Os professores da rede municipal de ensino de Xapuri decidiram paralisar novamente as aulas nesta terça-feira depois de mais uma vez serem enganados pelo prefeito Vanderley Viana, com relação às promessas de reajuste salarial e outras reivindicações da categoria, como afirma a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac), Edna Barbosa de Farias.
Há cerca de um mês, segundo a sindicalista, os professores realizaram uma outra manifestação, quando reivindicaram da prefeitura o reajuste dos salários dos trabalhadores, congelados há três anos, e também a melhoria das condições físicas da escola Rita Maia, única da rede municipal localizada zona urbana, que se encontrava em péssimas condições.
A presidente do Sinteac informa que naquela oportunidade o prefeito assumiu o compromisso de conceder os reajustes, afirmando que retornaria em três dias para sentar-se à mesa de negociações com os professores. Como já era esperado, não apareceu mais, também não voltou a tratar do assunto com a categoria. Com relação à situação da escola, uma pintura feita às pressas apenas maquiou a situação de precariedade do estabelecimento de ensino.
A professora Marilza Socorro denuncia a falta de material didático na escola, a péssima qualidade da merenda, salários de alguns servidores com valor abaixo do salário mínimo, e coisa pior: “o prefeito instalou bebedouros em todas as salas de aula, mas a água que os alunos estão bebendo é imunda”, afirma ela.
Antes de realizarem o protesto em frente à prefeitura, os professores foram à Câmara exigir dos vereadores uma explicação para o fato de terem aprovado um aumento de 50% no salário do prefeito, no final do ano passado, e não se posicionarem a favor das demandas da categoria da educação. Embananados, os vereadores se resumiram a dizer que não elaboram leis de reajuste salarial.
Os professores reivindicam um reajuste de sete por cento no salário-base da categoria que é de mil e cinqüenta e nove reais. O núcleo do Sinteac em Xapuri informou também que decide na tarde desta terça-feira, com o restante da categoria, se continua ou não com a paralisação.
Falta de autonomia
O secretário municipal de educação, Raimundo Marçal Chale, como é costumeiro entre alguns assessores do prefeito, disse não querer se pronunciar naquele momento acerca da paralisação e das reivindicações dos professores. Informou, no entanto, que deverá se reunir com a categoria para uma nova conversa e somente então falará sobre o assunto.
Todos sabem em Xapuri que o secretário não se pronuncia porque não tem autonomia, no cargo que ocupa, para tomar nenhuma decisão por iniciativa própria, mesmo que seja simplesmente para falar sobre o assunto. Aguardará primeiro as orientações e as ordens do prefeito para poder conversar com os professores.
Resta saber se agora, depois de tanto serem enrolados pelo prefeito potoqueiro e sua equipe, os professores irão radicalizar o movimento pelas justas reivindicações, considerando que o reajuste anual na data-base está garantido em lei, ou se a manifestação de hoje é apenas mais um vôo de galinha, como diz o brocardo popular.
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