendes é uma possível objeção de alguns setores do Partido dos Trabalhadores, ao qual é filiada, que costumam ser conservadores e resistentes quanto ao surgimento de novas lideranças.

Por outro lado, o grande trunfo de Elenira, o legado do seu pai, já possui muitos donos em Xapuri. As candidaturas do ex-prefeito Júlio Barbosa e do ex-vereador de quatro mandatos, Raimundo Mendes de Barros, o Raimundão, primo de Chico Mendes, foram todas ancoradas na história de resistência social liderada pelo seringueiro, isso sem falar em outras candidaturas mais distantes no tempo. Dentro do Diretório Municipal do PT em Xapuri, toda cogitação sobre nomes ecoa como precipitação. A cúpula do partido, escaldada com a última derrota para o homem do cotôco, estuda nas minúcias, as alternativas que atualmente são consideradas. De concreto, ainda não há nada. Mas já soam pelos bastidores alguns nomes mais cotados a sobressaírem entre os demais e figurarem brevemente no rol dos candidatos a candidatos.

O ex-prefeito Júlio Barbosa, às voltas com os problemas da sua prestação de contas do ano de 2001, recusada pelo Tribunal de Contas do Estado, e que estará sendo votada na próxima terça-feira, dia 20, na câmara, vê diminuídas suas, talvez não assumidas, pretensões em ser o candidato da vez. O candidato derrotado das últimas eleições municipais, Raimundo de Barros, possui o respaldo da boa votação obtida na eleição para a Assembléia Legislativa, quando dividiu os votos do partido com o professor Ermício Sena, candidato lançado pelo diretório. Raimundão também conta com o prestígio de quem obteve a metade dos votos válidos do último pleito local, quando perdeu para o atual prefeito por apenas 153 sufrágios. Tem a desvantagem de ter sido imposto como candidato pelo governo estadual passado, opinião que é aceita por grande parte dos petistas xapurienses.

Surgem com mais força, até agora, os nomes do Engenheiro Agrônomo Francisco Ubiracy Machado de Vasconcelos e do Secretário Adjunto de Saúde, Sérgio Roberto, coordenador da campanha vitoriosa do governador Binho Marques em Xapuri, nas últimas eleições estaduais. Ambos os nomes são bem aceitos pela comprovada capacidade técnica e experiência política adquirida nos longos anos de militância oposicionista e nos últimos oito de participação na administração petista no governo do Estado. É possível até, que os dois componham a mesma chapa. Resta saber de que forma os dois nomes serão recebidos pela população. Ubiracy não é da cidade, apesar de aqui ter vivido os últimos 8 anos, praticamente. Sérgio Roberto é filho da terra, do João Mucuím e da professora Nadir, mas está fora de Xapuri, efetivamente há mais de 15 anos, como se isso tivesse alguma importância significativa para o currículo de um prefeito. Porém, em se tratando de eleitorado xapuriense, alguns preceitos antigos ainda são fielmente cultuados por aqui.

Da parte do PSB, um dos principais aliados da Frente Popular, o racha com o PT em âmbito municipal nas próximas eleições é praticamente certo. Não é de hoje, algumas das principais lideranças do partido sonham com o cargo maior da administração municipal. O maior postulante da militância do partido é o atual primeiro secretário da câmara, vereador Erivélton Soares. Seu favoritismo, porém, passou a ser dividido com o suplente de Deputado Estadual, Manoel Moraes de Sales, ex-petista, que se filiou ao PSB para concorrer à Assembléia Legislativa. Apesar de não ter conseguido a sua eleição por muito pouco, Manoel Moraes saiu fortalecido pelos mais de três mil votos obtidos, o que o credenciou à condição de candidato natural do partido às próximas eleições, caso o PSB confirme candidatura própria.

Manoel Moraes tem contra si o envolvimento do atual presidente do seu partido Wágner Soares Menezes e o seu cunhado e coordenador de campanha, Pedro Leite Silva, o Tarauacá, em um possível crime de compra de votos para a sua campanha nas últimas eleições. Wágner Menezes e Pedro Tarauacá foram presos pela juíza eleitoral Zenair Ferreira Bueno Vasques Arantes na véspera das eleições com farto material irregular de propaganda e quase mil reais em espécie de forma fracionada, ou seja, em pacotes organizados por notas, numa clara indicação, para a juíza, que o dinheiro estava sendo usado para a compra de votos. O fato surtiu o efeito de uma bomba e a eleição de Moraes pode ter ido por águas abaixo com o escândalo. Somando-se a isso, o empresário tem estado afastado do contato com a cidade e a população nos últimos tempos. A falta de experiência política ou o seu mau assessoramento tem diminuído o seu suposto favoritismo provocado pela euforia de sua militância no calor da campanha eleitoral.

