A nomeação da nova equipe de gestores do hospital Epaminondas Jácome de Xapuri, ocorrida ontem (13), era uma das mais aguardadas medidas do novo governo referente ao sistema de saúde no município e também um dos assuntos mais comentados na cidade nos últimos dias. A antiga direção da unidade de saúde, centralizada na pessoa da professora Aucelina da Silva Oliveira, teve fim depois de mais de um qüinqüênio frente à instituição que completou 78 anos de existência no último dia 13 de janeiro.
A nova política de gestão de saúde que está sendo colocada em prática pelo governo Binho Marques já traz mudanças significativas na composição das novas equipes de gestores dos hospitais do interior. Agora, em vez da centralização das obrigações gerenciais na mão de uma única pessoa, quatro gestores serão responsáveis pela condução dessa nova forma de administração. A nova equipe foi empossada no próprio hospital, durante reunião presidida pelo subsecretário de saúde, Sérgio Roberto, com a presença de todos os funcionários, às 17 horas.
A nova gerente-geral da unidade é a médica recém formada e bióloga, Renata Patrícia de Carvalho. Para a gerência de gestão, o escolhido foi o técnico em enfermagem Francisco de Assis Monteiro de Oliveira. Ambos já foram secretários municipais de saúde na gestão do ex-prefeito Júlio Barbosa. A terceira gerente empossada é a ex-coordenadora do centro de saúde Félix Bestene Neto, Maria Edwirgens Barbosa de Farias. Ainda está pendente o cargo de gerente administrativo, que deverá ser definido nos próximos dias.
No ato da posse, o subsecretário Sérgio Roberto qualificou de “desafio” a missão dos novos gestores. Apresentando uma série de problemas, principalmente na sua estrutura física, o hospital de Xapuri, fundado em 1929, teve a sua estrutura em concreto construída em 1962, não recebendo desde então, nenhuma restauração significativa, mantendo sua arquitetura original praticamente inalterada. Juntando-se a isso, a unidade de saúde passa por uma reforma inconclusa há vários meses, causando transtornos a funcionários e pacientes. Além disso, encontra-se, ainda, com o seu aparelho de raios-X quebrado a cerca de um mês.
Problemas como esses levaram o Conselho Regional de Medicina do Acre a divulgar relatório, após vistoria, indincando situação de precariedade no atendimento. Na última terça-feira (10), a ex-gestora do hospital foi convocada pela Câmara para prestar esclarecimentos sobre as condições apontadas pelo CRM que ameaçara fechar o hospital de Xapuri. A sabatina resultou em uma matéria jornalística assinada pelo assessor de comunicação da prefeitura de Xapuri, Archibaldo Antunes, que publicou afirmações e confirmações, segundo ele, de autoria de Aucelina, relacionadas às precárias condições de atendimento do hospital. As informações de Archibaldo foram amparadas, além do depoimento da gestora, pelo relatório do CRM e pelo procurador jurídico do órgão fiscalizador, Miguel Angel Suárez Ortiz, que, coincidentemente, também é procurador jurídico da prefeitura de Xapuri.
O fato publicado na imprensa estadual causou repercussão e, talvez, tenha apressado a definição da nova gestão do hospital Epaminondas Jácome que, segundo Sérgio Roberto, já estava prevista para acontecer nessa semana. Aucelina Oliveira, no entanto, sentindo-se prejudicada pelas nuanças da notícia publicada pelo jornalista, negou os fatos e acusou a dupla de assessores do prefeito de distorcer suas afirmações. A ex-diretora reconheceu os problemas enfrentados pela unidade, mas não admitiu situação de precariedade. Ela, inclusive, disse jamais haver afirmado que uma paciente morreu no hospital por falta de ambulância.
Bastante indignada, Aucelina Oliveira desmentiu também que o prefeito Vanderlei Viana tenha colocado o serviço ambulatorial do município à disposição do hospital. Pelo contrário, ela afirma que nos três primeiros meses de 2007, o hospital de Xapuri realizou, em média, 3 mil consultas mensais, pelo fato do município, responsável por essa modalidade de atendimento, não conseguir atender a sua demanda. Ela ameaçou processar Archibaldo Antunes e Miguel Ortiz caso fosse prejudicada pelas informações publicadas.
No final do ato de posse dos novos gestores do hospital, o subsecretário Sérgio Roberto falou sobre a polêmica com o CRM que ameaçou interditar a unidade: “Nós conversamos com a presidência do Conselho Regional de Medicina e o conselho não tem esse papel de interdição. Na verdade, o CRM levanta alguns problemas que estão colocados no hospital Epaminondas Jácome, esses problemas a secretaria de saúde está analisando não só em Xapuri, mas em todos os municípios do Estado. Alguns problemas são bem reais e bem concretos e precisam de uma imediata solução”.
Sobre as perspectivas com relação à nova política de gestão na saúde do governo Binho Marques, Sérgio Roberto disse que a meta é construir um planejamento efetivo para a secretaria de saúde, nomear as novas gerências dos hospitais do interior e criar o planejamento efetivo dentro das unidades de saúde. A grande novidade é o projeto de descentralização dos recursos financeiros para as unidades hospitalares que, a partir daí, vão contar com o dinheiro da produção em suas contas para as despesas de manutenção.
Para Xapuri, especificamente, a meta é retomar a reforma do hospital que encontra-se inacabada. De acordo com o subsecretário, o projeto inicial precisa ser reformulado, as questões burocráticas estão sendo resolvidas e em um prazo de mais ou menos quinze dias a secretaria pretende reiniciar as obras e concluí-las no menor espaço de tempo possível.
3 comentários:
Muito obrigado pela consideração..o Badaró é uma pessoa magnífica e fique a vontade para divulgar as fotos do meu blog, em especial do nosso colega Badaró........fique com Deus....e um bom fim de semana
Sidney Torres
Muito obrigado pela consideração..o Badaró é uma pessoa magnífica e fique a vontade para divulgar as fotos do meu blog, em especial do nosso colega Badaró........fique com Deus....e um bom fim de semana
Sidney Torres
As vezes em minhas orações peço a Deus que ele me mostre o que tem em Xapuri para a política ser tão complicada. Em uma delas a resposta obtida foi que não e a política e sim as pessoas, desta forma peço também a Deus para que eu não seja contaminado. Vamos todos nos unir para termos uma Xapuri melhor em todas as áreas inclusive das repartições publicas municipais e estaduais.
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