quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Essa é para você, Arnaldo...

Do jornalista Beneilton Damasceno, via Facebook:

Por conta de uma liminar, quatro testemunhas ganharam o direito de assistir ao jogo entre Corinthians e Millonarios, da Colômbia, ontem à noite, no Pacaembu, já vez que o confronto era de portões fechados.

Bom, já que se trata de uma decisão provisória, um dia o mérito dos impetrantes deverá ser julgado. Vamos supor que o juiz togado indefira o pedido do quarteto. E aí, como fazer para que a regra fique clara?

1. Eles serão presos por 90 minutos (45+45 com intervalo de 15)?

2. Terão o valor do ingresso devolvido, com as necessárias correções?

3. Sofrerão uma lavagem cerebral a fim de "esquecer", ad eternum, o que viram e ouviram, inclusive o placar?

4. Ganharão uma estrepitosa vaia, na Praça da República, pelos milhares de torcedores que não tiveram o mesmo privilégio?

5. Aceitarão ser atingidos por rojões disparados por adolescentes sem antecedentes criminais integrantes da "FARCção" (ops!) Gaviões da Fiel?

Responda, Arnaldo, responda!

Assinado: Galvão Infiel.

Investimentos

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O governador Tião Viana estará em Xapuri nesta sexta-feira (1) para anunciar investimentos do governo do Estado no município em várias áreas de desenvolvimento: educação, saúde, produção, infraestrutura (pavimentação, saneamento, esgotamento e ramais), entre outras.

Tião Viana tem percorrido todos os municípios acreanos para apresentar aos novos prefeitos e vereadores, além das lideranças locais, um panorama de todos os investimentos que foram realizados no ano passado e os que serão executados este ano.

Que os investimentos sejam bem-vindos. Xapuri nunca precisou tanto.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Ano da Serpente

Roni de Oliveira Franco*

O novo ano começou com o mundo ainda mergulhado na crise mundial desencadeada em 2008, uma das mais longas e graves da história do capitalismo. Não é sem razão que, em sua mais recente estimativa de crescimento da economia global em 2013, o Banco Mundial tenha revisto de 3% para 2,4% a perspectiva de evolução do PIB terrestre. Muito pouco se considerarmos que em 2012 o índice foi de 2,3%. O Brasil, apesar da baixa expansão econômica que teve no ano passado, vem se saindo bem no contexto da crise, menos sentida por aqui, desde a ousada definição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o tsunami econômico seria uma marolinha para os brasileiros.

Os organismos internacionais — embora, como o Banco Mundial, alertem para a necessidade das reformas e políticas estruturais (no nosso caso, a tributária, previdenciária e trabalhista) — reconhecem o bom desempenho brasileiro num mundo em crise. Por isso mesmo, a instituição projeta crescimento para o nosso país de 3,4% em 2013, 4,1% em 2014 e 4% em 2015. Que se confirmem as previsões!

De todo modo, não podemos esquecer que, numa economia globalizada, todas as nações estão suscetíveis à situação de dificuldades apontada pelo Banco Mundial. A contínua incerteza sobre a política fiscal dos Estados Unidos, as dificuldades sérias enfrentadas pelos países da Zona do Euro e a redução do crescimento da China, cujas importações têm peso significativo na economia das nações exportadoras, são indicadores de que a recuperação internacional é lenta.

Este ano, os norte-americanos deverão crescer apenas 1,9%. Os chineses, por sua vez, 8,4%, o que não é tão expressivo para um país que vinha mantendo média anual superior a 10% até 2011, que caiu para 7,8% em 2012 e que precisa criar empregos, alimentar, vestir, dar assistência médica e moradia para quase um quarto da população do Planeta, considerando sua população de aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas.

Ante tais cenários, o próprio Brasil vive algumas incertezas e contradições: estamos praticamente com pleno emprego, mas crescemos apenas 1% em 2012; o governo oscila entre privilegiar a expansão da economia e adotar postura mais rígida contra o risco inflacionário, mantendo-se em dúvida quanto aos rumos da taxa de juros; continuamos com altos impostos, mas assistindo à concessão de reduções tributárias e desonerações para segmentos específicos, o que pode causar certo desequilíbrio na economia.

Em meio a tudo isso, devemos apostar no crescimento, mas com a consciência alerta para os cenários e riscos. Por isso, as empresas precisam ser ainda mais criteriosas e analisar a gestão, custos, mercados e concorrência. Nesse sentido, é sempre pertinente contar com o concurso de uma boa consultoria e, mesmo não acreditando em astrologia, seguir alguns bons conselhos contidos no milenar horóscopo chinês: 2013 será regido pela Serpente, considerada enigmática. Sob sua influência, o novo ano será propício para se buscar o equilíbrio entre a razão e a emoção, além de ser uma fase favorável para cultivar a reflexão e a observação cuidadosa.

Também será preciso ter metas definidas e agir com praticidade, mas de maneira planejada. Se as pessoas mantiverem o foco em seus objetivos e traçarem estratégias de ação, será mais fácil lidar com os imprevistos e surpresas de última hora que poderão surgir nessa fase. Sábios conselhos, mesmo para os mais céticos quanto à clarividência dos astros...

*Roni de Oliveira Franco é administrador de empresas, sócio da Trevisan Gestão & Consultoria e da Efycaz Trevisan.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A partilha do bolo

Câmara aprova aumento de 50% nos salários dos cargos comissionados da prefeitura

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A matéria prometia gerar polêmica na sessão ordinária desta terça-feira (26), mas terminou sendo aprovada por unanimidade a proposta do Poder Executivo de reajustar em 50% os salários dos 69 cargos comissionados da prefeitura de Xapuri, que atualmente possui um quadro composto por 10 secretários, 22 diretores e 37 coordenadores.

Com a aprovação do reajuste, os secretários municipais - que tinham salários de R$ 2.200,00 -passarão a receber R$ 3.200,00. Os diretores - que recebiam R$ 1.400,00 - passarão a R$ 2.100,00. Já os salários dos coordenadores passarão dos atuais R$ 700,00 para R$ 1.050,00. O impacto do aumento na folha de pagamento será R$ 38.350,00.

O consenso dos vereadores na aprovação do reajuste se deu após o Sindicato dos Servidores Municipais de Xapuri (Semux) apresentar a planilha com os valores propostos pela categoria para a próxima data-base, que ocorre em maio. Segundo os vereadores Eliomar Soares (PT) e Celso Paraná (PMDB), a reivindicação dos funcionários não será afetada pela aprovação do reajuste dos salários dos cargos comissionados.

“Não teríamos como aprovar a proposta de reajuste dos salários dos cargos de comissão se houvesse risco dessa decisão comprometer a negociação com os servidores municipais. Havendo a garantia de que os trabalhadores não serão prejudicados também não temos razão para causar empecilhos ao reajuste dos ocupantes dos cargos de confiança”, disse Eliomar Soares.

“Discutimos muito a matéria é só a colocamos em votação depois de recebermos as informações do Semux sobre aquilo que os funcionários propõem para a próxima data-base. Aprovamos o reajuste de hoje certos de que a proposta dos servidores também será aprovada quando for posta em apreciação”, afirmou o vereador Celso Paraná, segundo-secretário da Câmara.

Os salários do prefeito, vice-prefeito e vereadores foram reajustados no fim da legislatura passada e ficaram numa média próxima aos 30% com relação aos vencimentos anteriores. Resta conhecer a proposta do Sindicato dos Servidores Municipais e a disposição da prefeitura em aceitá-la para se ter uma ideia de como ficarão aqueles que historicamente tem se contentado com a menor fatia do bolo. Ou seria a maior?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Libações “aristocráticas”: Excessos e tiroteio na morte de Victorino Maia

Por Francisco Bento da Silva e Sérgio Roberto Gomes de Souza

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Praça Rio Branco, na cidade de Xapuri, 1906-1907

Fonte: FALCÃO, Emílio. “Álbum do Rio Acre”, pg. 153

No dia 23 de março de 1912 uma canoa tripulada por cinco remadores aportou na cidade de Rio Branco, capital do Departamento do Alto Acre. Logo que desembarcaram, seus tripulantes deram início a um impressionante e detalhado relato sobre um intenso tiroteio ocorrido no dia 20 de março, na cidade de Xapuri, que havia vitimado, dentre outros, o comerciante e seringalista Vitorino Ferreira Maia.

O preâmbulo dos fatos deu-se a partir do momento em que um grupo formado pelo Tenente-Coronel Justo Gonçalves da Justa, tabelião interino da cidade; Joaquim Guimarães, guarda-livros; e Gastão Mavigner, empregado do seringal Santa Fé reuniram-se, ainda pela parte da manhã, no botequim de um italiano conhecido em Xapuri pelo nome de “Venturelli” e resolveram tornarem-se os mais fervorosos “adoradores de Baco”. O jornal Folha do Acre do dia 24 de março de 1912, que publicou matéria sobre o tiroteio com o título “Consternadora Desgraça no Xapury (sic)”, descreveu em um dos parágrafos que compunha o texto que os ébrios “entregavam-se ali a repetidas e absolutas libações, praticando distúrbios”.

