sábado, 11 de agosto de 2012

Lembranças

“O tempo passa e a saudade só aumenta. Saudades do cheiro, do carinho, do sorriso, das broncas, das coisas tristes e engraçadas. Acima de tudo do AMOR”. Socorro, filha.

image

O ex-prefeito Júlio Dias Figueiredo (1925-2003) foi uma das maiores pessoas que conheci na vida. Irmão de minha mãe adotiva, Ricarda (Zizi), foi uma das minhas principais referências de moral e caráter, apesar de nossa maior proximidade ter se dado já na minha idade adulta.

Tinha aquele jeitão sério, peculiar aos sujeitos de sua geração, mas o coração era grande e o espírito maior ainda, sem prejuízo da firmeza de princípios.

Era meio turrão e às vezes mal humorado, principalmente quando estava numa mesa de dominó, uma de suas grandes paixões lúdicas, ao lado do Flamengo, time do qual era torcedor fanático.

Sua imagem sentado numa cadeira de balanço naquela varanda com um rádio ao pé do ouvido, vibrando com os gols de Zico e cia. ou esbravejando, nos casos contrários, não me sai da lembrança. Não gostava de perder, e disso resultaram algumas histórias cômicas.

Numa delas, durante uma partida de dominó, Júlio Figueiredo leva uma bronca do parceiro  e compadre Chiquinho Macedônio por uma jogada ruim que ocasionou a derrota da dupla:

- Compadre, você é um purgante, xinga Macedônio, atirando as pedras sobre o tablado.

- E você, compadre, é o RESULTADO do purgante, devolve Júlio Figueiredo, arrancando gargalhadas dos “perus” que rodeavam a mesa.

Amanhã é Dia dos Pais, e esta data sempre nos leva de encontro às boas lembranças que temos das pessoas queridas que de uma maneira ou de outra contribuíram para a nossa formação humana.

Júlio Figueiredo foi para mim uma dessas pessoas.

Nenhum comentário: