A Direção Regional do PSOL/AC vem a público repudiar o comportamento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), que na noite desta sexta-feira (19) apareceu no horário eleitoral gratuito da Frente Popular de Rio Branco (AC) pedindo votos para o petista Marcus Alexandre, candidato imposto pela oligarquia decadente que governa o estado há 16 anos com mão de ferro.
O parlamentar afronta a decisão da Direção Regional do PSOL/AC, que não indicou voto em nenhum candidato neste segundo turno da capital acriana e proibiu qualquer militante de manifestar apoio em nome do partido, por entendermos que ambas as forças políticas que estão neste pleito não oferecem nenhuma novidade, não se diferenciam e não farão mudanças significativas para a sociedade.
Também o senador descumpre as resoluções nacionais do partido, que proíbem expressamente qualquer aliança formal e informal com PT e PSDB, partidos cujas práticas políticas não convergem com o que defendemos para o Brasil e para o Acre, uma vez que alimentam o desmonte do Estado, as políticas conservadoras e os privilégios das elites nacionais.
O senador, que desconhece a realidade local, não sabe que o Acre amarga entre os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil e é vítima da corrupção e do mau uso da máquina pública, práticas que se alastram desde quando a velha oposição governava.
A frente comandada pela oligarquia vianista, ao contrário do que fala o senador na TV, implantou um modelo insustentável de desenvolvimento, o qual é apoiado por organismos internacionais e organizações alinhadas com o capitalismo verde. As populações tradicionais continuam abandonadas.
O Acre está longe de ser uma referência em desenvolvimento sustentável. É o que confirmam também líderes seringueiros como Osmarino Amâncio e Dercy Teles, companheiros de Chico Mendes e críticos árduos do modelo de desenvolvimento levado a cabo pelo tal “Governo da Floresta”, uma coalizão de vários partidos díspares e que reúne desde antigos adversários “satanizados” a partidos de esquerda.
Randolfe, que não passou em nenhum momento no estado para apoiar nossa candidatura nestas eleições, declara apoio a um candidato denunciado por peculato e improbidade administrativa. Da mesma forma, ignora fatos históricos como a atuação direta do então senador Tião Viana, hoje governador do Acre, no processo de expulsão no PT dos fundadores do PSOL: Heloísa Helena, Luciana Genro e Babá e outros companheiros.
A postura de Randolfe não nos causa tanta estranheza e espanto, posto que em Macapá seu candidato a prefeito que está no segundo turno recebeu apoio do DEM, PSDB e PTB, sob anuência de Sarney, contrariando todas as orientações do partido. Esse comportamento suspeito para um líder de esquerda é mais visível quando rasga elogios ao senador Jorge Viana, que defendia até há poucos dias anistia aos desmatadores em seu relatório do Código Florestal, intenção que foi reprovada até por Marina Silva.
Embora ainda em fase de construção, o PSOL no Acre tenta consolidar-se como uma referência de esquerda e abrigo para os verdadeiros lutadores do povo, que resistem aos desmandos do estado e à cooptação de todos os partidos e movimentos sociais. O próprio PSOL/AC já foi vítima dessas práticas em 2010, quando, dirigido por pessoas irresponsáveis, desonestas e impudicas, foi, sob pretexto até hoje desconhecido, levado aos braços da Frente Popular. O fato foi contestado na Justiça pelos militantes comprometidos, o que levou à exclusão da sigla desta coligação.
Entendendo que as atitudes individuais do senador Randolfe não condizem com as defendidas pelo conjunto do partido, o PSOL/AC exige providência do Diretório Nacional para o cumprimento das resoluções partidárias e ações enérgicas contra quem tenta macular, negociar e desvirtuar nosso valoroso e combativo partido. O PSOL não pode perder seu caráter de esquerda. A nossa luta é pela emancipação dos trabalhadores e oprimidos, e não pelo fortalecimento das nefastas oligarquias.
Viva o socialismo!
Viva o Partido Socialismo e Liberdade!
Rio Branco- Acre, 22 de outubro de 2012.
A Direção Regional do PSOL/AC.
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