O historiador Sidney Chalhoub analisou uma publicação do jornal carioca O Correio da Manhã do dia 17 de julho de 1906 que relatava um conflito entre um caixeiro de um botequim e um freguês a partir da seguinte abordagem: “Em um botequim (...) na estação do Engenho de Dentro, verdadeira tasca onde se reúnem, à noite, desordeiros e vagabundos, que perambulavam pelos subúrbios promovendo desordens que sempre acabam em terríveis desacatos, deu-se ontem uma cena de sangue”.[1] Chalhoub percebeu que a introdução da matéria policial tinha forte conotação moralizadora e objetivava desqualificar a principal opção de lazer dos pobres urbanos do sexo masculino no período: “a conversa informal que esses homens levam no botequim, ao redor de uma mesa ou encostados no balcão, sempre sorvendo goles de café, cachaça, cerveja ou algum vinho barato”.[2]

A associação do botequim com rótulos pejorativos que o caracterize como um espaço freqüentado por “desordeiros” e “vadios”, era bastante comum no início do século XX. O problema, no caso de Xapuri, é que os autores das “libações”, a quem o jornal Folha do Acre fizera referência, parecem não se encaixar no perfil de trabalhadores urbanos pobres. Todos eram habitués do que havia de mais “sofisticado” na cidadela de cerca de 300 habitantes[3].

À medida que o tempo passava, os ânimos dos “aristocráticos ébrios” ficavam mais exaltados, fato que terminou por levar até o botequim do Venturelli o delegado de Xapuri, Sr. Achiles Peret que empregou, segundo o jornal Folha do Acre “meios brandos, conseguindo acalmar os ébrios, observando-os sob sua vigilância até as 3 ½ horas da noite, quando todos recolheram-se as suas residências”.

Mas o sossego do delegado não durou por muito tempo. Já às 6 horas da manhã do dia 20 de março, Achiles Peret foi avisado que os “ébrios” haviam retornado às ruas, dessa vez, armados de rifles e disparando tiros a esmo, “(...) tendo um dos projéteis atingido o chapéu de um transeunte, escapando outros milagrosamente”.

O caso pareceu, então, requerer medidas mais enérgicas, foi quando Achiles Peret comunicou o ocorrido ao Tenente-Coronel Francisco Conde, solicitando sua interferência para fazer com que, segundo o citado jornal, “os desalmados abandonassem a perigosa atitude que haviam assumido”. Francisco Conde dirigiu-se ao local onde concentravam-se os autores dos distúrbios, retornando pouco depois com a garantia de que havia acalmado os ânimos. Mas, mal saíra da delegacia, escutou tiros vindos do local. Resolveu então preparar o contingente da guarda. Convocou de pronto o sargento – o jornal não diz seu nome – e passou instruções para que fosse ao Bosque e “proibisse aquela criminosa prática”.

Ao aproximar-se, a força policial “foi recebida a bala pelos desatinados, que eram os mesmos que se haviam embriagado na noite antecedente”. Ao lado deles estava o seringalista e comerciante Victorino Ferreira Maia que, segundo o jornal Folha do Acre, não fazia parte da “balburdia”, estando dentre os “ébrios”, apenas devido ao fato de ser vizinho do local onde bebiam e atiravam e, devido a isso, tentou “aconselhá-los”. Também encontravam-se nas imediações um advogado de nome “Soutolima” e um jovem conhecido como “Terto de Tal”.

Findo o tiroteio, percebeu-se um fato interessante: as balas que saiam das armas de policiais e “ébrios”, feriram mortalmente Victorino Maia, Soutolima e Terto, justo os que, segundo o jornal Folha do Acre, não tinham envolvimento direto com a “confusão”. Foram também atingidos o Tenente-Coronel Justo da Justa e um policial que veio posteriormente a falecer.

Percebe-se pela matéria, do jornal Folha do Acre, a existência de um tênue fronteira entre as regras abstratas e universalizantes do legal e práticas baseadas na tradição, força, hierarquia e poder pessoal, expressos no que Roberto Damatta sintetizou através da terminologia: “você sabe com quem está falando”? No Acre, essas práticas de poder personificavam-se nas figuras de “coronéis” forjados, que na verdade eram grandes proprietários de seringais e agentes públicos, no geral nomeados por terem proximidade com políticos influentes na nascente República e que contavam ansiosamente os minutos para deixar para trás esse “inferno verde” e conseguir coisa melhor em regiões que denominavam como “civilizadas”. Por fim, uma observação, a aristocracia tupiniquim não sabia mesmo era beber.

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Jornal Folha do Acre, 24 de março de 1912, ano II, nº 72, p. 03 - Fonte: www.memoria.bn.br.


[1] Correio da Manhã, 17 de jul., 1906, p. 03, apud CHALHOUB, Sidney. Trabalho Lar e Botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque. Editora da Unicamp, São Paulo, 2001, p. 256.

[2] Idem, p. 257

[3] A população estimada da cidade de Xapuri aqui utilizada tem como referência o Relatório da Prefeitura do Departamento do Alto Acre relativo ao período decorrido entre 18 de agosto e 31 de dezembro de 1904, encaminhado ao Ministro do Interior e Justiça, Sr. J. J. Seabra, pelo prefeito Raphael Augusto da Cunha Mattos, pp. 12 a 15.

Francisco Bento da Silva e Sérgio Roberto Gomes de Souza são professores do curso de História da Universidade Federal do Acre (UFAC). A dupla estreou neste domingo (24) a coluna “Aconteceu…”, no jornal Página 20.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O vírus da "gripe literária"

"Não seria possível que toda aula, de física, química, história, matemática, fosse iniciada com um poema ou um curto texto literário?"

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Rubem Alves

Epitáfio é uma frase que se grava numa lápide, contando algo sobre o enterrado. Já escolhi a minha. Não é original. É a mesma de Robert Frost: "Ele teve um caso de amor com a vida..."

Mário Quintana, sabendo que a morte o esperava em alguma esquina, escolheu a sua: "Eu não estou aqui..." Já imaginaram? Caminhando pelo cemitério, as lápides se sucedendo graves e fúnebres. "Aqui jaz...", "Aqui jaz..." De repente os olhos batem na frase "Eu não estou aqui", que é o mesmo que "Aqui não jaz..." É possível evitar o riso? É possível evitar amar quem assim brincou com a própria morte?

Mário Quintana era um menino que brincava com coisas graves. Sofreu. "Da primeira vez que me assassinaram perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, a cada vez que me mataram, foram levando qualquer coisa de minha." Mas passado o sofrimento, primeiro ele se vingou: "Todos esses que aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão... Eu passarinho..." Ler Mário Quintana é pular de galho em galho, como passarinho.

Pois eu ia pulando de galho em galho como passarinho. E quanto mais alegre eu ficava, mais triste eu ficava. É que eu estava lendo sozinho. E a alegria na solidão é triste. Eu queria mesmo era estar numa roda de gente, professores e alunos, compartilhando alegria.

Aí eu pensei uma ideia doida: "Não seria possível que toda aula, de física, química, história, matemática, fosse iniciada com um poema ou um curto texto literário?" Por que não? Esses cursos de reciclagem... Pressupõe-se que um professor mais bem informado ensina melhor. Tenho minhas dúvidas. Conheço enciclopédias ambulantes que não conseguem ensinar coisa alguma. Que tal, então, seminários de literatura e poesia para professores que não são professores de português? Como isso iria fazer bem para a sua saúde! Começar pelo Mário Quintana passarinho, que escreve curtinho e faz rir. Depois, e eu juro, mas juro mesmo, que um professor que leia o livro do escritor moçambicano Mia Couto, Na Berma de Nenhuma Estrada ("berma", beirada de estrada ), vai ser contagiado pelo vírus da "gripe literária" e vai sair por aí, contagiando outros. Na próxima vou falar sobre o Mia Couto, pra contagiar vocês...

Veio-me então uma ideia original: aos professores se oferecem frequentemente cursos de atualização e reciclagem, nas matérias de sua especialidade. A ideia é que eles serão melhores professores se tiverem mais informações! Duvido...  A minha ideia original é que houvesse para todos os professores cursos... Não! Poesia e literatura não se aprendem em cursos - "samba não se aprende no colégio", disse Noel Rosa.  Não sei que nome dar: experiências coletivas com a literatura, que só acontecem quando há prazer, espanto, deslumbramento, susto, beleza, riso.

Primeiro, para os professores ficassem mais ricos por dentro. Segundo, para que as aulas de todas as matérias se iniciassem com dez minutos de poesia. Aí os alunos aprenderiam que literatura não é algo que acontece em certas horas de certos dias. Ela é como o ar; está misturada com a vida toda. Quem lê o Mário Quintana aprende isso.

Rubem Alves é educador e escritor.

Nota do blog: Gripado, “amurraçado de febre” e acamado neste sábado, estou respirando A vaca e o hipogrifo, de Mario Quintana, cuja capa ilustra o post. Santo remédio.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Uma simples questão de caráter

Ou de falta dele

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Três anos depois da morte da mulher que me criou desde os 9 meses de vida tomo conhecimento de que não fui convidado para a missa celebrada em Rio Branco, onde ela está sepultada, quando sua partida deste plano completou um ano. Pior que isso foi notar que meu nome não foi inserido entre os dos filhos “legítimos” no convite acima, confeccionado e distribuído a muitas pessoas de Xapuri, todas elas profundas conhecedoras da história de vida minha e desta senhora de quem tanto me orgulho e a quem tenho verdadeiramente como MÃE.