Considerando-se uma possível candidatura à reeleição do prefeito Wanderley Viana, o que acredito que deva ocorrer, qualquer prognóstico seria precipitado. Primeiro, naturalmente, porque ainda faltam quase dois anos para o fim do seu desastroso mandato. Depois, pelo fato de que os piores predicados e atitudes que envergonhariam o pior dos indivíduos, não foram suficientes para fazer o povo perceber que estava entrando, não numa canoa, mas num verdadeiro transatlântico furado. Wanderley é uma velha raposa. Apesar da aparente demência, é habilidoso na arte de ludibriar, persuadir e de se ‘vitimizar’. É mais perigoso quando parece estar morto, metaforicamente falando, é claro, pois foi da sepultura política que saiu para assombrar o município como se fosse uma espécie de zumbi investido de mandato.

Agora, é preciso analisar que tipo de apoio ele teria, já que após ser eleito, traiu e enxotou a maior parte dos seus apoiadores e financiadores. Acoitou um dos seus adversários de partido, o atual Secretário de Educação, José Everaldo Pereira, afastado da Secretaria de Estadual de Educação por denúncias de irregularidades na gestão da escola de Educação Infantil Latife Zaine Kalume, motivo pelo qual foi alvo de processo administrativo. A entrada de José Everaldo Pereira na equipe foi motivo de discórdia entre o prefeito e as principais lideranças do partido, como a professora Marilza Socorro, ex-presidente da Comissão Permanente de Licitação e o atual presidente do Diretório Municipal do PMDB, Francisco Damião Bispo, que chegou a trocar sopapos e bofetes com o prefeito em pleno pátio da prefeitura.

Houve, enfim, uma grande debandada de apoiadores e aliados. Até o “guia” do prefeito, o empresário Narciso Mendes, parece ter fechado o canal para os discursos verborrágicos e prolixos, através da TV Rio Branco. A audiência da emissora até caiu com o fim das apresentações hilárias e patéticas ao vivo e a cores. Wanderley perdeu também o apoio do Deputado Chagas Romão e do Senador Flaviano Melo. Procurado pelos dois então candidatos na eleição última, o prefeito negou apoio aos antigos aliados e apostou as fichas no casal Mendes. Ganhou uma carona para Manacapuru.

Por fim, a avaliação do povo, que é a que mais importa, pode ser medida pelo contato com as pessoas nas ruas da cidade e através das reclamações via programas radiofônicos, por meio do que se percebe, no atual momento, um alto grau de insatisfação com a administração que não conseguiu oferecer nada de novo à população porque se negou a dialogar e fazer parcerias com o governo do Estado. É raro encontrar alguém, por mais otimista que seja, que aposte algum vintém na possibilidade de Viana se reeleger. Mas é bom lembrar que em 2004 também era assim. Quando se lançou candidato, passando por cima de tudo e de todos, ninguém acreditou nas suas chances. Dizem até, não garanto a veracidade da informação, que alguns petistas comemoraram com fogos de artifício a definição do seu nome.

Por essas e por outras, convém não arriscar palpites. Além do que, até as eleições, muita água ainda vai passar por baixo da ponte.

Pensando bem...

Culpar o ex-governador Jorge Viana pelo abandono em que se encontra Xapuri é ser simplista. O Estado fez investimentos inegáveis na sua alçada dentro do município. Restaurou praticamente todos os prédios públicos estaduais nos últimos dois anos, das escolas ao hospital, gerando empregos, firmou convênio para o calçamento do bairro Pantanal, única obra louvável dessa atual administração, do ponto de vista de benefício real à comunidade, que contou também com recursos de um projeto herdado da administração passada, junto ao Ministério da Integração Nacional.

