O prefeito Vanderley Viana encaminhou à câmara, na sessão da semana passada, pedido de prorrogação do prazo estipulado a ele para que explique uma série de denúncias de irregularidades que atingiram a prefeitura no final de 2007 e apresente os documentos solicitados. De acordo com o vereador José Maria Miranda (PT), que assinou o pedido junto com os vereadores Raimundo Francisco Gondim (PC do B) e João Ribeiro de Freitas (PT), Vanderley terá mais 15 dias para apresentar resposta aos questionamentos feitos.
Os vereadores alegam ter recebido inúmeras denúncias, de funcionários municipais e populares, de que o prefeito Vanderley Viana estaria administrando os recursos públicos como se fossem sua propriedade, desviando rendas devidas ao município. Um dos exemplos é a Cerâmica Municipal, cujo faturamento com as vendas de tijolos estaria sendo feito “por fora”, à revelia do conhecimento ou permissão da câmara, com o objetivo de custear despesas pessoais do prefeito, que receberia, pessoalmente, dinheiro das mãos do gerente da indústria.
Na esteira de denúncias de desvio de recursos, consta que a esposa do prefeito e secretária de ação social, Iracema Cecília de Souza, teria comprado um veículo para o genro, o diretor de divulgação social da prefeitura, Josimar Tavares, além de manter para ele, com recursos do município, o aluguel de uma casa de morada localizada à Rua Benjamin Constant, no centro da cidade. Ainda na secretaria da esposa do prefeito, vários pagamentos estariam sendo feitos à determinadas empresas para a aquisição de material de construção e alimentos que não estariam sendo entregues ao município.
Na mesma secretaria, pagamento de viagens de barco nos rios Acre e Xapuri teriam sido feitos a um morador do bairro Sibéria, quando na verdade o dinheiro era destinado ao pagamento de dívidas para com Antônio José da Costa, conhecido popularmente como “Dapuí”, que se encontra na penitenciária de Rio Branco, acusado de tráfico de drogas. As denúncias apontam também para o desvio dos recursos destinados à reconstrução do Lar dos Vicentinos, no bairro da Bolívia, cuja obra foi apenas iniciada, estando os idosos instalados em uma casa alugada, no centro da cidade.
Os vereadores relatam ainda que no final de 2007 o prefeito teria efetuado pagamento de altos valores, através de laranjas, que seriam garis da própria prefeitura, em cujas contas foram lançados créditos que posteriormente foram sacados e entregues ao secretário Francisco Ferreira da Silva, o Neném Borges.
Durante a organização da Festa de São Sebastião, no mês de janeiro deste ano, o prefeito teria cobrado, à revelia do Código Tributário Municipal, o valor de R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta reais) por terreno para a instalação de barracas, além de utilizar madeira ilegal para a construção das mesmas. O pagamento dos terrenos estaria sendo feito diretamente ao senhor Raimundinho do Erres Bar. Ainda no período da festa o Imac apreendeu toda a madeira que era estocada na cerâmica do município e também a que também já estava na área construída. O Ministério Público abriu investigação sobre o caso.
Os vereadores denunciam também que se tornou hábito do prefeito Vanderley Viana exigir dinheiro de credores e empresas que prestam serviços no município para manter suas despesas pessoais, entre elas o pagamento das parcelas do seu veículo particular. O prefeito teria, segundo os vereadores, cobrado de duas empresas que executaram obras de pavimentação de ruas, construção de uma quadra esportiva no bairro do Pantanal e construção de módulos sanitários no bairro da Bolívia, os valores de R$ 18.000,00 e R$ 9.000,00 para fins particulares, alegando ser para despesas da prefeitura.
O trio de parlamentares requereu ainda à presidência da câmara a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito para apurar as denúncias que estão sendo apresentadas contra o prefeito e alguns membros de sua equipe.
Clique aqui para ver a relação de documentos solicitados pelos vereadores ao prefeito de Xapuri.
Nenhum comentário:
Postar um comentário