A coluna Papo de Índio desta semana traz um artigo escrito pelo antropólogo Mauro Almeida sobre o polêmico tema da prospecção de petróleo e gás em território acreano, projeto do senador Tião Viana. Desde o início das discussões, este blog tem procurado publicar as mais diversas opiniões e posicionamentos sobre o tema em questão.
Tenho recebido com muita satisfação, e-mails tanto daqueles que são contrários à realização dos estudos, quanto dos que apóiam o projeto. Inclusive, fui contatado pelo próprio gabinete do senador Tião Viana, que no último dia 3 encaminhou-me um artigo de autoria do engenheiro agrônomo Raimundo Cardoso de Freitas, em resposta ao Papo de Índio da semana anterior, assinado pelos antropólogos Edilene Coffaci de Lima, Mauro Barbosa de Almeida e Marcelo Piedrafita Iglesias.
Apesar de possuir, até o momento, posição favorável aos estudos desde que com observação e obediência a rigorosos critérios e medidas que salvaguardem o meio ambiente, acredito que a diversidade de opiniões e argumentos (prós e contras) sejam de fundamental importância para a informação daqueles que são os maiores interessados no assunto: o povo acreano.
No artigo parcialmente publicado a seguir, o antropólogo Mauro Almeida retoma o debate.
Diálogo ou inverdades?
Mauro Almeida
Nasci no Acre em 1950 e estudei em Rio Branco até 1961. Comecei a fazer várias coisas a partir de 1982, iniciando minha pesquisa antropológica no Rio Tejo, continuando com a assessoria à direção do Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), e, depois do assassinato de Chico Mendes, à Regional Vale do Juruá do CNS, em Cruzeiro do Sul, que era coordenada pelo velho amigo Antônio Luiz Batista de Macêdo, autor conceitual e prático da Reserva Extrativista do Alto Juruá.
Mas nunca procurei a imprensa nem me interessei por polêmicas de papel. Uma exceção foram alguns artigos, que viraram Papos de Índio: em 1988, anunciando as primeiras mobilizações dos seringueiros no Alto Juruá e, em 1989, denunciando ameaças de morte ao Macêdo. Outra exceção foi um Papo de Índio publicado antes das últimas eleições, em que declarei meu modesto apoio a Lula, baseado na sua contribuição à pequena mas real redução na desigualdade social do país.
Reserva Extrativista do Alto Juruá, com terras indígenas e unidades de conservação limítrofes
(Mapa: Ibama/MMA)
Leia o artigo completo no Papo de Índio do jornal Página 20.
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