Por outro lado, é verdade que o programa de melhoria de ramais do Governo do Estado fracassou, inclusive, hoje, está prejudicando o andamento do programa Luz para Todos, por causa da dificuldade de acesso às comunidades de áreas localizadas dentro da Resex-Chico Mendes. É consenso, também, que muito mais poderia ter sido feito por Xapuri no último biênio. Mas essa culpa não pode ser atribuída apenas a Jorge Viana, como tem ocorrido. O tal preconceito alegado pelo prefeito é fruto da sua decisão de se opor, em nome de valores mesquinhos, a uma política de boa vizinhança com o governo do Estado. Tempo e oportunidades para isso, ele certamente teve.

As fábricas de tacos e camisinhas já estão começando a gerar os primeiros empregos. Isso são investimentos que não podem ser negados. Se os empreendimentos vão dar certo no futuro, isso é outra história a ser contada, agora, se houve preconceito foi com o prefeito que sempre estufou o peito com arrogância em vez de estender a mão ao entendimento. Uma mútua relação em prol da cidade só poderia ser possível através do interesse igualmente recíproco das duas esferas administrativas. Isso, infelizmente não foi possível, mas quem sabe, Binho Marques não muda essa história e adota, como prometeu em campanha, o município como uma das prioridades do seu governo.

Para que isso ocorra, porém, é preciso que se baixe a guarda. Ao invés de dar asilo a refugiados do fracassado grupo do ex-candidato ao governo Márcio Bittar, derrotado por goleada nas últimas eleições, que vêm para Xapuri colocar lenha na fogueira e acirrar ainda mais os ânimos, o prefeito Wanderley Viana deveria se recolher a um comportamento mais brando e abrir as portas da sua prefeitura para o diálogo franco. O governo, por sua vez, deve entender, e com certeza isso o governador Binho Marques entende muito bem, que o povo, o maior prejudicado com a situação, não tem culpa das divergências político-partidárias que alimentam discórdias em Xapuri desde longa data.

sexta-feira, 16 de março de 2007

MPE: Eletroacre pode compensar consumidor

A promotora de defesa do consumidor, Alessandra Garcia Marques, abriu um inquérito contra a Eletroacre para averiguar a emissão irregular das faturas de fevereiro que foram calculadas com base em contas anteriores.

A decisão da abertura de uma investigação está no Diário Oficial do Estado do último dia 12, afirmando que o consumidor não é o responsável pela medição da energia, trabalho que deve ser executado pela empresa prestadora do serviço.

Segundo a alegação da promotora, a cobrança deve ser realizada de acordo com o valor real de consumo.

“Se não consegue fazer a leitura, deve a empresa cobrar a tarifa mínima e, em seguida, ao retornar a leitura, cobrar o restante sem penalizar o consumidor, que não é responsável pela leitura”, argumentou a representante do MPE na publicação.

Na portaria, a promotora também afirmou que o a cobrança pode ser considerada abusiva e que o consumidor deverá sofrer algum tipo de compensação pelo valor maior cobrado.

O MPE decidiu intervir no caso da cobrança de energia elétrica depois que a imprensa começou a divulgar diversas reclamações de consumidores que receberam faturas com valores superiores aos que geralmente são cobrados pela estatal.

Na época, a Eletroacre se defendeu, informando em fevereiro que a empresa não possuía agentes para a realização da medição do consumo de energia e que a cobrança foi realizada de acordo com a média dos últimos três meses.

Assessoria de Imprensa do MPE

Isso é uma rua (?)

Travessa que liga o bairro Raimundo Hermínio de Melo à rua 24 de Janeiro, fazendo cruzamento com as ruas Guilherme Ferreira e Chico Mendes.

Boa notícia

Felizmente, após 8 meses desativado, o Programa Bolsa Escola retorna a Xapuri. Nesta tarde está sendo assinado o novo contrato do convênio mantido há 5 anos entre a Ong Missão Criança, sediada em Brasília, e a ODESS - Organização para o Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável, com sede em Xapuri e que engloba as empresas encubadas do Pólo Moveleiro e Cooperativa Mãos de Mulher.

Cinqüenta famílias serão beneficiadas com o retorno do programa que garante uma ajuda mensal de R$ 15,00 para as crianças de 6 a 15 anos, matriculadas no ensino fundamental que freqüentam e assistem às aulas regularmente. O programa cobre no máximo 3 crianças por família e a renda familiar, dividida pelo número de pessoas que a compõem, não pode ser superior a R$ 90,00.

