Em Xapuri parece que estão achando que aterro sanitário e lixão correspondem à mesma coisa. Pelo menos é isso que está se deixando perceber pela forma como o Aterro Sanitário Municipal está sendo cuidado pela prefeitura.
O aterro já foi resultado de autuação do município por parte do Ibama, na época em que se jogava lixo na entrada da cidade, bem próximo ao aeroporto. O lixão era o cartão de boas vindas da cidade até o final do primeiro mandato do ex-prefeito Júlio Barbosa.
Com a “prensa” do Ibama, o município passou a enxergar com outros olhos esse problema tão importante. Entre 2000 e 2001, Xapuri passou a fazer parte do programa piloto de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Foram muitas discussões envolvendo diversas instituições ambientais e sociedade organizada, de fórum do lixo a agenda 21, até nascer o projeto do aterro.
De 2005 para cá, o projeto desandou. Primeiro, de acordo com informações de um funcionário da própria Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a prefeitura perdeu recursos do Ministério do Meio Ambiente referentes à segunda etapa do projeto por falta de cumprimento de prazos entre outros descuidos. Depois, a finalidade do projeto foi sendo enterrada no lugar do lixo, pois, de acordo com seguidas denúncias da Câmara, o que era para ser aterro tornou-se mais um lixão.
No site Saúde na Internet, um texto que explica de forma bastante didática a diferença entre uma coisa e outra, ou seja, aterro e lixão:
“Segundo a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB), aterro sanitário é o processo de disposição final de resíduos sólidos, principalmente do lixo domiciliar, baseado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas.
Estas normas e critérios permitem a confinação segura do lixo, em termos de controle da poluição ambiental e proteção ao meio ambiente.
Ao contrário do aterro sanitário, os lixões não atendem nenhuma norma de controle. O lixo é disposto de qualquer maneira e sem nenhum tratamento, o que acaba causando inúmeros problemas ambientais.
O lixo a céu aberto atrai ratos que têm a sua capacidade reprodutiva aumentada devido a disponibilidade abundante de alimentos. Esses animais são transmissores de inúmeras doenças, tais como raiva, meningite, leptospirose e peste bubônica.
Outro sério problema causado pelos lixões é a contaminação do solo e do lençol freático, caso exista um no local, pela ação do chorume, líquido de cor negra característico de matéria orgânica em decomposição.
Além disto, estes lugares dão acesso para as pessoas carentes que acabam contraindo várias doenças. Com total omissão social e desrespeito ao ser humano, essas pessoas buscam nos lixões um meio de sobrevivência, ou alimentando-se, ou vendendo entulhos.
Se na sua cidade existe um lixão exija do governo providências imediatas para a solução do problema. Os lixões ferem as normas de Saúde Pública e poluem o meio ambiente. Lembre-se que nós contribuímos com impostos e que é nosso direito ter a nossa saúde assegurada”.
Os vereadores do PT prometem ir ao Ministério Público na próxima semana pedir um posicionamento do novo promotor da cidade sobre o problema.
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