terça-feira, 28 de abril de 2009

Arthur e Francineusa



Alunos acreanos do rio Antimari que, por falta de turmas de quinta série, repetiam a quarta, mesmo depois de aprovados, só para não deixar de frequentar a escola. Se o exemplo fosse seguido...

Assista a reportagem no site do Jornal Nacional.

Inspiração



Alguém aqui ao meu lado produz alguma coisa. A pintura em guache é de Matheus Cardoso, 10 anos. Será que vai surgir a veia artística da família? Clique para ampliar.

domingo, 26 de abril de 2009

Mota Porfiro



O cronista xapuriense José Cláudio Mota Porfiro comemorou e bebemorou, neste sábado (25), o aniversário de 52 anos de idade entre amigos e parentes da sua terra natal, além de algumas figuras impressionantes que trouxe de Rio Branco. O local escolhido para o churrasco, organizado pelo irmão, Mota, e comandado pelo habilidoso João (Macaquinho), foi o restaurante Açaí, da Pousada Xapurys, do casal João Garrinha e Maria Nilce.



Lá, conheci dois sujeitos porretas: o cartunista Braga, cujo trabalho já acompanho e divulgo aqui neste blog há algum tempo, e Ademar Galvão, o músico da foto acima, com cara de Cartola. O homem é especialista em Chico Buarque. "Chicólatra", como se autodefine. Só não peçam seu violão e nem o chamem de tocador. À segunda alternativa, a resposta é automática: "músico, por favor".

Quanto ao ciúme do violão, Braga conta a seguinte história: no restaurante O Casarão, em Rio Branco, um cliente quer fazer uma palhinha com o instrumento de Ademar. Pressionado pelo dono do restaurante a atender ao desejo do bom cliente, atira duas perguntas secas.

- És músico? Tocas algum instrumento?
- Eu arranho, respondeu o cliente.
- Então vá arranhar a puta que o pariu, que esse violão é novo, encerrou a questão o "excêntrico" Ademar Galvão.



Na foto acima, apareço entre o aniversariante e Francisco Braga, que teve uma passagem por Xapuri na época do primeiro mandato do ex-prefeito Júlio Barbosa de Aquino. Acompanhou o Zé Claúdio também o artista plástico Danilo D'Sacre. As fotos não estão boas. Acho que bebi, mas quem se embriagou foi a máquina fotográfica.

Voltando ao aniversariante do sábado, uma das mentes mais brilhantes produzidas pela um dia tão fértil Xapuri, o cabra foi embora, se deu bem na vida, mas continua sendo o mesmo bom xapuriense, apaixonado por sua terra e leal aos amigos que aqui deixou. Que venham mais 52 anos de vida e de lucidez ao grande Zé Cláudio, "cronista, ensaísta, poeta, escritor, pesquisador, professor, filósofo, fisiculturista e dublê".

Autor do livro Janelas do Tempo, reunião de crônicas lançado no ano passado, Zé Cláudio tem, atualmente, suas noites atormentadas pelos fantasmas Melquíades e Omena, personagens do romance de ficção denominado Dólmã de Mescla, que já tem vários capítulos prontos e publicados no jornal A Gazeta. Alguns capítulos, ou trechos desses, estão também do blog do autor, Impressões Gerais. Para quem não viu ainda, vale a pena conhecer.

Estudar, estudar...

Marcos Afonso

"O socialismo fracassou e o capitalismo quebrou: o que vem a seguir?”

É com esta pergunta que o historiador inglês Eric Hobsbawm intitula seu novo artigo publicado no The Guardian e reproduzido pela Carta Maior, dia 15 de abril.

Eu vejo como muito apropriada a ênfase de Slavoj Zizek da máxima de Lênin que diz: “estudar, estudar, estudar e estudar”, para podermos vislumbrar alguma luz no horizonte.

Estudar para abrir-se aos novos experimentalismos teóricos, com o mínimo de precisão, sem os auto-enganos ideológicos, melancólicos, ou a frieza da terra arrasada.

Frente à crise do capitalismo que se apresenta precisamos sair dos chavões, das frases feitas.

Eles podem até soar bem aos nossos ouvidos. Mas produzem um dano terrível ao maior dos nossos tesouros: os sonhos!

Este artigo do Eric Hobsbawm nos fixa no chão. É seco. E firme.

Mas não são assim as pedras do porto quando pulamos ao barco em busca de novas aventuras?

Leia o artigo estendido no Varal de Idéias, do professor e jornalista Marcos Afonso Pontes.

sábado, 25 de abril de 2009

Ritual



Nesta sexta-feira (24), representantes do núcleo local do Sinteac - Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre - realizaram um repetitivo ritual: manifestação em frente à prefeitura de Xapuri reivindicando direitos da categoria numa paralisação de 24 horas, que ocorreu simultaneamente em vários estados em todo o país. "Parar um dia para não para o resto do ano", dizia uma faixa estendida no local do ato que reuniu uma meia dúzia de pessoas.

O mote desta vez foi o piso nacional do magistério aprovado no ano passado e ainda não cumprido em Xapuri, que tem até 2010 para se adequar à nova situação. Apesar disso, o prefeito Bira Vasconcelos já havia anunciado, há alguns dias antes da paralisação, que concederia, já a partir do mês de maio, o direito dos professores de forma retroativa ao mês de janeiro deste ano.

A categoria, que não tem reajuste há quatro anos e que no mesmo período tolerou o quanto pôde a indisposição do último prefeito em cumprir com o que reza o PCCS dos servidores da educação, quer agora descontar o atraso em cima da turma do Bira. 20% é a proposta do Sinteac. Enquanto isso, pelo que se vê na foto acima, os professores que não foram à sala de aulas nesta sexta-feira esperam em casa o resultado do empenho da minoria que se arrisca a empunhar um microfone.

Chega de politicalha: Todos por Xapuri

Éden Barros Mota

Por estes dias, estive analisando a situação política de Xapuri e cheguei a várias conclusões, no entanto, uma é de fundamental importância abordar e colocar como ponto de reflexão não só para os filhos de Xapuri, mas principalmente pelos partidos políticos que fazem a história política de Xapuri.

Início esta análise com a seguinte pergunta: qual a representatividade política que tem Xapuri hoje a nível estadual? a resposta é ululante e simples, NENHUMA. Isso mesmo, vou repetir NENHUMA.

E qual o motivo que nos leva a ter representatividade nenhuma? Ora, como todo bom e pequeno município de nosso Brasil, os políticos desses municípios ainda agem com politicalhas, fofocagens, amadorismos e falta de visão política.

Mal sabem eles que enquanto agem desta forma, os anos se passam e as melhorias tão sonhadas nunca chegam, justamente porque o meio utilizado para se fazer política é totalmente errado.

Enquanto não tivermos representatividade na Assembléia Legislativa, nós seremos sempre: o patinho feio, o mendigo, o cão que só recebe as migalhas que caem da mesa, a gata borralheira, o coitadinho. Por isso, temos que repensar, urgentemente em uma forma de resolver esse problema.

Imaginemos todos nós que Xapuri, conforme informação do Tribunal Regional Eleitoral tem 9.628 eleitores. Nas eleições de 2006 compareceram às urnas 7.744 eleitores.

Xapuri lançou quatro candidatos caseiros: CLEMILTON ALMEIDA DE LIMA (PSDB) obteve 290 votos; MANOEL MORAES DE SALES (PSB) obteve 1.266 votos; RAIMUNDO MENDES DE BARROS (PT) obteve 1.149 votos e RAIMUNDO FRANCISCO DA SILVA GONDIM (PTC) obteve 596 votos. Estes três candidatos juntos totalizaram 3.301 votos, ou seja, 42% da intenção dos votos de todo o eleitorado votante de Xapuri na eleição. Isso quer dizer que 58% dos votos foram distribuídos para candidatos que nem em Xapuri vão, ou 4443 votos. Faço uma pergunta. Isto está correto?

Vejamos alguns exemplos de candidatos que não são filhos de Xapuri e receberam votação expressiva: ANTONIO DELORGEM NERIS CAMPOS (159 votos); EDIVAN MACIEL DE AZEVEDO (105 votos); FRANCISCO DAS CHAGAS ROMÃO (354 votos); GLADSON AUGUSTO SILVA MENEZES (305 votos); ERMICIO SENA DE OLIVEIRA (553 votos). O que leva Xapuri a votar em tais candidatos sabendo-se que os mesmos não irão contribuir em absolutamente nada para nosso Município? A resposta é única: o amadorismo político de todos os partidos de nossa cidade.

Xapuri passa por um momento em que tem que baixar as armas da política partidária e colocar urgentemente um representante na Assembléia Legislativa, mas para isso, os partidos e seus condutores têm que abdicar de uma série de preconceitos e dogmas. Chega de amadorismo.

O total de eleitores que temos é suficiente para eleger com folga um candidato a Deputado Estadual e tem que ser esse nosso primeiro objetivo. Temos que sentar na mesa de negociação PT, PSDB, PMDB, PSC... e repensar o futuro de nossa cidade.

Nossas decisões têm que ser tomadas independentemente de partidos políticos. Agora é todos por Xapuri. Chega de política amadora.

◙ Bacharel em Direito e filho de Xapuri

Meu comentário: Ermício Sena foi candidato "oficial" do Partido dos Trabalhadores de Xapuri. A candidatura de Raimundo Mendes de Barros, apesar de legítima, foi resultado de dissidência partidária. Outro ponto: não acredito que representação parlamentar signifique, necessariamente, representatividade política para este ou aquele município. Com o atual conceito que o parlamento brasileiro possui na atualidade, seja em qual esfera for, acho melhor não contar com "representantes" onerosos, inúteis e figurativos.

Processo Seletivo da Prefeitura


O resultado foi divulgado na noite desta sexta-feira. A lista com os nomes dos aprovados está no site oficial da Prefeitura de Xapuri.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Amazônia no século XXI



Apontar saídas, interrogar os problemas atuais e analisar a Amazônia brasileira são os pontos centrais deste livro, que procura avaliar os desafios que a região enfrenta em pleno século XXI. A autora analisa e critica os modelos utilizados no passado e no presente, discute vários temas que simbolizam a região amazônica - do agro-negócio à siderurgia, da pecuária à exploração dos minerais,e a realidade dos ribeirinhos, índios, caboclos e negros -, mas propõe fundamentalmente vias para que não se perpetuem os erroscometidos, demonstrando que há um futuro para a maior floresta tropical do planeta.

Mais informações: Empório do Livro.

◙ Violeta Refkalefsky Loureiro é socióloga.

Beleza da fronteira



Alexandre Lima, jornalista da fronteira que tem um sósia chamado Wesley Cardoso, envia cartaz da festa de aniversário dos 17 anos do município de Epitaciolância, que será realizada nos primeiros dias de maio. Para conhecer melhor as beldades que concorrem ao título de Garota Country 2009 basta acessar a página do jornal O Alto Acre ou clicar na imagem.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Fim de fuga de 22 anos


Clique na imagem para ler a reportagem do Diário do Nordeste
Depois de 22 anos de fuga, o ex-capitão da Polícia Militar do Acre, Diomedes Pinheiro dos Santos Filho, 52, foi preso em Fortaleza, nesta segunda-feira (21) por força de um mandado de prisão da 1ª Vara do Júri de Rio Branco (AC). O ex-oficial foi julgado e condenado à revelia no último dia 3, a 21 anos de prisão por homicídio qualificado contra a própria esposa, Vitória Salvatierra César Pinheiro, então com 25 anos de idade.
O crime aconteceu em fevereiro de 1987, na residência do casal e teve ampla repercussão em todo o Estado. Vitória Salvatierra foi acusada de infidelidade pelo marido. Por essa razão, conforme consta nos autos, o ex-oficial premeditou e executou sua morte. Depois do crime, Diomedes fugiu inicialmente para Cuiabá (MT) e depois para São Paulo.
Há mais de 10 anos, o criminoso decidiu voltar ao Ceará, onde vivia com os pais no bairro Benfica, onde acabou preso na manhã da última segunda-feira por policiais do Departamento de Inteligência Policial (DIP) daquele estado.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Uma igreja de história

“História da Diocese de Rio Branco – 1878-2000”, escrito pelo Bispo Dom Joaquín Pertíñez, com a colaboração do Padre Mássimo Lombardi, é um documento de 822 páginas e mais de 400 fotografias antigas que contam a trajetória de personagens que fazem parte da história da igreja católica no Acre.

A obra foi apresentada ao público na última sexta-feira, dia 17, no Teatro Plácido de Castro, o Teatrão, em Rio Branco. Nas fotos abaixo, colhidas no blog Varal de Ideias, do jornalista Marcos Afonso, algumas personagens dessa história de 122 anos que têm forte ligação também com a história de Xapuri.


O lendário Padre José


Irmã Constanza, no hospital de Xapuri


Irmã Alfreda

Leia mais no Varal de Ideias.

Mais chuva



A Secretaria Nacional de Defesa Civil alerta para a possibilidade de chuva forte em vários estados do país nos próximos dias, entre eles o Acre. Entre esta terça-feira (21) e quarta-feira (22), as regiões Norte e Nordeste, ainda de acordo com a Defesa Civil, serão as mais atingidas por áreas de instabilidade tropicais.

domingo, 19 de abril de 2009

Blog do "Cara"

Josias de Souza



A pedido de Lula, a assessoria do Planalto prepara o blog do presidente.

A inspiração vem de Obama, que se serve da tecnologia como poucos.

Na campanha, Obama usara a web para achegar-se ao eleitor jovem.

Eleito, levou ao ar o blog da transição, hoje assentado no
sítio da Casa Branca.

A encomenda de Lula foi feita em dezembro passado.

Encontra-se na fase de desenvolvimento do projeto piloto.

Busca-se o melhor layout. Experimenta-se a linguagem.

A idéia é prover informações em timbre descontraído, informal.

Serve de modelo também o blog de Gordon
Brown, primeiro-ministro britânico.

Uma vez lançado o blog do Lula, o repórter cogita mudar de ramo.

Receia perder os seus 20 leitores. Eram 22, mas Dilma e Marisa já desistiram.

Difícil concorrer, convenhamos, com a versão blogueira “do cara”.

