Os países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia, estão dando uma lição nas nações ricas quando o assunto é o combate ao aquecimento global.
O novo relatório do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, o IPCC da ONU, deve apontar que, nos últimos 30 anos, as nações emergentes deixaram de lançar na atmosfera 500 milhões de toneladas de gás carbônico por ano – o que equivale a quase a emissão total anual da França.
Esse é um dos motivos por trás da pressão que essas nações estão fazendo nos países ricos. Durante a reunião do IPCC que ocorre nesta semana em Bangcoc, na Tailândia os emergentes afirmam que as nações industrializadas são as maiores culpadas pelo aquecimento global. Segundo eles, as nações mais ricas devem arcar com a maior parte dos custos para resolver o problema. Estados Unidos e União Européia rebatem as críticas. A China, apesar de ser um país considerado em desenvolvimento, é o segundo maior poluidor do mundo, atrás apenas dos EUA.
Estados Unidos e China só se unem para defender uma mudança específica no relatório final. Os dois maiores poluidores do mundo não querem que o texto afirme que ações imediatas podem evitar os efeitos catastróficos do aquecimento. Eles questionam os dados que afirmam que essas medidas podem estabilizar os níveis de gases na atmosfera a ponto de limitar o aumento da temperatura. As nações mais pobres, principalmente as da África, devem sofrer o maior impacto das mudanças climáticas.
O único delegado da Líbia presente na reunião pediu que o relatório traga promessas de ajuda ao continente africano. O texto final do relatório, debatido por mais de dois mil cientistas de 120 países, sairá nesta sexta-feira. Seu objetivo será identificar tecnologias que possibilitem a diminuição das emissões de gases do efeito estufa em 26 bilhões de toneladas até 2030.
De Brasília, Adolfo Brito (Central de Notícias)
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