De acordo com a presidente da ODESS, Ignêz Gambim, a parceria da organização com a Missão Criança, existente há cinco anos, tem importância fundamental na redução dos altos índices de repetência e evasão escolar no município, contribuindo para o progresso educacional e melhor qualidade de vida das famílias das crianças atendidas.

A Missão Criança é uma organização não-governamental, apartidária, não-religiosa e sem fins lucrativos, que trabalha para combater toda e qualquer forma de exclusão social. A sua ação está centrada na defesa dos direitos da criança e do adolescente e, em especial, na luta pela erradicação do trabalho infantil, com a inclusão de toda criança na escola. A ONG sobrevive com recursos oriundos de financiamentos de empresas privadas, organismos internacionais e a contribuição da sociedade.

Câmara vota contas de ex-prefeito na próxima terça

Como previmos no último dia 04 de março, (veja) a prestação de contas do ex-prefeito Júlio Barbosa, referentes ao ano de 2001, será colocada na pauta de apreciação e votação no próximo dia 20, terça-feira.

As contas do ex-prefeito, consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado, são consideradas o esqueleto no ármário do PT de Xapuri. A matéria vem se arrastando na câmara há anos, servindo aos mais escusos objetivos. Foi, durante muito tempo, utilizada para chantagear os vereadores da oposição em votação de projetos de interesse da atual administração.

O Parecer Técnico do Tribunal de Contas relaciona 13 pontos de irregularidades nas contas do exercício do ano de 2001. Entre eles, está a não aplicação de 60% dos recursos do FUNDEF previstos por lei a serem investidos em remuneração do pessoal em efetivo exercício no magistério.

De acordo com o relatório do Conselheiro-Relator do Tribunal de Contas, José Augusto Araújo de Faria, o ex-prefeito Júlio Barbosa foi notificado em 2002, mas não se pronunciou em sua defesa em tempo hábil, fazendo isso intempestivamente no dia 23 de dezembro de 2002, o que caracterizou descumprimento do Artigo 23, Parágrafo 1º da Constituição Estadual.

Aprovado na câmara, o parecer deverá ser encaminhado ao Ministério Público Estadual que poderá denunciar o ex-prefeito. No dia da sessão, Júlio poderá se defender pessoalmente ou através de procurador devidamente credenciado para atuar em sua defesa. Ele não se manifestou publicamente sobre a notificação da câmara.

Fim de semana em Xapuri.

Talvez por incapacidade de explicar a população porque sua administração vai tão mal, o prefeito trouxe a Xapuri um jornalista fanfarrão para sair em sua defesa. Nada mais justo. O que não se pode admitir é que nenhum forasteiro, desconhecedor da nossa realidade aqui chegue e chame de ‘malandro’ quem aqui nasceu e aqui trabalha desde que se entende por gente. O artigo “Fim de semana em Xapuri”, publicado no jornal O Rio Branco, edição da última quinta-feira, além ofensivo é parcial, tendencioso e mentiroso.

Idéias se discutem, mas com respeito. Primeiro, o senhor Arquibaldo Antunes deve dizer a população de Xapuri quem é e o que por aqui pretende. Tem sido comum nessa boa e hospitaleira terra, nos últimos dois anos, a aterrissagem constante de aventureiros, politicamente ressentidos, partidários do grupo que há mais de 8 anos coleciona recusas da população do Acre, que aqui chegam para se escorar (ou se esconder) no único mandato restante da desqualificada oposição existente nesse Estado.

Quero lembrar, no entanto, que muitas pessoas sérias, dignas e confiáveis se opõem ao governo da Frente Popular, inclusive defensoras de muitas opiniões contrárias ao passado e atual governo, que considero plenamente justas e verdadeiras, mas refiro-me a figuras reacionárias, mesmo que em alguns casos, qualificadas, mas desprovidas de credibilidade política e que, por isso, foram excluídas da vida administrativa do Estado por um período, pelo menos, de 12 anos. Alguns desses ainda insistem em achar que o povo é cego.