19 de Abril

Espaço de Leitura e Videoteca Chico Mendes


O Instituto Chico Mendes reabriu neste mês de abril as portas da Casa de Leitura e Videoteca mantido pela entidade, depois do espaço passar por uma ampla reforma. No ano passado mais de 3.000 crianças, participaram de alguma atividade do Espaço de Leitura, seja no próprio espaço ou nos bairros onde a equipe de monitores esteve presente, de acordo com a direção do ICM.
Outra ação do Espaço de Leitura Chico Mendes, que já está em andamento nos bairros, é o projeto Leitura em Minha Casa, que por meio de um monitor capacitado, leva às pessoas, em especial as da terceira idade, atividades de contação de histórias, cantigas de roda e brincadeiras, cultura e alegria ao cotidiano dos idosos.
Merece destaque também o projeto de inclusão digital do Instituto, que através de um tele-centro de informática, equipado com cinco computadores interligados à internet, proporciona a inserção de jovens no mundo digital e oferece cursos na área de informática básica e internet para as pessoas de baixa renda.
De acordo com o presidente do Instituto Chico Mendes, Jonas Augusto, os projetos e ações da entidade já são sucesso na comunidade de Xapuri e são fruto de muito trabalho e de uma visão que tem como prioridade o atendimento ao cidadão. Para a área ambiental, o ICM se dedica neste ano na recuperação de dois igarapés de Xapuri: o Santa Rosa e o Boa Vista.

sábado, 18 de abril de 2009

100 dias



A equipe de governo do prefeito Ubiracy Vasconcelos está reunida desde ontem, na pousada Villa Verde, do italiano Michelis, para avaliar os 100 primeiros dias da nova administração de Xapuri. Essa é a primeira vez que Bira Vasconcelos avalia o trabalho que, segundo ele mesmo admite, não provocou grandes mudanças na situação desastrosa em que a cidade foi abandonada pelo último prefeito.

É uma grande verdade que Vanderley Viana também recebeu a cidade em mau estado das mãos de Júlio Barbosa que, por sua vez, também herdou um desastre de José Menezes e daí por diante. Verdade ainda maior é que faz muito tempo, mas muito tempo mesmo, que Xapuri não sabe o que é uma boa administração. Quando não há bandalheira, há desleixo quando não ocorrem os dois juntos.

Em minha opinião, a maior importância deste encontro de avaliação e projeção de possíveis ações para os próximos meses e anos é a possibilidade de se fazer uma forte reflexão sobre um modelo de gestão adequado para a realidade de Xapuri, uma pequena cidade amazônica como tantas outras, mas com muitas diferenças e particularidades que merecem atenção especial em qualquer planejamento de governo.

Berço da Revolução Acreana e do movimento liderado por Chico Mendes, seja ele ambiental, agrário ou social (ou mesmo uma mistura de tudo isso), Xapuri não corresponde, por meio da situação estrutural da cidade, da consciência política e ambiental de sua população, além de outros outros motivos e fatores, à toda importância histórica e à conotação ecológica que possui.

Aqui, se valoriza cada vez menos a história e se desconhece cada vez mais o verdadeiro sentido de ecológico ou ambiental. Do ponto de vista da ética, nem se fala. Ouvi críticas contra o prefeito porque este determinou que um processo de contratação provisória de funcionários fosse realizado de forma democrática e transparente. Xapuri já foi, até ontem, a terra do nepotismo descarado.

A atual administração está, nesse momento, debaixo de uma chuva de críticas e reclamações. A maioria, injusta e sem fundamentos, atirada por aqueles que se omitiram de abrir as bocarras para dizer um "ai" durante os últimos quatro anos ao mesmo tempo em que mamaram nos úberes da viúva. Muitas das críticas, no entanto, são justas e devem ser vistas como contribuição pela equipe de governo.

Vou citar dois exemplos de situações que todos achavam que deveriam ter sido solucionadas de forma imediata, já em janeiro, mas que foram deixadas para depois ou então resolvidas de forma equivocada. A primeira é o internacionalmente conhecido buraco das proximidades da Casa de Chico Mendes, que continua do mesmo que jeito que estava no ano passado. A segunda é a rua do Ibama (João Antônio de Carvalho) que, depois de uma intervenção errada, ficou pior que antes.

Na situação em que a cidade está, esburacada e com uma rede de esgotos precária, onde existe, não se pode fazer nada na euforia ou na pressão, seja da população ou da oposição, sem que se tenha nas mãos um planejamento bem elaborado. Bira, que é sensato e comedido em sua maneira de agir, se deixou levar pelas críticas e cobranças e fez errado. Ele admitiu isso em conversa comigo nesta sexta-feira.

"Acredito ser possível que, a partir de agora, com o final do rigoroso 'inverno amazônico' e com a prática do planejamento sério que tanto defendo, e que já está acontecendo neste fim de semana, as mudanças que todos esperam comecem a acontecer. De forma lenta, mas dentro das reais possibilidades do município, e, mais importante do que isso, dentro do que reza a lei. Eu não vou me enrolar", garantiu ele.

"Passados os 100 dias, daqui pra frente nem a chuva será mais desculpa", disse, finalizando a conversa, um sorridente Bira Vasconcelos, apesar da crise, da pressão e, enfim, desta grande encrenca em que se meteu que é o desafio de tentar transformar a tão famosa e decadente Xapuri num lugar melhor para se viver.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Fantástico



A história da inglesa Susan Boyle, contada pelo jornalista Luciano Martins Costa e postada por Altino Machado em seu blog, salva o dia de qualquer um.

Desempregada, Susan não é nenhum modelo de beleza, mas teve coragem para enfrentar o júri ferino e a platéia debochada do programa "Britain's got talent", no último sábado.

Recebida com risos e desconfiança, por conta de sua aparência, ela calou a todos quando começou sua interpretação de "I dreamed a dream", do musical "Les miserables".

O vídeo de sete minutos com o antes e o depois de sua apresentação é atualmente o maior sucesso do Youtube - até a tarde desta terça-feira, já havia sido visto mais de 2,5 milhões de vezes.

- Qual é o seu sonho? - perguntou o apresentador Simon Cowell, que também costuma maltratar candidatos do outro lado do Atlântico, no "American idol".

- Tentar ser uma cantora profissional - respondeu Susan, de 47 anos, com um sorriso no rosto, diante de assovios do público e caretas irônicas dos jurados.

Vale a pena ler o texto no blog do Altino e assistir ao vídeo no You Tube.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A luta contra uma palavra

Moisés Diniz

A deputada Perpétua Almeida convidou a intelectualidade acreana para discutir a mudança do Acordo Ortográfico, entre os países de língua portuguesa, que determina o gentílico acriano para quem nasce no Acre. À primeira vista pareceu uma luta inglória. Depois se agigantou. Descobrimos que lutar contra a adulteração de nossa memória lingüística, mesmo que seja através da legalidade científica, é uma tarefa de todos os acreanos, independente de cátedra, opção política ou credo.

Acho que a luta contra uma palavra é uma guerra mais árdua do que um combate contra um país. Pois, muitas vezes, um país não luta como nação, luta como soldado, como mercenário e sem nenhuma paixão. A luta contra uma palavra não é uma luta qualquer. É como juntar os anjos na terra e os demônios no céu, pois uma palavra pode destruir uma fortaleza, aniquilar uma nação.

Corno! Pedófilo! Ladrão! Dito a muitas vozes já destruiu famílias, cargos públicos, propriedades e biografias. Acriano! Uma palavra é uma serpente de fogo, um vulcão indomável, uma tempestade, um deus do mal. Uma palavra pode mexer com tudo que um homem cultivou, sua história, seus valores, seus afetos. Não brinquem com as palavras. Elas podem ferir muito mais do que uma palmatória de fogo, uma lâmina de sal.

Por isso, não vamos brigar com nós mesmos. Nós escrevemos acreanos há quatro gerações e não temos culpa se o Acordo Ortográfico demorou um século para se efetivar. Não vamos brincar com a palavra que foi escrita por nossos pais. Eles não estão mais aqui para dela cuidar, ficar valente com quem queira adulterá-la, brigar por ela. Eles estão, todavia, pensando e escrevendo por nós.

Nesses dias descobri que o Acre é, de fato, um lugar especial. Surpreendente como o nosso povo discute os assuntos que lhe dizem respeito, mesmo que problemas mais básicos não tenham ainda sido superados. O jovem desempregado, o homem sem casa própria, a mulher na fila do hospital ou o ancião na ponta da rua aonde o asfalto ainda não chegou. Eles estão discutindo a beleza do acreano e o incômodo do acriano, mesmo sabendo que este último é o filho verdadeiro da língua.

Aqueles que andam sempre na rua de baixo, mesmo que assinem um dr antes do nome, vão questionar porque nós não estamos tratando dos problemas básicos do povo, como educação, saúde, emprego, moradia, transporte e saneamento. Vão, talvez, perguntar porque não estamos questionando os parlamentares semi-analfabetos que se elegem ou aqueles que resvalam para a corrupção.

Não perderemos tempo com esse assunto. O Acre é pequeno e todos se conhecem. O que vamos fazer é defender um ponto de vista: a nossa história como povo é mais importante do que a história da língua e esta não pode suprimir a história da palavra, que tem um mundo ao redor, um ritual, com dores humanas e alegrias, sentimentos coletivos e até revoluções.

Eu escrevo puraquê, nos tratados e nos concursos, e falo puraqué na rua. Eu escrevo bacuri e alimento o bacurim, sou picado pela tucandeira e escrevo tocandira, caço uma nambu e escrevo inambu, exconjuro a côa e escrevo acauã, há cem anos, às margens dos igarapés, nas casas de palha e de alvenaria. Eu falo acriano e escrevo acreano. Nós nunca brigamos, nesses cem anos, para que o Brasil ortográfico mudasse essas palavras criadas pela voz rouca de nossos pais.

Acreano é muito mais do que um adjetivo gentílico. Acreano é um personagem indígena, nordestino e revolucionário. Sua idade é de um século, sua pele é queimada pelo sol amazônico, marcada pelos insetos da floresta e suas mãos ainda têm a marca e o odor da pólvora de nossa revolução. Nossa história exige que, mesmo que insistam alguns doutores da ortografia, o mapinguari e a caipora nunca se tornem acrianos. Se o coração humano bate a cada segundo, o personagem acreano tem três bilhões de pulsos, mais cento e dez milhões e quatrocentas mil batidas de um coração.

Por que o Acordo Ortográfico está nos impondo o acriano como adjetivo gentílico? Em linguagem simples dá para compreender o fenômeno morfológico que ocorre com a palavra ‘Acre’. A sílaba tônica é ‘A-cre’ e, dessa forma, por ser átono o -e- de ‘Acre’, ele não permanece no radical da palavra derivada, havendo a vogal de ligação -i- para acomodar o radical ‘Acr-‘ ao sufixo ‘-ano: ‘acriano’. O fenômeno morfológico que determina o gentílico acriano não levou em conta que o uso consagra a forma, apesar do saber erudito, suas regras morfológicas e a história da língua.

Continuaremos a ter a mais indiscutível deferência a eruditos gramáticos como Antônio Houaiss, Aurélio e Celso Luft que consagraram o uso acriano, junto com a forma acreana. Mas, continuaremos lutando pela manutenção de nossa tradição secular de sermos grafados como acreanos. Imagine quem nasce na Coréia ser chamado de coriano, por causa de uma lei morfológica, que se sustenta numa intrincada engrenagem erudita de sílabas tônicas ou átonas e vogais de ligação.

O filólogo Evanildo Bechara, titular da Academia Brasileira de Letras, diz que, apesar de respeitar nossa resistência cultural, acreano com ‘e’ é um erro de história da língua, uma espécie de mentira morfológica. Se acreano é uma mentira morfológica, permaneceremos nela, porque é uma mentira contada por todo o povo, durante cem anos. E mentira que é contada por todo um povo, durante um século, deixa de ser mentira e passa a ser verdade histórica. E a história se torna palavra, como o Verbo que se fez carne ou a palavra que se fez luz.

E não foi acriano que da história e da revolução nasceu. Não foi acriano que surgiu das mãos valentes de Plácido de Castro e nem do seu sangue inocente. O general Pando não sofreu o vexame da derrota para os acrianos e nem o Tratado de Petrópolis deles se ocupou. E acrianos não são os filhos de Chico Mendes. Por que queimar milhares de cartas que chegavam do árido sertão, onde as mulheres amadas de nossos avós suspiravam e diziam: chegará o dia em que partirei e, às margens de um lago na bela terra acreana, eu te amarei.

A evolução lingüística não se faz por decreto, como se pudesse um pai fazer um acordo com outro pai sobre o amor e a paixão dos seus filhos. Ela está sujeita a leis históricas inexoráveis. O tupi foi proibido através da lei e as línguas indígenas foram abandonadas pelas próprias aldeias, a partir da vontade imposta pelo homem branco. Mas, nem a lei e nem a vontade branca mataram a história e a vida das línguas indígenas, sua sonoridade, seus significados milenares e sua afetividade.

O gentílico acreano originou-se do Aquiri (forma pela qual os exploradores da região transcreveram a palavra uwakuru, do dialeto dos índios Apurinãs). E nunca é demais lembrar que, antes dessa terra ser conhecida e explorada pelo homem branco, as coisas do mundo amazônico já possuíam nomes para designar o lugar, como os rios, as planícies, os lagos, os animais, as plantas. O acreano já existia antes do Acre, como uma profecia no imaginário indígena.

A chegada do homem branco deu início a um processo de aniquilamento físico e esfacelamento do universo cultural, de seu mundo lingüístico, e da organização econômica. Por isso, como uma nova esquadra de navios mercantes, a chegada desse novo acordo ortográfico assusta os acreanos e sua secular teimosia morfológica. É que nós temos passado. A árvore genealógica do Acre está viva. Nossos antepassados mais distantes ainda têm os seus nomes gravados em seus túmulos. Nosso passado é tão forte que se mistura ao presente, como o abraço de uma avó e a travessura de um bisneto.

E vamos continuar assim, apaixonados pela água da chuva, o barulho do vento, a dança indígena, a paz das aldeias, o amor ritual, a paixão acreana. É que vai ficar muito ruim a gente escrever uma poesia sobre a revolução acriana e não vai dar para mudar o verso do hino que fala do sol amazônico que ‘enche’ o peito de cada acreano.

