A Câmara Municipal de Xapuri, não diferentemente de outras tantas pelo Brasil, é um espaço amplamente dominado pelos homens. E mal dominado, por sinal.
Salvo um engano muito improvável, o Poder Legislativo da terra de Chico Mendes só teve três vereadoras em toda a sua nada gloriosa história: Fátima Santana (1993-1996), Elisabeth Farias (1997-2000) e Maria Luceni (2009-2012).
E apesar da legislação atual determinar que 30% das candidaturas proporcionais devem ser ocupadas por mulheres, o atual quadro vai perdurar.
Dando-se uma atenta espiada nas listas de candidatos das eleições deste ano, se nota que pouquíssimas mulheres estão realmente disputando uma vaga no parlamento-mirim. A maioria delas apenas atende ao chamado das agremiações para fechar a esdrúxula cota imposta pela lei.
Há, por exemplo, caso em que mãe e filha são candidatas em uma mesma coligação, estando evidente que uma não rivalizará com a outra. Aceitar tal situação chega a ser humilhante e apenas acentua o quadro de exclusão a que as mulheres estão submetidas no campo da efetiva participação política. Elas deveriam ser convidadas e incentivadas à atuação política plena e não apenas como maneira de os partidos se acertarem com a lei.
É evidente que a exigência legal não vai resolver a disparidade da proporção entre homens e mulheres no machista e corrupto mundo da política. Em Xapuri, elas aparentam não se identificar com a coisa e não mostram qualquer interesse em dividir com os homens a responsabilidade de representar a população, mesmo sendo maioria como eleitoras.
E o problema, obviamente, está na falta de protagonismo feminino nos partidos locais.
Se a pífia participação das mulheres na política partidária local não for ampliada, a situação nos tempos de eleições será sempre a mesma dos dias atuais. Nenhuma mulher fazendo parte do grupo de nomes cogitados para concorrer à prefeitura e pouquíssimas disputando uma vaga na Câmara com alguma chance de se eleger.
E pior: a chamada Casa do Povo continuará eternamente a ser um Clube do Bolinha, onde raramente surge algo de novo ou promissor.
A imagem que ilustra o post é do arquivo do blog e não é atual. Hoje, a Câmara de Xapuri está pintada de verde, e as inscrições da fachada ainda não foram providenciadas.
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