Não possuo “gurus”, apenas superiores que jamais interferiram ou interferem em minhas idéias e atitudes. Trabalho com liberdade e autonomia, mesmo que obedecendo a uma linha de trabalho estabelecida pelo governo, comum a qualquer empresa pública ou privada, que impõe certos limites a ação dos seus profissionais (me digam onde é que isso não existe, na Globo ou na TV Xapuri?) . Desafio que o próprio jornalista ouse a dizer o que pensa no âmbito do poder do senhor Wanderley, caso isso não corresponda com as suas idéias. Outros já tentaram. Saíram daqui corridos, escorraçados.

Senhor Archibaldo, conheça melhor o terreno em que pisa. O senhor está sobre um campo minado. Qualquer descuido... Já sabe. Pontapé no traseiro. Um profissional do seu porte, em minha opinião, deveria prestar-se a causas mais nobres do que, no uso da sua habilidade textual, tentar “tapar o sol com a peneira”. Mas já que por aqui passou um “fim de semana”, retorne e coloque os pés na lama da nossa periferia. Visite o bairro da Bolívia a pé, atreva-se a caminhar pelas ruas do Laranjal, converse, como eu faço, sem preguiça e sem medo, com funcionários provisórios que não recebem seus salários em dia. Garanto-lhe que não será tão fácil quanto escrever parágrafos bonitos, mas enganosos. Pura parolagem.

O erro do senhor Archibaldo Antunes e seus amigos da prefeitura é achar que comportamentos tresloucados e manias esdrúxulas podem ser atribuídos por terceiros a alguém. A mídia apenas divulga, às vezes com um pouco de exagero, as atitudes nada recomendáveis de um gestor público que são testemunhadas pela população do município. Do contrário o senhor estaria atribuindo à mídia a invenção dos fatos que rotineiramente são relatados na imprensa estadual. Se essa imagem é criada maldosamente pela imprensa, que se movam ações judiciais contra a imprensa. Certamente, elas renderão milhões em ações indenizatórias por calúnia, difamação e danos morais.

Um fim de semana em Xapuri e um passeio pelo único quilômetro de rua calçado no bairro Pantanal com recursos de projeto deixado pelo prefeito passado, não são suficientes para conhecer os reais problemas e sofrimentos enfrentados pela população da cidade, em especial dos bairros periféricos, relegados a um abandono jamais visto na história do município. Se estiver errado, me processem.

Xapuri merece mais e clama por isso diuturnamente.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Polêmica do portal: MP deverá entrar em cena

O Promotor de Justiça de Xapuri recebeu durante essa semana em seu gabinete, os três vereadores da bancada do PT na Câmara do município, José Maria Miranda, João Ribeiro de Freitas e José Cecílio Evangelista, que solicitaram ao representante do Ministério Público uma medida contra a situação em que se encontra a obra do portal da cidade, de responsabilidade da prefeitura, paralisada desde o final do ano passado.

Os vereadores querem que a prefeitura esclareça várias dúvidas relacionadas à execução da obra que há mais de nove meses obstrui a Estrada da Borracha, na entrada da cidade, obrigando a veículos e pedestres passarem por um desvio que encontra-se em péssimas condições. Os parlamentares informaram ao promotor que a obra não possui placa com informações obrigatórias como valor e prazo da obra, nem o nome da empresa responsável pela sua execução.

De acordo com os vereadores, a obra, que aparenta ter um custo elevado não foi licitada, e como não há informação sobre os custos da mesma, não há como saber se a construção deveria ou não passar por processo de concorrência pública. Outro fato que, segundo eles, incomoda a população é o silencio da prefeitura com relação aos destinos da obra que estaria subtraindo dos cidadãos o direito de trafegar pela via asfaltada.

O promotor deve convidar o prefeito a se explicar sobre a obra nos próximos dias.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Coisas boas de Xapuri

Ao contrário do que possa parecer, esse espaço não tem a intenção de mostrar apenas o lado ruim de Xapuri. Apesar do momento não ser dos melhores, a cidade tem muito de bom a oferecer, riquezas imensuráveis que são a sua história e sua cultura, costumes, valores e tradições. A partir de hoje, o blog passará a publicar um pouco da riqueza dessa terra maravilhosa que acalenta com amor quem aqui nasceu e acolhe com carinho os que aqui chegam.

Hoje, pela ordem, fotos da Igreja de São Sebastião, Rua 6 de Agosto, Praça de São Sebastião, Rua 17 de Novembro e Sr. Antônio Zaine (Prezado) no seu museu com uma máquina registradora centenária (ainda em funcionamento).




















































terça-feira, 13 de março de 2007

2008: O jogo eleitoral já começou

Já percebe-se claramente pela movimentação e boatos dos bastidores da política local que as eliminatórias para o jogo eleitoral de 2008 já se iniciou. Esquemas já estão sendo montados e times escalados. Atento a isso tudo, o eleitor também já prepara suas táticas de avaliação dos futuros pleiteantes aos tão cobiçados cargos de prefeito e vereador. Ao que tudo indica, em uma análise superficial, o grau de exigência dos eleitores deve subir bastante nessas eleições. Muitos fatores antenaram mais o povo nos acontecimentos da vida política de forma geral. Luz para todos, antena parabólica e televisão no campo, a invasão das lanhouses (em toda esquina já tem uma). Todo mundo ligado. Todo mundo está por dentro de tudo.

Então, senhores jogadores, fiquem atentos.

Dez em dez xapurienses acreditam que as próximas eleições municipais serão determinantes para a mudança dos destinos da cidade que para muitos encontra-se historicamente refém de más administrações e do domínio de grupos políticos que não conseguem corresponder aos anseios populares, nem refletir na prática de suas gestões os ideais e tradições do povo que aqui vive. Depois de dois anos e alguns meses do atual projeto de administração, Xapuri vive um momento de descrédito no presente e de incerteza no futuro. De certo mesmo, só a convicção que muita coisa tem que mudar para que o futuro seja diferente do que aí está. Chegamos a um ponto em que mesmo reconhecendo que a administração que antecedeu a esta não foi nenhuma maravilha, somos obrigados a afirmar que em muitos aspectos ela deixou saudades.

É bem verdade que a administração, do ex-prefeito Júlio Barbosa, não deixou a cidade lá essas coisas. É verdade também que o último mandato de Barbosa não fez jus aos mesmos méritos dos avanços obtidos durante os primeiros quatro anos da gestão petista no município, que encontrou a cidade praticamente destruída, o povo sem esperança e os funcionários com 7 meses de salários em atraso. Mas Júlio Barbosa fez renascer a esperança dos xapurienses quando se elegeu prefeito, modernizou administração municipal, informatizou, reorganizou, criou um plano de salários e carreiras, enfim, era muito difícil naquela época encontrar alguém insatisfeito com o governo petista, principalmente depois que Jorge Viana chegou ao Palácio Rio Branco. Foi aí que Xapuri realizou um dos seus maiores sonhos: o ramal do entroncamento se transformou na Estrada da Borracha (os outros são a construção da ponta da Sibéria e o asfaltamento da Estrada da Variante). Era o fim de mais de 30 anos de sofrimento na lama, no período chuvoso, e na poeira, durante o chamado verão amazônico. Foram, sem sombra de dúvidas, os melhores anos vividos pelo humilde e trabalhador povo desta terra dentre a muitos outros de sofrimento.

No entanto, no mandato seguinte, como é comum ocorrer, em se tratando de administração pública, permitiram-se alguns descuidos, ocorreram desgastes, acomodação política, disputas de poder, envaidecimentos, vista grossa do Governo do Estado e centralização das decisões. Juntando-se a isso tudo, um incêndio mal explicado no setor de finanças da prefeitura, fato que utilizado incansavelmente pela oposição, fez com que a popularidade e a credibilidade adquirida no decurso de quase 6 anos ruíssem aos poucos, resultando naquilo que pode se considerar um dos piores desastres políticos da história recente da cidade: a ressurreição de um cadáver político, que fez renascer junto com ele, das entranhas do ostracismo e da também defunta Ditadura Militar, os fantasmas mais assustadores de um passado recente que, como em um pesadelo que não se finda, somos obrigados a sobreviver entre sustos e sobressaltos.