◙ Moisés Diniz é deputado estadual do PCdoB do Acre

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Juntos pelo desenvolvimento



Os prefeitos dos cinco municípios participantes do Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal do Alto Acre e Capixaba - Condiac - (Xapuri, Brasiléia, Capixaba, Epitaciolândia e Assis Brasil) se encontraram ontem, no Centro de Referência da Mulher, em Brasiléia, para mais uma reunião ordinária do bloco.

Na pauta, alguns temas importantes como a discussão sobre a criação dos planos diretores dos municípios, um projeto de piscicultura a ser apresentado à Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca, do governo federal e ainda a possível criação de uma usina de reciclagem de lixo para atender os integrantes do consórcio.

Durante o encontro, cada um dos cinco municípios recebeu uma motocicleta, destinada a reforçar o trabalho das secretarias de meio ambiente, aparelhos de GPS. O Condiac foi contemplado também com um caminhão que vai dar apoio na mesmo área a todos os membros do consórcio.

Somatório de forças e divisão dos benefícios. Foi assim que o prefeito de Xapuri, Ubiracy Vasconcelos, definiu a importância da união entre os municípios da regional. "A boa relação que nós temos no Alto Acre com certeza vai gerar resultados extremamente positivos para todos os municípios", afirmou.

No segundo mandato na prefeitura de Brasiléia, a prefeita Leila Galvão defende a integração entre os municípios como fundamental para haja uma região forte com ações que gerem emprego e renda em todos eles. "Criamos uma identidade de integração e mudamos o conceito que tínhamos de cada um empreender ações isoladas em prol apenas de si mesmos".

Joais Santos, prefeito de Capixaba e presidente do Condiac, afirma que juntos os prefeitos se fortalecem para acessar recursos que federais que são destinados a municípios que possuem mais de 50 mil habitantes. "Quando nos juntamos, somamos mais de 60 mil habitantes e, assim, passamos a poder participar de um universo maior de liberação de recursos", garantiu.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Nepotismo em Xapuri?

Manchete do jornal A Tribuna sobre recomendação do MP contra nepotismo causa mal entendido em Xapuri



A manchete acima, estampada na edição de ontem do jornal A Tribuna e seguida de nota do repórter Gilberto Lobo sobre recomendação que o Ministério Público encaminhou à prefeitura de Xapuri, não foi bem recebida pelo prefeito Ubiracy Vasconcelos. Bira considerou que, da forma como foi veiculada, a informação leva a crer que existem casos de nepotismo na sua administração, o que ele garante que não ocorre.

Na verdade, as duas recomendações encaminhadas pelo promotor de Xapuri, Mariano Jeorge de Souza Melo, ao chefe do poder executivo e ao presidente da câmara de vereadores, apesar de oportunas, não passam de mera orientação do MP aos gestores e agentes públicos para que se atentem para a vedação que a lei impõe contra a prática do nepotismo e a acumulação indevida de cargos efetivos ou comissionados.

A recomendação contra a nomeação, na administração pública, de parentes e aderentes de chefes, diretores e outros manda-chuvas se baseia na Súmula Vinculante nº 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal e publicada no Diário Oficial da União em agosto do ano passado, vedando terminantemente a prática do nepotismo, tida até então, por alguns políticos, como imoral, mas não ilegal.

O promotor estabeleceu um prazo de 30 dias para que prefeitura e câmara forneçam informações ao Ministério Público sobre a situação de servidores que estejam supostamente em situação irregular. 30 dias também é o prazo para que os mesmos servidores sejam exonerados. Caso não acatem a recomendação, o MP poderá promover ação civil pública para corrigir as ilegalidades.

Já quanto à acumulação indevida de cargos públicos, a prefeitura tem nas mãos alguns casos de funcionários que possuem contratos com o governo do Estado e com o ente municipal. Esses casos estão sendo analisados pelo departamento jurídico do município. De acordo com o departamento de administração, esses servidores estão fora da folha de pagamento até que os casos sejam devidamente resolvidos.

O assunto me faz lembrar as denúncias que ocorreram no ano de 2007, relacionadas à suposta prática de nepotismo e acumulação indevida de cargos pelo presidente da casa, vereador Ronaldo Cosmo Ferraz (veja aqui). Os denunciantes foram, na época, os vereadores da bancada petista. Como sempre, tudo acabou em nada e Cosmo Ferraz, inclusive, continua como presidente daquela colenda casa do povo.

Subsídio para a borracha

Edmilson Ferreira - Agência de Notícias do Acre

O Acre obteve nesta quarta-feira, 8, importante vitória para o extrativismo. Resolução interministerial aprovada pelo Conselho Monetário Nacional leva a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a pagar subsídio de R$ 3,50 pelo quilo da borracha natural. A medida, intermediada inclusive pelas associações e cooperativas de produtores e extrativistas junto ao Grupo de Trabalho composto por cinco ministérios, faz parte do Programa de Apoio à Comercialização de Produtos da Biodiversidade há anos defendido pela senadora Marina Silva.

O Governo Federal complementará o valor do quilo da borracha diretamente pago aos produtores através de associações e cooperativas. O subsídio representa cerca de 50% do que é pago atualmente pela soma do benefício da Lei Chico Mendes, criada em 1999, e o preço de mercado do látex seco e prensado. Pelo menos 1.460 famílias produzindo 391 toneladas serão beneficiadas em 2009. O recurso começa a ser pago no próximo mês de maio.


Atuaram junto ao GT Manoel José e Manoel Monteiro, respectivamente presidente e superintendente da Cooperativa Central dos Produtores e Extrativistas do Acre (Cooperacre), e Dona Lila, presidente da Cooperativa Agroextrativista dos Produtores Rurais do Vale do Rio Iaco (Cooperiaco). De acordo com Dona Lila, são esperados mais R$ 2 milhões em circulação no mercado extrativistas.


O Governo do Estado emitirá a Declaração de Aptidão da Produção Familiar, documento que dará acesso ao recurso. A Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) certificará junto à Conab a origem do produto, conferindo qualidade à borracha comercializada no Estado. "Esse preço mínimo é um ganho fantástico", comemorou Nilton Cosson, da Seaprof. As indústrias também elevam seus ganhos e colocações de seringa serão repovoadas.


Ainda nesta quarta-feira, a Conab anunciou que irá instalar este mês no Acre, um polo para operação de subvenção aos produtos extrativistas, beneficiando diretamente associações e cooperativas de comerciantes de borracha natural e castanha-do-brasil. A decisão foi tomada em Brasília, após reunião do grupo gestor formado pelos ministérios do Meio Ambiente, da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e da Conab com representantes do Governo do Estado e da Coopeacre.

O polo será instalado em Rio Branco e em Sena Madureira, primeira comunidade extrativista a participar do programa. Segundo o superintendente de Gestão da Oferta da Conab, Carlos Eduardo Tavares, os recursos oferecidos pelo governo como subvenção ao preço mínimo vai ajudar a economia da região que sofre os efeitos da crise econômica mundial e que reduziu a demanda por produtos extrativistas.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Bira Vasconcelos

Prefeito reclama das críticas e desabafa: "Não posso andar de helicóptero se não tenho nem um carro".



Há mais de três meses no cargo, o prefeito de Xapuri, Francisco Ubiracy Machado de Vasconcelos, ou simplesmente Bira, como ele prefere ser chamado, muda de postura com relação às críticas, avalia como delicada a atual situação do município e convoca a população para dividir esforços em prol da cidade que continua padecendo dos problemas crônicos legados pelas últimas administrações.

