Deputado rejeita ser chamado de mandachuva e nega perseguição a colega de partido
Conversei por algumas horas, neste fim de semana, com o deputado estadual Manoel Moraes (PSB). Os assuntos foram do futebol – ele ainda comemora o título do Corinthians na Copa Libertadores da América - à política local, com ênfase, é óbvio, nas eleições de outubro próximo, quando os socialistas tentarão mais uma vez chegar à prefeitura de Xapuri.
O parlamentar não estava satisfeito com o fato de eu haver me referido a ele em uma postagem como “mandachuva” do PSB. Também se queixava de que alguns comentários meus sobre sua divergência com o vereador Erivélton Soares o tivessem colocado na posição de perseguidor e o edil de seu partido na condição de vítima, o que jamais foi minha intenção.
As discordâncias, no entanto, não foram motivo para que a conversa não fluísse de maneira cordial e o diálogo não se mostrasse produtivo e esclarecedor, tanto para mim quanto para ele. Manoel sempre foi bom interlocutor, e resta claro que a experiência como deputado tem lhe aperfeiçoado essa qualidade.
Manelão chegou ao PSB em 2006 e se tornou aquilo que o partido jamais possuíra: uma liderança capaz de alavancar a sigla partidária da condição de mera coadjuvante do PT dentro da Frente Popular em Xapuri para se tornar, a despeito da posição firme de apoio ao governo petista no âmbito estadual, uma força antagônica aos companheiros no cenário municipal.
Desde que chegou ao partido, Manoel Moraes disputou três eleições, sendo duas para deputado e uma para a prefeitura. A vitória para a Assembleia Legislativa, depois de haver alcançado a suplência na eleição anterior e uma terceira colocação no último pleito municipal, consolidou de vez sua condição de maior nome da agremiação.
Apesar de sua incontestável influência dentro do PSB, o deputado rejeita ser chamado de mandachuva e garante que sua condição de mandatário não interfere nas decisões do partido que, segundo ele, tanto na executiva estadual quanto nos diretórios municipais, são tomadas com base no debate democrático entre suas lideranças e filiados.
Durante a conversa, Manelão garantiu que não é responsável por nenhum tipo de perseguição ou manobra contra qualquer membro de seu partido, se referindo à relação arruinada entre ele e o vereador Erivélton Soares que, na Tribuna da Câmara, acusou o deputado de ser o maior responsável por sua provável saída do Partido Socialista Brasileiro.
Demonstrando não querer polemizar ainda mais o assunto, o deputado ofereceu sua versão sobre o fato público que é sua incompatibilidade com o vereador. De acordo com ele, a crise entre os dois chegou a esse ponto depois de uma longa série de atitudes e comportamentos da parte de Erivélton Soares que não foram compatíveis com as posições do partido.
“Ele apenas está colhendo aquilo que plantou”, completou.
Com relação às eleições deste ano, o deputado afirmou que está tranquilo quanto às decisões tomadas pelo partido em Xapuri e ressaltou que o professor Wágner Menezes sempre foi o nome mais indicado para encabeçar a chapa liderada pelo PSB na disputa pela prefeitura do município. Oséias D’Ávila também é considerado um nome positivo para o cargo de vice.
“O professor Wágner é um sujeito sério, cuja trajetória como homem de bem, professor e militante político o credencia para ser candidato a prefeito de Xapuri. Já o Oséias é um jovem inteligente e determinado, que muito bem representa a comunidade evangélica do município, tendo muito em que contribuir para o nosso projeto que é chegar à prefeitura”.
Nos últimos dias, o deputado esteve ao lado do governador Tião Viana na entrega de obras do programa Ruas do Povos em todos os municípios do Alto Acre mais Capixaba e Senador Guiomard. Para ele, as obras estruturantes da atual gestão estadual mostram o grau de comprometimento do governo com a população de todos os municípios acreanos.
Com o recesso da Assembleia Legislativa, que começou na última sexta-feira (13), os próximos 20 dias serão inteiramente dedicados pelo deputado às candidaturas do partido pelo estado, mas a atenção especial estará voltada para Xapuri, município que foi a base de sua eleição e onde o PSB possui a chapa mais emblemática para os socialistas, segundo o próprio Manoel Moraes.
Um comentário:
Raimari, muito bacana você oferecer aos seus leitores a oportunidade de ler o outro lado da história. Esta é a verdadeira face do bom jornalismo. Aqui eu não vou falar como jornalista que sou e sim como Assessora do deputado com quem trabalho há 1 ano e 7 meses. Manoel é uma homem simples,objetivo, claro e cumpridor da sua palavra. A grande vantagem de trabalhar com alguém assim é a certeza de poder contar com a coerência e a ética ao lidar com assuntos que melindram as pessoas. O deputado, líder do PSB na Aleac em momento algum despreza ou desprezou a importância política de Erivelton Soares, muito menos eu o fiz. Conheci Erivelton em meados de 2008 indo ao seringal Cachoeira de carona no carro do Manoel. Desde aquele dia eu soube que Manoel o respeitava politicamente e o tinha na conta de amigo. Assim as coisas permanecem. Ele conta com o respeito e com amizade que se devota a velhos conhecidos. A escolha de Wagner Menezes para ser candidato pelo PSB nao signifou em momento algum afronta ao capital político de Erivelton. Esta decisão foi uma decisão politica, de grupo, democratica, respeitando a vontade da maioria. Lamentamos profundamente se de fato de ver restado em Erivelton algum melindre, magoa ou qualquer sentimento mais baixo. Da parte de nossa equipe nao há.Erivelton Soares conta com nosso respeito e podemos dizer como conhecedores de causa que ele está tendo uma visão equivocada de alguns fatos. Resta esperar que o tempo passe e que o passar dos dias jogue luz sobre tudo isso.
Gina Menezes,assessora de imprensa do deputado Manoel Moraes
Postar um comentário