quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Hora de separar as ovelhas dos bodes

Beneilton Damasceno

Se existe uma cachorrada que eu, como cristão e eleitor, jamais aceitarei é essa emergente simbiose entre "evangélicos" e políticos, deixando confusos até mesmo aqueles que cresceram abominando o capeta.

Igreja agora, hoje, é palanque de candidatos a prefeitos e vereadores, com o condenável beneplácito de pastores de meia-tigela, que deveriam enxotar dos templos que dirigem esses aproveitadores da inocência alheia. Companheiros, político é político; religioso é religioso. E ponto final! É mistura heterogênea, do tipo óleo e água, como a gente aprendeu nas aulas de ciências do antigo primário.

Não se trata nem dos tais "falsos profetas", ilustrados com clareza nas Escrituras. É sem-vergonhice na sua mais cristalina essência. O círculo vicioso funciona mais ou menos assim: o cidadão de repente se torna pastor. Pouco tempo depois ganha emprego de deputado, senador, agrega-se a uma "bancada evangélica", e a guerra santa vira aquele samba-do-crioulo-doido. É assim no município, é assim no Congresso.

Político é escolhido para defender pessoas, não importa se elas sejam ateias, budistas, católicas, evangélicas ou espíritas. Igreja que dê o mínimo de respeito a seu propósito de disseminar o Evangelho tem por dever excomungar essa súcia de gente interesseira logo na primeira investida. Nada de café da manhã, de telhas para o templo, bancos com encosto almofadado, nada mesmo!

E os fiéis têm todas as prerrogativas celestiais para sapecar um "impeachment" e encaminhar ao inferno, sem escalas, o "líder espiritual" que ousar se mancomunar com essa raça de víboras, como bem denominava João Batista, que não era candidato.

Amém!

Beneilton Damasceno é jornalista.

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