Quem quiser manter a tradição de não comer carnes vermelhas nos dias que antecedem à Sexta-feira Santa têm duas opções: encarar o velho e infalível feijão com arroz sem a "mistura" ou assaltar o próprio bolso para atender a sanha exploradora dos comerciantes de peixes que exigem até R$ 7,00 pelo quilograma do pescado nem sempre de qualidade garantida.
Desde sempre, o comércio de peixes é precário em Xapuri. Falta variedade e locais minimamente adequados de venda. Geralmente vêm de açudes da região, de onde são retirados somente nesta época de procura maior pelo produto, e têm sabor de lama; ou do rio Acre, que ainda consegue fornecer alguns mandins ou piranambus, que são vendidos de forma ambulante, pendurados em varas pelas ruas da cidade.
Entre comer um apetitoso filé ou uma saborosa picanha, ambos custando, em média, o mesmo preço do peixe vendido por essas bandas, é difícil optar pelo pescado, que principalmente nesta época do ano vira artigo de luxo. Ainda bem que a igreja já "liberou" há alguns anos os seus fiéis do hábito imposto pela religião, mas que há muito tempo já não era rigorosamente seguido até mesmo por aqueles que vão à missa todos os domingos.
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