sexta-feira, 28 de março de 2008

Questão da Boa Vista: Sem "excessos"

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Derci Teles de Carvalho, não houve excessos por parte da polícia no ato de retirada de 9 famílias de uma área da fazenda Boa Vista, na última terça-feira, como denunciou o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais do Acre, Raimundo Mendes de Barros. Segundo ela, o mandado judicial, expedido pela juíza Zenair Ferreira Bueno Vasquez Arantes, teve o objetivo de fazer cumprir um acordo firmado pelos próprios posseiros com o fazendeiro Antônio Izídio de Souza, em audiência judicial, realizada em meados de 2008, e que não foi cumprido por parte dos mesmos.

Derci Teles explica que a disputa nessa área envolvia apenas 16 famílias e o fazendeiro, tendo havido a invasão de mais 9 famílias quando Antônio izídio resolveu ceder lotes de 5 hectares para os primeiros que lá chegaram e ocuparam a terra. Izídio, então, ajuizou ação na justiça para a retirada dos novos invasores que culminou com o acordo, através do qual os posseiros se comprometeram em sair das terras em um prazo de 20 dias. Passados mais de 6 meses, sem o cumprimento do acordado, a juíza expediu o mandado para a retirada forçada dos posseiros, que não reagiram à ação policial de cumprimento da ordem.

Um outro acordo garantiu a permanência das primeiras 16 famílias na área da fazenda, desde que aceitassem mudar do lugar onde se encontram atualmente, para ocupar outro mais ao fundo da propriedade, nas margens do igarapé Arroz-sem-sal. O acordo foi aceito pelos posseiros e essas famílias terão que se mudar em breve para a nova área. Na tarde de ontem, o sindicato realizou uma reunião no local e o clima, no momento, aparenta ser de tranqüilidade. Um representante da unidade do Incra em Brasiléia esteve em Xapuri nesta sexta-feira efetuando o cadastramento, no órgão, de todas as 25 famílias envolvidas nesta questão. As 9 que foram despejadas e as 16 que permanecem no local.

A seguir fotos da desocupação:

Policiais descansando à sombra e peão destruindo barracos.














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