Estou em Rio Branco desde o último sábado. Vim ver daqui o Flamengo se sagrar bi-campeão estadual e igualar os 30 títulos do meu Fluminense pela primeira vez na história do futebol do Rio de Janeiro, o mais charmoso do país. O Flamengo não é melhor que seus rivais históricos, mas é um time vencedor. Superou a persistente incompetência do tricolor e o eterno estigma de perdedor do Botafogo, em minha opinião o melhor entre os quatro grandes. O Vasco inexiste na atual realidade do futebol carioca.
Não estou aqui, porém, por motivos festivos, muito menos para fugir da festa dos antipáticos flamenguistas de Xapuri ou da carreata rubro-negra que a estas horas já deve estar acontecendo. Meu caçula, de cinco anos de idade, engoliu, na última sexta-feira, na escola que freqüenta, uma moeda de tamanho desconhecido. Vivo, nos últimos dois dias, uma maratona de consultas médicas e radiografias. A maldita moeda não avança pela via natural. Na próxima quarta-feira, o garoto passará por uma avaliação de um médico cirurgião para a retirada do objeto por esta alternativa que esperamos não se tornar necessária.
Não bastasse a falta de qualidade do ensino que é ofertado em nossas escolas, nossos profissionais também pecam nas tarefas mais básicas. Como entender que numa escola de educação infantil uma criança tenha acesso a objetos miúdos, como moedas e caroços de feijão, que resultam quase sempre em incidentes lamentáveis e desagradáveis como o que enfrentamos neste momento? Até agora, a direção da escola não nos deu um telefonema sequer para saber a situação em que está o aluno que nos entregou neste estado, na última sexta-feira.
Este texto não se trata de mero desabafo, mas de uma crítica extremamente necessária, que muitas vezes temos vontade de fazer contra o que presenciamos no nosso dia-a-dia, mas que deixamos somente para os momentos em que somos diretamente afetados pela falta de amor e de devoção ao ofício que muitos escolheram seguir, mesmo que sem vocação alguma. Serve também de alerta e apelo por um cuidado maior com os filhos que confiamos aos cuidados do Estado para orientá-los e educá-los.
Na função de radialista, tenho recebido várias reclamações e denúncias quanto a má atuação de muitos profissionais do setor público. O Estado deve, urgentemente, instituir em escolas, hospitais ou qualquer outro órgão de atendimento à comunidade, mecanismos que fiscalizem de forma eficaz a qualidade dos serviços oferecidos. É inadmissível que pessoas bem pagas para o mau serviço que prestam continuem a fingir que trabalham. Professores mal humorados e desqualificados, médicos que abandonam o plantão nos hospitais e daí por diante.
Daqui a pouco eu volto. Para torcer - em casa - pelo meu Flusão na Libertadores, na espera de dias melhores, de mais amor e dedicação pelo compromisso que temos pelo futuro de nossa pequena e infeliz cidade, com meu filho vivo e sem um objeto metálico nos intestinos, espero.
2 comentários:
Raimari,
Meu bota perdeu de novo. É a vida.
Mas, fico na torcida pela recuperação de seu filho. Sei como é, tenho 3 filhos pequenos.
Fica à vontade para me ligar, se precisares de alguma coisa aqui em Rio Branco.
Estou sempre disposto a colaborar com os amigos. Portanto, se teu filho precisar de alguma coisa que eu possa ajudar, liga para mim camarada (pegar meu número pelo
e-mail xapuriense@uol.com.br)
Carlos
sentimos pelo acontecido Raimari, mais falando em educação, o sofrimento embora nada comparado ao que vc está passando com seu filho, mais a educação maltrata a cada dia nosso município em geral, a falta de qualidade piora a cada dia, os resultados estão ai nos concursos e vestibulares se comparar à outras cidades da redondeza. Posso dizer que a cidade em si é mal-educada, seja nossos dirigentes, nossa justiça, nossa políica, nossos professores e por que não nossos jornalistas tb que sempre se tendem à alguma visão partidária.
Por aqui me fico. Abraços e melhoras a seu filho.
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