Com uma máquina administrativa sucateada nas mãos, redução de 20% nos já parcos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), um rigor do chamado inverno amazônico que há muitos anos não se via e uma crescente cobrança por transformações imediatas, Bira Vasconcelos garante que vai fazer as mudanças, mas dentro de um determinado tempo e de acordo com as condições que o município possui.

"Não adianta eu empregar 200 pessoas e no final do mês não ter dinheiro para pagar os salários, muito menos contratar obras e em seguida as empresas acionarem a prefeitura na justiça. Não posso querer andar de helicóptero se não tenho nem um carro", desabafou o prefeito em conversa com o repórter Joseni Oliveira, da Rádio Educadora 6 de Agosto, na última segunda-feira.

Com uma arrecadação ínfima - menos de 2% da sua receita bruta mensal -, o município depende completamente dos repasses federais para sobreviver. Diante da ausência de recursos próprios para investir na infraestrutura da cidade e do campo, a situação é realmente melindrosa e se acentua com a ação impiedosa das chuvas que agrava os transtornos na zona urbana e destrói a malha de estradas vicinais.

A estratégia para o município sair da crise, segundo Bira, é apostar nas parcerias com os governos estadual e federal e no apoio da bancada acreana em Brasília. Fora isso, a alternativa é fazer muito planejamento que resulte em ações responsáveis e austeras para não criar no povo falsas expectativas de investimentos que o município não pode fazer.

Para isso, enquanto chove, o prefeito conversa com a população. Na cidade ou no campo, a comunidade chamou, lá vai o Bira, de carro ou de moto, enfrentando a lama, para ouvir o que povo tem a lhe dizer. Na segunda-feira passada, foi obrigado a voltar do meio do caminho, depois que o carro em que viajava não conseguiu mais trafegar no ramal que dá acesso à comunidade de nome Maloca.

Com relação às críticas e cobranças que há muito já chegaram, em razão de a maior parte dos desmantelos deixados pelo último prefeito continuarem da mesma forma, Bira se esforça, mas não consegue esconder que já começa a se incomodar com o que considera ser um esforço precipitado de alguns segmentos para provocar o desgaste precoce de sua administração.

"Eu sabia que ia receber uma cidade cheia de problemas, mas as pessoas também tem de saber que esses problemas não podem ser resolvidos da noite para o dia. Não adianta o sujeito chamar pelo prefeito e achar que no dia seguinte não vai ter água debaixo de sua casa porque vai ter, sim. Sou o responsável pelos problemas da cidade, mas não fui eu quem a deixou desse jeito", desabafa mais uma vez o prefeito de Xapuri.

Apesar da crise e da natural pressão advinda da grande expectativa que se criou sobre seu nome tanto antes como depois das eleições, Bira afirma que se mantém otimista com o sucesso de sua administração. Torcemos por isso, para que não somente o prefeito e sua gestão possam "andar" de helicóptero, mas também todo o município e sua população consigam decolar do atraso em que se encontram para voar em céu de brigadeiro, num futuro não muito distante.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Em defesa de quem trabalha



Binho Marques, governador do Acre

A denúncia, fartamente noticiada pela imprensa, do Ministério Público Federal contra ex-diretores do Deracre por causa de supostas irregularidades na execução de obras na BR 364, induz o público a pensar que houve desvio de recursos públicos com a participação de assessores do ex-governador Jorge Viana e alguns empresários.

Os assessores arrolados no inquérito são o professor Tácio de Brito, que voltou a dar aulas de História na rede pública municipal de ensino e a trabalhar com sua esposa na Drogaria que possuem há mais de 20 anos no bairro Floresta; o engenheiro Sérgio Nakamura, que atua no concorrido mercado da construção civil do Estado; e o engenheiro Joselito Nóbrega, que continua prestando serviços no Deracre.

O primeiro ponto que quero ressaltar é que uma estrada pavimentada no Acre, com toda fragilidade do nosso solo e a intensidade das chuvas do inverno amazônico, tem uma durabilidade inferior a qualquer estrada pavimentada em outras regiões do país.

Que o trecho pavimentado em questão tenha apresentado problemas, e que as empresas tenham sido acionadas para proceder a manutenção é fato. Mas não é justo expor pessoas de bem com insinuações de desvio de recursos em proveito próprio, quando o problema em análise seja de tamanha complexidade.

Só para se ter uma idéia, estamos há dez anos e três meses à frente do Governo, somando os dois mandatos do governador Jorge Viana e os dois anos e três meses do meu mandato, e temos que admitir que ainda estamos aprendendo a lidar com obras de pavimentação, devido à particularidade das condições climáticas, geológicas, tecnológicas e dificuldade de logística para a mobilização de pessoas, máquinas e insumos, que chegam aos canteiros de obras a preços infinitamente mais altos.

Os preços praticados nessa obra já foram aprovados pelo Tribunal de Contas da União e todos os projetos contaram com pareceres favoráveis do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens – DNER.

Ao analisar as informações que foram disponibilizadas, a equipe do Governo constatou uma série de imperfeições no laudo técnico que gerou a denúncia do MPF.

A Justiça Federal ainda não julgou o mérito do pedido de denúncia para saber se vai acatá-la ou não.

O fato é que conhecemos a honradez e a dedicação pública das pessoas mencionadas, e sabemos o quanto elas contribuíram e continuam contribuindo com o desenvolvimento do Acre através de seus respectivos trabalhos.

Vamos aguardar o posicionamento da Justiça. Como em outras ocasiões, onde dúvidas foram levantadas e tecnicamente esclarecidas, tenho certeza de que agora não será diferente.

O que não podemos aceitar é que uma denúncia feita há tanto tempo, por pessoas com o interesse político de impedir a continuidade das obras que fizeram de Jorge Viana o melhor governador da história do Acre, coloque sob suspeita uma administração que vem realizando tanto pela melhoria da qualidade de vida do povo e pelo desenvolvimento do Estado do Acre.

O risco de se tornar ou parecer igual

Leonildo Rosas

Sexta-feira passada os blogs e sites de notícias se anteciparam e divulgaram que o Ministério Público Federal (MPF) havia denunciado atuais e ex-dirigentes do Deracre e empresários por terem supostamente cometido irregularidades na pavimentação asfáltica da BR-364 no sentido Rio Branco/Cruzeiro do Sul.

Os jornais impressos foram mais comedidos e discretos. Teve até quem preferisse omitir o devido destaque. A este colunista, fonte de dentro do MPF avisou que essa era apenas um das várias outras ações que serão encaminhadas após o fechamento de investigações que vêm se arrastando há cinco anos. Revelou que virão mais denúncias na área ambiental e criminal.

Sinceramente, por mais que haja um esforço grande, é impossível ficar sabendo dessas notícias sem se preocupar sobremaneira. A integração do Acre por estrada permanentemente com trafegabilidade é um sonho centenário de toda a população acreana.

A história tem nos ensinado que suspeitas e denúncias pondo em xeque a legalidade das obras sempre colocam em risco a sua execução dentro do prazo previsto. E tempo para construir estradas na Amazônia é coisa rara.