Pode aparentar que me magoa não ser reconhecido como irmão por aqueles que dessa senhora tiveram mais do que eu apenas o sangue que corre em suas veias. Mas não se trata disso, posso garantir. Minha infância e adolescência, apesar do amor e dedicação que tive de dona Ricarda Figueiredo da Silva, foram marcadas pela discriminação, pela indiferença e pelo fato de ser constantemente lembrado que não passava de um mero “filho de criação”. Dona Zizi, como era conhecida, me amava, mas não tinha forças para me defender da rejeição.

Mãe de 6 filhos, Francisco, o Chico Barrão; Sulamita; João, conhecido como Bailá; Ana Maria; Marta e Francisca, dona Ricarda me recebeu das mãos de uma mulher conhecida que lhe pedira socorro declarando não possuir condições para sustentar o filho que tivera um pouco antes de se separar do marido, que era alcoólatra e que lhe agredia constantemente. A história que precede esse momento crucial de minha vida não me é muito agradável, mas, mesmo assim, pretendo contá-la neste blog em um momento mais oportuno.

Minha história não me envergonha. Pelo contrário, muito me orgulho do homem digno e do pai de família responsável que me tornei, devendo muito disso a esta senhora maravilhosa pelo ato de humanidade que foi me acolher como filho naquele instante de desespero que fez com que minha mãe biológica sofresse até o dia de sua morte. Mas algumas circunstâncias do meu viver me entristecem deveras, principalmente a atitude mesquinha e injustificável daqueles que durante toda uma vida me trataram com preconceito e com reservas.

Devo ser justo e reconhecer que nem todos agiram dessa maneira. Ana Maria é uma pessoa a quem devo muito amor e carinho, mas nos afastamos por razões pelas quais ela e eu não somos culpados. Francisca, a filha mais nova, é a única que me considera como irmão de sangue. Esta, filha do segundo casamento de dona Zizi com o seringueiro Antônio Firmino, também nunca foi tratada como igual pelos demais. O termo “meia-irmã” sempre soou de maneira a colocá-la em seu devido lugar: a filha do seringueiro.

Não busco com esse desabafo qualquer reconhecimento, mas apenas fazer justiça. Não a mim mesmo, mas à minha mãe, dona Ricarda Figueiredo da Silva. Ninguém pode tirar dela, por qualquer vil e abjeta razão, aquilo que lhe pertenceu e continua pertencendo de fato e de espírito: um filho que pode ter-lhe dado, durante a adolescência, algumas preocupações e dores de cabeça, mas jamais uma única razão para que se envergonhasse ou se arrependesse de um dia ter lhe pegado no colo e lhe abraçado como seu.

Dona Zizi lutou contra muitos que vaticinavam maldosamente que ela estaria criando uma cobra venenosa para mordê-la. “Filho de peixe, peixinho é”, diziam-lhe, preconceituosamente, em referência à suposta má fama de meu pai biológico. Junto com o seringueiro Antônio Firmino não cedeu às maledicências. Criou-me do seu jeito do simples de quem viveu a maior parte da vida no seringal, não lhe faltando, a despeito disso, o rigor e a disciplina com que educou e formou o que hoje considero ser uma pessoa justa e honrada.

- Mas não pense, minha mãe, na paz do bom lugar em se encontra, que guardamos qualquer tipo de rancor. A atitude de nos excluírem como filhos seus de uma lembrança distribuída a parentes e amigos não muda nada na nossa história. Nós, seu filho, nora, netos e bisneta também não queríamos ficar sem você. Também sentimos enormemente sua falta. Mas seguimos, baseados no seu exemplo de luta, de amor e dedicação, virtudes com as quais norteia o nosso caráter, valor que infelizmente não conseguiu retransmitir a todos os seus.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

“Estamos fazendo o possível”

Marcinho Miranda faz balanço dos primeiros 45 dias de administração em Xapuri

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O prefeito Marcinho Miranda fez uma breve avaliação dos primeiros 45 dias de seu trabalho frente à prefeitura de Xapuri. Em entrevista ao repórter Almir Andrade, do site Notícias da Fronteira, o gestor xapuriense relatou que mesmo com dificuldades vem dando sequência nos serviços básicos, como a coleta de lixo, e demonstrou preocupação com o atendimento de saúde. Assista, abaixo, o vídeo no qual o prefeito de Xapuri diz estar “fazendo o possível para Xapuri ficar melhor”.

A foto é de Alexandre Lima, do jornal O Alto Acre.

Debate: Liberdade de Imprensa no Acre

Os jornalistas Altino Machado e Leonildo Rosas debatem no programa "Comunicação em Debate", da UFAC Rádio Web, sobre liberdade de imprensa no Acre.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Abuso sexual no Pronto-Socorro de RB

Do G1 Acre

Um técnico em enfermagem, que trabalha no setor de desintoxicação para dependentes químicos do pronto-socorro de Rio Branco, está sendo acusado de abusar sexualmente de pacientes em período de tratamento. Duas pacientes denunciaram o profissional a direção do hospital.

Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, conta que foi abusada no período em que esteve em tratamento de dependência química na unidade. "Quando eu acordei eu estava com as minhas duas mãos, pés e tórax amarrados. Ai foi quando começou a tortura. Ele passou a mão nos meus seios, nas minhas partes íntimas e introduziu o dedo na minha vagina", denunciou.

A mãe da vítima diz que é um absurdo uma pessoa como essa está trabalhando na área da saúde. "Ele não é um profissional, é um monstro", disse.

A diretora do hospital, Heliadya Prudêncio, informou que o técnico em enfermagem, que não teve o nome revelado, foi afastado até que o caso seja apurado. "Recebemos a denúncia e já afastamos o técnico que trabalhava no setor de desintoxicação, até que tudo seja apurado", informou.

A Secretaria de Saúde do Estado (Sesacre), informou em nota distribuída à imprensa na tarde desta quarta-feira (20), que abriu processo administrativo logo que tomou conhecimento dos fatos, ouviu as vítimas, testemunhas e o acusado. A Sesacre solicitou ainda da Polícia Civil a abertura de inquérito policial para que o caso seja apurado na esfera criminal.

"O Governo do Estado não compactua com qualquer tipo de violência e tomará todas as medidas necessárias para o esclarecimento e punição de eventuais culpados", diz a nota.

Bom começo

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O início do mandato do vereador Rivando Mota (PSDB) tem tem sido marcado pela objetividade dos pedidos de providência que tem feito. Nas duas primeiras sessões, solicitou que o Ministério Público e o Poder Judiciário sejam provocados a tomar providências com relação ao mau serviço realizado pelas empresas contratadas pelo governo do Estado para executar o programa Ruas do Povo em Xapuri. Também transformou em requerimento a grande necessidade que a cidade tem na atualidade de que um novo cemitério seja construído para desafogar o já lotado campo santo municipal. Sem dúvida um bom começo para um vereador novato sob o ponto de vista de quem já está enfadado de ver edis jogando sinuca, fazendo turismo e dizendo amém.

Opinião popular

“Algo está errado”

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Câmara de Xapuri poderá ter sessões noturnas

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A proposta é do vereador José Cecílio Evangelista, do PT (foto). Ele argumenta que o horário atual do início das sessões – 9h30 da manhã -  não favorece o comparecimento da população às reuniões da casa em razão de a grande maioria das pessoas estar no trabalho. A ideia teve boa aceitação entre os vereadores que se pronunciaram a respeito dela, como o segundo secretário Celso Paraná, e o assunto deverá entrar em pauta brevemente.

Cachorro antenado

Dogantenado

A foto é do blogueiro Haroldo Sarkis.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Câmara em ação

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O Legislativo-mirim de Xapuri realizou nesta terça-feira (19) a segunda sessão ordinária do ano. A primeira, realizada na última sexta-feira (15), definiu as comissões permanentes da câmara e ofereceu uma mostra do que será o atual ano legislativo: uma desigual queda de braço entre as bancadas de oposição, composta pelos quatro vereadores do PT, e de situação, também formada por quatro vereadores – três do PMDB e um do PSDB.

A desigualdade está na aliança de última hora estabelecida entre um vereador de partido de esquerda, Gessi Capelão, do PSB, com peemedebistas e tucanos, o que além de isolar os petistas, que ficaram fora da mesa diretora, também os alijou de assumir funções nas duas principais comissões: Legislação, justiça e redação final e Finanças e orçamento, que serão comandadas pelos vereadores Iran Vasconcelos e Celso Paraná, do PMDB.

O que se viu na sessão de hoje foi a determinação da bancada petista em cobrar promessas de campanha feitas pelo prefeito Marcinho Miranda. O mais enfático deles, Chiquinho Barbosa, exigiu que as ações iniciadas e não concluídas na gestão passada sejam continuadas pela atual administração. “O Centro de Saúde de Xapuri sequer está realizando exame de tipagem sanguínea”, afirmou se referindo ao não funcionamento do laboratório bioquímico.

