sábado, 5 de abril de 2008

Será mais uma fraude juvenil?

Deve ser divulgada nos próximos dias uma pesquisa sobre as eleições municipais deste ano em Xapuri. Pesquisadores de um instituto do estado Rondônia perambularam por vários bairros de Xapuri nos três primeiros dias do mês de abril. Mas atenção. Independentemente de quem os números venham a apontar com vantagem na consulta, as chances de se tratar de fraude devem ser consideradas.

A empresa responsável pela pesquisa é o Instituto Phoenix Consultores & Associados, que funciona na Rua do Cravo, 2969, no bairro da Cohab II, em Porto Velho (RO). É o mesmo que em 2006 foi acusado de fraudar uma pesquisa em favor do candidato ao governo do Acre, Márcio Bittar, na reta final das últimas eleições estaduais.

O Instituto Phoenix tem, ainda, um escritório na Rua Minas Gerais, 2939, em Presidente Médici, também no estado de Rondônia. Seu coordenador, na época dos fatos relatados acima, era José Juvenil Coelho, um técnico em contabilidade, que cursava teologia numa faculdade particular, e a sede do instituto, em Porto Velho, funcionava na casa da cunhada de Juvenil, onde ele morava de favor.

A pesquisa de 2006, segundo Juvenil, havia sido encomendada e paga pelo jornal Alto Madeira, que apoiava o governador Ivo Narciso Cassol (PPS), principal incentivador da campanha de Márcio Bittar, que foi derrotado por goleada, pelo atual governador do Acre, Binho Marques. Fato que evidenciou a falcatrua em que se consistia a sondagem.

A casa, onde os dados das pesquisas são, supostamente, processados, ainda é a mesma e está localizada em um bairro (Cohab II) de moradores de baixa renda, com alto índice de violência. Juvenil tinha, à época da pesquisa paga por entusiastas de Márcio Bittar, mandados de prisão expedidos contra ele pela justiça de Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais, Alagoas, Goiás e Paraná, além de já ter sido condenado em Roraima.

Essa artimanha de influenciar o eleitorado com pesquisas inventivas já faz parte das obsoletas ferramentas de fazer política da oposição no Acre. Nas eleições municipais de 2004, na capital acreana, um suposto instituto de pesquisas chamado Norte Data Center teve uma pesquisa retirada do ar por favorecer, de forma fraudulenta, o mesmo Márcio Bittar, naquela oportunidade derrotado nar urnas por Raimundo Angelim, da Frente Popular do Acre.

As informações acima são baseadas em postagens do jornalista Altino Machado, em seu blog, que denunciaram tanto a fraude do Instituto Phoenix, quanto a atitude do Tribunal Regional Eleitoral do Acre em registrar e, conseqüentemente, validar a pesquisa fraudulenta, cujo pedido foi feito com um CNPJ pertencente à empresa J. J Carvalho, criada no dia 22 de maio de 1984 e, naquele momento, inepta desde 14 de setembro de 1999.

Hoje, o instituto está com firma devidamente registrada na Receita Federal sob o nome de J. J Coelho. Está com sua situação ativa e tem como endereço aquele já citado no início desse texto, no município de Presidente Médici (RO).

Em Xapuri, os funcionários do instituto se hospedaram no Hotel Veneza, para onde a prefeitura costuma enviar seus convidados. Se isto pode ou não representar a possibilidade de a pesquisa ter sido encomendada por este ou aquele, não me atrevo a afirmar.

Como informei, o jornalista Altino Machado tratou de assuntos relacionados ao Instituto Phoenix, em seu blog, nas postagens Uma fraude juvenil e Exijo explicação pública. Clique nos links e leia.

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