Não faz tanto tempo que houve atraso no cronograma gerado por denúncias. Aconteceu no governo Orleir Cameli (1995-98), quando o MPF pediu e a Justiça embargou os trabalhos que vinham sendo realizados.

Na época, havia indícios fortes de que os serviços estavam atolados em irregularidade. Ao fazer vistoria in loco, o procurador da República Luiz Francisco Fernandes de Souza comprovou, entre outras coisas, que máquinas da empresa do governador haviam sido alugadas pela empreiteira vencedora da licitação.
.
Na época do embargo, os aliados do governador trataram de satanizar políticos petistas, em particular a senadora Marina Silva, que foi linchada moralmente em praça pública.

Marina Silva saiu quase ilesa do bombardeio adversário. Em 2002, foi eleita para um segundo mandato com votação consagradora. A história se encarregou de pôr as coisas no trilho correto da verdade, mas até hoje há quem excomungue a religiosa parlamentar.

A lembrança do que aconteceu na gestão Orleir Cameli é fundamental. É bom buscar o passado para não perder de vista as coisas que acontecem no presente.

A notícia da denúncia contra ex-membros do governo preocupa. O atual grupo que administra o Estado chegou aonde chegou porque a população acreana cansou de conviver com homens públicos que faziam dos seus postos verdadeiros balcões de negócios.

A falta de escrúpulo e de decência era assustadora. Havia uma população órfã. As instituições estavam carcomidas pelo tempo e por práticas que fugiam do que reza a cartilha da dignidade.

Em 1998, capitaneada pelo Partido dos Trabalhadores, a Frente Popular do Acre (FPA) assumiu o governo. Surgiu trazendo o novo, com novas práticas. O sucesso foi garantido. A coalizão está no terceiro mandato, com chances concretas de obter o quarto. É querer esconder os raios do sol com a peneira negar que o Estado avançou como nunca antes nos últimos dez anos.

Os avanços não ficaram restritos à execução de obras. O Acre deixou de ser um local onde imperavam os governos paralelos do crime organizado para se tornar numa referência no trato com a coisa pública e com o desenvolvimento sustentável pautado no aproveitamento racional das riquezas florestais.

O Brasil passou a olhar para o Acre não como um filho enjeitado e problemático, mas como um Estado com boas práticas na gestão pública e política. O acreano voltou a sorrir. A andar de cabeça erguida e altaneira. Sua autoestima nunca esteve tão alta.

Mas o poder desgasta. É inevitável. Torna-se difícil a manutenção constante da mesma pegada. Por mais que haja um esforço para se renovar permanente, o cheiro do velho permanece. Pessoas se aboletam nos cargos e passam a se considerar donos e senhores absolutos da verdade. É nesses momentos que os equívocos começam a acontecer.

A finalidade aqui não é condenar os acusados previamente, principalmente uma pessoa como Tácio de Brito, homem de vida simples, cuja honestidade tem sido prática constante na sua trajetória. Ocorre que era sangue-novo no Deracre. Pode ter sido induzido a cometer erros.

A preocupação é outra. O temor é de que um projeto que nasceu a partir do sonho de fazer um Estado digno da sua história se desvirtue e passe a ser tratado como os outros que o antecederam.

A denúncia do MPF é grave em todos os sentidos. Mas o preocupante é que ameaça jogar na vala comum todos aqueles que durante anos carregaram as bandeiras da ética e da honestidade.

Essas são as bandeiras que ainda sustentam a FPA no poder. Os resultados das urnas têm indicado que o cidadão tem medo de retroceder. O temor do passado nada glorioso mantém acesa a lamparina política do grupo que governa o Acre. Deixar apagar a chama por um sopro de suspeita é falha imperdoável. A prática, já dizia Lênin, é o critério da verdade.

Infelizmente, a FPA sofreu um pouco de desvio na sua condução e na sua prática. Os mais antigos ensinam: quem com porcos se mistura, farelo come. Nessa mistura, antigos adversários antes satanizados passaram a ser santificados em nome da manutenção do poder. Os ex-opositores não chegaram para comer farelos. Sentaram-se em locais privilegiados, saborearam um cardápio bem mais sofisticado no banquete do poder e estão ganhando dinheiro. Muito dinheiro.

Um desses novos santos é Orleir Cameli, um homem considerado “campeão de falcatruas”. Com um caminhão de processos nas costas acumulados nos quatro anos em que governou o Acre, o ex-governador é um dos maiores ganhadores de obras na atual gestão.

A proximidade com os antigos adversários não é bem digerida pela sociedade. A população, por mais que se esforce, não consegue mais diferenciar o joio do trigo. O erro da FPA foi trazer algumas maçãs podres da política acreana para dentro do cesto dos frutos bons. Nessa mistura, os bons sempre saem perdendo.

A denúncia está feita. Caberá aos acusados apresentar a defesa. O que não vale é querer desqualificar os denunciantes. O importante é comprovar que não houve irregularidade. É isso que o povo quer. É isso que a história exige. Ficar calado e na retranca não é o mais aconselhado.

Esse tipo de denúncia deve servir para os homens e mulheres da FPA mostrarem à sociedade que foram e permanecem diferentes. Omitir-se ou tentar qualificar quem denuncia é perigoso, pois pode dar margem para que as pessoas pensem que todos são iguais.

E neste caso, tal qual no Império Romano, não basta à mulher de César ser apenas honesta. Ela tem que parecer honesta.


◙ Leonildo Rosas é um dos melhores jornalistas acreanos da atualidade. Assina a coluna Poronga, no jornal Página 20. Há um ano, comprou uma briga com a direção do jornal (veja aqui), que recheou a coluna, sem a sua autorização, com uma nota de solidariedade do senador Tião Viana aos desembargadores Arquilau de Castro Melo e Adair Longuini, vítimas, segundo a nota, de agressões por parte de um jornalista da capital.

domingo, 5 de abril de 2009

A Amazônia de Euclides da Cunha

Viagem do repórter Daniel Piza e do fotógrafo Tiago Queiroz ao longo do rio Purus reconstituiu a expedição chefiada em 1905 pelo escritor, cujo centenário de morte é lembrado neste ano



A Amazônia que ocupa as margens do Alto Purus, no Acre, quase não foi tocada pelo homem. De suas matas e espécies nativas, muitas ainda nem sequer foram batizadas. A distância, ali, é medida pelo tempo: um lugar está a tantas horas de barco do outro, ou a tantos dias. O rio desce tão sinuosamente que um ponto que se avista a cem metros adiante só será atingido mais de meia hora depois, assim que se percorrer toda a volta. Pela corrente vêm galhos e até troncos de árvores, não porque derrubadas pelo homem, mas porque tiradas pelas águas caudalosas e barrentas de suas cheias. Paisagens parecem se repetir, como uma curva à direita com imbaúbas e uma pequena praia de barro, dando a impressão de que nada mudou. Índios e caboclos surgem a intervalos, em pequenos povoados onde levam sua vida de subsistência: plantar, caçar, pescar. Ou em canoas com motorzinhos de rabeira e carregadas de macaxeiras e jabutis. Mesmo a flora e a fauna, com exceção das mais triviais garças e andorinhas, se exibem eventualmente, em meio ao silêncio e à aparente monotonia da subida. O que é outono e inverno em outros lugares, ali se chama verão; o inverno, de novembro a abril, é a época do calor e das chuvas, de tal umidade que as noites esfriam e produzem uma cerração que, ao baixar, deixa um orvalho sobre a grama que mais parece resultado de chuva. É como um deserto pluvial.
Leia a série de reportagens no jornal no Estadão.

sábado, 4 de abril de 2009

A morte do 'Xerifão'

Secretário Adjunto de Segurança Pública de Rondônia é assassinado em Porto-Velho


Cezar Pizzano na varanda da casa de Geraldo Pessigatti,
na estrada do Café, em Xapuri, no Natal passado

O Delegado Cezar Pizzano, secretário adjunto de Segurança Pública do Estado de Rondônia, foi assassinado no inicio da madrugada deste sábado (4) em Porto Velho, após reagir a um assalto, segundo informações do site rondoniaaovivo.com (clique no link para as fotos).