As explicações e justificativas vieram do segundo-secretário da câmara e líder do prefeito na casa, Celso Paraná. “Temos falhas sim, mas não apenas por nossa exclusiva responsabilidade”, respondeu se reportando à descontinuidade de permutas relacionadas a profissionais da saúde entre os governos estadual e municipal após a mudança de administração em Xapuri. “Estamos resolvendo esses problemas e até o dia 22 de fevereiro os serviços de saúde estarão funcionando normalmente no município”, garantiu.

A resposta mais dura ao vereador do PT veio do peemedebista Iran Vasconcelos, que defendeu energicamente a atual gestão municipal e acusou a oposição de fazer cobranças precoces e precipitadas ao novo prefeito. “A administração passada deixou a estrutura da prefeitura em péssimas condições; chegaram a danificar propositadamente máquinas e caminhões, e agora querem cobrar resultados imediatos de um trabalho que mal começou”, disse.

Deixados os debates e as divergências de lado, os vereadores aprovaram por unanimidade, na ordem do dia, dois projetos de lei encaminhados pelo Executivo. Ambos tratam de abertura de crédito suplementar ao orçamento, um referente às obras de reforma do Mercado Municipal de Xapuri, que foram iniciadas e paralisadas no ano passado, e o outro ao pagamento das despesas de aluguel das pessoas desabrigadas pela última grande enchente do rio Acre.

Nas próximas postagens registrarei aqui no blog as principais indicações apresentadas pelos vereadores na tribuna da câmara de Xapuri. Acompanhar e divulgar a atuação dos representantes da população é dever de ofício do blog e uma contribuição cidadã deste blogueiro tanto para os edis quanto para aqueles que os elegeram. Aproveito para agradecer aos que, na tribuna, registraram e agradeceram minha presença no plenário da casa.

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Na primeira imagem, o vereador Rivando Mota (PSDB), fazendo uso da tribuna, e sentados à mesa os vereadores Iran Vasconcelos (PMDB) e Chiquinho Barbosa (PT). Na segunda, Eudes Severino e Cecílio Evangelista, ambos do PT.

Saúde e cidadania

Cláudio dell'Orto*

A internação compulsória de adultos viciados em crack, estabelecida inicialmente na cidade do Rio de Janeiro e agora em São Paulo, precisa, como pressuposto inexorável, priorizar o tratamento e recuperação. Não se pode imaginar que seres humanos dependentes dessa droga sejam recolhidos a instituições do Estado apenas para que as ruas fiquem mais bonitas e a sociedade tenha a sensação de que o grave problema foi atenuado. É crucial a preocupação efetiva com essas pessoas, seu destino, condição física e emocional e reinserção familiar e social.

A recuperação dos flagelados pelo crack é muito lenta, complexa e de sucesso muito difícil.  Os especialistas sempre alertam sobre o alto e fulminante poder viciante dessa substância, que subjuga a consciência e os neurônios com imensa velocidade e grau de toxidade. Mais barato do que a cocaína, leva apenas 15 segundos para chegar ao cérebro após a inalação por cachimbo e causa efeitos imediatos, como forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular, excitação acentuada e indiferença à dor e ao cansaço. Em 15 minutos, surge de novo a necessidade de inalar a fumaça de outra pedra. Nesse curto período, a abstinência já causa desgaste físico, prostração e depressão profunda.

Por isso, ao tirar compulsoriamente os viciados das ruas é necessário ter estruturado todo um programa de saúde, psicologia, assistência social e jurídica, visando ao seu tratamento e à preservação de seus direitos de cidadania. Contudo, não se pode entender a medida como suficiente para solucionar o grave problema. É necessário tornar mais eficaz o combate ao tráfico, bem como a conscientização da sociedade sobre os malefícios do consumo de entorpecentes. Trata-se de um desafio para toda a sociedade e não apenas para o poder público. É fundamental o papel dos pais, mães e responsáveis, das escolas e professores no esclarecimento de crianças e jovens e criação de uma nova cultura contrária às drogas e muito transparente quanto aos danos que causam aos indivíduos. Conscientização e prevenção constituem-se em providências obrigatórias para o combate do problema em longo prazo.

A internação compulsória, fundamentada no art.9° da Lei 10.261/01 e/ou no art. 1.777 do Código Civil, parece tornar-se uma alternativa inevitável para tratar e atender pacientes dependentes do crack potencialmente capazes de causar mal a si próprios ou a terceiros, considerando a dimensão epidemiológica que o problema vem ganhando no Brasil. Não há mais como ignorar a situação e deixar essas pessoas abandonadas à própria sorte. O enfoque de seu recolhimento, porém, no conceito e na prática, não pode, nem de longe, ter conotação punitiva. Trata-se de uma questão de saúde pública e social que o Estado tem o dever de atender, respeitando os viciados como pacientes e cidadãos em situação de risco.

*Desembargador Cláudio dell'Orto é o presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj).

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Liberdade de Imprensa em Debate

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Debate interessantíssimo sobre liberdade de imprensa, na noite desta segunda-feira (18), na Ufac Rádio Web, o laboratório de rádio do curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade Federal do Acre. Os convidados para debater o instigante assunto foram os jornalistas Altino Machado, do Blog da Amazônia, e Leonildo Rosas, secretário estadual de Comunicação. Pena que a má qualidade da internet não tenha me permitido ouvir o programa na íntegra. Seria ótimo se o áudio fosse disponibilizado no portal da Universidade para quem se interessa pelo polêmico tema.

Efeito pós-tragédia

Senador Jorge Viana propõe lei nacional para casas noturnas e shows

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O vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), apresentou nesta segunda-feira, 18, um projeto de lei que altera as normas de segurança consideradas essenciais para o funcionamento de boates e casas de shows em todo o país. A iniciativa ocorre como resultado do lamentável incêndio em Santa Maria (RS), no final de janeiro, quando morreram 239 pessoas. A proposta prevê pena de até 4 anos de prisão, além de multa, para as autoridades que concederem ou renovarem o alvará de funcionamento de estabelecimentos que não atendam os requisitos mínimos de segurança previstos em lei.

Atualmente, o país não conta com uma legislação federal com normas mínimas de segurança. "Existe a necessidade de uniformização de requisitos mínimos para o funcionamento desses estabelecimentos, em norma de âmbito nacional, sem prejuízo das legislações estaduais e municipais já existentes", justificou. "Minha missão é, junto com senadoras e senadores, deputadas e deputados, fazer leis, aperfeiçoar as leis, criar regras".

Pela proposta, a concessão de alvará de funcionamento de casas noturnas fica condicionada a normas mínimas de segurança, como, por exemplo, a instalação de extintor de incêndio a cada 200m², em locais de fácil acesso, ou de equipamentos de proteção contra incêndios como chuveiros e exaustores de fumaça em estabelecimentos com capacidade acima de 250 pessoas. Segundo Jorge Viana, as sugestões baseiam-se na experiência legislativa de outros países que também passaram por tragédias semelhantes àquela ocorrida em Santa Maria.

Jorge Viana sugere também como equipamento mínimo, nas casas noturnas, dispositivos sonoros de alarme de incêndio, iluminação de emergência e a proibição de uso de material que produza fumaça tóxica. No incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, a imensa maioria das vítimas veio a falecer pela inalação de gás cianeto desprendido pela espuma de vedação sonora usada no teto do estabelecimento.

O projeto propõe ainda como regra a obrigatoriedade de saídas de emergência devidamente sinalizadas e iluminadas, com portas corta-fogo, na proporção de uma para cada 250 pessoas. "Nenhum estabelecimento poderá receber pessoas acima de sua capacidade", comentou o senador petista. A proposta ainda veda a utilização de fogos de artifício, sinalizadores e materiais pirotécnicos em recintos fechados, salvo prévia autorização específica concedida pelas autoridades competentes.

As casas noturnas e de espetáculo também terão de contar com pelo menos duas pessoas, se o estabelecimento tiver capacidade para até 250 pessoas, devidamente treinadas pelo Corpo de Bombeiros. Elas estarão incumbidas de manusear os equipamentos contra incêndios e promover a evacuação ordenada das pessoas. Acima dessa capacidade, será acrescido mais um funcionário treinado para cada 250 pessoas.

Para ler o projeto na íntegra, clique aqui.

Com informações da Assessoria do Senador.

Sucuri abatida a tiros

No Acre, terra da ecologia, é comum que animais como a sucuri acima sejam abatidos e o crime ambiental exposto como grande feito. A cobra em questão foi morta no município de Feijó, no momento em que tentava se alimentar de um porco.

Até mesmo o repórter da Rádio FM Feijó, encarregado de cobrir o fato, se exibiu em fotografias ao lado da carcaça da anaconda. A grande notícia ganhou o Brasil via equipe do G1 Acre, que recontou a história de Antônio Messias dando-lhe apenas o crédito das fotos.

Abaixo, outro belo espécime abatido em Xapuri, no ano de 2011, em situação que não teve igual divulgação nem repercussão. As imagens da sucuri de 5 ou 6 metros de comprimento foram transmitidas de telefone a outro através do recurso Bluetooth.

