domingo, 29 de julho de 2012

A última idade do imprestável

A aposentadoria no Brasil não é apenas o início do fim. Seria romantismo demais. Ficar velho, aqui, é bem mais que isso e a terceira idade feliz na plenitude, como pregam alguns geriatras extremamente otimistas, é pura falácia desses que querem tapar a lua com a peneira, posto que o sol já se escondeu no ocidente da decrepitude desde algum tempo.

A decepção grita a plenos pulmões enfraquecidos dos que realmente trabalham. E não pergunte o que a pátria pode fazer por você, mas o que você pode fazer pela pátria. O John Kennedy plantou a ideia anterior há muito sentida, mas não percebida, principalmente, por boa parte dos oportunistas - deputados e senadores - que se acercam do poder sem as mínimas condições legais e intelectivas para representar o povo que lhes paga salários de fidalgos analfabetos. Além dos altíssimos salários, boa parte dos representantes da plebe ainda se sente no direito de assaltar o erário público.

No capitalismo é assim mesmo: o cidadão em idade produtiva paga impostos escorchantes para alimentar políticos fúteis e imbecilizados pela péssima formação moral e intelectual que herdou de pais também obtusos e ladrões.

Depois de velho, então, o trabalhador cansado vai para uma espécie de masmorra psicológica substanciada por um ostracismo que o definha e o mata em pouquíssimo tempo. Tiram-lhe o couro a partir das costelas, espremem a última gota de suor e de sangue e, depois, vem a aposentadoria aos setenta anos. E vêm os cortes das vantagens que o pacato contribuinte tinha. O vencimento mensal míngua ou quase deixa de existir. E todo o salário vai para o plano de saúde que cobra mensalidades escandalosas só porque o cidadão morrerá em poucos dias. E vem a conta da drogaria que despacha remédios contra hipertensão, úlcera, osteoporose, hepatite, trombose, diabetes, câncer, dentre outras, contraídas, muito provavelmente, em meio e devido às relações azedas no serviço público.

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