No próxima quinta-feira (15) encerra-se o recesso parlamentar na Câmara Municipal de Xapuri. E o novo ano legislativo já deve começar agitado, com um forte clima de denúncia e com o prenúncio de muitos confrontos que, por sinal, já começaram antes mesmo que os vereadores encerrassem seu período de merecidas férias. Nem bem assumiu o cargo de presidente da casa, o vereador Ronaldo Ferraz (sem partido) já está envolvido em uma série de denúncias e acusações que vão desde a prática de nepotismo, por nomear um genro para o cargo de secretário de gabinete da presidência, ao uso de recursos da prefeitura, de forma indevida, com a cumplicidade do prefeito, para construir uma casa para uma namorada. As denúncias são sustentadas pelos vereadores da bancada petista que faz ferrenha oposição ao grupo político do prefeito maluquete Wanderley Viana de Lima.
Indignados com as acusações e sem conseguir dar explicações plausíveis sobre o fato do material da suposta construção ter sido entregue por um caminhão da prefeitura, além dos pedreiros serem, também, funcionários da municipalidade, trabalhando na obra em horário de expediente, sem que estivessem de férias ou em afastamento, o prefeito e o vereador Ronaldo Ferraz desencadearam uma campanha de desmoralização pública contra o vereador José Cecílio Evangelista, que mesmo sendo casado e pai de dois filhos, não foi poupado pelas duas autoridades municipais, que começaram a espalhar um boato na cidade, através de uma emissora de TV clandestina e por um serviço de som montado de forma irregular, com caixas de som espalhadas pelo centro da cidade, de que o vereador petista seria homossexual.
Essa tática do prefeito e sua turma já antiga. Quando se sentem acuados por evidências que denunciam um ato suspeito, partem para a intimidação com os mais baixos ataques à honra e às famílias dos seus opositores. A intenção é desmoralizar e menoscabar aqueles que ousam denunciá-los. E se a moda pega mais uma vez, toda a bancada de oposição corre o risco de participar da próxima parada gay em Rio Branco, pois parece que vem muita coisa feia pela frente com mais uma fornada de denúncias que estão sendo investigadas pelos vereadores. Uma dessas está relacionada a um pagamento indevido que a prefeitura estaria fazendo a um ex-secretário municipal de infra-estrutura, chamado Pastor Raimundo Nonato.
Pelo que foi averiguado até o momento, o tal pastor teria efetuado o pagamento de uma dívida contraída pela sua pasta, com um carro de sua propriedade. O pagamento seria referente aos serviços de mecanização de uma área de terra que não se sabe a quem pertence. Resultado: em vez de estar devendo ao prestador dos serviços, a prefeitura passou a dever o seu próprio secretário, que estaria, agora, recebendo essa dívida sabe-se lá como. O vereador João Ribeiro de Freitas é o responsável por mais essa denúncia que mostra a forma viciosa e corrupta como a cidade está sendo administrada. Passa-se por cima de tudo e de todos. A legislação para Wanderley Viana, não passa de uma peça decorativa, sem valor e sem poderes para lhe atingir. Ele até poderia ser chamado de WanderLei, pois em Xapuri, todos sabem, o que impera é a sua lei pessoal, autoritária, racista, preconceituosa e imoral.
Denúncias e falcatruas à parte, o que se espera é que a câmara não se torne, mais uma vez, uma verdadeira feira livre, como se viu no decorrer dos últimos anos, onde a maior parte dos vereadores só defenderam os seus interesses pessoais e os de seus familiares. É uma vergonha para uma população saber que seus vereadores são "amarrados" pelo prefeito pelos cargos que assegura para uma penca de parentes e apadrinhados desses. No ano passado, criou-se até um termo, até então desconhecido no vocabulário político local, denominado "vereador marreteiro", face à maneira promíscua e venal como alguns deles se comportaram. Em alguns casos, o grau de subserviência de alguns parlamentares é medido pela quantidade de favores que deve ao chefe do executivo municipal, a quem ajoelham e beijam a mão.
Em tempo: sobre a idéia de desmoralizar os adversários chamando-os de homossexuais, de forma pejorativa, quem colocou na cabeça do prefeito e do presidente da câmara que eles podem insultar desta forma os representantes de uma minoria que, independentemente da sua opção sexual, tem o seu direito de serem respeitados e tratados como pessoas dignas, honestas e honradas até que se prove ao contrário? Essa atitude deve ser considerada criminosa, por que ridiculariza a todos e atinge de forma leviana o padrão moral e os bons costumes praticados por essa sociedade. Não é atoa que no dia 21 de setembro de 2004 o Jornal Página 20 alertou a todos quanto às mazelas que poderiam ser trazidas com a eleição de uma anomalia que em vez de ter um currículo, possuía um verdadeiro prontuário policial à disposição do eleitorado (veja).
2 comentários:
Oi Raimari, como vai a terrinha? Nem precisa responder, vai de mal a pior, disso eu já sei. O maluco do Wanderley continua desmoralizando nosso povo. Até quando, meu bom jornalista?
Um abraço,
Edinei Muniz
Oi cara!
Estou querendo testar teu tal espírito de "democrata". Quero ver si tu suportas que eu lembre de fatos que tu faz questão de esquecer e que aconteceram não muito tempo antes.Por exemplo daquele incendiozinho lá na Prefeitura...
Caso não me deixes comentar esses casos, teu discurso vai ficar vazio.
Aguardo!
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