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Fato semelhante ocorre com inofensivos bichos-preguiça e tamanduás-mirins que costumam se desorientar e invadir a área urbana. São impiedosamente mortos a pedradas. Sucuri não é bicho-preguiça, mas mantendo distância delas, humanos não correm risco de ser engolidos.

Falará sobre a nova legenda e a política no Brasil

Vereadores ou subprefeitos?

Uma ouvinte telefona para a Rádio Educadora de Xapuri na manhã desta segunda-feira (18) para fazer um apelo à prefeitura para que um entulho resultante de uma poda de árvore seja retirada da frente sua casa.  A moradora afirmou que determinado vereador fez a promessa de que o serviço seria realizado imediatamente, o que não ocorreu.

- Esse vereador é o responsável pela região da cidade onde fica localizado meu bairro, explicou.

O telefonema da ouvinte foi atendido pela locutor Nader Sarkis, apresentador do programa Espaço do Povo, que me retransmitiu o teor da reclamação. Confesso que não entendi que relação de “responsabilidade” pode haver entre um vereador e uma região da cidade com referência à execução de serviços públicos. Alguém pode explicar?

"É lindo viver a democracia"

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‎Frase da blogueira cubana Yoani Sánchez ao chegar ao Brasil, nesta segunda-feira (18). Yoani, que é uma das principais vozes de oposição ao regime atualmente comandado por Raúl Castro, conseguiu viajar depois que o governo cubano extinguiu a exigência de permissão para a saída da população do país.

Leia mais: http://goo.gl/iwss8.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Já as emoções rarefeitas

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*JOSÉ CLÁUDIO MOTA PORFIRO

Primeiro, fizeram de mim um menino tímido, como hoje ainda sou, embora ninguém acredite, ninguém veja. Viajei, é certo, por mares nunca d’antes navegados e, em viagem, depois dos dez dias fora de casa, sentia saudades da mãe e, à noite, de olhos fechados, a via passar as mãos na cama de modo a fazê-la mais confortável para o meu deleite. Era a emoção viva e pulsante da velha alma infanto-juvenil.

Depois, em palavras bem estudadas, disse poesias que não escrevi, aos ouvidos do belo sexo, ainda que nem estivesse apaixonado. Penso que, a partir de meados da segunda década, fazia esse exercício ilusionista muito mais enquanto ensaio para quando as coisas se fizessem realmente difíceis, como nem sempre foram. Casei de verdade aos trinta ponto cinco, como vovó planejara. Bem feito! Quem mandou se meter a malabarista?

Não. As características donjuanescas jamais fizeram parte do rol das manias da minha alma sacana. Não iludi, não menti, não trapaceei. Apenas omiti detalhes às vezes um tanto sórdidos, escabrosos, o que quase sempre dá no mesmo, é a mesma coisa. O pecado é grave da mesma forma. Os versos eram abstratos, mas as segundas intenções estavam sempre à flor da pele ou ao redor de uma despercebida vírgula recheada de duplo sentido. Se escorregar, é melhor cair...

E fui por aí, vivendo a vida leve e folgazã, uma vez que o soldo republicano o permitia. Ganhava realmente muito bem para um moço de vinte e pouquinhos anos. Inspirava-me, e muito e sempre e tanto, no Vinícius de Moraes, o poetinha da fidelidade.

Ademais, o que fiz além de sonhar com as divas do meu tempo - Caroline de Mônaco, Sônia Braga, Brooke Shields, Lucília Parra... - foi a compra de um carro um tanto luxuoso para a minha província e para aqueles tempos de devaneio. Como dizia de mim mesmo à época, fui levando uma vida de pequenos deslizes, crimes mínimos, pecados hediondos, furtos insidiosos em que corações foram arrancados de peitos arfantes e juvenis, aos pulos. No mais, nada demais. Julguei a mim mesmo sempre um inocente que deixava um olho acordado enquanto o outro dormia a sono solto.

Passei então a viver pensando que os que têm alma não têm calma. Aí foi que me iniciei no mundo das emoções. Cheio de raça e fímbria desde a medula, matei a pau. Estudei o suficiente para tornar-me, um dia, um homem feliz, um sujeito realizado, em que pese as minhas limitações marcadamente humanas. Fui aprovado em tudo quanto me meti, só não em concurso de beleza, posto que a minha maré nunca esteve pra tanto peixe assim, e Deus achara demais da conta me ofertar além do merecido quinhão. O Divino acertou quando me deu de presente o amplo tirocínio.

Certo é que, a ferro e a fogo, gravaram em mim a tatuagem indelével e fria da impetuosidade. Quase me tornei uma máquina programada para ir sempre em frente. Só mais tarde é que deixei de correr atrás, porque já havia alcançado tudo, ou quase tudo. Hoje, de carro, ando a sessenta quilômetros horários no máximo, porque aprecio a paisagem enquanto dirijo e, de quebra, ainda olho para quem me olha da beira da calçada. Nunca se sabe. É ela aos trinta. Vai que cola!

Num dos meus dias de adolescente, ainda imberbe, começaram a brotar as primeiras paixões avassaladoras, cáusticas, lacrimejantes, fúteis, como é tão natural entre a maioria dos que têm idade reduzida e pouco aprendizado, muito embora as lágrimas não tenham caído dos olhos, mas molhado quase por completo a alma medonha.

Namorei uma mocinha que nunca soube ter sido eu um dia namorado dela. Se soubesse, daria por concluído o namoro. Isso tudo só para dizer a um tio meu que era um principiante cheio de qualidades. Tudo mentira tosca. Só macaquice. Coisa de iniciante.

Hoje, a família primeira ainda me dá asas aos sentimentos. É emocionante pensar nas dificuldades passadas e sentidas no decorrer de uma viagem do sertão do Ceará até o Acre, em busca do pouso seguro e nunca encontrado, feito o pote de ouro.

Os ancestrais guerreiros foram heróis que ajudaram a conquistar esses ermos em tempos de Galvez e Plácido. Os pais e os avós são lembrados e têm as suas memórias guardadas, sim, porque este poeta insano e bobo é ainda cronista que traz a história no quengo e faz remendos em vista da memória fotográfica que, com algum exagero, ainda chega aos anos cinquenta, pratrasmente.

Ah, os filhos! Eles também ainda me emocionam e não o deixarão jamais. Também me causa algum sentimento ver a fímbria da sócia no empreendimento de fazer crianças. Ela é fera. Parte dela o zelo pelos bens conquistados com esforço. É tarefa que lhe cabe ainda ver preço a preço e a data de vencimento e a consistência e a qualidade de um rol de cem produtos no supermercado todos os meses.

Às vezes, como em algumas madrugadas semanais, quando fico a rabiscar garatujas nessa máquina de fazer doido - o computador - bate-me uma boa saudade dos irmãos que ainda estão por aqui para me ajudar a contar as nossas histórias desde a origem nas terras dos xapuris. Tenho, a essas horas silenciosas que nos propicia o sol escondido por trás da Terra, ainda anseios por ouvir relatos encantados dos dois que se foram em busca de outros mundos e de outras glórias superiores às nossas de terráqueos urbanos fúteis e pecaminosos.

Outro dia, vi um menino ainda quase menino. Ele ganha a vida esmurrando os outros dentro de um tal octógono e fazendo-os desmaiar, se possível. Dizia o rapazola ao repórter que matara a unha um leão por dia, comera o pão que o diabo amassou, dormira no chão duro e suado de uma academia de pugilistas, morara de favor num cubículo cedido por um amigo quase irmão, foi alvo de muitos favores, mas sempre lutou bravamente para, quem sabe, um dia..., um dia... comprar uma casa bacana para a sua mãe, em Manaus... É o Zé Aldo bom de porrada. Emociona muito porque tudo parece comigo. É medida grande para o meu encantamento humano ver um menino pobre que vence pensando em ajudar os pais.

Lembro depois os que não são bem sucedidos, aqueles que não venceram como gostariam, como aquele que queria ser igual ao Pelé, ou aquele se comparava ao Zico. Estes não têm sequer a oportunidade de contar as suas historinhas de vida acabrunhada... Dá pena.

Um dia, já em idade bem madura, escrevi sobre as razões da emoção. Desfiei um rol delas. Talvez até esteja aqui repetindo algumas. Em verdade vos digo que, naquele tempo, eu ainda era pleno de sentimentos e escalava todo o time do Fluminense do Rio. Sabia-o de cor.

E agora, José Cláudio? Numa paráfrase ao Drummond, as luzes não se apagaram e, ao contrário, estão bem acesas, mas as emoções se tornam rarefeitas, desde alguns anos. Muito daquilo que me emocionava já não me emociona. Fiquei, parece-me, um tanto áspero com o passar dos tempos e, como as velhas árvores, tenho morrido a partir dos galhos mais altos.

É assim que acontece quando a razão começa a tomar o lugar da emoção. O raciocínio pode tornar-se lento, mas fica muito mais eficaz, com certeza. Já não se acredita em gnomos. O sol é um astro apenas com autossuficiência em eletricidade. A lua já não é a namorada dos sonhos, mas o satélite da Terra que jorra uma luz fria e serve para alimentar os sonhos de conquista dos americanos.