Pizzano teria saído em perseguição aos suspeitos de um assalto, quando foi atingido com um único disparo de arma de fogo na altura do coração. Dois marginais teriam participado da ação criminosa. Uma grande operação está sendo conduzida em toda a capital rondoniense em busca dos assassinos.


No dia 25 de dezembro do ano passado, entrevistei o delegado Pizzano na fazenda dos Pessigatti, aqui em Xapuri. O secretário tinha ido a Cobija, na Bolívia, fazer compras e encostara para conhecer a cidade e almoçar na casa de Geraldo, cunhado de Aílton e Mílton Farias, assessores do policial.

Naquela oportunidade, falou da queda nos índices de criminalidade no seu estado e da intenção do governo de Rondônia de fazer um trabalho integrado com o Acre no combate ao tráfico de entorpecentes. Para isso, a exemplo do nosso Estado, o governo de lá também estava adquirindo um helicóptero para ser utilizado em operações policiais.

Pizzano, era um sujeito alegre e brincalhão, mas que não abria mão de fazer o tipo durão comumente visto em filmes policiais. Sempre de óculos escuros, que dificilmente tirava do rosto, se dizia um pensador da segurança pública no seu Estado. Seu jeito de agir e a grande popularidade que possuía lhe renderam o apelido de 'Xerifão', como era chamado.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Gaz Sound Car



A equipe de som automotivo Gaz Sound Car, de Sena Madureira, se apresenta nesta sexta-feira em Xapuri, na reabertura do clube Tom Marrom. A festa marca os 4 anos do programa "Tarde de Emoções", do radialista Joseni Oliveira.

São 4 carros de som na pista prometendo muita música eletrônica a cargo dos DJ's Willian e Lander. O promoter do evento é o maluco beleza Ronaldo Duarte, da Rádio Difusora de Sena. Para quem gosta do gênero, será uma noite imperdível na Princesa do Acre.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Turismo e consciência ecológica

No site do Ministério do Turismo:

As cidades de Rio Branco e Xapuri, no Acre, recebem a Caravana Brasil Nacional entre os dias 1º e 05 de abril. Durante a viagem, 11 operadores de turismo de vários estados brasileiros poderão conhecer a cultura e a história da região por meio de visitas a parques, memoriais, museus, prédios e monumentos históricos. Eles também visitarão a Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada no município de Xapuri. A cidade teve seu esplendor no apogeu da produção de borracha. Hoje é símbolo da consciência ecológica, por ser a terra natal do sindicalista e ativista ambiental Chico Mendes, assassinado em 22 de dezembro de 1988.

As caravanas são uma ação do Ministério do Turismo desenvolvida em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). O objetivo é promover viagens para que agentes e operadores de turismo conheçam destinos e produtos turísticos — novos ou já comercializados. Com isso, além de incentivar a comercialização de novos produtos turísticos no mercado nacional, as caravanas também contribuem para a consolidação de destinos já conhecidos.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Minc no Bom Dia Ministro

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, é o entrevistado desta quinta-feira do programa Bom Dia Ministro. Na entrevista, ele irá falar sobre o Fundo Amazônia, sobre desmatamento e aquecimento global. A entrevista é produzida e coordenada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, e transmitida ao vivo, via satélite, das 8h às 9h, com participação de jornalistas de todo o Brasil. A Rádio Educadora de Xapuri é uma das emissoras que confirmaram participação no programa desta quinta-feira.



Veja a seguir o release enviado pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República sobre a entrevista do ministro Carlos Minc:

FUNDO AMAZÔNIA

O Fundo Amazônia é um mecanismo inédito criado pelo governo brasileiro com o objetivo de captar recursos, nos mercados interno e internacional, para aplicá-los em programas de desenvolvimento sustentável em pesquisa e inovação tecnológica e na conservação da biodiversidade da Amazônia. O governo norueguês já contribuiu com a doação de US$ 110 milhões e, até 2021, o Brasil espera captar US$ 21 bilhões. O Fundo Clima deve receber doações internacionais para o combate às mudanças climáticas, financiando projeto que tenham com objetivo a adaptação e a mitigação aos efeitos da mudança do clima.

O Fundo Amazônia é um mecanismo inédito criado pelo governo brasileiro com o objetivo de captar recursos, nos mercados interno e internacional, para aplicá-los em programas de desenvolvimento sustentável em pesquisa e inovação tecnológica e na conservação da biodiversidade da Amazônia.

Minc também falará sobre o licenciamento de hidrelétricas por bacias hidrográficas, que tem como principal objetivo aumentar e garantir a participação e o controle social nesta forma de empreendimento. As novas hidrelétricas seriam aprovadas com o consentimento do comitê de bacia e, por conseguinte, com aprovação popular. Os planos gestores de bacias são diagnósticos da situação ambiental das regiões e instrumentos básicos para a definição de metas e programas de investimentos, além de empreendimentos sustentáveis e com respeito ao meio ambiente. Os planos de bacias são resultantes de dezenas de reuniões com a participação dos principais atores envolvidos na discussão sobre aqueles recursos hídricos.

Para disciplinar o uso das águas, o MMA criou o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que é uma espécie de guarda-chuva que envolve outros planos, como por exemplo o Plano das bacias, e que vai nortear o uso da água no Brasil até 2020. Além do uso racional da água, o plano vai ajduar o País a se transformar no maior fornecedor de energia renovável do mundo.

AQUECIMENTO GLOBAL

Como forma de combater o aquecimento global, o MMA, além da Amazônia, passará também a monitorar os biomas caatinga, cerrado, pampa e Mata Atlântica. O monitoramento será feito pelo MMA e a redução de desmatamento nestas áreas poderão ser incluídas nas novas metas anunciadas pelo governo brasileiro na primeira revisão do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, previsto para 2010.

O Plano Nacional sobre Mudanças do Clima é antes de tudo um plano de metas, com ações, projetos e cronogramas que serão cumpridos pelo governo e pelo setor produtivo para que se chegue em 2017 a uma redução expressiva nas emissões de gases estufa.

O plano monitoramento do desmatamento dos biomas usa imagens do satélite landsat e é um acordo de cooperação técnica entre MMA, Ibama em parceria com o Prograama das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O monitoramento é uma demanda antiga e uma resposta ao desmatamento que essas regiões vêm sofrendo ao longo do tempo. Com este instrumento, o Brasil passará a contar com um instrumento que completa o já utilizado pelo Inpe.

O gordo e o gago

Mentirinhas



Blog do Altino