sexta-feira, 13 de abril de 2007

Quem é democrata promove debate

Luís Carlos Moreira Jorge

Só quem defende a democracia, quem não teme o contraditório, quem respeita a pluralidade de idéias, promove um seminário como o senador Tião Viana (PT) promoveu na noite de ontem no Teatrão, para discutir a iniciativa de se pesquisar gás e petróleo no Acre.

Chamou atenção que sessenta e oito por cento do território acreano está de uma forma ou por outra como área de proteção ambiental. Então este território é intocável. A pesquisa pode-se dar apenas no restante da área acreana. É bom fazer esta ressalva porque se viu ao longo de todo este processo de debates opiniões apaixonadas que davam entender a quem as lia que, o Acre seria totalmente devastado. Esquecem os que hoje são contrários à prospecção que existe toda uma legislação ambiental que protege e estabelece normas para a exploração de combustíveis fósseis. E isso vai se aplicar na região permitida para pesquisa. Com todo rigor. Então não vejo nenhuma substância em algumas exacerbadas opiniões emitidas no decorrer das discussões.
Falou-se muito em aquecimento global, emissão de poluentes, poluição, derrubada da floresta que aumentariam no Acre, caso óleo para exploração em escala comercial viesse ser descoberto.
Uma ilação sem o mínimo sentido prático.

É de se perguntar se caso findasse agora esta iniciativa do senador Tião Viana (PT), o combustível não continuaria sendo comprado nas bombas? Qual a diferença entre consumir combustível importado e produzido no estado? Mas é a velha história de que como se trata de uma atividade não convencional que pode ser desenvolvida no meio da floresta, se deve ser contra. Como se a razão se tivesse sempre ao lado de quem é contra alguma coisa.
E outro aspecto desta discussão é que hoje se pode fazer uma exploração petrolífera sem agredir o meio ambiente. Um exemplo o projeto de Urucu. Para se ter uma idéia como a Petrobrás cuida do meio ambiente naquele empreendimento no meio da floresta, a sua programação é que no máximo haja um desperdício de quarenta litros de combustível por ano.

Fiz questão de não opinar no debate da noite de ontem porque queria ouvir de forma serena todas as opiniões emitidas. Confesso ter saído encontro com a mesma avaliação que entrei: não consegui ver posição contrária à iniciativa do senador Tião Viana (PT) que tivesse qualquer embasamento. Alguns condenaram a medida como se sem a sua realização acabariam todos os problemas ambientais do mundo.

No máximo serviu para rir.

Não adianta se lutar contra a modernidade. Isso serve apenas para marcar posição. Ela é inexorável. A época áurea da borracha, os produtivos seringais, as colocações onde o seringueiro vivia da caça, não voltarão mais. Vamos deixar desta esperança irreal.

Estamos num mundo globalizado.

Queira-se ou não.

Se esta pesquisa não acontecesse agora aconteceria mais à frente.

Que venha então pelas mãos do senador Tião Viana (PT) que é um defensor do meio ambiente.

O resto é conversa fiada.

Blog do Crica (Portal Ac24horas.com)

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