Tudo é muito claro. Escuros são apenas alguns pensamentos de muitos que sonham com o dia da batalha final entre um coração fantasioso que jamais deixará de pulsar e o outro que para de bater e deixa a matéria a decompor-se e a desaparecer para todo o sempre.

Tenho uns amigos que choram e têm insônia quando o Fluminense deixa de ganhar. Eu, de minha parte, já não sofro destes males escabrosos. Tenho filhos para criar. Eles todos querem ser engenheiros e os meus camaradas tricolores querem que eu seja ainda um fanático pelo futebol. Já não o sou. Já não suporto sê-lo, apesar de nutrir as simpatias por este clube tantas vezes campeão.

Tento explicar que já não tenho idade espiritual para fanatizar as minhas parcas emoções. Alguns menos inteligentes desaprovam as minhas atitudes racionais por não verem que a idade me fez pensar mais claramente, que alguma leitura de livros aos milhares me fez ver que é de pão, sim, que o homem vive, e não das migalhas que caem das mesas dos mais apaixonados.

Na verdade, o Fluminense já é um entusiasmo tênue. Estive lá, na primeira quinzena do janeiro último. Fotografei o irmão apaixonado na sala de troféus e no bar. Voltei muitos anos na minha história de torcedor antes fanático. Mas já não sou o mesmo. Já não respiro o império dos sentidos. Já não me tocam as paixões avassaladoras da primeira idade, embora o tilintar de copos, à noite, ainda me deixe um tanto perplexo ante a visão da vida noturna que se renova a cada bom trovador que ouço na Lapa ou no Paço, em Vila Isabel ou no Point do Pato.

Mais um chope à nossa saúde! Viver é bom demais. Ser feliz é melhor ainda.

__________

*Cronista: www.claudioxapuri.blog.uol.com.br. Diretor de RH/Ufac.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Em Rio Branco

Dia: 17/02/2013

Local: Universidade Federal do Acre - Anfiteatro Garibaldi Brasil (Campus Universitário - BR 364, Km 04 - Distrito Industrial Caixa Postal 500 - CEP: 69.920-900 Rio Branco - Acre)

Hora: 16:00 às 00:00

Eventos: Palestras e Cyber Sarau (transmissão ao vivo via internet para todo o Brasil)

Abertura: Prof. Dr.Marcos Afonso - Diretor da Biblioteca da Floresta - "O Sol Nasce para Todos – Professor Guilherme Cunha (CFCH) O ateísmo de Nietzsche – Professor Felipe Zanon - O ser superável de Nietzsche.

Mesa-redonda: Prof. Dr. Sávio Maia, Prof. Marcos Afonso, Prof. Guilherme Cunha, Romulo Zanon.

Cyber Sarau (transmitido ao vivo pela internet), a partir das 19 horas no Espaço Cultural do DCE (UFAC). Artistas: DJ Nando DJ Borges, Heloy de Castro, H. Montenegro, Raildo Silva, Banda Zero Meia Oito, Banca Discórdia.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Ratos no Senado

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Uma piada no Facebook custou o emprego, no Senado, de uma sobrinha do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. A moça, que não teve sua identidade revelada pelo Senado, postou em sua página na rede social a seguinte piada no mesmo dia em que um rato foi encontrado e morto a pauladas nas dependências da Casa: "E a gente achou que o único problema aqui fosse o Renan Calheiros".

O novo presidente do Senado considerou a postagem ofensiva e decidiu demiti-la, mas a história é também emblemática dos tempos atuais. Presidente do Supremo Tribunal Federal e algoz dos réus da Ação Penal 470, Joaquim Barbosa é o herói dos chamados neoudenistas. Renan, por sua vez, foi alvo de uma intensa campanha na internet, que recolheu 1,5 milhão de assinaturas, antes de sua posse. Recebeu uma denúncia encaminhada ao STF, uma semana antes da eleição no Senado, pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que foi parceiro de Barbosa no julgamento da AP 470.

Apesar de toda a pressão, ele se elegeu com ampla maioria de votos e disse que a ética é um meio na construção de um país mais justo, e não um fim. A sobrinha de Barbosa, aparentemente, segue a visão de mundo do tio – que encara a ética como valor absoluto.

Nesta sexta, a Secretaria de Comunicação da Casa divulgou nota oficial para explicar que a demissão se deu em função de um ato de indisciplina. A direção do Senado alega ainda que, além do conteúdo ofensivo da matéria, as estudantes (uma colega da sobrinha de Barbosa também foi demitida) postaram-na durante o horário de expediente, utilizando ferramentas de trabalho.

“Conforme definido na Lei nº 11.788/2008, o estágio é ato educativo, desenvolvido no ambiente de trabalho, destinado à preparação do educando para o trabalho produtivo. Nesse contexto, a Administração, ao tomar conhecimento de um ato de indisciplina, tem o dever de agir de acordo com as normas vigentes e em cumprimento ao Termo de Compromisso assinado pelas estagiárias”.

Joaquim Barbosa disse que não se pronunciaria sobre o caso.

Aqui.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Carnaval sangrento em prisão boliviana

Detentos brasileiros em Cobija são duramente espancados e um morre durante motim na penitenciaria Villa Busch, que apesar do nome é um verdadeiro inferno.

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La noche del lunes de carnaval se produjo una campal batalla entre reclusos bolivianos y brasileños en medio de profuso alcohol y droga circulando dentro la hacinada cárcel de Villa Bush, habiendo muerto por letales cuchillazos y golpes en la cabeza un reo brasileño sentenciado por asaltar un Banco en Cobija. El sangriento incidente pone una vez más en el tapete las precarias condiciones de la Policía en Pando y la deplorable situación del único hospital de segundo nivel que existe en este Departamento”, diz o diário digital Sol de Pando, onde você pode ler toda a crônica da barbárie.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O limite da solidariedade

Rubens Menezes de Santana

E a inadiável esticada de sexta-feira, após o expediente prolongou-se além do costume, de forma que a confraria foi, de casa em casa, entregando cada um de seus membros.

No início da rua Dr. Batista de Morais, numa casa que fora de Rosa Hadad, morava o Joroca, por isso, foi um dos primeiros a retornar ao lar, doce lar, bem prá lá de “chumbado”.

Despediu-se de todos, abriu o portão e encaminhou-se à porta de entrada de “sua humilde residência”.

A confraria não arredou pé e solidária, atestava que o retardatário estava em boa companhia. Mas sua feição mais sacana aguardava mesmo era a justificativa que o gozador Joroca apresentaria à esposa.

Um cambaleante,carinhoso e discreto Joroca, bateu levemente à porta e chamou:

- Elícia. Já cheguei. Abra a porta, meu amor.

Após várias tentativas, a porta permanecia fechada e no interior da casa o mais absoluto silêncio.

A solidariedade inicial já descambava para gozação, ainda na fase dos cochichos.

Joroca percebeu e cheio de brios, apelou.

- É mesmo uma porra! Será possível que eu não mando mais na minha casa?! Eu sou um homem; ou um rato?! Pois eu vou botar a porta abaixo!

Recuou um pouco na comprida varanda e investiu, da maneira possível, contra a pacata e inocente porta.

Além destas qualidades, a tal porta também apresentava outras não menos nobres: 3 metros de altura, folhas duplas e maciça madeira de lei.

“- Do tempo do império!” Diria o Boá.

Como não estava travada por ferrolhos na parte inferior, a porta recebeu e assimilou o impacto, até atingir seu ponto máximo de resiliência e dar o troco. Daí em diante o que se viu foi o Joroca a fazer o caminho inverso: tropeça aqui, desequilibra ali, até estatelar-se de costas no meio da varanda. A volta foi mais rápida que a ida.

Quando ele conseguiu sentar-se, a confraria já estava às gargalhadas, sem mais se importar com o adiantado da hora, com o parceiro ou se seriam ouvidos.

- Ele vai tentar novamente! Dizia um.

- O cara é macho! Incentivava outro.

- Esta porta é agressiva...

- ...E reacionária!

- Ele não vai conseguir levantar-se. Provocava mais outro.

- Joroca? Vai dormir mesmo na varanda? Tem um tijolo aqui...pode servir de travesseiro.

-“ Alá”, a casinha do cachorro...

- Dê corda, não...

- ...É mesmo... este cachorro odeia ratos!

Rubens Menezes de Santana, o Rubinho, é ex-goleiro, professor aposentado e espécie de enciclopédia de histórias xapuriense.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Tamanho é cargo

Rubens Menezes de Santana

Na década de 70, o Banco da Amazônia ainda funcionava na rua 6 de agosto, em Xapuri, e ocupava uma das antigas casas comerciais em frente à praça São Sebastião.

Ao findar o expediente da tarde, por volta das 17:00, o happy hour reunia Paulo Cruz, Joroca, Bedeu, Arivaldo, Roberto Batista, Chiquinho Calixto, Jia e quem mais estivesse disposto a uma boa conversa sobre os mais variados temas.

E ali esperavam o sol se por atrás da Ilha Bela, até ser necessário ligar a iluminação da pracinha, por meio de um interruptor estrategicamente localizado a uma altura inacessível às pessoas de estatura média. Como apenas Jia, nas pontas dos pés, conseguia executar a tarefa, foi encarregado pela confraria de assumir esta função.

De certa feita, já passara a hora de acender as velas, e o Jia ocupado em outros afazeres, ainda não estava em seu posto de trabalho. Com certa contrariedade, aventou-se necessidade de encerrar o “expediente” mais cedo.

Recém-chegado de Guiratinga-MT, o fiscal rural Ângelo, um crioulo de dois metros de altura, três de envergadura e voz de Anderson Silva, buscou informar-se sobre o motivo da brusca interrupção e foi informado que por falta de maior estatura, não seria possível iluminar a prosa.

- E como se faz para ligar as luzes? Perguntou o gigante.

- Através daquele interruptor, lááá no alto. Informou Paulo Cruz.

Ângelo aproximou-se do poste e ligou a energia sem nenhum esforço, o que foi observado por todos.

Logo após o reengate da conversa, chega o Jia esboçando justificativas.

Joroca, o gozador de Guajará-Mirim, foi logo atalhando a conversa.

- Jia, você tá demitido! Agora temos um “acendedor” mais alto que você!

Rubens Menezes de Santana, o Rubinho, é professor aposentado.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Caso de polícia

Depois de ficar sem energia desde as 2 horas da manhã, às 7:30 resolvo telefonar para o 0800 da famigerada Eletrobrás para avisá-la do ocorrido.

- O senhor já registrou uma ocorrência? Pergunta-me uma atendente de voz sonolenta.

- Não, fui à delegacia de polícia, mas lá também não há energia, respondo.

- Refiro-me a uma ocorrência no 0800 da Eletrobrás Distribuição Acre, senhor.

- É exatamente com esse objetivo que estou falando com a senhora.

- O senhor pode aguardar um minuto?

- Já estou sem energia há 6 horas, um minuto a mais não fará muita diferença.

Três minutos e meio depois:

- Senhor, sua reclamação já foi registrada. O problema será solucionado em um prazo de 2 horas. Posso ajudar em algo mais?

- Por enquanto é apenas isso, obrigado.

O prazo dado sob a denominação de "ajuda" já foi extrapolado em 30 minutos e os problemas que seriam resolvidos apenas se agravaram. Várias ruas estão com apenas uma "fase" funcionando, ou seja, continuamos sem energia.

Retorno ao 0800 da Eletrobrás e recebo outra pérola em forma de pergunta:

- O senhor já verificou o seu disjuntor?

Acho que retornarei à polícia.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Promotor pede júri popular para Pitbull

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O promotor de Justiça de Xapuri, Bernardo Fiterman, informa ao blog que já instalou o processo penal contra o dependente químico Jaisson Moreira de Moura, o Pitbull, 27, estuprador e assassino confesso da menina Maiquele Nonato de Oliveira, de 4 anos.

A garota foi morta no começo da noite do último dia 19 de janeiro em um barraco localizado no bairro Constantino Melo Sarkis, conjunto Armando Nogueira, na periferia de Xapuri. O crime é um dos mais violentos e revoltantes da história recente do município.

O acusado foi denunciado por dois crimes de estupro de vulnerável (artigo 217-A do Código Penal), podendo receber uma pena que varia de 8 a 15 de reclusão para cada um deles, e pelo crime de homicídio qualificado (artigo 121), que prevê pena entre 12 e 30 anos de reclusão. A denúncia por dois crimes de estupro se dá pela comprovação pericial de que a violação do corpo da criança se deu pelas vias anal e vaginal.

Bernardo Fiterman pede na denúncia que Pitbull seja levado a júri popular em razão de o exame cadavérico indicar que a criança não foi a óbito em decorrência do estupro, mas por ter sido estrangulada pelo criminoso depois de a haver seviciado sexualmente, tendo usado apenas as mãos para consumar o assassinato.

Para o promotor, cai a hipótese de que Maiquele tivesse sido sufocada com um travesseiro em uma tentativa do estuprador de que a garota não gritasse. Ele ressalta que Pitbull resolveu matar a menina com o claro objetivo de não ser denunciado pela agressão sexual.

O detalhe acima, de acordo com o promotor, classifica o ato que deu causa à morte da criança como crime doloso contra a vida, o que coloca sob a competência do Tribunal Popular do Júri o julgamento do réu, cabendo ao juiz togado apenas a dosimetria da pena.

O próximo passo será a pronúncia do réu pelo juiz criminal, que poderá acatar ou não a denúncia do promotor nos termos em que foi elaborada. No caso em questão, considerando-se as claras evidências da autoria do crime e da confissão do acusado, é possível se prever que muito em breve o famigerado Pitbull sentará no banco dos réus para receber uma dura e merecida punição.

Carnaval na “Princesinha”

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O prefeito Marcinho Miranda recebeu na manhã desta sexta-feira (8), em seu gabinete, o jornal O Alto Acre, do município de Brasiléia. O assunto não poderia ser outro. Xapuri será o único município da regional a promover o chamado carnaval popular.

Marcinho anunciou que três bandas, das cidades de Brasiléia, Xapuri e Rio Branco, irão animar as quatro noites de folia na “Princesinha do Acre”.

Leia a reportagem de Alexandre Lima, que esteve na cidade acompanhado do repórter Almir Andrade, o “Ligeirinho da fronteira”.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

310 alunos têm ano letivo incerto em Xapuri

Diretor diz que problema gerado pela doação do prédio da “escola padrão” ao IFAC é grave e pede sensibilidade e bom senso para que as crianças não sejam prejudicadas

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O diretor da escola municipal de ensino fundamental Rita Maia, Janardes Moreira (foto), fez um apelo às secretarias estadual e municipal de Educação, através da Rádio Educadora 6 de Agosto, na manhã desta quinta-feira (7), para que uma solução seja encontrada para o impasse criado pela doação feita pelo governo do Acre ao Instituto de Ciência e Tecnologia do Acre (IFAC) do prédio da “escola padrão”, construído nos anos 1990 e cedido ao município.

A escola Rita Maia ocupa o prédio há 11 anos, mas desde 2010 divide o espaço com o IFAC, que recebeu a doação do patrimônio através da Lei nº 2.394 de 17/12/2010. Entre os termos das negociações entre os governos federal, estadual e municipal para a implantação do Instituto na terra de Chico Mendes, constava a construção de um novo prédio para acomodar a escola municipal, mas esse importante detalhe não saiu do papel nos últimos 3 anos.

A convivência entre o IFAC e a escola Rita Maia no mesmo prédio tem sido pacífica e o local se tornou nos últimos anos a maior referência educacional da regional do Alto Acre. O instituto federal atende atualmente a cerca de 400 alunos com cursos de nível médio e superior e a escola municipal oferta a educação básica a mais de 300 alunos, tendo conquistado em 2012 o melhor resultado do ENEM entre todas as escolas de Xapuri.

O problema que ameaça o ano letivo dos alunos da escola Rita Maia começou quando o IFAC anunciou as obras de reforma e ampliação do prédio, que depois de executadas darão à instituição a capacidade para receber 1.200 alunos e de ampliar a gama de cursos oferecidos; e se agravou quando foi decidido que as obras começariam pela demolição da cantina da escola, o que inviabiliza a produção da merenda, sem a qual as aulas não podem funcionar.

Com as aulas marcadas para começar no dia 18 de fevereiro, a escola se encontra com 310 alunos matriculados e sem ter como cumprir com o prazo estabelecido para o início do ano letivo. Diante do imbróglio, Janardes Moreira, que dirige a escola há cinco anos, pediu sensibilidade e bom senso das autoridades responsáveis pela situação, e afirmou que pela primeira vez, durante esse período, sentiu vontade de não ser diretor da instituição de ensino. 

“Já conversei com o prefeito, com o secretário de educação, mas até o momento não temos qualquer solução para o problema. Espero que quem tem a obrigação de se preocupar com essa situação se sensibilizem e que o bom senso predomine. Pela primeira vez em anos como gestor da escola, senti a vontade de não estar na condição de diretor. Hoje, o que temos são apenas os alunos, os funcionários e mais nada”, desabafou o professor.

Janardes Moreira também já comunicou a situação ao promotor de justiça, Bernardo Albano, que prometeu tomar pé da situação para se posicionar diante da questão que preocupa pais e responsáveis por alunos. Apenas nesta semana, a escola já recebeu cerca de 30 pedidos de transferências, mas as demais escolas existentes em Xapuri, todas da rede estadual de ensino, já não contam mais com vagas para este ano letivo.

De acordo com o diretor da escola, uma das tentativas de encontrar uma alternativas feitas pelo prefeito Marcinho Miranda foi solicitar ao reitor da Universidade Federal do Acre, Minoru Kimpara, que cedesse o núcleo da instituição em Xapuri. A resposta, no entanto, foi negativa em razão da já anunciada implantação de dois cursos da UFAC no município a partir do mês de abril deste ano, com previsão da criação de mais dois a partir de agosto.

Na tarde desta quinta-feira, o professor Sérgio Flórido, diretor-geral do IFAC em Xapuri, afirmou que está ao lado de Janardes Moreira na busca de uma solução para o impasse. Comedido nas palavras, o dirigente do instituto federal deixou transparecer que já tem em mente uma saída para a questão, mas também demonstrou que apenas os dois diretores sozinhos talvez não possam equacionar o problema. É necessário que mais alguém se disponha a ajudar.

