sexta-feira, 3 de maio de 2013

Puto de raiva

Francisco Braga, via Facebook.

O mundo horrível de hoje não precisa de boquirrotos pastores políticos, tampouco de pilantras políticos gays. No fundo de seu armário inóspito, só querem se locupletar, amancebados que são da opinião midiática e desentendedora de suas verdadeiras intenções separatistas e explicitamente diabólicas. Nós, eu e mais uma ruma de criatura do bem, que é “democraticamente” obrigada a votar nestes pulhas, detestamos esse debate nojento.

Pouco me importa essas picuinhas de senadores, caciques, donos de partidos e emendados. Nada disso muda nem diminui a minha contribuição com meus caraminguás, em forma de eternos tributos, e com a minha vida em forma de falta de segurança, saúde e educação. Eu vou continuar seguindo as regras, porque sou legalista. Mesmo que sejam leis retrógradas, abusivas e enganadoras. Leis fascistas eu quebro.

Não voto em quem eu não queira. Se só tem dois candidatos amaldiçoados, repulsivos, porque eu serei obrigado a sair do fundo da minha rede, em dia de chuva, morando mal e porcamente no mais escroto barraco, enganchado no mais perigoso barranco, na mais inóspita favela, do pior bairro, do pior município, do mais detestável estado, do país mais corrupto, insalubre, mal educado, trapaceiro e mentiroso do mundo pra votar em qualquer um dos dois?

Por que sair com lama até o saco de plástico, que sou obrigado a amarrar nos pés pra andar pela rua que o maldito vereador prometeu “ajeitar”, há quatro anos, num comício do nosso pré feito assaltante descarado? Por quê? A bosta dessa lei dos seiscentos diabos proíbe que se busque o infeliz do eleitor em seu domicílio, mas se, por cargas d’água o imbecil do votante não comparecer e não votar em quem vai lhe roubar, paga multa!

Olha só, que lei nazista: se o estúpido do eleitor não votar, nem justificar, por isso e por aquilo outro porque não votou, e nem for pagar a multa em dinheiro (irrisório que seja, mas é dinheiro que vai pra longe do bolso dos honestos), mesmo tendo estudado noites a fio, depois do expediente, pra fazer aquele concurso público e passar em primeiro lugar, não pode assumir o cargo porque não foi votar naquele palhaço analfabeto.

A criatura, com muito sacrifício e determinação realiza o seu sonho de uma vida melhor por mérito, sem mentiras, sem corrupção. Passa no difícil concurso, mas seu direito é tolhido pela diabólica lei do voto obrigatório. Ou seja: de nada vale seu talento e qualidade intelectual se você, por um motivo qualquer, Deus sabe qual, não ajudou a eleger um dos tantos espertalhões que nunca fará nada para a sua vida melhorar.

Na propaganda o personagem diz: “Eu votei limpo!”. Votou numa sujeira que envergonha gente de bem, que se sacrifica pra exercer o seu democrático direito de ser vilipendiado, chafurdado e humilhado. Votou limpo numa imundície que não cessa e não tem fim. Eu e essa gente teimosa, bruta e prestadora de atenção não queremos que vocês venham nos dizer o quê e como fazer pra que fiquem mais ricos e nós mais fodidos.

Vão pro inferno!

Francisco Braga é cartunista.

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