Passado o carnaval, as atenções começam, aos poucos, a se voltar, novamente, para o dia-a-dia da cidade, com seus problemas, seus conflitos e suas esperanças de que dias melhores virão em um futuro breve. Muitos dizem que o ano só começa, de fato, depois do carnaval, quando (nem) todos caem na realidade da vida e colocam o pé na estrada em busca da conquista do pão de cada dia (vamos torcer para que todos procurem fazer isso de maneira honesta, é claro).
Nesses dias cinzentos de pós carnaval, depois de muita folia e cerveja por conta dos cofres públicos, pouca coisa de importante acontece na cidade. No entanto, uma informação levada a público pelo vereador João Ribeiro (PT) na manhã desta sexta-feira, 23, deve dar o tom dos debates e embates que com certeza virão por aí na, até agora, tão tranquila Xapuri.
O vereador denuncia que a prefeitura não cumpriu com determinados prazos e teve rescindido um contrato com o Ministério das Cidades para a construção de casas populares em Xapuri. A propósito, o município de Xapuri é o único que até agora não aderiu ao SNHIS - Sistema Nacional de Habitação de Interessse Pessoal, cujo contrato de adesão é critério imprescindível para que estados e municípios possam ter acesso aos recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Pessoal, destinados à construção de casas populares para a população de baixa renda.
A Caixa Econômica Federal comunicou à câmara de vereadores da rescisão do contrato no dia 02 de fevereiro, data da assinatura do termo de rescisão do contrato de repasse de recursos, que foi publicado no Diário Oficial da União do dia 12 de fevereiro, apesar disso, na reabertura dos trabalhos legislativos desse ano, no dia 15 de fevereiro, nenhum vereador ousou questionar o comportamento da atual administração que sequer deu uma explicação para o episódio.
São 12 casas populares que, de acordo com João Ribeiro, deixarão de ser construídas para atender à população carente da cidade. É um descaso criminoso com os interesses da comunidade, pois apesar de sabermos que esse número de moradias é muito pequeno para atender a demanda que a cidade possui, poderia resolver a situação de, pelo menos, uma dúzia de almas que habitam pessimamente na periferia da cidade, em casebres de refugo e papelão, à mercê da chuva e do vento.
Em compensação, o prefeito, mais uma vez, distribuiu cerveja à vontade durante o carnaval, não se sabe se com seu próprio dinheiro ou com dinheiro da prefeitura, como já fez em ocasiões passadas. Ah, Sim. Distribuiu beleza, também, com a sua voz "magnifica" a cantar marchinhas de carnaval, enquanto servidores provisórios da prefeitura reclamam quatro meses de salários atrasados. Alguns deles afirmam que o atraso é uma estratégia do prefeito para que garis, vigias e até um cinegrafista da famosa "TV Xapuri" desistam pelo cansaço.
Ao que tudo indica, a maior festa popular do país passou, mas, em Xapuri, o carnaval patrocinado pelo prefeito e sua equipe deve continuar.
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