domingo, 11 de março de 2007

Beleza rara

José Cláudio Mota Porfírio*

O poeta e diplomata ainda é o tal... Que me desculpem as feias, mas a beleza é fundamental. Genial. Sensacional é esse Vinícius de Moraes, um ás nas artes do amor e da poesia. Nem um pouco sutil, mas um tanto viril, na forma e no conteúdo desse meu mundo de tão belas mulheres, inclusive, estas todas que me fizeram tão boa companhia ao longo dos meus mais ditosos dias que têm sido todos. Sou feliz e por um triz não escapo das mais formosas, como essa bonita e doce e meiga Edinéia, que me lembra Dulcinéia... Del Toboso, a musa do Quixote, de Cervantes, de uma Espanha muito distante e muito antiga.

Eu sei que já escrevi o meu nome nas areias quentes ou frias de corações talvez hoje desérticos, com a sensibilidade já gasta que me é peculiar. E como ainda tenho aprendido com tantas e com todas! Ah, corações tão ternos que me ensinaram, inclusive, as artes do amor, da matemática e do uso deste português nosso de cada dia. Mesmo a adolescência feliz por mim vivida numa Xapuri dos meus mais belos dias me foi deveras generosa. Ali conheci, verdadeiramente, as mulheres mais belas dos meus sonhos juvenis, com todo o respeito que cabe na alma deste poeta insano e cortês. Lá posavam, elegante, comedida e comportadamente, divas em vestidos de seda ou voil, como Nilva Nunes, Maria José Calixto, Fátima Figueiredo, Nabiha Bestene e Enilza Maciel, dentre outras talvez mais belas que o espaço desta página seria infinitamente mínimo para mencioná-las todas. Uma graça de Deus tanta formosura!

Todavia, bom mesmo é poder observar, com extremo cuidado, com a atenção do monge tibetano, através de binóculos ou lupa poderosa, um pontinho muito pequeno, no mapa mundi, ou naquele globo da escola... Uau! É Rio Branco!... Então, a partir daí, não será dado mais a ninguém demorar-se a descobrir um certo multi-colorido fulgurante e resplandecente produzido e irradiado pela beleza rara das mulheres que por aqui habitam. Graças!

Tenho conhecimento de que em outros pontos da Terra tanta beleza feminina é marca registrada. É como se nesses lugares apenas o que houvesse de importante fosse tão somente a aura iluminada de mulheres que parecem alimentar-se de luz. Assim é Roma, Telaviv ou Belo Horizonte... E, agora, para a felicidade geral da nação e de todo o meu planeta, Rio Branco do Acre! Vejam só! Quanta beleza!

E como já viajei e já vi por aí afora. Vivi no interior de São Paulo por seis anos a fio. As moças, em sua maioria, são tão branquinhas que sequer dá gosto. Com relação às viagens por este meu mundão prazeroso, sempre parti de Rio Branco... Sempre... Tomei todos os rumos que poderia me indicar a bússola do Colombo. Fui de avião, muitas vezes. Ainda vou. Fui de carro, também. Fui de ônibus, ainda nos anos oitenta. De Porto Velho a Cuiabá e daí em diante, vê-se tão pouca beleza que até dá vontade de voltar para casa, para o Acre... Rodando nas curvas da estrada, felizmente, chega-se a Campo Grande, a Cidade Morena, depois de dois mil e setecentos quilômetros... Aí, sim, respira a cor-pele-de-jambo talvez mais bela do Brasil, em seus cabelos lisos, compridos e negros como a asa da graúna, numa alusão ao Alencar, o romântico...
Por outra via, no sentido norte, já partindo de Belém para São Luiz, Terezina, Fortaleza, e por aí afora, fica muito mais difícil, em que pese a rara inteligência das cabrochas... É, então, só a partir de Vitória que as minhas vistas começam a ficar limpas... Ah, o Rio de Janeiro, cheio das mais belas mulatas e gaúchas!... Aí dão o ar da graça a formosura de mulheres que só encontro por cá.
A bem da verdade, tem razão o amigo Lépidus. Ele me disse um dia que, originalmente, as acreanas são belas desde sempre. Mas o gentil observador foi adiante e acrescentou que, hoje, a miscigenação e o contato com os que estão vindo do sul e sudeste do Brasil gerará, num futuro bem próximo, segundo ele, talvez em cinco anos, uma das etnias portadoras das feições mais bonitas deste planeta. Sem exageros, é claro, porque asseguro, já, que ele está coberto das mil e uma razões que a própria razão reconhece.

E me enche o coração acreano do mais puro orgulho ver a incandescente Maria Cláudia, a mais formosa dentre todas, tez adocicada e jambo como a minha, a moça mais bela da Amazônia, do Brasil e, quiçá, do mundo, pelo menos do ponto de vista deste que vos escreve e de milhões e milhões de brasileiros que a aplaudem de pé, com muito mais amor e muito mais carinho... Beleza rara! Beleza pura!

*Xapuriense

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