Prefeito neurótico, cidade nervosa

Acometido de mais um de seus ataques esquizofrênicos, o prefeito de Xapuri retornou ao seu canal de televisão, na tarde desta última terça-feira, para, entre acessos de tosse e grunhidos quase indecifráveis, cuspir o seu vocabulário podre, cheio de expressões preconceituosas, palavras de baixo calão e latidos ensurdecedores, com todo respeito aos cães, animais pelos quais tenho a mais profunda estima, e que não merecem tal comparação.

O motivo de mais um achaque do governante municipal é o destaque que a imprensa estadual está dando à série de denúncias relacionadas à toda a sorte de desmandos, descaso com a coisa pública, desrespeito com os servidores municipais e outros tipos de condutas incompatíveis com os padrões éticos e legais, que recaem contra ele e seus cupinchas da administração municipal. O prefeito, do alto da sua arrogância e descontrole psíquico e emocional, acredita que pela autoridade que lhe foi investida pelo povo, tornou-se um ser superior aos demais viventes, não podendo ser criticado ou questionado, sob pena de submeter os seus opositores ao mais degradante tratamento.

Pelo segundo dia consecutivo, pessoas de bem desta cidade são aviltadas de forma covarde, através de um meio de comunicação utilizado de forma irregular, no que se diz respeito ao objetivo de uma concessão pública de comunicação, sem que até o momento ninguém tome a menor providência. Alguns vereadores - os que não participam dos conchavos da câmara - são desmoralizados, inclusive com a exposição de suas vidas pessoais. Os profissionais da imprensa, que cobrem os fatos e denunciam os abusos, e olha que não são poucos, são tachados de perseguidores e vagabundos, como já aconteceu, inclusive, com o jornalista Washington Aquino, entre outros.

O programa veiculado pelo canal 7 de uma retransmissora local de televisão, que atende pelo nome de Jornal Xapuri, mas que de jornal não tem absolutamente nada, não passa de um pretexto para que o prefeito utilize o espaço, de legalidade duvidosa, ao seu bel prazer, para insultar e agredir aqueles que não compartilham do seu pensamento atrasado e de suas idéias ofuscadas sabe-se lá pelo quê. O programa, se é que se pode chamar de programa uma coisa de tamanho mau gosto e de tão pouca qualidade, é apresentado por um fantoche, um sujeito que não se sabe de onde saiu, que não possui o domínio mais básico da língua portuguesa. É uma afronta para uma cidade como Xapuri, que já revelou tantos valores intelectuais e que possui dentro da comunidade inúmeras pessoas qualificadas para fazer esse tipo de trabalho, ter que aceitar que um indivíduo infame dessa natureza se arvore a jornalista para produzir poluição sonora e visual dentro dos lares.

A propósito, esse apresentador, que responde pelo nome de Josimar Tavares, deve até hoje explicações sobre uma suposta ong da qual participava, e que no início de 2005 realizou um evento em Xapuri, envolvendo os alunos da rede pública de ensino. Nesse evento, esse improvável jornalista arrecadou alimentos não perecíveis que seriam destinados à instituições de caridade do município. Mas, de forma sorrateira, de posse dos donativos, ele e sua equipe se retiraram da cidade na surdina, não dando, jamais, explicações para a comunidade sobre o destino das arrecadações. O diretor da escola Divina Providência, Elsilvânio Franco, desconfiado das intenções do elemento, foi o único que escapou do calote, pois dias antes, expulsou o tal Josimar da escola, não permitindo a participação dos seus alunos na farsa que estava sendo consumada.

O prefeito deveria utilizar esse canal de televisão para dizer aos servidores municipais por que não concedeu no ano passado, o reajuste a que eles têm direito de acordo com lei específica. Deveria explicar por que até o momento, dia 06 de fevereiro de 2007, não cumpriu com a promessa de conceder os míseros 4% de aumento que prometeu, no ano passado, para janeiro desse ano. Outra pergunta que o funcionalismo deseja fazer, mas não tem coragem, é porque que a prefeitura engana grande parte dos servidores há mais de dois anos e não paga os salários de dezembro de 2004.

São tantos questionamentos e perguntas sem respostas, promessas não cumpridas, traição de correligionários e favorecimentos de parentes, aderentes e amigos de pessoas ligadas ao prefeito, que muitos daqueles que o ajudaram a se eleger já abandonaram o barco, fadado a um naufrágio próximo. O rancor que o prefeito nutre por seus adversários políticos, se justifica pela sua alma solitária. Ele está cercado de pessoas que são amigas somente do poder que ele detém, pessoas que o toleram para poder usufruir das facilidades que emanam do seu mandato. Não duvidem que no momento em que o barco começar a fazer água, os ratos escondidos no porão abandonarão a embarcação e o seu comandante.

Esse comportamento neurótico, às vezes psicótico, não surte efeito contra quem luta pela propagação da verdade. Só enerva a cidade, que já é obrigada a conviver com a dura realidade de um dos momentos políticos mais conturbados de sua história e de uma situação econômica lastimável, agravada pela falta de seriedade, compromisso, gestão democrática e, acima de tudo, de sobriedade e auto-controle por parte do prefeito municipal.

• Peço desculpas aos leitores do blog, pois esse espaço não tem o objetivo de veicular desabafos pessoais, nem de dar respostas a quem quer que seja. Mas como trata-se de um canal de informação e esclarecimentos, não poderia deixar de tecer alguns comentários acerca dos últimos acontecimentos relacionados às agressões verbais e ofensas morais direcionadas a mim, pela pessoa do prefeito municipal, como resposta ao cumprimento de minha missão profissional de informar a população, desrespeitando de maneira flagrante os princípios constitucionais do direito à informação e da liberdade de pensamento e expressão.