terça-feira, 23 de outubro de 2012

Roubam consciências quase inocentes!

José Claudio Mota Porfiro

Em time que está ganhando não se mexe. Ninguém mais inteligente move nenhum jogador sequer do lugar. É o que está gravado nas mentalidades dos homens e mulheres mais práticos que o mundo já viu. Se eu posso contar com craques, com gente que realmente tem conhecimento daquilo que está fazendo, com pessoas formadas nas mais reconhecidas universidades do país, mestres e doutores, engenheiros, médicos e economistas, além de outros fora de série, por que buscaria jogar ou trapacear com uns e outros que fazem da politicagem o seu projeto de vida e morte? Não, minha senhora! Eu amo Rio Branco, a cidade, e ainda virei a ser campeão pela centésima vez, porque os meus atletas são bons e eu conto com a Graça de Deus!

Em que tipo de mudança as aves agourentas estão pensando? Naquela que navegue na direção em que o poder lhes caia nos colos. Eles querem apenas o domínio sem preocupação com o que poderão fazer de concreto em benefício dos munícipes. Ora, minha amiga do Bairro Caladinho, na última vez em que eles conseguiram mudar, os prejuízos foram imensos, incalculáveis, mas poucos lembram. Os quase inocentes foram enganados e votaram no tal Flaviano, que substituiu Jorge Viana, este, um prefeito exemplar. Um ano depois, Flaviano, um ambicioso de marca maior, candidatou-se ao Senado, largou a Prefeitura nas mãos do Isnard Leite e Rio Branco ficou às moscas, completamente abandonada. Veio, então, o Angelim e fez desta uma cidade digna do orgulho dos seus habitantes.

Tremo só de pensar na possibilidade mínima de entregar a administração municipal nas mãos desses mascarados agentes do desserviço. A senhora, minha querida leitora dominical, já pensou no que pode acontecer se entregarmos toda essa estrutura, bem montada, por um grande economista, nas mãos de um palerma como o senhor Boca Grande? O que poderia acontecer se eles viessem a tomar de conta de um município com todas as contas em dia, sem nenhuma dívida a pagar?

Olhando por outra brecha da porta, penso na casa de mãe joana que poderia se tornar a nossa prefeitura, se fosse administrada por esses líderes ditadores que fizeram o senhor Boca Grande se calar, para não mais falar tanta besteira. A distribuição dos cargos e secretarias tornar-se-ia uma briga de cachorros grandes. O Petecudo quereria emprego para o seu anão à tiracolo e para uma dúzia de irmãos carentes da Seis de Agosto, todos formados e diplomados nos piores antros de libidinagem. O senhor Olhinhos Federais daria desocupação a todos os velhos guerreiros do glorioso PMDB de pouquíssimas glórias. O Jacaré tiraria os seus nacos de carne da prefeitura à custa de apenas dez ou vinte mordidas bem aplicadas. Ao senhor Boca Grande, caberia apenas passar a mão por cima de uma dúzia de meliantes encastelados no triste Reino de Acrelândia. E só!...(Se é que o homem não vai correr do pau, de novo, com medo da inquisição televisiva, ou do seu rol de mentiras descontroladas e de ladeira abaixo...)Numa síntese apocalíptica cabotina, haverá ranger de dentes dessa boca descomunal.

Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, no Século 18, deixou escrito a bom termo que nenhum golpista ou embusteiro tem memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito. Assim são os nossos trapaceiros, estilo Boca Grande, ou seja, esses ases da politicanalha acreana - notadamente os do tucanato  -  que roubam mentalidades dessa minha gente desinformada e, por isso, tão fáceis de enganar.

Quero ver branco pulando que nem pipoca quando o golpe do martelo bater sem dó nem piedade. As pessoas mais humildes, hoje, já aprenderam a ver quem é o mentiroso e quem diz as verdades mais claras. Aquele que tem apenas pequenos arremedos de propostas não vai além da enganação. Os que têm projetos reais, políticas públicas sérias, programas de melhoria de vida basea-dos em fontes financeiras concretas, esses, andam de braços dados com a verdade. Já atucanalha, que agencia a mentira nesta terra, há de tremer de medo quando o pau quebrar.

Entonces, uma prosa mineira de antigamente, narrada por Rolando Boldrin, conclui o enredo dizendo: ... aí o estroina passou a fazer apenas o que sabe. Mentir não é apenas vício,é imperativo, é destino...

