sexta-feira, 28 de março de 2008

Barca Brasília


Pitter Lucena

Os acreanos que vierem à Brasília para simples turismo ou a trabalho já têm diversão garantida: a Barca Brasília, um espaço de muito bom gosto de propriedade do também acreano Edmilson Figueiredo, o famoso Mapinguari, nascido e criado em Xapuri, terra do ecologista Chico Mendes. Com capacidade para 50 pessoas a Barca Brasília desfila diariamente pelas as águas do Lago Paranoá, levando diversão e entretenimento a turistas de várias partes do Brasil e do mundo.

Tive o prazer de fazer o agradável passeio no Barco Brasília no final do ano passado, durante o aniversário de minha filha Karina. Foram mais de três horas de pura emoção. A Capital Federal é muito mais bela vista das águas do Lago Paranoá. Vale à pena fazer o passeio com amigos e beber um chope geladinho regado a petiscos da culinária brasileira.

Para quem não sabe o Lago Paranoá é um dos cartões postais de Brasília, mas poucas pessoas conhecem sua história e seus inúmeros recantos de rara beleza. Para oferecer a oportunidade de acesso a esse imenso espelho d’água, a Barca Brasília leva turistas e estudantes a um agradável passeio.

Durante o passeio, além de o vento amenizar o calor do sol, o “comandante” Edmilson Figueiredo conta curiosidades e histórias do “mar de Brasília”.

Histórias como a da Vila Amauri, um dos acampamentos de trabalhadores dos canteiros de obra de Brasília, que ficava perto da Vila Planalto. E ainda fica. Só que, agora, entre 7 e 14 metros de profundidade, com algumas casas, tratores, automóveis e vários equipamentos que ficaram submerso no lago.

Quando foi feita a barragem para represar o Rio Paranoá, a previsão era de que o lago atingiria a cota mil de dois a quatro anos. Só que o vale encheu muito rápido do que o esperado e em apenas um ano atingiu a cota de mil metros acima do nível do mar. Com isso a Vila Amauri ficou submersa e os moradores tiveram de ser retirados às pressas. Muitos foram para o norte e deram origem à cidade satélite de Sobradinho; outros fixaram residência nas cidades de Taguatinga e Guará.

Brasília tem registrada a terceira frota náutica do Brasil, já que inclui as embarcações de Goiás, Tocantins e parte de Minas Gerais. “Só que 95% das pessoas que têm barco não conhecem muitos dos monumentos da orla do Lago Paranoá”, garante Edmilson.

Para melhorar essa situação, uma das propostas da Barca Brasília é fazer turismo náutico com uma nova leitura de Brasília. Para isso foi produzida a “Rota do Charme no Lago Paranoá” onde a Barca navega por áreas que valorizam a leitura do ecológico, do arquitetônico aliado à arqueologia do lago. O Centro de Excelência em Turismo da UnB está monitorado as pesquisas para que o comandante possa divulgar informações com segurança de todos esses tesouros.

Os córregos Bananal e Riacho Fundo são os maiores depositários do lago – eles é que formam o Rio Paranoá. Os córregos do Torto, Gama, Cabeça de Veado e outros de menor porte, também alimentam e abastecem de água o Lago Paranoá. Além da parte ecológica e histórica, a Barca Brasília oferece uma gastronomia simples, mas caprichada. O cardápio completo tem 30 itens de petiscos e 95 tipos de drinks.

A barca oferece um contraponto ao turismo cívico, que é o principal chamariz da capital. A partir do lago, é possível ver as pessoas nadando na região da Ermida Dom Bosco, a calma da tarde no Pontão do Lago Sul, a bateria antiaérea abandonada que protegia o Palácio da Alvorada, a área de segurança em torno do próprio palácio, a casa do colecionador de armas no Lago Norte, com canhões e charretes.

O Lago Paranoá tem 38 Km2 de superfície d’água, 40 km de extensão da ponte do Bragueto até o aeroporto. A profundidade média é de 12 metros e a máxima chega a 38 metros, nas proximidades da Barragem do Paranoá.

◙ Pitter Lucena é jornalista, acreano, trabalhou nos jornais A Gazeta, A Tribuna e O Rio Branco, e nas TVs Acre (Globo), Rio Branco (SBT), União (Bandeirantes) e Record (Rede Record), todos de Rio Branco (AC). Atualmente, é assessor de Imprensa no Senado Federal.

O texto foi extraído da Agência de Notícias Kaxiana.

Nenhum comentário: