Joseni Oliveira
Com seus salários engessados há 3 anos, os servidores da rede municipal de ensino de Xapuri resolveram paralisar as aulas nesta sexta-feira como forma de advertência à gestão do prefeito Vanderley Viana, que também é professor.
A categoria reivindica reajuste salarial de 7% na data-base (maio), além da realização de concurso público e a restauração da única escola municipal na zona urbana, a escola Rita Maia. Professores e pessoal de apoio saíram às ruas, na manhã desta sexta-feira, vestindo preto, simbolizando luto contra a situação em que se encontra a educação municipal.
A presidente do núcleo local do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Edna Barbosa de Farias, afirma que os servidores lutam por reajuste há mais de 3 anos. Segundo ela, uma promessa de reajuste de 4% feita no ano passado não foi cumprida e agora os trabalhadores da educação querem 7% de aumento na data-base.
Para a professora Marilza Socorro Ribeiro, na função há 10 anos, a educação do município de Xapuri está defasada como um todo. Além das péssimas condições de trabalho, as perdas salariais dos últimos 3 anos estão, segundo ela, destruindo o poder de compra e a dignidade dos trabalhadores.
"Precisamos que o nosso salário acompanhe a inflação e os reajustes do salário mínimo. Nossa defasagem é de 3 anos e precisamos acompanhar essa evolução", diz ela.
A secretária municipal de educação, Maria Dorotéia Monteiro, informou que já havia sido sujerido aos professores, na tarde de ontem, uma reunião com o setor jurídico e com o contador da prefeitura para avaliar as possibilidades de aumento. De acordo com ela, a manifestação somente aconteceu porque os professores já haviam mobilizado alunos e funcionários para a paralisação.
O atual salário base dos professores do município é de R$ 1.059,00. A secretária Maria Dorotéia informou ainda que se reunirá com os professores na próxima semana para definir a situação.
◙ Joseni Oliveira é repórter da Agência de Notícias do Acre em Xapuri.
Meu comentário: A julgar pelo histórico de bom senso e de boa vontade para com o diálogo do prefeito Vanderley Viana, os professores e demais servidores da educação podem se preparar para vestir luto o ano inteiro. Se durante os três primeiros anos de seu mandato o alcaide abusou do radicalismo e da intransigência, passando por cima da lei, no que diz respeito à data-base dos trabalhadores, será agora que vai mudar de comportamento? A não ser que a proximidade das eleições municipais amoleça seu coração de pedra. A ambição por mais 4 anos de mandato é coisa que pode obrar milagres.
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