O novo IFAC/Xapuri

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É assim que ficará o Campus Avançado do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Acre (IFAC) em Xapuri depois de executado o projeto de ampliação que custará R$ 5,8 milhões. As obras recém iniciadas têm um prazo de 450 dias para a conclusão, depois de quando a unidade terá a capacidade de receber 1.200 alunos.

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Mas e a escola municipal Rita Maia, que atualmente ocupa, com 310 alunos matriculados, o prédio doado no ano de 2010 pelo governo do Estado ao Instituto Federal, como ficará? É essa a pergunta que povoa a cabeça de centenas de pais de crianças que estão com o ano letivo de 2013 ameaçado por conta das obras que ficarão prontas apenas em 2014.

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Ninguém discute a importância do IFAC para Xapuri, mas a situação da escola municipal precisa ser resolvida com urgência. Com a palavra as secretarias estadual e municipal de Educação, que são as principais responsáveis pela solução do impasse. A escola Rita Maia ocupa o prédio há 11 anos, tendo ali se tornado a melhor da cidade com relação ao ENEM.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Bernardo Albano

“Combater o tráfico de drogas não é enxugar gelo”

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O novo promotor de justiça de Xapuri, Bernardo Fiterman Albano, 32, assumiu o cargo na última sexta-feira (2). Vindo da comarca de Feijó, onde atuou por três anos, o cearense de Fortaleza ingressou no Ministério Público Acreano em 2009, na mesma turma da promotora Diana Soraia Tabalipa Pimentel, que esteve em Xapuri durante o mesmo período, tendo sido transferida para a Promotoria Criminal de Brasiléia no fim de janeiro deste ano.

Em Feijó, o promotor Bernardo Albano conseguiu grande avanço no combate ao crime organizado, em especial ao tráfico de drogas, onde atuou na Operação Divisor, que desarticulou uma quadrilha que agia na região do Juruá. Lá, também ganhou destaque no combate à corrupção, tendo denunciado por ato de improbidade administrativa o prefeito Raimundo Ferreira Pinheiro, o “Dindim”, que entre outras estripulias contratava sem licitação.

Na tarde desta quarta-feira (6), o promotor recebeu este blogueiro em seu gabinete para uma conversa informal e para reafirmar a “parceria” que os últimos promotores de justiça que passaram pelo município têm mantido com a imprensa local. “As emissoras de rádio tem uma possibilidade muito grande de contribuir com o trabalho do Ministério Público porque mais do ninguém estão em contato com a população e suas necessidades”, disse.

Notadamente centrado na questão da segurança pública, com foco no combate ao tráfico de drogas, o promotor diz, no entanto, que nenhum área de atuação do MP ficará desguarnecida em razão do seu perfil. “Numa cidade como Xapuri, onde há apenas uma promotoria, o promotor tem que cuidar de tudo, principalmente tendo uma preocupação muito grande com os problemas relacionados aos direitos da criança e do adolescente”, afirmou.

O promotor se mostrou preocupado com as ocorrências registradas no começo deste ano, quando em apenas um mês foram perpetrados dois homicídios contra apenas um ocorrido no ano passado. Apesar disso, ele tranquilizou a população do município afirmando que não existe nenhum indício de uma escalada de criminalidade em Xapuri. “Não há razão para temer que fatos como esses se tornem rotineiros, mas é necessário que se intensifiquem as medidas preventivas”.

Bernardo Albano confessou gostar de combater o tráfico de drogas. “É um campo de atuação ao qual dedico especial atenção porque é a droga um dos principais fatores desencadeantes de outros tipos de crimes, como arrombamentos e furtos, e de outros mais graves como o estupro e o assassinato da garota Maiquele, morta pelo Pitbull (Jaisson Moreira de Moura), que havia fumado crack antes de cometer esse ato injustificável.   

Para o representante do MP, que acaba de ser promovido de promotor substituto a titular, combater o tráfico de drogas não é o mesmo que enxugar gelo, como se costumou dizer no meio policial. Ele afirma que o Estado tem o dever de continuar enfrentando o crime organizado com determinação e eficiência. “Não podemos nos omitir e muito menos demonstrar fraqueza diante do crime. Doa a quem doer temos que fazer o nosso trabalho”, encerrou.

Segurança Pública no Acre

Ermício Sena

Tentaremos resumir neste artigo alguns pontos fundamentais para a compreensão da sociedade sobre a segurança pública do Acre na gestão do governador Tião Viana.

Alguns “especialistas”, motivados por questões pouco claras, andam apontando um aumento da criminalidade no Estado. Esquecem, entretanto, que esse diagnóstico tem que ser seguido de um olhar atento aos avanços, para não criar sensação de insegurança na população.

Quando se diz que a violência aumentou, não se está analisando de forma ampla as variáveis que incidem sobre o crime. Em se tratando de indicadores de violência, temos como parâmetro universal o homicídio doloso, representado proporcionalmente pela taxa por 100 mil habitantes.

Conforme aponta a última publicação (2012) do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Estado do Acre está classificado no ranking nacional com a nona menor taxa entre as unidades da Federação, e na Região Norte, em segunda.

Salienta-se, ainda, que a taxa média nacional apresentada na referida publicação foi de 27,8 por 100 mil habitantes, enquanto a do Acre foi de 18,5.

O alcance dessa taxa se deu em virtude da adoção de uma nova metodologia de segurança pública caracterizada pelo envolvimento de outros entes do governo corresponsáveis indiretamente pela solução dos problemas, bem como do acompanhamento regionalizado das ações desenvolvidas, resultando no alcance das metas definidas no início da gestão do atual governo.

Nesse sentido, o governo do Estado definiu que trabalharia de forma integrada, regionalizada, com metas de indicadores definidas, avaliação de resultados e valorização do profissional de segurança pública. Em rápidas linhas, são estas as premissas sobre as quais repousam nossa gestão.

A partir do esforço e do prestígio de nosso governo, acessamos programas que são importantes para ajudar a conter a violência e a criminalidade, quando essas são particularmente fruto da entrada das drogas na nossa fronteira e nos lares do Acre. Destacamos o Enafron (Estratégia Nacional de Fronteiras), que até 2014 destinará mais de R$ 40 milhões para o programa. No momento, o Estado já conta com mais de R$ 20 milhões sendo licitados de equipamentos.

Quando o governo federal propôs a parceria desse programa, o governador Tião Viana apresentou ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, nosso Plano Estadual de Fronteira, prevendo um investimento da ordem de R$ 80 milhões, que coincidia nas principais teses da presidenta Dilma Rousseff para o enfrentamento aos crimes de fronteira de forma integrada com órgãos estaduais e federais.

Outro programa importante é o “Crack, é  Possível Vencer”, proveniente do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, coordenado pelo Ministério da Justiça em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), ao qual o Acre fez adesão em 2012, com gestão da Secretaria de Estado de Segurança Pública.

O programa foi lançado nacionalmente na expectativa de fortalecer a parceria da União com Estados, municípios, Distrito Federal e a sociedade, visando o enfrentamento das situações relacionadas ao uso de crack e outras drogas. Suas ações estão estruturadas em três eixos de atuação que contemplam o trabalho articulado e integrado de diferentes políticas públicas: cuidado, autoridade e prevenção.

Nossas polícias têm trabalhado muito para não permitir que nosso Estado sofra as consequências do crescimento sem controle da criminalidade. As Regionais de Segurança Pública, nas quais estão localizados os quartéis da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e as Delegacias, são lideradas por aqueles que os comandantes da Polícia Militar e dos Bombeiros e o secretário de Polícia Civil definiram como sendo o melhor perfil para aquelas atividades, uma vez que o governador deu autonomia para eles escolherem seus auxiliares.

No primeiro ano de gestão deste governo, a Secretaria de Estado de Segurança instalou 19 Fóruns Comunitários de Segurança Pública (cinco na capital e 14 no interior), em parceria com os órgãos de segurança, justiça, comunidade e demais interessados pelo tema na sociedade.

Esse espaço é um ambiente permanente de discussão, em que a sociedade, depois de eleger um coordenador e um vice, tem autonomia de convocar, sempre que necessário, o fórum para orientar a política de segurança no município. Os encaminhamentos dos problemas junto aos gestores da área de segurança permitem que os comandantes de Batalhão e delegados de Polícia Civil conheçam as lideranças e os problemas da comunidade. O segundo momento, este ano, será de fortalecimento dessa ferramenta, que faz parte do Plano de Metas da Área de Segurança.

Por fim, o Plano de Metas da área de segurança pública é um instrumento que permite ao gestor diagnosticar os principais problemas de violência e criminalidade predominantes em cada área de atuação, bem como melhor direcionar o policiamento de modo que ele possa atender as necessidades da população. Por isso, a Secretaria de Estado de Segurança Pública tem em seus quadros policiais civis e militares treinados nas mais avançadas técnicas de análise criminal para orientar o nosso policiamento onde o “mapa do crime”  requer as operações mais necessárias para aquela regional.

Ermício Sena é secretário adjunto de Segurança Pública do Acre.