Com a proximidade cada vez maior das próximas eleições, a população do município se vê diante de um momento crucial para a definição do seu destino nos anos próximos vindouros. Xapuri tem sede de progresso, de liberdade, de paz e do resgate de seus valores históricos e culturais mais nobres e valiosos. E para isso, precisa fazer escolhas certas. A cidade não se pode mais dar ao luxo de apostar em incógnitas ou de fazer (ou refazer) experiências malucas, a exemplo do pleito passado. O povo de uma forma geral, os estudantes, comerciantes, funcionários públicos e donas de casas precisam participar desde já do processo que vai definir as opções que se apresentarão como postulantes ao cargo maior do município. Todas as decisões tomadas pelos grupos políticos atuantes na atualidade, relacionadas à sucessão municipal tem de ser pautadas em deliberações populares. Que se façam pesquisas de opinião junto à população. Que se pergunte ao eleitor o que ele acha desse ou daquele "prefeitável". Os candidatos devem possuir o perfil indicado pelo povo e não serem impostos ao eleitor, que sem opção confiável, pode reincidir em erros passados.

Os futuros governantes e parlamentares municipais devem estar investidos dos mais puros e sinceros sentimentos amor a essa terra e de fortes aspirações na trasformação da realidade atual em fiel comunhão com os desejos do povo. Não suportaremos mais prefeitos egoístas, aventureiros, prepotentes e pedantes. E muito menos, vereadores incapazes de fazer valer o seu poder fiscalizador e, acima de tudo, de propor e exigir realizações para o bem comum. O que se vê hoje é uma grande vergonha. Pode-se dizer que Xapuri não possui, na essência da função, de fato, Poder Legislativo. A figura importantíssima do vereador, representante legítimo dos interesses do povo, está apagada do cenário por causa dos conchavos, dos favores, do fisiologismo, dos empregos provisórios de sobrinhos, esposas, filhas e, em alguns casos, por causa da pura e gratuita falta de vergonha na cara mesmo.

É inadmissível a forma subserviente como os vereadores atuais se comportam diante do executivo. Esta, talvez, seja a principal mazela que assola a nossa sociedade do ponto de vista político-administrativo. Junto com isso está o clientelismo, o assistencialismo e outros 'ismos'. É hora de se fazer política como gente grande. Afinal, quem se abstem desse direito autoriza aos outros a fazer política por si. E a política é o instrumento fundamental para as mudanças que estão por vir. Acredite.

Política e politicalha*

"A política afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a atividade, a coragem, a previsão, a energia, cria, apura, eleva o merecimento. Não é esse jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, a que entre nós se deu a alcunha de politicagem. Esta palavra não traz ainda todo o desprezo do objeto significado".

"Não há dúvida que rima bem com criadagem e parolagem, afilhadagem e ladroagem. Mas não tem o mesmo vigor de expressão que os seus consoantes. Quem lhe dará com o batismo adequado? Politiquice? Politiquismo? Politicaria? Politicalha? Neste último, sim, o sufixo pejorativo queima como um ferrete, e desperta ao ouvido uma consonância elucidativa

"Política e Politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a arte de administrar o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis"

"A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada".

*Rui Barbosa

Sem palavras

Em um trecho de uma postagem do tal blog Xapuri Verdade, editado, mas não assinado, por indivíduo pública e notoriamente capacho e oportunista de plantão que, certamente, por ter algo a temer não se identifica, se escondendo por detrás do manto dos covardes, lê-se a seguinte bravata:

“Xapuri sabe quem mente, quem roubou, quem desviou recursos públicos, quem coagiu, quem oprimiu este povo e tentou silencia-lo. A população de Xapuri está presenciando como, praticamente sem recursos e tendo que enfrentar a irracional e desmotivada discriminação do ex-governador, o estado da cidade e do município está mudando. Ruas estão sendo abertas, escolas funcionando, pontes e vias rurais recuperadas, lixo recolhido e com destinação certa. O Prefeito se elegeu com o compromisso de trabalhar diuturnamente para resgatar a dignidade e o direito deste povo e assim o faz e continuará a fazer...”

Como somos quase sempre acusados de distorcer as verdades, quando abordamos alguns temas relacionados com a lamentável maneira com que a nossa cidade está sendo cuidada por seus administradores, deixemos que algumas imagens falem por nós:






































Fotos tiradas no dia 12 de março de 2007, segunda-feira.



* Uma coisa ou outra: as imagens são pura ilusão de ótica ou o trabalho diuturno da prefeitura não está garantindo o resgate da dignidade e do direito dos cidadãos.