Eles são os ETs da velha direita burrica - pelo menos a todos parecem - vindos de outros mundos. Como alienígenas da quinta estrela, invadem as consciências mais frágeis. Aí, largam mentiras cabeludas e, como sementes, deixam-nas germinar em campo fértil. Com todo o respeito, as pessoas menos esclarecidas, da nossa periferia, por exemplo, por uma questão cultural, gostam dos contadores de vantagem, dos falastrões, dos mentirosos que costumam falar alto e rosnar entre dentes... Os humildes, então, na sua quase inocência, pensam que os vigaristas são verdadeiros. Não, minha senhora, eles mentem demais. Eles nunca dizem a verdade.
Numa ocasião dessas, então, uma singela leitora chegou à casa do irmão e fez pergunta escorregadia à sobrinha que estava deitada a uma rede, numa quarta-feira, tomando água de coco, às três da tarde:

- E aí, minha sobrinha! Você vai ou não votar no Marcus Alexandre? - Ao que a preguiçosa da rede respondeu:

- Não, tia! Esse PT nunca me deu nada. - E a tia, inteligente e com a resposta na ponta da língua, tascou:

- Deu, sim! Toda semana, na GAZETA, tem concurso público pra tudo o que é de ocupação... Você fez algum?

É como se uma liderança qualquer fosse eleita para fazer doações, inclusive, de dinheiro. Os mentirosos batem à porta dessa gente prometendo emprego para todos, mas escondendo a verdade mais clara segundo a qual os concursos públicos são exigências da lei. Se o prefeito fizer o contrário, os órgãos de controle o colocarão na cadeia... É por mentiras como essas que alguns prefeitos estão presos ou foram cassados. Por que mentir para os mais humildes? Coisas da tucanalhice!

Depois, o Frederico Garcia Porca travava diálogo áspero com um amigo meu, o Marcel Henrique, este, a defender a competência e os concursos públicos. De repente, o primeiro investiu raivosamente e taxou os atuais dirigentes estaduais e municipais de ladrões. O outro, serenamente, disse-lhe que levaria os brinquedos para casa posto que o interlocutor é muito encrenqueiro. Já não me aguentando, então, escrevi nos comentários do facebook, logo abaixo do diálogo:

- Senhor Frederico, boas tardes! Vamos ser muito práticos. Você me passa o seu nome completo, o número do documento de identidade e o endereço na íntegra... Aí eu me encarregarei de fazer uma denúncia ao Ministério Público, em seu nome, e a sua justiça será feita... Topas?!

O homem fugiu do bate-papo porque não consegue provar uma vírgula do que diz. É um fofoqueiro apenas, como tantos do rol dos tucanos.

Fazer fofoca é fácil. Falar mal da vida alheia é melhor ainda. Difícil é levar as provas do crime à autoridade de direito. Ora! Se trago escondidas fotografias em que a filha do vizinho aparece na pulada da cerca, nua ou seminua, eu poderia até sair dizendo por aí tratar-se de uma vestal às avessas. Mas se eu não conseguir provar o que disse, as grades da cadeia poderão ser o meu conforto por mentir a respeito de uma vida tão casta.

É claro que dar um sumiço neste parco poeta poderia ser a mesma solução adotada pelos que acabaram com a vida do jornalista no Paraná, na semana passada. Ora, minha senhora. Tá pensando que tal ideia não passa pela cabeça desses embusteiros? Eles já estariam até fazendo buscas nas proximidades aqui da minha residência, à Rua Pequena Marta, Bairro Taquari, por detrás do bananal.

Tomo conselho, então, de Vieira, o Padre, quando, nos seus Sermões, reza que os homens não só te condenam pelo que você nunca imaginou, mas te destroem pelo que nem eles imaginam de você. E eu vou mais adiante e digo que quem não pode com o pote não pega na rodilha. Ou vou mais acima e garanto que o risco que corre o pau corre o machado. Nasci macho, maxixe, maduro e doce, e não abro nem para um trem carregado de pólvora com um doido fumando em cima. É por isso que a Marina Silva sintetizou tudo ao afirmar que perde o pescoço, mas não perde o juízo.

É, minha irmã! Felizmente, em tempos sinistros em que as nossas casas são invadidas por esses programas eleitorais da tucanalha, nós já podemos portar algumas armas poderosas, como o controle remoto e a televisão por assinatura... Na hora em que o Boca Grande abre a bocarra, a opção é ditada apenas por um simples clique. E pronto.

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