Depois de quase vinte dias de paralisação, finalmente os alunos poderão voltar às aulas em todas as escolas do estado. Minado pela falta de unidade e desavenças internas em razão da proximidade das eleições no Sinteac, o movimento grevista, que agonizou enquanto existiu, mais uma vez entrega os pontos diante da maior habilidade dos negociadores do governo e da sobra de argumentos em favor da opinião da maioria dos profissionais da educação de que essa greve foi inoportuna e insensata.
Em Xapuri, a decisão do Sinteac em acabar com a greve foi recebida com alegria por pais e responsáveis de alunos que organizavam uma grande manifestação em frente ao núcleo local do sindicato, na tarde de ontem, para exigir o reinício das aulas. O ato perdeu a necessidade quando um carro volante contratado pelo Sinteac anunciou o fim da greve que, em realidade, já havia morrido no nascedouro. Mas, mesmo vencidos na tentativa de dar continuidade a paralisação, os sindicalistas de Xapuri não perderam a pose: “O Sinteac resolveu acabar com a greve”, dizia o locutor.
Agora é hora de voltar às salas de aulas de onde não deviam ter saído. Recuperar o tempo perdido não será fácil, nem é certo que alguém esteja preocupado com isso. O prejuízo será mesmo dos alunos que estão com suas férias comprometidas e serão obrigados a trocar o período em que poderiam estar descansando da jornada escolar pelas horas de reposição do tempo em que os professores estiveram em greve. As aulas deverão entrar janeiro adentro mais uma vez.
Quanto à situação dos professores do município, muitos dos quais são os mesmos que cruzaram os braços nas escolas estaduais, há um silêncio profundo por parte do Sinteac. Sem reajuste desde 2005, a educação e todo o funcionalismo municipal são tratados como se não existissem.
Será que vão esperar decisão de Rio Branco para tomar atitudes aqui em Xapuri?
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