Desde meados de 2006, quem visita Xapuri se depara com essa construção esquisita, erguida no meio da Estrada da Borracha, a cerca de 1 quilômetro da cidade. De longe, o negócio lembra o castelo do Galvez, da minissérie Amazônia (que a autora Glória Perez não saiba da comparação), mas trata-se do "imponente" portal de boas vindas àqueles que se atrevem a visitar a terra de Chico Mendes em tempos tão obscuros.
Além de obrigar os viajantes a colocar os veículos na poeira ou na lama, através do desvio que rodeia a esquisitice, a invenção funciona como um verdadeiro monumento à poluição visual, enfeando a rodovia que demorou tanto tempo para ser pavimentada e embelezada. E o que é pior. Não se sabe o porquê, do monstrengo de cimento armado haver empacado no meio da estrada, sem que ninguém ouça mais falar sobre o futuro da maluquice.
Inexplicável sob todos os aspectos, a obra se tornou um grande perigo para os motoristas que viajam no período da noite. Qualquer descuido e o sujeito dá com os cornos em uma enorme barreira de tapumes e andaimes caindo aos pedaços. Eu falei cornos? Talvez tenha sido pela informação corrente, na boca do povo, de que o prefeito colocará ali em cima, um enorme par de chifres para homenagear os moradores da cidade que só teria "chifrudos" (clique aqui e leia).
Além disso tudo, o tal portal parece ser torto. Nota-se pela foto que o pilar central da coisa não é centralizado com relação à pista, ou seja, um lado da estrada, que já não é tão larga, ficou mais estreito que o outro. Mas, o problema não é somente estético. A altura parece não ser suficiente para permitir passar alguns caminhões carregados. E mais, a coisa fica numa curva fechada, oferecendo risco de acidentes entre veículos que se cruzem naquele ponto.
Outro detalhe que se percebe claramente na grande obra do prefeito é que além de feia e perigosa, não serve para nada. Não faz nenhum sentido lógico, não há objetivo justificável em se gastar os recursos públicos com um "enfeite" enquanto tantos bairros estão abandonados, com ruas esburacadas e na escuridão. Parece mais a necessidade de se fincar no chão algo grande, visível, simbólico, mesmo que inútil, para mascarar a falta de idéias produtivas e de políticas que atendam às necessidades reais da população.
Muitos estão se perguntando quais serão as próximas novidades que sairão das cabeças tão criativas, responsáveis pela concepção e pela execução de uma idéia tão estapafúrdia como essa. Daqui a pouco, quem sabe, teremos uma réplica da Estátua da Liberdade, Torre Eiffel ou um aeroporto para extraterrestres. Por que não?
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