O programa de televisão do prefeito Vanderley Viana, que se intitula Jornal Xapuri, apresentado pelo “jornalista” Josimar Tavares, em uma retransmissora local (canal 7), é uma coisa absurdamente tosca.
Acabei de receber um CD, gravado por um amigo, contendo trechos de alguns programas levados ao ar e confesso que não consegui ver nem ouvir muita coisa, dada a péssima qualidade das imagens e dos verdadeiros ganidos em que se constitui o áudio que as acompanham.
Do pouco que pude entender, sobram as pérolas maravilhosas soltadas pelo desataviado apresentador, que em vão se esforça em fazer comentários de improviso e termina por transformar aquilo que anunciam ser um noticiário em uma verdadeira comédia televisiva. A grande atração do programa é sempre a mesma: os ataques enraivecidos do prefeito Vanderley Viana contra os adversários.
Geralmente, sou um dos achincalhados pela dupla, apresentador e entrevistado. O prefeito diz que lhe devo favores. Empregou-me na prefeitura em 1988. Esquece, no entanto, que desse fato resulta que presto, há 20 anos, bons serviços ao município contra os quase 8 em que ele oferece desserviço e transtornos à comunidade. Quem duvida que recorra à minha ficha funcional e a coteje com a folha corrida da vida pública do prefeito.
O programa já rendeu uma série de ações na justiça contra Vanderley Viana, inclusive de alguns ex-seguidores seus, como o vereador Raimundo Francisco Gondim, o França, a quem o prefeito chamou de "filho de chocadeira", em pleno programa. A audiência de conciliação acontece no próximo dia 18. Mais dois vereadores (José Maria Miranda e João Ribeiro, ambos do PT) devem se juntar a França e acionar a autoridade, com base em gravações de programas que contêm farto registro de ofensas e calúnias.
Voltando às pérolas, em um programa veiculado nesta semana, após a inauguração da fábrica de preservativos, o apresentador Josimar Tavares protestava contra a injustiça cometida contra o prefeito Vanderley Viana, pelo cerimonial do governo, que não lhe deu o espaço para falar, num flagrante atentado contra a democracia, termo tão incompatível com a conduta do dirigente municipal, mas sempre invocado quando sente seus direitos obstruídos.
Se agiram de forma antidemocrática, ao não abrir o microfone para o prefeito de Xapuri, os chefes do cerimonial, pelo menos, pouparam o público que ali se amontoava, em uma tarde de calor intenso, do seu discurso verborrágico, prolixo e desbocado. A verdade é que o prefeito foi formalmente convidado a participar da cerimônia. Já quanto a se realmente taparam sua boca, não sei dizer. Se o fizeram, fizeram bem. A todos ali presentes e a ele mesmo.
Indignado com o tratamento considerado injusto, o porta-voz Josimar se pôs, então, a dizer besteiras, como de costume. Começou por afirmar que o prefeito de Xapuri, que não conseguiu fazer uma fábrica semi-artesanal de vassouras funcionar por 30 dias e que fechou a cerâmica municipal, demitindo seus funcionários, tem muito em que contribuir para o engrandecimento da fábrica de preservativos. Durma-se com um barulho desses.
Não satisfeito, o âncora afirmou em alto e bom som (não tão bom assim, convenhamos) que a passarela construída pelo ex-governador Jorge Viana, entre as duas pontes do centro da cidade de Rio Branco, foi resultado do desvio dos recursos destinados à construção da ponte do bairro da Sibéria, em Xapuri, uma antiga e justa reivindicação popular que é usada como bandeira de promoção pessoal de alguns. De onde o doidivanas tirou essa idéia não se sabe.
Bem informar não é tarefa fácil, bem sei. Informar mal é pior do que não informar, já dizia o ex-deputado federal Marcos Afonso, em uma palestra ministrada em Xapuri, há alguns dias atrás. Agora, utilizar um veículo de comunicação, por ruim que seja, para difundir mentiras e propagar leviandades, além de um ato extremo de covardia e irresponsabilidade, é crime e alguém, que veste toga ou que se investe de fiscalizador da lei, deveria se ocupar em acompanhar melhor os fatos. E agir com rigor.
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