terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Feliz radar novo

Beneilton Damasceno

Fiquei radiante com o primeiro dia da volta dos radares. O governo não tem como arrecadar dinheiro com a comprovada eficácia das lombadas, e aí o jeito é apelar.

O que ninguém explica é que o número de acidentes fatais em Rio Branco registrou queda em 8 dos 12 meses de 2012. Detalhe: sem os odiosos radares, cuja finalidade é depenar as economias do trabalhador. Sem falar no maldito IPVA, né?

O problema é que que o Estado precisa desesperadamente lucrar. Nenhuma justificativa, a não ser a ganância oficial, convence o condutor castigado sem piedade.

Bem que poderiam instalar milhares de equipamentos na BR-317, para prevenir os motoristas dos buracos principalmente a partir da Fazenda Araxá, com destino a Xapuri, Brasileia e ao romântico Oceano Pacífico.

Bem que poderiam incentivar, ou punir com mais rigor, a moçada que não respeita a faixa de pedestres. E os motociclistas, que insistem em se enfiar entre os postes e o retrovisor, que não distam 20 centímetros um do outro.

Enquanto isso, em dias de chuva, no fim da tarde, aquela "embiricica" de carros se arrastando a 40 km por hora numa Via Chico Mendes, por exemplo, como se fosse o cortejo fúnebre de alguma celebridade seringueira.

Nada mais desastroso poderia surgir para ajudar a estrangular o trânsito de uma cidade esculhambada, que insiste em achar que é Nova York.

O engenheiro idealizador dessa luminar ideia poderia receber o Prêmio Nobel da Imbecilidade (PNI).

Beneilton Damasceno é jornalista.

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