sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Fábrica de tacos

Da redação do Ac24horas

O secretário estadual de Florestas, Carlos Ovídeo Rezende, disse que o funcionamento da fábrica de decks de Xapuri está dependendo apenas de um parecer da Procuradoria Geral do Estado. O órgão está analisando o edital de licitação em que a concessão da indústria foi vencida por um consórcio de empresas liderado pela Marinepar Indústria de Madeiras, que tem sede em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR).

De acordo com Rezende, várias alternativas podem surgir desta análise, entre as quais a abertura de nova licitação ou a possibilidade para que gestão do empreendimento possa ser do próprio Governo. "Os equipamentos estão lá, os funcionários já estão treinados, é só começar a funcionar", afirmou. Segundo ele, no entorno da fábrica há 1,2 milhão de hectares de florestas e bastavam 300 mil hectares para suprir a necessidade de produção.

Suas declarações foram feitas em respostas às críticas que a fábrica vem recebendo da bancada de oposição da Assembléia Legislativa, especialmente dos deputados Luiz Gonzaga (PSDB) e Luis Calixto (sem partido). Calixto chegou a propor que a Aleac convoque o secretário para fazer uma radiografia pública da fábrica. "A fábrica deveria ter sido construída em Sena Madureira, em Xapuri não tem mais madeira, só tem grife", critica Calixto.

Para Gonzaga, todo o projeto de desenvolvimento do Governo do Acre está fadado ao fracasso por conta da legislação ambiental. "As exigências para a liberação de planos de manejo de madeira são muito limitantes, é isso que impede o funcionamento da fábrica de tacos e da Álcool Verde. De Assis Brasil e Marechal Taumaturgo, o governo não tem planos para o produtor rural, por isso onde o PT não perdeu, ganhou com uma pequena margem", analisa Gonzaga.

Segundo Rezende, não é por falta de madeira que a fábrica ainda não está funcionando, mas concorda com o deputado sobre a rigidez das regras para os planos de manejo. "É muito mais fácil conseguir permissão para desmatar do que para manejar", compara o secretário. Rezende explica que a desistência da Marinepar do negócio se deveu à problemas da própria empresa.

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