quinta-feira, 17 de maio de 2007

Balaio de gatos

O núcleo local do Sinteac, que ruge contra o governo do Estado na insistência em dar prosseguimento a uma greve natimorta, é o mesmo que em Xapuri coloca o rabo entre as pernas à menor batida de pé do prefeito Vanderley Viana. São os mesmos, os professores que na rede estadual estão de braços cruzados e os que no município estão trabalhando diariamente em condições totalmente inversas às oferecidas pelo Estado.

Esperava eu e outros tantos, que a categoria deflagrasse greve também no município, considerando que há quase dois anos são tratados com extrema falta de respeito pela prefeitura que sequer aceita sentar à mesa de negociações para discutir a data-base que, por falar nisso, é agora em maio. Não é à toa que o sindicato dos servidores em educação é chamado por suas próprias lideranças nos municípios como um verdadeiro balaio de gatos.

O Sinteac de Xapuri há muito tempo perdeu a identidade (se é que algum dia a teve). Não passa de uma reles extensão de um segmento político ou outro de dentro do núcleo central, a quem diz amém sem questionamentos e posições próprias. Alguns sindicalistas do Acre já admitem a necessidade de criação de um novo paradigma para a atuação da categoria. Veja a matéria a seguir:

Sinteac do Juruá alerta sobre caos criado pela dupla Alcilene/Almerinda

Redação do Ac24horas.com

Os presidentes dos núcleos do Sinteac do vale do Juruá afirmam que o atual movimento grevista da educação se transformou numa pseudo-greve. Segundo eles, toda essa "trapalhada" está sendo protagonizada pela diretoria central do Sinteac, através de sua presidente Alcilene Gurgel e tendo como coadjuvantes Almerinda Cunha e outros.

De acordo com o presidente do núcleo do Sinteac de Tarauacá, João Maciel, a eleição dessa diretoria foi, na verdade, uma grande e também "trapalhada". O que merece algumas reflexões.
De acordo com esses dirigentes, a atual diretoria do Sinteac é um "balaio de gatos", os diretores não se entendem e até saem no "tapa" de vez em quando. Segundo os dirigentes do Juruá, o caos sindical é tão grande que o grupo da presidente e o grupo da vice-presidente chegaram a publicar dois jornais com o mesmo conteúdo, um com a foto da Almerinda e outro com a foto da Alcilene.

"O que eles estão fazendo é deprimente. A história da deputada Naluh não merece vaias, como eles fizeram", destacou Raimundo Acioly, ex-presidente do Sinteac de Tarauacá.

Os núcleos importantes do Sinteac não aderiram ao movimento e sabe-se que em cada município foram realizadas assembléias e a categoria decidiu não aderir ao movimento grevista de Alcilene e seus seguidores. Segundo eles, o Sinteac é um sindicato estadual e não só de Rio Branco. Em cada município existe um núcleo com diretoria própria, eleita pelos associados. Um exemplo claro é que nenhum trabalhador em educação do Juruá entrou em greve.

Isonomia, Isonomia e Isonomia

Segundo os dirigentes do Juruá, não se falou noutro assunto nos últimos anos nas reuniões, seminários, assembléias e panfletos do Sinteac. A isonomia seria a redenção da categoria e garantia de reeleição da atual diretoria. Na verdade, pouco mais de 60 professores, de fato, seriam beneficiados com a isonomia.

"Esqueceram de lembrar da grande massa de servidores de apoio sem formação, com salários baixos e tendo que se dividir entre a terceirização e a ilusão da famigerada "dobra", para cuidar da infra-estrutura das enormes escolas construídas ou reformadas pelo governo", lembra Acioly.

"O que fez essa gente quando viajou muitas vezes para Brasília, Salvador e outros centros do país, por conta dos trabalhadores em educação? Foram se reciclar? Foram participar de simpósios, seminários? Por que tornaram-se tão imbecis? Não aprenderam nada?", continua a indignação do professor.

E o patrão?

Segundo os dirigentes do Juruá, o governo está organizado, sóbrio, unido, com popularidade em alta, em início de mandato, com maioria na assembléia legislativa, pagando o maior piso do país, bancando curso superior para todos os professores e agora para os servidores de apoio, nunca se negou a dialogar e agora propôs pagar a isonomia.

"Precisamos construir um novo projeto para nossa categoria que possa unificar os trabalhadores, senão vamos acabar nossa história de lutas num carro de som gritando aos berros: ‘senhores pais, não mandem seus filhos para a escola, pois estamos em greve'. Que vergonha!", concluiu Acioly.

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