Foto: Agência de Notícias do Acre
A vinda do ministro da saúde, José Gomes Temporão, ao Acre não se confirmou. No seu lugar, para inaugurar a fábrica de preservativos Natex, em Xapuri, veio o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Gerson Penna.
A comitiva composta, entre outros, pelo governador do Acre, Binho Marques, o ex-governador Jorge Viana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o senador Tião Viana, o secretário estadual de saúde, Osvaldo de Sousa Leal Júnior, e o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST/AIDS, Eduardo Barbosa, chegou a Xapuri depois do meio-dia, como estava previsto.
Antes da inauguração as autoridades fizeram uma visita às dependendências da fábrica, que recebe uma grande movimentação de pessoas da cidade e, principalmente, de seringueiros de vários pontos do município. Produtores de Brasiléia e Epitaciolândia também estão presentes na solenidade.
A repórter Fernanda Gomes, da Rádio Educadora de Xapuri, entrevistou, por telefone, o diretor-adjunto do Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde, que faz parte da comitiva de autoridades que inauguram nesta tarde a fábrica de preservativos Natex. Leia a seguir um trecho da entrevista:
O que essa fábrica representa para o Programa Nacional de DST/AIDS?
O primeiro fator é que essa fábrica é a primeira indústria estatal na produção de preservativos e representa uma possibilidade de ampliação da produção nacional e da distribuição em todo o país. Além disso, representa também uma iniciativa do governo para garantir uma produção nacional agregando o valor social e econômico, que é a geração de emprego e renda.
Os preservativos distribuídos pelo PN-DST/AIDS são importados. O que muda com a inauguração da fábrica de Xapuri?
A princípio, a produção dessa fábrica não tem como suprir as necessidades do Brasil. Nós temos a expectativa de que ela possa produzir 100 milhões de camisinhas ao ano, podendo chegar a 270 milhões, e isso é um número bastante significativo, mas fica bem abaixo daquilo que a gente necessita para fazer o suprimento que o país precisa. O mais importante é a relação que essa produção vai ter com o trabalho das comunidades.
A partir de quando esses preservativos estarão nas unidades de saúde?
Os preservativos estão na fase de certificação e qualificação dentro das normas da ISO 9000 e ISO 9001. A gente espera que até o final do ano esse procedimento tenha sido encerrado e que os preservativos possam chegar às unidades de saúde e programa saúde da família.
Por ser uma fábrica nacional e a primeira a ser instalada no Brasil, pode haver um preconceito com relação à qualidade do produto?
Com certeza, não. Exatamente pelo que está sendo mostrado nesta inauguração com relação às normas e procedimentos, a adoção de todas as medidas e as boas práticas de produção, que foram integralmente adotadas, dentro dos padrões e rigores exigidos pela legislação brasileira.
Quais são as perspectivas do PN-DST/AIDS a partir da inauguração desta fábrica?
Esperamos que o Brasil possa estabelecer uma produção autônoma que tenha como alvo a população e que seja suficiente para atender a demanda. Vale lembrar que tudo isso é resultado, também, da cobrança dos movimentos sociais e outras iniciativas que envolveram organizações não-governamentais, comunidades de trabalhadores e governo local associado ao governo federal, que resultaram nesta inovação que é a produção pública de preservativos.
◙ Eduardo Barbosa atua no Programa Nacional de DST e Aids desde setembro de 2004, inicialmente como responsável adjunto pela Unidade de Articulação Com Sociedade Civil e Direitos Humanos- SCDH . Em janeiro de 2006, passou a ocupar a função de responsável pela mesma unidade do PN-DST/Aids. Em maio do ano passado, Barbosa assumiu a direção adjunta do órgão do Ministério da Saúde.
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