José Cláudio Mota Porfírio*
O Walter Prado merece os aplausos da comunidade, da mesma forma que mereceu ao tão bem cumprir o desiderato de agente da segurança pública. Lembra-me, com certeza, a potência do chute que fazia a bola viajar a um palmo do chão. Quase indefensável. O homem é irrequieto desde sempre. Já buliu com os grileiros do Amazonas e descobriu manobras escabrosas. Já foi lá e veio cá, em poucos dias de mandato. E agora chega a hora e a vez do justiceiro - no bom sentido - fazer justiça.
A Companhia de Eletricidade do Acre necessita, sim, de alguém que ponha algum freio nesse seu intrépido ímpeto ganancioso. Os agentes que trazem a força e a luz cá pra dentro de casa descuidam do fato de que, aqui, moramos nós, humanos, alguns gordos, outros dietéticos, mas gente, de carne e osso.
Numa época em que estávamos de férias, em Florianópolis, a conta deu um salto tão espetacular que eu não pude pagá-la naquele fevereiro de 2005, e fui pro março, na pindaíba, apesar de o Senhor Lafaiete, nosso segurança, ter permanecido o mês todo sem acender um bico de luz, no dizer dele, porque é mais fácil observar o malfazejo que se aproxima... O homem mal acendia um porronca que espantava até cobra... Não lembrei que poderia recorrer ao órgão de defesa do consumidor. Puxei da grana, então, e paguei, sem reclamar, feito besta.
Depois, quando foram trocar os postes e fazer as instalações daquelas luminárias modernas da Nova Avenida Ceará, não se sabe ainda por artes de quais demônios endemoniados, a placa madrasta do meu luxuoso portão eletrônico foi pro pau. Dirigi-me, pois, àquele aglomerado humano onde dizem bem atender as vítimas da companhia de força e luz. Malgrado. A mocinha petulante - uma Rosinha qualquer - me disse que talvez fosse inútil montar o processo posto que eu jamais poderia provar que a culpa fora da Eletroacre. Desisti. Paguei duzentos paus ao Jair, expert em portões chiques. E, mais uma vez, não busquei os meus direitos de consumidor sempre ludibriado.
Estava agora mesmo a esperar a próxima manobra dos rapazes e moças que dão a luz. Mas nem esperei tanto. Conforme as explicações e/ou justificativas que correm mundo afora, as contas de janeiro em diante estão sendo cobradas segundo uma média que é feita com base no consumo de meses anteriores, posto que não há recursos humanos suficientes para as leituras dos relógios... E eu que me dane! Que pague o pato! Carrapato!
Então. O consumo da minha humilde vivenda ficava entre R$ 240 e r$ 250 nos meses que antecederam o apagão humano. A média ficaria, certamente, em R$ 247,50, a não ser que me tenha enganado o Malba Tahan. Muito pelo contrário, numa lógica lancinante e absurda, eles houveram por bem cobrar-me R$ 302 e R$ 317, nos meses de janeiro e fevereiro, respectivamente. Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? Tira da alma dessas criaturas insanas a mediocridade que as leva a cometer atos tão despudorados. Ou eu devo ir ter com o Procon...
Sim, porque com a Brasil Telecom aconteceu algo do gênero picaresco - talvez de picareta - cômico se antes não fosse trágico. Fui ao Procon. De lá, segundo disse uma funcionária da telefônica, teria que recorrer às pequenas causas. Foi exatamente o que fiz. Estava de férias. Tinha tempo... Em uma semana, de Porto Velho me telefonaram dizendo que a linha já estava restabelecida, que houveram eles cometido um engano, que somos humanos para errar e continuar errando... E patati-patatá... Tudo bem. Numa boa. Só que o escrivão me deu uma dica legal. Pelo fato de eles haverem me cobrado o que não devia, estou a exigir uma indenização de R$ 7.000. Dinheiro que será doado a uma instituição que cuida de crianças gordinhas e saudáveis... Justamente a minha casa... Ora, pois!
É preciso reclamar, sim. Esses acólitos do capital não têm pena nem das mães deles que, no mínimo, já não usam energia elétrica ou telefone porque já não mais fazem parte desse vale de lágrimas e roubos à luz da noite clara iluminada pela Eletroacre nossa de cada manobra escusa nas esquinas dessa vida crassa.
Mas é conveniente observar que alguém da esfera federal, quem sabe o Fernando Melo, poderia dar ou emprestar algum eco para as palavras do Walter Prado de modo a fazer com que elas ressoassem no planalto central. A Aneel e a Anatel precisam ser conveniente acordadas para o bem do povo.
Não estaria eu a precisar de favores do nobre deputado. Bajular não faz parte do meu ofício ou da minha índole, muito pelo contrário. Quando elogio é porque uma espécie de clamor surdo quer reverberar para o júbilo dos homens de bem desta terra. Quando critico é porque alguma farofa azeda foi colocada na cumbuca das minhas relações sociais.
*Xapuriense e cliente da Eletroacre e Brasil Telecom.
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