A matéria – ou propaganda institucional - da Companhia de Eletricidade do Acre – Eletroacre – publicada na edição do último domingo, 15 de abril, do jornal A Tribuna, faz pouco caso dos imensos transtornos que a empresa vem causando, não de agora, aos usuários compulsórios de energia elétrica que possui em todo o Estado.
Chega a ser acintoso o fato da direção da empresa proclamar a excelência da sua gestão e se auto-aclamar exemplo de qualidade enquanto milhares e milhares de consumidores Acre afora se desdobram para pagar em dia as faturas absurdamente inflacionadas por responsabilidade única da empresa.
Primeiro foi a tal aferição por média, cujo resultado final apontou para o uso de uma matemática que certamente não freqüentou as grades curriculares das instituições de ensino onde por quase 20 anos de estudos lustrei cadeiras escolares com a parte mais macia da anatomia humana.
No último mês de março o problema foi a lentidão do leiturista. O gajo fechou faturas com um atraso médio de 10 dias. Pelo menos em Xapuri foi isso o que aconteceu. Resultado: consumo 30% maior, imposto mais alto e muitos clientes correndo o risco de perder e outros perdendo mesmo o benefício da tarifa de baixa renda, ou seja, aqueles com média mensal de consumo (calculado com base nos últimos 12 meses) entre 0 e 80 kWh e que não apresentem nesse período mais de um consumo superior a 120 kWh.
Em Xapuri, de modo especial, muitas famílias deixaram, nesse início de ano, de manter o seu padrão de vida nos níveis costumeiros para garantir a tão necessária e cada vez mais cara energia elétrica. Houve casos em que uma residência com média de consumo que girava em torno de R$ 150, 00, teve que aceitar faturas crescentes de R$ 330,00 e R$ 450,00 nos últimos dois meses.
Enquanto a empresa alardeia o aumento da sua rentabilidade e o bem estar de seus funcionários, centenas e centenas de usuários visitam os escritórios mensalmente em busca de explicações para recorrentes descalabros contra suas economias. É preciso entender o que é que a Eletroacre entende por responsabilidade social. A empresa não pode se considerar uma co-responsável pelo desenvolvimento da sociedade, sendo responsável por acontecimentos inexplicados que só contribuem para a ruína do orçamento doméstico de milhares de famílias.
Eis a íntegra da matéria do jornal A Tribuna:
Eletroacre: exemplo de gestão empresarial
O relatório anual apresentado pela Eletroacre, referente ao ano de 2006 mostrou a excelência da gestão da empresa e os avanços administrativos e financeiros, mostrando que se tornou exemplo de qualidade. A direção da Eletroacre, composta pelo presidente Celso Santos Matheus, diretora Financeira, Maria Aparecida dos Santos, diretora Administrativa, Dorianne Regina Britto de Souza e diretor Técnico, Mauro Ferreira de Albuquerque conseguiu implantar projetos de valorização dos servidores e a preocupação permanente com a responsabilidade social, além das metas de produção que geraram uma verdadeira transformação nos métodos e procedimentos. A informatização deu um salto qualitativo e quantitativo, somando 265 novos computadores em todas as unidades.
A Eletroacre é hoje uma empresa consolidada, aumentando a rentabilidade, tendo como uma de suas missões o bem estar de seus funcionários, melhorando as condições de trabalho e a participação da empresa junto à sociedade, respeitando os valores empresariais e sociais, que fazem desta instituição um paradigma de qualidade no Acre.
Os investimentos devem continuar e acelerar nos dois próximos anos, de acordo com o plano estabelecido, com a certeza de que os fundamentos estão sólidos e que a Eletroacre permanece como um referencial para todos os usuários e para toda a população.
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