segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Tá faltando heróis?

Blog do Otanon

Os “zeróis” acreanos “forjados” na ponta da caneta

Leio no blog de Xapuri http://raimari.blogspot.com artigo assinado por professor Nazareno intitulado Os “zeróis” de Rondônia. Ele fala de pessoas ilustres como Abraão Lincoln, George Washington, Martin Luther King e até no pervertido John Kennedy, como exemplos de pessoas que devem permanecer na História dos seus lugares como verdadeiros heróis.

Na realidade, Nazareno quer “tirar sarro” dos rondonienses por estes não terem heróis e tem a maior “cara de pau” em dizer: “Até o Acre tem os seus heróis. Chico Mendes, que esteve à frente de sua realidade ao defender o meio ambiente quando ninguém..., Marina Silva, amiga e contemporânea do "amigo da floresta"..., para finalmente dizer que Rondônia não tem heróis, nunca teve e nem também ninguém que tenha se destacado sequer a nível nacional ou mesmo regional.

Segundo ele, “Carlos Ghosn, presidente da Nissan, nascido em Porto Velho em 1954, se naturalizou francês. José Maurício Bustani, porto-velhense nascido em 1945, talvez nunca mais tenha vindo aqui depois que foi embora e se formou pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, a PUC, em 1967. Quem conhece alguma declaração deles falando sobre sua terra de origem? A maioria dos coronéis que governaram isto aqui morreu nos seus estados de origem sem ao menos lembrar a existência das “Terras Karipunas”.

Professor Nazareno, eu já havia escrito algo sobre os heróis acreanos mas descartei o assunto. Achei deselegante um filho de Rondônia “desdenhar” dos heróis alheios. Mas como o senhor puxou o assunto:...

Vamos lá... Chico Mendes é ou foi herói de quem? Quando e Onde? Qual foram suas ações em favor das florestas pelo mundo, exceto as estradas de seringa do Seringal Cachoeira? Uma briga fisiológica em favor das seringueiras que lhes garantiam sustento... Ou o senhor acredita que ele tinha noção de ecologia, meu ambiente, eco sistema, efeito estufa e aquecimento global? Era apenas um trabalhador preocupado com a própria vida. Depois de morto, foi vendido como produto de exportação do Acre na condição herói. Ponto!

O senhor sabia que a família de outro “herói” acreano Coronel Mâncio Lima entrou na justiça contra um historiador da UFAC para este não publicar as barbaridades que ela fazia contra os índios? Desde quando promover genocídio durante as “correrias” em aldeias repletas de índios dormindo, é heroísmo?

E a nossa senadora Marina Silva (eu votei nela) ambientalista ultra radical que deixou o Ministério do Meio Ambiente após perder as lutas solos que travou contra os transgênicos, o avanço da cana de açúcar na Amazônia e a construção das hidrelétricas de Rondônia e há quem diga ter sido ela responsável por anos de atraso nas obras de construção da BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, ao exigir apresentação do EIA/RIMA. E que teria seu “dedo” para o fracasso na instalação de uma usina de álcool no Acre? É uma pessoa honrada, de idéias próprias e que as defende até as últimas conseqüências. Mas daí a ser heroína...

O senhor sabia que o maior herói acreano, Plácido de Castro, foi contratado por comerciantes de Manaus e Belém para comandar uma guerrilha contra o exército boliviano no Acre. Quem luta por dinheiro é herói ou mercenário?

Quantos livros o senhor já leu de outro herói acreano Elias Antunes que ganhou até estátua na “calçada da fama” do Acre como poeta e escritor? Historiadores da Globo o citaram na novela “De Galvez a Chico Mendes” (de Glória Peres), como um pinguço desocupado que vivia a escrever versinho para ganhar cachaça “de graça” nos bares da época? Enfim, a lista de heróis no Acre é extensa.

Tenho o maior respeito pelo povo acreano. Meus filhos e netos são todos acreanos e não sou acreano nato por força do acaso. Quando meus pais se mudaram para Rondônia (onde nasci) minha mãe estava no oitavo mês de minha gestação.

Me considerado por tanto, um legítimo acreano. Mas não posso ficar calado quando o assunto é falta de herói. Acredito ser melhor não tê-los, que fabricá-los para se dizer que tem.

Para os rondonienses, o único herói conhecido é o marechal do exército e engenheiro topográfico Candido Mariano da Silva Rondôn, enviado do Rio de Janeiro pelo presidente da república para comandar a construção da rede de telégrafo entre Porto Velho e Cuiabá. Dizem que era um militar linha dura e cruel. Teria mando matar muitos que não concordavam com sua veneração pelos índios, que dizimavam os trabalhadores. Pelo seu pioneirismo de ações em lugares inóspitos, também foi homenageado com o nome do Projeto Rondôn. O senhor conhece?

O certo é professor Nazareno, que o nome “Rondônia” é em homenagem ao marechal Rondon, herói rondoniense tão desmerecido em minha opinião, quanto à totalidade dos “heróis acreanos”.

Nenhum comentário: