Familiares da estudante Daliana Pereira de Lima, 20 anos, morta em Rio Branco, no dia 28 de dezembro do ano passado, depois de ser submetida a uma cirurgia de parto cesariano em Xapuri, retiraram a acusação que haviam feito contra o Laboratório de Análises Clínicas do Centro de Saúde Dr. Félix Bestene Neto, de que haveria ocorrido erro no exame de tipagem sanguínea, realizado na paciente, antes que essa entrasse na mesa de cirurgia do hospital Epaminondas Jácome, no dia anterior à sua morte.
A estudante morreu no Pronto Socorro do Hospital de Clínicas de Rio Branco, depois de ser transferida da Maternidade Bárbara Heliodora, onde foi submetida a uma segunda cirurgia, depois que chegou de Xapuri. A paciente sofreu uma forte hemorragia e já chegou a Rio Branco com poucas possibilidades de vida, segundo os médicos que a atenderam. A família acusa o hospital de Xapuri de negligência e os cirurgiões Mário Peres Romero e José Leonardo Contreiras Zurita de imperícia médica.
A família acusava também o Laboratório de Análises Clínicas, que havia detectado o tipo sanguíneo da estudante como B positivo, sendo que ao chegar a Rio Branco foi constatado que, na realidade, a paciente era do tipo B negativo. Na oportunidade, o biomédico Sílvio Augusto Balan Garcia, diretor do laboratório de Xapuri, se pronunciou publicamente afirmando ser impossível a ocorrência de tal erro, uma vez que nada mais, nada menos que 4 exames de tipagem sanguínea haviam sido realizados para confirmar o tipo de sangue da estudante.
Depois de se dirigir mais uma vez a Rio Branco, o esposo da estudante, Maricildo Nogueira de Aquino, conseguiu uma cópia do prontuário da paciente no Pronto Socorro, onde realmente constava como tipo sanguíneo determinado pela agência transfusional daquela unidade de saúde, como B positivo. Segundo ele, tudo não passou de um mal entendido causado por uma falha de comunicação entre os médicos e a família. Os familiares da estudante apresentaram pedido informal de desculpas ao profissional e à instituição.
Quanto à queixa contra o hospital de Xapuri, a família da vítima informou que deu entrada em uma ação através do Ministério Público Estadual, em Rio Branco, contra o Estado por crime de negligência, pelo fato da estudante ser submetida a uma cirurgia sem que houvesse sangue para transfusão e pelo fato de não haver uma ambulância à disposição para um caso de emergência. Com relação aos médicos, Mário Peres Romero e Leonardo Contreiras, esses deverão ser denunciados ao Conselho Regional de Medicina por imperícia médica.
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