segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Pimenta é refresco

O que mais falta neste mundo são pessoas com a coragem de ser verdadeiras. É raro aquele que consegue sustentar um discurso de retidão e transparência sem cair em contradições. Não conheço quem seja totalmente ético, completamente correto ou cem por cento transparente. Isso faz parte da natureza humana, ser autêntico é assumir essa realidade.

Tratando-se da imprensa acreana, privada ou estatal, pouco é necessário ser dito para ancorar minhas afirmações. Sempre se está com a cauda presa a alguma coisa, seja a ideologia, o prestígio, o cargo comissionado ou a mera necessidade de se manter o soldo que muitas vezes não é garantido porque não se é concursado, por exemplo.

Os poucos que ousam desafiar essa premissa para posar de bonzões são facilmente desmascarados. Vejamos o caso da repórter Gina Menezes, que na sua coluna política no site Contilnet mandou recados que entendi serem direcionados a mim. Se não foram, a carapuça me serviu perfeitamente e não tenho o menor problema em colocá-la na cabeça.

No afã de valorizar os nomes dos candidatos da aliança PSB-PSC, Gina se põe a fazer comentários em sua coluna que sempre são engrandecedores quando se trata dos seus aliados, e depreciativos quando se referem aos adversários da chapa Unidos para Vencer. Ao ser contestada, o que é natural, reagiu acusando-me da falta de transparência.

Como diria Jack, o estripador, vamos analisar por partes os “recaditos” da colunista. As notas dela estão em negrito e eu comento em vermelho. Esclareço antes que apenas retorno ao assunto pela incapacidade de aceitar passivamente que alguns sofismas sejam entoados como mantras na intenção de se vender gato por lebre da maneira mais capciosa.

Política no interior do Estado sem uma pimentinha extra não tem graça. Por isso que Wanderley Viana continua em alta na minha cotação.

Pimentinha no dos outros é refresco. Com essa afirmação a jornalista zomba das pessoas que estão sendo achincalhadas pelo político para o qual é paga pra defender. Acha engraçado as pessoas serem xingadas dos apelidos mais ridicularizantes. Dá cotação alta, em seu roto modo de pensar, para o “bullying político” promovido pelo palanque da aliança PSC-PSC. Ela teria alguma razão se a tal “pimentinha” tratasse de apontar defeitos na vida pública dos adversários e não na pessoal. Não desejo ver se a colunista manterá o mesmo pensamento se um dia for xingada de vagabunda pelo sujeito em questão. Isso já aconteceu com muita gente que morria de amores pelo indivíduo a ponto de pedir sua beatificação ao Papa. 

Tem que ser muito sincero, um pouco maluco, ou talvez as duas coisas, para dizer tudo que Wanderley Viana (PSC) tem coragem de dizer. O que todos os outros pensam ele verbaliza.

Quem são todos os outros que pensam da maneira que o sujeito desbocado verbaliza, Gina? Você precisa responder. O leitor precisa saber se você se refere a todos os cidadãos de Xapuri ou apenas aos membros do grupo político pelo qual sua pena advoga.

O que mais faz falta no mundo são pessoas transparentes. Não vejo problema em dar a César o que é de César, a Deus o que é de Deus e aos bois os nomes que eles tem.

Faz-me rir. Que autoridade uma pessoa paga por um deputado tem para apontar a opacidade dos outros? Assessor de político deve assessorar o político e não assinar uma coluna política. Não estou, no entanto, ousando dizer à repórter o que ela deve fazer de sua vida, mas apenas afirmando que não pode se declarar isento e transparente o colunista cujo nome está na folha de pagamento de um gabinete na Aleac.

Não me considero cem por cento verdadeiro, no sentido de dizer a verdade “doa a quem doer”. Se afirmasse isso estaria sendo hipócrita. Sou funcionário concursado do governo, sou petista e, atualmente, ocupo uma Função de Confiança como diretor da Rádio Educadora de Xapuri. Não digo tudo o que penso. Nem do bom, nem do ruim. Isso é fato. Não sou o “doido da baladeira”.

Se não critico efusivamente, também não teço loas. Em ambos os casos, consideraria antiético. No primeiro, seria incoerência, no segundo puxa-saquismo. Mas se derem uma boa olhada em meu blog, verão também que há uma grande diferença entre ter lado na política e ser um mero “lambe-botas”. Não sei se estou certo ou errado, mas é assim que penso e ajo.

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