quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Oh, Xapuri

A obra vencedora do 7º Prêmio José Chalub Leite, na categoria charge, do chargista Francisco de Assis Silva Braga - Jornal O Rio Branco, retrata com humor e raro talento, o momento vivido pela cidade que um dia foi chamada de "A Princesinha do Acre". Destituída do título de princesa por sucessivas administrações desastrosas ou por outras, no máximo razoáveis, a cidade foi relegada à condição de gata borralheira de uma história que está longe de merecer constar nos livros de contas de fadas.

Xapuri vive, atualmente, de mãos amarradas, como o seu padroeiro São Sebastião, à mercê das flechas atiradas pelos arcos de seus governantes, que adotaram como filosofia de governo o pensamento dos antigos imperadores romanos, agindo como verdadeiros déspotas não esclarecidos, que não acreditam em Deus e que violam todos os princípios de justiça e de direito universalmente reconhecidos. Somos um povo que nos dias atuais, é mais lembrado pelo gesto obsceno descrito nos galhos das árvores covardemente mutiladas pelo prefeito, do que pelos não poucos feitos e realizações da gente natural dessa terra, que por inúmeras vezes foram razão de orgulho e reconhecimento por parte do país e até do mundo.

A cidade parece dormir, envolta em um pesadelo que já dura 2 anos, 1 mês e 7 dias. Existe, mesmo que de forma inconsciente, no íntimo de cada uma das pessoas que aqui vivem, uma espécie de cronômetro que faz uma contagem regressiva para o final desse período negro da história da cidade chamado administração "Para ver Xapuri renascer". Ironicamente, o slogan escolhido como marca desse governo se contrapõe totalmente ao que realmente se percebe no decorrer de todo esse tempo. Nunca se morreu tanto em Xapuri. Morreram os valores éticos e morais da sociedade, que está perdendo a referência daquilo o que é certo e errado.

Está morrendo a confiança do povo em si mesmo; a sua capacidade de indignar-se com os desmandos e a banalização de um comportamento degradante e pernicioso de um administrador que não faz questão de esconder nem negar seus maus hábitos, recheados de vícios e desvios de conduta, usados como ingredientes para a sua fórmula de desgoverno e destruição de uma cidade que foi construída ao custo de muito 'sangue, suor e cadáver', citando uma expressão de um xapuriense chamado Raimundo Mendes de Barros, que poderia, hoje, estar sendo um péssimo prefeito, mas com toda certeza, a cidade teria a garantia de liberdade e democracia para fazer valer a sua vontade e mudar o seu destino.

Faltam exatos 1 ano, 10 meses e 21 dias para o fim desse tormento. Que esse tempo seja utilizado, acima de tudo, para se refletir o que a cidade está sofrendo de descaso, de abandono e prepotência. Muitos nomes estão vindo por aí, postulantes ao cargo mais cobiçado no âmbito municipal. O mais importante não é escolher um candidato que possua projetos com os quais você concorda. O mais importante é escolher um candidato que concorde com os projetos que o povo tem para a sua cidade. Lembrem-se disso.

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